Legado Sombrio I Criaturas Noturnas

Legado Sombrio I Criaturas NoturnasPT

denisecuerva  concluído
goodnovel12goodnovel
Avaliações insuficientes
32Capítulos
2.0Kleituras
Ler
Adicionado
Resumo
Índice

|primeiro livro da trilogia Criaturas Noturnas| Para Angeline, recomeçar era a única saída. Após uma perda devastadora na infância, ela acreditava que já havia sobrevivido ao pior. Mas seu destino ainda guarda segredos sombrios, e ela está prestes a descobrir da pior forma que não se pode escapar do que já foi profetizado. Ao mergulhar nas sombras onde vampiros são reais - e estão à sua procura - Angeline enfrentará perdas devastadoras e escolhas fatais. Cada decisão poderá desencadear uma batalha sangrenta, ameaçando destruir tudo e todos ao seu redor. Quem são os verdadeiros inimigos? Em quem ela deve confiar? Quantos segredos uma pessoa pode guardar e permanecer a mesma?

Ler mais

Último capítulo

También te gustarán

Romances Relacionados

Novos lançamentos de romances

Livros interesantes do mesmo período

Comentários Digitalize o código para ler no App
Não há comentários
32 chapters
| PRÓLOGO |
Inverness, Escócia 1875Uma tempestade descomunal rugia desde o cair da tarde, banhando o mundo em um manto de trevas inquietantes. Nuvens pesadas e densas, de um cinza profundo como o carvão, tomavam o céu, apagando qualquer vestígio de luz. A lua e as estrelas, impotentes, foram obliteradas por essa cortina de desespero. O vento, feroz e inclemente, bradava em uivos que carregavam a essência da fúria, enquanto relâmpagos riscavam o firmamento com uma luz branca e crua, cada clarão como uma lâmina que feria os olhos. Beleza e perigo entrelaçados, anunciando que a noite não pertencia mais aos homens, mas às forças que os superavam.No vilarejo aos pés das Montanhas de Krane, a tempestade não era a única ameaça. Os moradores, encurvados sob o peso da calamidade, enfrentavam algo muito mais antigo e terrível que a ira da natureza. Um terror sombrio, quase inominável, pairava sobre eles como uma maldição, espreitando nos cantos mais profundos de suas mentes e corações.Evangeline cambalea
Ler mais
01 | PAZ PERPÉTUA |
Parte I "Nada há de oculto que não se torne manifesto, e nada em segredo que seja conhecido e venha a luz do dia.— Evangelho de Lucas 8,17✥Adeus.Indicação de despedida; sinal, palavra, gesto ou acontecimento que assinala a partida de alguém.UMA PALAVRA QUE carrega um significado tão profundo quanto o amor, a morte e o perdão. Há momentos em que nos preparamos para a partida iminente de alguém, mas e quando a morte nos pega de surpresa? Quando chega sem aviso e nos obriga a aceitá-la, levando aqueles que, por mais mortais que sejam, deveriam ser eternos? Como saber quando estamos finalmente prontos para dizer adeus e retirar a atadura que cobre a ferida em nossos corações? O tempo não cura; ele apenas ameniza a dor, tornando as lembranças mais suaves, embora a tristeza persista, apertando nosso peito até nos sufocar. As lágrimas, então, caem, e a dor se torna mais visível.Já se passaram sete anos desde que comecei a conviver com essa dor profunda e a passar a detestar a data do m
Ler mais
02 | PRENÚNCIO NAS SOMBRAS |
A NOITE ESTAVA agradavelmente fresca após um dia de calor intenso. O céu, salpicado de estrelas prateadas e iluminado pela lua crescente posicionada no centro, conferia um brilho pálido ao colégio, cuja arquitetura vitoriana lembrava um castelo dos filmes de Drácula — visão que sempre me fascinava. Pouco depois da partida de Karyn, Edgar, o segurança, liberou minha passagem pelo portão de ferro. O letreiro "Jardim Prata", forjado em arco no alto das lâminas que coroavam o portão, tornava a instituição ainda mais imponente. Ao longe, pude ver alunos dispersos pelo campus, aproveitando o frescor noturno antes do toque de recolher. Eu sabia que Eve estaria entre eles, pois nunca perdia a chance de sentir a liberdade efêmera além das paredes imponentes do colégio.Como esperado, encontrei-a sob a luz amarelada de um poste colonial, sentada em um banco de frente para o jardim e de costas para o edifício que nos aprisionava diariamente. Aquele era o refúgio dela, onde podia contemplar a bele
