Alvorada do Tempo o despertar

Alvorada do Tempo o despertarPT

Miller Britto  Atualizado agora
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Resumo
Índice

Quando o verdadeiro mal se erguer, quem se colocará em seu caminho? Em Stonehand, as ações de duques separatistas ameaçam romper a longeva paz conquistada após a destruição do império, obrigando o rei Alexander a tomar medidas extremas. Em algum lugar no oeste do reino, um jovem rapaz descobre, da pior maneira possível, que corre em suas veias o temido sangue dos magos. Nas terras geladas de Asgard, um sinal nos céus é prelúdio de sangue e guerra. A hora de afiar as lâminas e cruzar o mar em busca de vingança se aproxima. Nos Três Ducados, uma das regras da maior guilda de assassinos do mundo, a Lótus Negra, é quebrada em meio a um mar de sangue e ódio. No Caelum, o resplandecente revela segredos que o levarão, pouco a pouco, para o lado da escuridão. Um mal maior e definitivo se levanta no leste, e enquanto o resto do mundo conhecido segue alheio, em meio às suas guerras e disputas, a Sombra de Olhos Amarelos se prepara para a tudo devorar.

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Capítulo 1 - Ao redor da fogueira
PRÓLOGOEle já havia brincado antes, gotejando no negrume do universo bilhões de pontos prateados, derramando em sua infinita tela de pintura a explosão de cores das galáxias e nebulosas. Tudo era perfeito, mas o problema com a perfeição era que, invariavelmente, ela se atrelava ao tédio, companheiro fiel daqueles que não tem arestas a aparar e cujas criações são elementos estáticos, de começo e fim determinados. Então ele decidiu criar algo jamais experimentado.Durante as primeiras eras, chamadas por ele de Alvorada do Tempo, o deus Criador findou sua grandiosa obra-prima, um vasto planeta azul, a joia mais bela do cosmo.Satisfeito com a esplêndida criação, decidiu dar vida a seres igualmente maravilhosos para habitá-lo, semeando na terra fértil parte de sua aura majestosa. Assim viu germinar criaturas fantásticas, divindades que não conheciam a morte, deuses menores que governaram o planeta por séculos, cultuando o Criador.Com o passar do tempo, cegos por seus imensos poderes e c
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Capítulo 2 - O contrato
CAPÍTULO IIO CONTRATOContinente dos Três DucadosO homem cruzava as ruas de Dama de Pedra como se levado pelo vento. Ele podia sentir no ar o cheiro úmido que antecedia as últimas chuvas de verão. A noite cobria a velha cidade com um manto espesso. A lua quase não brilhava no céu, encoberta pelas pesadas nuvens de tempestade, resumindo-se a uma auréola opaca por trás do véu de sombras.Dama de Pedra era a maior cidade do ducado de Costaverde, governado pelo duque Olho de Águia Willow. A cidade era enorme, cheia de bairros onde era fácil se perder devido às casas altas e vielas estreitas, que se aglomeravam formando labirintos onde o céu se resumia a uma estreita faixa escura, limitada pelos telhados de madeira ou telhas arredondadas de argila negra.O homem que desafiava a noite e seus perigos era nada mais que um vulto, misturando-se às sombras frias das casas. Seus passos não produziam som. Sua silhueta era engolida pela escuridão. Seu cheiro era nulo. Ele praticamente não existia
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Capítulo 3 O fogo de Demoonv'uur
CAPÍTULO IIIO FOGO DE DEMOONV’UURDesde a infância, Caleb tinha as noites de sono povoadas por terríveis pesadelos. Era comum acordar sentindo no rosto as mãos da avó, que tentava acalmá-lo abafando seus gritos em um abraço acolhedor.Com o tempo, à medida que crescia e deixava a infância para trás, os pesadelos, dos quais nunca era capaz de lembrar, foram deixando de figurar em sua vida, restando apenas as lembranças da avó, sempre alerta, dedicada e a postos para cuidar de seus temores, mas nada pelo que já havia passado poderia prepará-lo para o que estava prestes a vivenciar.Caleb abriu os olhos descobrindo-se em uma caverna escura e úmida. Sombras vivas dançavam na parede ao fundo do corredor, embaladas por chamas bruxuleantes escondidas na curva à direita, o único caminho a seguir.Ele caminhou com passos lentos e temerosos, absurdamente ciente de estar sonhando, o que era espantoso, tendo em vista a palpável realidade. O chão frio sob os pés descalços, o cheiro das pedras e d
