07 | SANGUE QUENTE |
O corredor estava lotado, como sempre. Alunos passavam apressados, tropeçando uns nos outros, livros escorregando de braços distraídos, risadas e conversas enchendo o espaço como um zumbido constante. Eu seguia em silêncio ao lado da Eve, tentando ignorar o peso crescente nos meus ombros, como se a noite passada ainda estivesse me puxando para trás.

— Você não dormiu nada, né? — A voz de Eve cortou o barulho, casual, mas cheia de intenção. — Tá estampado na sua cara.

Pisquei algumas vezes, como se isso pudesse mascarar o cansaço.

— Só não consegui relaxar. — Minha voz soou baixa, quase abafada pelo movimento ao nosso redor.

Eve parou por um momento para ajustar a alça da mochila e me olhou de canto de olho.

— Não conseguiu relaxar ou tem alguma coisa te incomodando? — perguntou, insistindo com aquele jeito típico dela. — Ontem você tava tão estranha, até com a mensagem do Nate.

Tentei rir, mas o som saiu estranho. Eu sabia que não conseguiria enganar Eve por muito tempo. Ela sempre foi
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