Ler mais
03 | SUNSET CLUB |
MEU CORPO SALTOU da cama em um espasmo. O ar voltou aos meus pulmões de forma brusca e dolorida, enquanto meu peito arfava, tentando lidar com a batida frenética do meu coração. A adrenalina pulsava em minhas veias. Respirei fundo, tentando acalmar o tremor nas mãos.— Foi só um pesadelo... — pensei, ainda com a mente turva. — Um pesadelo horrível e assustador...Meus olhos correram pelo quarto, reconhecendo aos poucos os objetos familiares que pareciam, de alguma forma, distantes. O abajur apagado, a janela aberta pela metade, às cortinas afastadas, deixando os raios de sol dourados banharem o ambiente com uma claridade morna. Peguei o celular virado para baixo sobre o criado-mudo e toquei na tela. Oito e quinze da manhã.Um novo dia começava, mas algo ali estava errado.Olhei ao redor do quarto, a desconfiança crescendo como um pressentimento ruim. Minha mente se forçava a entender como e quando eu havia voltado para casa e me deitado ali. Era como tentar ver através de uma neblina e
Ler mais
04 | CANÇÕES DE INOCÊNCIA |
NA MANHÃ SEGUINTE, acordei com as batidas firmes na porta do quarto, seguidas pela voz impaciente de Karyn, avisando que eu a faria atrasar para o trabalho. Levantei, ainda sonolenta, e encontrei o café da manhã já pronto sobre a mesa. Sentei em silêncio e encarei a tigela de cereal com leite, o pedaço de torta de maçã e a xícara de café. Uma refeição mecânica, quase sem sabor, feita só para cumprir tabela.Karyn estava na sala, sentada no sofá, escondida atrás do jornal enquanto esperava por mim. Quando terminei, caminhamos até o carro em silêncio, como se cada palavra represada fosse uma ameaça àquela paz superficial. Dentro do carro, a rádio local preenchia o vazio com um locutor animado, falando sobre o calor do dia e a importância do protetor solar. A cada palavra dele, o silêncio entre nós se tornava mais denso. Karyn dirigia com uma pressa calculada, como se quisesse me deixar logo para trás.Por um momento, pensei que talvez fosse mesmo uma boa ideia nos afastarmos por essa sem
Ler mais
05 | ESTRANHO NO NINHO |
EU AVISTEI AS portas da biblioteca pelo corredor, mas meus pés se recusaram a avançar. O peso do livro em minhas mãos parecia dobrar, como se, de repente, ele carregasse algo muito maior do que simples páginas encadernadas. Meu peito apertou, e uma sensação gelada percorreu minha espinha quando dei mais um passo hesitante.Então, o pesadelo veio.Não como uma lembrança distante, mas como se estivesse acontecendo ali, naquele exato momento. A escuridão opressora, os sussurros indistintos, a sensação sufocante de estar sendo observada. Meus dedos se fecharam com mais força ao redor do livro, como se ele pudesse me ancorar na realidade, mas era inútil. O chão sob meus pés pareceu se dissolver, e o som ao meu redor se tornaram um zumbido distante.Respirei fundo, tentando me concentrar no presente. Era só um sonho. Só um sonho. Mas meu corpo não parecia convencido disso.Dei um passo para trás, depois outro. A biblioteca continuava ali, imóvel, inofensiva. E, ainda assim, não consegui atra
Ler mais
06 | ECOS NA ESCURIDÃO |