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Capítulo 4 - O dilema do príncipe
CAPÍTULO IVO DILEMA DO PRÍNCIPEJeremy acordou em meio aos luxuosos lençóis de seda que envolviam seu corpo e o de sua esposa, com a maciez que apenas os tecidos mais caros, produzidos pelas mãos mais hábeis, eram capazes de proporcionar. A claridade que entrava pelas janelas amplas delatava o alvorecer de um novo e belo dia.A mão de Beatriz pesava-lhe sobre o peito. Ele se desvencilhou do abraço da esposa de maneira sutil, fazendo o possível para não acordá-la. Caminhou até a janela e se pôs a observar as ruas da capital, Tessália. Conhecida como a “joia maior do reino”, era o legado conquistado por seu avô e agora governado por seu pai, o rei Alexander Stonehand.Jeremy era o único herdeiro, e a cada vez que olhava por aquela janela, enxergava o peso da responsabilidade de que algum dia seria ele a governar.Quando ocupasse o trono, as vidas de cada uma daquelas pessoas lá embaixo, estariam sob a tutela de seus julgamentos e decisões. Vidas que lhe pertenceriam e pelas quais preci
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Capítulo 5 - Frente a frente
CAPÍTULO VFRENTE A FRENTEVovô, por favor — Caleb tinha nove anos, estava sentado entre os avós no banco suspenso por correntes que ficava na varanda de casa. Observava maravilhado o espetáculo do pôr do sol que se espremia entre as montanhas, cujos picos cobertos de gelo, aos olhos infantis, pareciam pães polvilhados de açúcar.Ele encarava o avô com pequeninos olhos suplicantes.— Por favor, fale mais sobre ele.Enquanto crescia, tornava-se mais curioso em relação aos pais que não chegara a conhecer. A mãe tinha morrido no parto, em alguma cidade distante. O pai, que o levara para ser criado pelos avós, morreu em circunstâncias das quais Jacob e Rosie jamais falavam.— Você me lembra muito o seu pai – disse Rosie, com seu olhar sempre bondoso.— Rosie! — exclamou Jacob em tom de repreensão.— O garoto merece, não seja tão rabugento.Voltou para o neto os gentis e inesquecíveis olhos azuis.— Seu pai foi uma criança muito esperta e inteligente, assim como você. Quando tinha sua idad
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Capítulo 6 - A caçada
CAPÍTULO VIA CAÇADAFloresta da PassagemTerras Baixas de StonehandAprimeira flecha sibilou no ar para fincar-se errante no tronco de uma árvore. O cervo, assustado com o barulho, ergueu a cabeça antes de saltitar, desaparecendo no mato alto.— Vossa Graça, o senhor é mesmo péssimo na arquearia — constatou Maurice Chamarrubra, o jovem filho do Duque da Passagem, ao passar correndo pelo conde Barteaux Highmoutain com seu próprio arco em punho.— Cada homem é dotado de diferentes talentos, meu querido primo. A grande comitiva do conde, formada por alguns soldados vigilantes e muitos membros da nobreza, avançava pela floresta. Além de arcos e aljavas, a maioria também portava odres de vinho e cerveja para completar a diversão. As famosas caçadas organizadas pela família Highmoutain eram tradição secular, e nem mesmo o conflito separatista que eclodia no norte do continente os impediu de promover o esperado evento, que premiava o campeão com troféu, ouro e novas canções criadas pelos m
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Capítulo 7 - Sombras do passado
