Júlia é uma gerente de vendas regional, competente e dedicada, mas emocionalmente esgotada após descobrir a traição de Gustavo, seu ex-namorado e colega de trabalho. Um ano depois, ainda lidando com as feridas do passado, ela tenta focar no trabalho, mas ter que conviver com seu ex na empresa faz com que suas emoções fiquem à flor da pele. Para complicar ainda mais, a chegada de um novo assistente, o charmoso e confiante Luiz Eduardo, mexe com sua rotina profissional e pessoal. Entre reuniões, metas de vendas e a pressão corporativa, Júlia precisa encontrar forças para lidar com o passado, ao mesmo tempo em que novos desafios surgem, tanto no campo amoroso quanto profissional. Numa batalha entre o coração e a razão, ela descobre que, para seguir em frente, terá que decidir o que realmente quer para o presente.
Ler maisApesar de todas as informações que Raquele jogou, só consigo pensar no que Eduardo falou sobre sua noite. Como é o nome dela mesmo? Virginia. Homens! Só mudam de endereço, não é? Um dia eles te beijam, falam sobre a ansiedade pelo momento, e no outro já estão com outra.Bestas somos nós, em... em... Bufo e me sento na cadeira, entalada com algo preso na garganta e uma inquietação que não sei de onde vem.Eduardo entra na sala. Mesmo não olhando diretamente para ele, sinto o peso do seu olhar sobre mim. Não querendo conversar, ligo o computador e clico no e-mail que Raquele acabou de enviar. Dentro da pasta, está o material sobre o tal perfume.Luna foi desenvolvido para mulheres que, ao longo dos anos, aprenderam a se reconhecer em sua verdadeira essência. Sua fragrância evolui com o pH da pele, refletindo a maturidade, a confiança e a autenticidade que crescem com o tempo. Como a lua, que se revela de diferentes formas, o Luna é uma assinatura única, iluminando a beleza da mulher que
Jogo água no rosto, tentando afastar o desconforto pela péssima noite que tive. Volto para o quarto, abro o guarda-roupa e pego a primeira peça de roupa que vejo. Visto-me rapidamente e saio, desejando, mais do que nunca, não cruzar com meu vizinho da frente. Ao abrir a porta do apartamento, respiro fundo. A porta dele continua fechada. Encaro o retângulo de madeira pintada de branco e me pergunto se ele dormiu em casa. Será que aproveitou bem a noite com aquela garota? Reviro os olhos, tentando afastar o pensamento. Tranco a porta e sigo em passos firmes para o trabalho. Do lado de fora, o sol me aquece, e o som da cidade desperta o novo dia. Olho na direção que preciso seguir e, inevitavelmente, lembro da primeira vez que Eduardo me acompanhou. Achei estranho no início, mas me acostumei rápido. Agora, meses depois, a estranheza voltou — só que, desta vez, por ele não estar ao meu lado. Ajeito a bolsa no ombro e continuo caminhando. A cada passo, venço a distância, embora u
Sentada à minha mesa, olho discretamente para Eduardo, que se mantém frio e distante, falando comigo apenas o essencial. Por mais que eu tente não lembrar do que aconteceu no sábado à noite, minha mente insiste em me levar de volta àquele beijo — o gosto dele, o arrepio que senti ao ouvir o gemido que escapou da garganta dele e se espalhou pelo meu corpo, ao ponto de, por um momento, esquecer quem éramos.Mas também não consigo esquecer o que veio depois.Quando ele intensificou o beijo e me puxou ainda mais para si, estávamos completamente abraçados, quase nos fundindo, tornando-nos um só.Como se dançássemos uma música só nossa, ele me guiou até a parede da sala. Pude sentir cada um de seus músculos, principalmente o quanto ele estava aceso.Suas mãos percorriam meu corpo, explorando minha pele, fazendo-me experimentar pequenos choques.Não era um beijo selvagem, mas intenso, como se quisesse me marcar. Eduardo me beijava lentamente, explorando todas as extremidades. E, ao sugar mi
O aroma de café trouxe minha mente do mundo dos sonhos para o presente. Não sonhei, mas o sono foi profundo o bastante para me fazer sentir descansada.Abro os olhos e encaro o janelão aberto. A brisa fresca vinda do mar me faz querer continuar deitada, mas a voz de Eduardo interrompe minha contemplação.— Preparei café — diz ele, sentando ao meu lado e me estendendo uma xícara.Ainda sonolenta, sento-me e aceito a bebida com gratidão.— Achou café?— Temos que ir ao supermercado. Enquanto não formos, não vou sossegar. Agora toma isso logo. — Ele diz, levantando-se e indo até a cozinha.— Você não tem nada melhor para fazer? Não tem amigos? Um lugar para ir? — rebato, levantando-me também e indo na direção dele. — Não precisa estragar seu final de semana comigo, Eduardo.Tomo a xícara das mãos dele e a coloco na pia com um gesto firme.— Vai, vai cuidar das suas coisas. Qualquer dia desses eu vou ao supermercado.Quando me viro para encará-lo, ele já está bem perto. Perto demais.— Nã
