Um casamento por contrato repleto de mentiras... e apenas uma verdade que pode mudar tudo. Isabella Mendes aprendeu da pior forma que nada dura para sempre e o mundo pode desmoronar num piscar de olhos. Um dia ela tinha tudo, dinheiro, influência, poder... No outro, seu pai perdeu a empresa e sua família precisou desaparecer. Agora, anos depois, o homem que carrega o sobrenome que destruiu sua vida aparece com uma proposta absurda: um casamento de fachada para salvar sua reputação e garantir sua herança. Dante Vasconcellos precisa convencer seu avô de que tem capacidade de herdar o império da família e vê em Isabella a oportunidade perfeita, já que ela precisa do dinheiro, e ele precisa da esposa perfeita. Ela deveria odiá-lo. Ele deveria vê-la apenas como um nome conveniente em um contrato. Mas quanto mais mentiras eles contam, mais perto de descobrir a verdade eles ficam.
Ler maisQuando entro no apartamento, sou surpreendida com a presença de Dante. Pela primeira vez em dias, ele não está fingindo que sou parte da mobília ou dos empregados.Dante está olhando diretamente para mim com uma expressão assassina.Ele sabe. Penso.— Você voltou cedo hoje — tento disfarçar depois de alguns segundos atônita. Fecho a porta e deixo minhas coisas no aparador, pensando em como respirar sem ter um ataque de pânico.— Pois é — ele diz. — Achei que você estaria em casa, onde estava?— Fui ver meu pai — minto sem exitar. Meu estômago embrulha. Tenho mentido muito, para Dante ultimamente e ele está tão distante que achei que nunca fosse perceber.— É mesmo? — ele pergunta surpreso, deixando claro que não acredita em mim. — Como ele está?— Bem — dou de ombros.Ainda não tive coragem de ver meu pai. Trocamos mensagens polidas de atualização, mas com tudo o que está acontecendo, me sinto envergonhada de minhas decisões e não estou disposta a ouvir um “eu te avisei".Dante cruza
Os dias têm passado de maneira mecânica. Isabella respeitou meu pedido por um tempo e está me dando espaço, o que contraditoriamente faz eu me sentir ainda mais sufocado.Algo em tê-la perambulando pela casa, me evitando, acaba evidenciando minha solidão. Mas ainda estou irritado com ela, irritado com todos que não me levam à sério. E isso tem prejudicado meu rendimento no trabalho.Enquanto espero para entrar no escritório do meu avô, consigo prever a bronca se desenrolando à minha frente. Diferente das outras vezes, não penso em maneiras de contra argumentar, quando ele falar que estou distraído, vou ter que concordar. Vou ter que admitir que entendo agora porque ele exigiu que eu me casasse, visto a dificuldade que venho tendo para administrar esse relacionamento.Mas quando enfim entro em sua sala, Alberto não está com aquele ar energético de quem vai soltar os cachorros em cima de mim. Seus cotovelos estão apoiados sobre a mesa, as mãos unidas com os dedos entrelaçados e um vinco
O silêncio que fica depois que Dante sai do quarto é ensurdecedor.Sento na cama com os olhos fixos na porta por onde ele saiu. Parte de mim quer correr atrás dele, mas a outra parte está cansada.Dói perceber que talvez Dante esteja certo, estou pintando um cenário onde todos estão contra mim, mas a dor nos olhos de Dante me diz que eu também sou uma vilã mascarada na história dele.Revivo cada palavra do jantar, cada olhar atravessado e alfinetada de Margarete, cada provocação de Maicon, cada fração de realidade se assentando em Dante durante nossa pequena discussão.Antes de sair ele me olhou como se eu ainda não tivesse entendido de que lado deveria estar.