CAPÍTULO VIISOMBRAS DO PASSADOAs crianças nadavam sob a cachoeira de águas cristalinas. A menina de cabelos castanhos tinha nove anos e não desgrudava do irmão, um garoto robusto e alto para seus onze anos.Saíram da água apenas porque já não podiam ignorar a fome. Perderam a noção do tempo em meio às brincadeiras. A mãe tinha sido clara: “Voltem antes do almoço”, como dizia sempre.— Venha, precisamos voltar — o garoto estendeu uma das mãos e a ajudou a sair da água. Com a outra, colocou uma flor sobre a orelha da irmã, uma orquídea azul que crescera solitária à beira da água.— Obrigada — admirava-se constantemente com o carinho de Damian.***Os assassinos emergiram na borda da floresta de Costaverde. Do alto da colina, tinham plena visão do interior da propriedade de Dom Omar. A chuva ainda caía incessante quando observavam a pouca movimentação dos guardas nas ameias. Preguiçosos por causa do aguaceiro, estes preocupavam-se muito mais em se manter secos e aquecidos do que em vig
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Capítulo 8 - O brado dos separatistas
CAPÍTULO VIIIO BRADO DOS SEPARATISTASJeremy subia as ladeiras em direção ao castelo ainda entorpecido pelos acontecimentos na loja de Melinda. A decisão que mudaria sua vida, tomada mediante a necessidade abrasadora de viver ao lado da mulher que amava.A sensação do sexo exaltado ainda era latente na pele. Os corpos misturados, fundidos sobre o balcão da loja. Derrubando esculturas, livros de contas e tudo mais que estivesse ao alcance de mãos e pernas. Movimentos frenéticos e desgovernados, urgência característica das profundas paixões proibidas.Quando avistou o gigante de pedra que era o castelo real, protegido pela enorme e sempre vigilante muralha, Jeremy sentiu a confiança minar. As dúvidas abateram-se sobre ele, eclipsando a projeção da vida feliz com Melinda. O calor provocado pelo sexo extinguia-se. Quanto mais próximo da muralha, mais se sentia como um traidor. O castelo o encarava de maneira acusadora. Cada janela parecia o olhar de um rosto reprovador. Cada porta, uma b
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Capítulo 9 - Novas antigas descobertas
CAPÍTULO IXNOVAS ANTIGAS DESCOBERTASTerras Baixas de StonehandCidade portuária de CapitaniaEle caminhava pelo píer na madrugada soturna. O corpo enrolado em uma manta longa que lhe cobria da cabeça aos pés. O pano velho e rasgado escondia-lhe o rosto, deixando flutuar na brisa apenas uma mecha dos cabelos negros.A madeira do atracadouro seguia vários metros para dentro do mar. Entre as tábuas, era possível ver uma mancha escura e incomum, que seguia fielmente os passos do caminhante noturno. Centenas de peixes espremendo-se para acompanhar a sombra do homem, hipnotizados por sua presença.Se alguém estivesse a observá-lo, seria fácil confundir o caminhante com um fantasma descarnado, remanescente das muitas batalhas de séculos atrás, quando os Três Ducados e as Terras Baixas do Império entravam em conflitos constantes.Ele parou, observando o mar. Olhava para sudoeste, em direção à tormenta distante que castigava com relâmpagos incessantes o tapete de águas negras. O cheiro da ma
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Capítulo 10 - Primeiros passos, longa jornada
CAPÍTULO XPRIMEIROS PASSOS, LONGA JORNADAOs últimos dias na vida de Caleb pareciam-lhe pertencer à outra pessoa. Mal podia acreditar que estava abandonando as Colinas Altas em direção a um destino incerto em Tessália, a distante capital do reino, para ser avaliado por magos tão sombrios quanto Vikram. Até mesmo o seu cavalo parecia aborrecido com a cavalgada, balançando a cabeça e relinchando constantemente.Ele sabia que Luther não estava melhor. A ligação do amigo com o pai era profunda. Laços que se estreitaram após Herbie perder a esposa anos atrás, vítima de uma doença do inverno. Desde então, o líder do vilarejo e mentor de seus conterrâneos passara a ocupar na vida do filho o lugar deixado pela mãe.A dor de Luther era evidente para Caleb, bastava olhar para ele: a postura encurvada sobre o cavalo e o olhar distante, exclusivo daqueles que sofrem das doenças da alma. O jovem, antes tão falante, viajava calado. Passava a maior parte do tempo imerso e ausente.Vikram juntava-se
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