Faço exatamente o que Eduardo disse ou ordenou, às vezes acontece isso, Eduardo de um jeito peculiar transita entre duas personalidades, uma é gentil, um bom ouvinte, cavalheiro e a outra é um homem que sabe como ordenar de um jeito que não faz parecer. Diferente do Gustavo, que fazia questão de demonstrar quem mandava, muitas vezes brigamos justamente porque ele não aceitava que em algumas campanhas de produtos da New lux, eu fosse colocada como a líder e não ele. Eram semanas de mau-humor, caras feias até que consegui implementar um setor apenas para o marketing, algo que seu Carlos não queria, por dizer que não havia necessidade, mais uma prova de que ele parou no tempo. Assim que consegui implementar o novo o setor, passei a não me envolver mais, não diretamente.Fecho o chuveiro, pego meu roupão, me visto e ao voltar para meu quarto, um cheiro delicioso faz minha barriga roncar. Motivada pelo cheiro apetitoso me visto rapidamente, escovo meus cabelos, borrifo uma colônia e ansio
É curioso como o tempo se estica quando estou sofrendo e se encurta quando estou feliz, completamente envolvida no momento. Depois da terceira música, o cantor faz uma pausa.Não quero abandonar o conforto que encontro nos braços de Eduardo, mas, ao entrelaçar sua mão na minha, ele me guia até a praia.À medida que caminhamos, deixamos o grupo de pessoas para trás. Eduardo permanece em silêncio, enquanto tento assimilar que, há poucos minutos, estava dançando tão próxima dele, sentindo a música, o corpo, o calor, e até as batidas de nossos corações, como se estivessem em sintonia.— Vamos sentar aqui — ele diz, apontando para um pequeno montículo de areia. Antes que eu consiga responder, Eduardo tira o blazer preto, dobra-o com cuidado e o estende na areia, improvisando um assento.Em seguida, ele se senta e estende a mão, ajudando-me a acomodar ao seu lado. De dia, a praia é um lugar animado, repleto de grupos festejando na areia, mas à noite tudo muda. O ambiente se torna mais ínti
Ao sairmos das instalações da New Lux, Eduardo volta a me puxar, me fazendo correr novamente como dois adolescentes. Sua mão firme segura a minha, guiando-me com a mesma determinação despreocupada que me trouxe até aqui. Atravessamos a avenida juntos, desviando de carros que buzinam freneticamente. Apesar do caos, não consigo conter um sorriso. Toda essa situação parece saída diretamente de um filme de comédia romântica. Meus saltos altos tornam a corrida desconfortável, mas isso pouco importa diante da alegria que me invade. É como se todas as preocupações e amarras que me seguravam tivessem ficado para trás. Sinto uma liberdade quase infantil, uma euforia que há tempos não experimentava. Eduardo não me leva para longe. Assim que chegamos ao calçadão da orla, um palco montado na areia chama minha atenção. Meu assistente não para, continua me conduzindo na direção da festa. Antes que qualquer pensamento negativo me desanime, tiro meus scarpins de forma desajeitada, segurando-os
Desesperada para ocultar meu sofrimento, cubro o rosto com as mãos, respiro fundo, tentando colocar ordem no caos dentro de mim, mas é inútil. A humilhação e a raiva continuam pulsando, vivas demais. — Ei. A voz suave de Eduardo atravessa a barreira do meu desespero. Sinto o calor das mãos dele envolvendo as minhas, afastando-as do meu rosto com uma gentileza que desmonta qualquer resistência que ainda tento impor.Evito olhar para ele. Não quero sua piedade. Não quero que ninguém me veja assim. Mas Eduardo não recua, permanece ali, sua presença forte e silenciosa. As mãos firmes pousam em meus ombros, como uma âncora que me segura no presente, me impedindo de ser arrastada de volta ao momento que acabei de passar. — O que aconteceu, Júlia? Não consigo responder. Como dizer em voz alta as palavras venenosas que Gustavo jogou sobre mim? Meu silêncio é tudo o que consigo oferecer, mas Eduardo não parece se incomodar. Ao invés de insistir, ele se aproxima e me envolve em seus bra
A sensação ruim persiste, mesmo agora na sala de reunião, com quinze pessoas ao meu redor. Não consigo parar de lembrar a forma como Gustavo olhou para nós, nos julgando como se estivéssemos fazendo algo de errado.Mas não estávamos, mas por que sinto como se estivéssemos? O cansaço começa a pesar, e uma leve dor de cabeça ameaça surgir, enquanto o senhor Roberto, do departamento de crise, repete pela centésima vez que as lojas da New Lux têm reclamado da falta de produtos. O problema é real, mas o pior é saber que os donos da empresa não estão dispostos a investir na produção.Finalmente a reunião acaba, entro na minha sala e dou de cara com Eduardo segurando uma xícara de café e em seguida me oferece.De prontidão aceito e levo a xícara aos lábios, ansiando sentir o calor da bebida, mas sou interrompida pelas batidas na porta. Ao me virar, vejo Gustavo entrando na minha sala. — Quero falar com você na minha sala.Nossos olhares se encontram, e uma onda de desconforto me invade.—