11 I LACUNAS VAZIAS I
HAVIA UMA DORMÊNCIA no fundo dos meus olhos. Minhas pálpebras pesavam, teimando em não se abrir, como se fossem as portas de um cofre trancadas por dentro. O som das vozes ao meu redor era abafado, como se viesse de outro cômodo, mas, aos poucos, a nitidez surgia, trazendo palavras entrecortadas à tona.

— Eu já disse que passei aqui antes de ir pra sala de aula. — insistia uma voz feminina, impregnada de impaciência. — E mandei ela me esperar no quarto. Não fazia ideia de que ela iria decidir vagar pelo colégio.

A segunda voz era mais grave, cortante, como uma lâmina de aço.

— Só estou dizendo que era mais fácil tê-la trazido logo, já que ela não estava se sentindo bem.

Eu reconhecia os tons familiares, mas a dor surda na cabeça mantinha meu raciocínio arrastado, como uma marcha lenta sobre areia. Meus dedos se mexeram involuntariamente, um sinal do retorno à superfície.

— Me compre algumas algemas e eu prometo amarrá-la ao pé da cama.

Devolveu a voz feminina, desta vez car
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