Inverness, Escócia - 1852Uma terrível tempestade caía desde o fim da tarde. Nuvens densas, da cor do carvão, cobriam o céu na hora mais escura da noite, envolvendo-o como uma mortalha. O brilho das estrelas e a iluminação precária do luar foram apagados. O vento forte uivava em fúria, rumo ao norte, enquanto relâmpagos intensos retumbavam, criando uma dança espetacular de clarões brancos. Lindos de se ver, mas completamente letais.Os habitantes de um vilarejo escondido nas montanhas eram reféns não apenas da fúria devastadora da mãe natureza, mas também de um terror inominável que os assombrava como uma maldição.Pés descalços desciam uma escadaria pedregosa, esculpida secretamente nas profundezas de uma das montanhas de Krane. Cada degrau, interminável, levava a um refúgio que, apesar de distante, era o mais seguro. Descer novamente aquela escadaria profunda era como voltar ao passado na esperança de alterar o futuro.― Aguentem... um pouco... mais... ― disse uma voz entrecortada, d
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