EVE VOLTOU POUCO depois do anoitecer e, em poucas palavras, resumiu a visita ao pai. Um homem a quem chamava apenas de Sr. Willians, um tutor de fachada, cuja paternidade ela descrevia mais como um dever social do que um laço genuíno. Era um assunto que ela raramente discutia, como se deixasse os traumas da infância trancados a sete chaves. Tudo que eu sabia é que ele havia enterrado a paternidade junto com a esposa, trocando-a pelo Bourbon e os charutos caros, até se casar anos depois com sua sócia, firmando de vez uma barreira afetiva entre ele e Eve.— Ele te obrigou a escolher uma faculdade? — observei, surpresa. — Mas... ainda falta um ano e meio para você terminar o colégio.Eu estava sentada ao centro da cama, pernas cruzadas e cabelo úmido, enquanto esperava Eve terminar de se arrumar para irmos ao refeitório. A brisa noturna soprava pela janela aberta, trazendo um frescor sutil ao quarto.— É a maneira dele de garantir que vai continuar mandando na minha vida — ela respondeu,
Ler mais
07 | SANGUE QUENTE |
O CORREDOR ESTAVA lotado, como sempre. Alunos passavam apressados, tropeçando uns nos outros, livros escorregando de braços distraídos, risadas e conversas enchendo o espaço como um zumbido constante. Eu seguia em silêncio ao lado da Eve, tentando ignorar o peso crescente nos meus ombros, como se a noite passada ainda estivesse me puxando para trás.— Você não dormiu nada, né? — a voz de Eve cortou o barulho, descontraída, mas cheia de intenção. — Tá estampado na sua cara.Pisquei algumas vezes, como se isso pudesse mascarar o cansaço.— Só não consegui relaxar. — minha voz soou baixa, quase abafada pelo movimento ao nosso redor.Ela parou por um momento para ajustar a alça da mochila e me olhou de canto de olho.— Não conseguiu relaxar ou tem alguma coisa te incomodando? — perguntou, insistindo com aquele jeito típico dela. — Ontem você tava tão estranha, até com a mensagem do Nate.Tentei rir, mas o som saiu estranho. Eu sabia que não conseguiria enganar Eve por muito tempo. Ela semp
Ler mais
08 I FRIO COMO GELO I
O RESTANTE DO DIA passou arrastado, como se o tempo estivesse conspirando contra nós. As aulas seguiram uma atrás da outra, drenando nossas energias como vampiros invisíveis sugando qualquer resquício de disposição. Quando finalmente o sinal tocou, anunciando o fim das aulas, eu só queria fugir o alojamento, mas o trabalho da professora Jia nos mantinha presas ali. Agora estávamos na biblioteca, espalhadas em uma mesa no canto mais silencioso. Eu, Eve, Liz e Sammy, tentando colocar alguma ordem na desordem que chamávamos de planejamento. O ambiente ao nosso redor parecia um santuário de conhecimento, com estantes altas que subiam até o teto, abarrotadas de livros que exalavam um cheiro familiar de papel antigo e madeira polida. O som ocasional de passos no chão encerado ou o farfalhar de páginas viradas era tudo que quebrava o silêncio quase reverente. A luz do fim de tarde atravessava as grandes janelas de vidro, criando padrões dançantes nas mesas de estudo. Maggie observava todo
Ler mais
09 I BÁLSAMO DE OLHOS VERDES I
O SOL JÁ ESTAVA começando a se esconder atrás das colinas, tingindo o céu de tons dourados e alaranjados. O vento, suave e fresco, soprava de vez em quando, fazendo as folhas da Acácia Mimosa balançar lentamente. Estava sentada na grama, recostada no tronco da árvore, sentindo o cheiro da terra misturado com o aroma doce das flores amarelas que caíam ao meu redor. O ambiente estava perfeito, tranquilo, como se o tempo tivesse desacelerado para nos deixar aproveitar aquele momento. Ao meu lado, Eve parecia perdida em seus próprios pensamentos, os olhos fixos no horizonte. Seus cabelos escuros estavam soltos, e o vento brincava com eles, o que me fez sorrir. Liam, como sempre, estava tentando animar todo mundo com suas piadas sobre o fim de semana, mas até mesmo ele parecia mais calmo hoje, como se o clima do lugar tivesse tocado a todos nós de alguma forma. Nate, sempre despreocupado, estava esticado na grama, com os braços para trás, apoiado nas mãos, observando as flores amarelas fl
Ler mais
Digitalize o código para ler no App