Capítulo 18

Desesperada para ocultar meu sofrimento, cubro o rosto com as mãos, respiro fundo, tentando colocar ordem no caos dentro de mim, mas é inútil. A humilhação e a raiva continuam pulsando, vivas demais.

— Ei.

A voz suave de Eduardo atravessa a barreira do meu desespero. Sinto o calor das mãos dele envolvendo as minhas, afastando-as do meu rosto com uma gentileza que desmonta qualquer resistência que ainda tento impor.

Evito olhar para ele. Não quero sua piedade. Não quero que ninguém me veja assim. Mas Eduardo não recua, permanece ali, sua presença forte e silenciosa. As mãos firmes pousam em meus ombros, como uma âncora que me segura no presente, me impedindo de ser arrastada de volta ao momento que acabei de passar.

— O que aconteceu, Júlia?

Não consigo responder. Como dizer em voz alta as palavras venenosas que Gustavo jogou sobre mim? Meu silêncio é tudo o que consigo oferecer, mas Eduardo não parece se incomodar. Ao invés de insistir, ele se aproxima e me envolve em seus bra
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