Forço um sorriso lutando contra a vontade de explodir. Meu orgulho não me permite aceitar esse tipo de comentário sem uma resposta a altura, mas engulo em seco. Ciente demais de como posso piorar consideravelmente a situação.Leonel muda de assunto, se dirigindo a Maicon, dando nossa interação por encerrada, quase fico aliviado por não ter que estar mais no centro da conversa, seria o suficiente para me recompor, mas Maicon não parece satisfeito.— Dante, não desanime, às vezes parcerias mais discretas rendem frutos mais sólidos — comenta casualmente.Leonel dá um leve aceno, uma conversa silenciosa que sugere alguma intimidade.Os observo com mais atenção
O restaurante é impecável. Velas acesas nas mesas trazem um tom aconchegante e a vista para o mar ao pôr do sol é arrebatadora. É estranho como parece que foi em outra vida que tive acesso a todo esse luxo, mas é muito fácil se acostumar com coisas boas.Caminho confiante e satisfeita em meu vestido de grife, a minha maquiagem impecável e as joias que Dante fez questão de comprar antes da viagem.Estranho, também, como as coisas mudam tão rápido, agora, cada passo ao lado dele é uma coreografia. Sua mão está firme na minha cintura, mas não há carinho, só uma espécie de posse calculada.Então, é assim que as esposas troféus se sentem, suponho. Como lindos adere&ccedi
— Você tá maluco? — Bella arfa, lutando para se manter na superfície. — Eu quase me afoguei!— Você nada muito bem, Bella. Improvável que fosse se afogar aqui.E eu não deixaria isso acontecer.— De qualquer forma… — Ela pula em mim, tentando me pegar desprevenido. Suas unhas cravam em meus ombros e seu corpo emerge da água, me usando de impulso, mas eu não cedo e seu umbigo está na altura da minha boca, o que me dá uma vontade desgraçada de lambê-la.Passo os braços pela parte de trás de seus joelhos, prendendo-a contra mim, derrubando-a por cima do meu ombro e mergulhando na água outra vez. Juro que não estou tentando provocar, o tamanho do biquíni não tem nada a ver com isso. Mas mentiria se dissesse que não estou tendo prazer em ver a maneira como Dante engole em seco, visivelmente arrependido por toda essa situação em que nos encontramos. Posso ver que ele está suando tentando não me tocar.De qualquer forma, só estamos aqui porque me recuso a passar o resto da nossa estadia trancada no quarto, chorando as pitangas e sofrendo calada.Tenho plena consciência de que devemos agir como um casal apaixonado, o que também não significa que vou facilitar as coisas para ele. Quando ele se acomoda em uma espreguiçadeira, eu entro na piscina. Quando ele entra na piscina, eu decido que é hora de deitar na espreguiçadeira para tomar um sol.Capítulo 79 - Isabela Mendes Vasconcellos
O quarto está rodando ao meu redor e o pior é que não tem nada a ver com as doses de whisky que entornei noite passada. Fecho os olhos e aquela foto no celular de Isabella volta a invadir minha visão.Eu simplesmente não tenho mais paz.Poderia pegar a foto e levar até a gerência, exigir uma solução, mas até onde sei, a foto poderia ter sido tirada por qualquer hóspede.Merda, mas como alguém teria o número de Bella? Isso não parece coisa de amadores. Eu provavelmente deveria levar isso para as autoridades, mas o que meu vô pensaria? O que Leonel acharia?E se eu estiver exagerando?Bella sai do banheiro um pouco mais recomp
Rolo na cama tentando entender como as coisas conseguem ir de zero a cem tão rápido quando estamos juntos. Começo a elaborar uma teoria que me convence que, por mais que nós tenhamos a química e o carinho um pelo outro, talvez não tenhamos mais a compatibilidade.É provável que, se eu nunca tivesse passado pelas reviravoltas da minha vida, eu nem sequer me preocupasse o suficiente com o jeito que Alberto Vasconcellos faz negócios, consequentemente não me importaria de Dante estar seguindo os passos dele.Mas agora que estou consciente demais dos fatos, temo por Dante, pela ruptura de seu caráter e temo mais ainda que ele saiba exatamente o que está fazendo e simplesmente tire prazer em ser como o avô.O que é pouco prov&