Minsk e Neveri seguem unidos pelas mãos de Vitória Malena, que se vê dividida entre governar e administrar uma herança que chega às suas mãos em forma de um diário. Um presente deixado a ela por sua bisavó, Rainha Eugênia. Após escolher aceitar essa herança, Vitória dá início à leitura desses escritos, que trarão grandes e surpreendentes revelações. Iremos descobrir através do passado que nada é realmente o que parece ser, desvendando em cada página mistérios que ninguém poderia imaginar. Esse é o terceiro livro da Série Regnaturi, onde a história de nossas três Rainhas se juntam formando uma só. Descubra o elo existente entre Malena, Vitória e Eugênia, e surpreenda-se também com o desfecho dessa incrível história.
Ler maisVitória Fazia tanto tempo que não tirava uns dias para descansar longe do castelo, que tinha até me esquecido do quanto essa pausa nos faz bem. Não sentia mais as dores frequentes de cabeça nem mesmo pelo corpo. Quem me socorria nesses momentos era minha fi el e querida amiga Serena, com seus misturados de ervas que me ajudavam a relaxar nas noites após os dias tensos, e quase todos os dias eram assim. Serena também descansava de suas atividades, já que eu não estava dando tanto trabalho a ela com meus pesares. Outra coisa boa desses dias de descanso foi poder me aprofundar mais na leitura do diário de minha bisavó, que estava tão interessante e cheio de grandes revelações que nem esperava descobrir. As páginas que estava lendo falavam sobre a mudança de atitude de Christopher, que ainda nos intrigava por não termos descobertos absolutamente nada sobre a sua existência, e Rainha Eugênia também falava sobre alguns planos que nos deixavam curiosas para saber do que se tratava.
Vitória Nossa viagem para a propriedade de férias foi tranquila. Apesar da distância e dos solavancos na estrada, não tivemos nenhuma avaria nas carruagens e chegamos bem. Após descansarmos na sala principal, saímos para o jardim pois as crianças estavam ansiosas por brincar ao ar livre. O jardim era grande e terminava no penhasco, que havia sido cercado por pedras como proteção. A vista dali de cima era deslumbrante, podia-se ver a longitude do mar, a linha do horizonte ao fundo e naquele momento em que nos sentamos para tomar nosso chá da tarde, começava o espetáculo do pôr-do-sol.— Tinha me esquecido da beleza desse lugar, Aron. — Não conseguia nem piscar de tão encantada que estava.— Eu também, minha querida. Por que fi camos tanto tempo sem vir aqui? Quer dizer, eu sei por que, mas lamento não ter vindo!— Compreendo o que quer dizer, eu também não acredito que demoramos tanto para voltar. No entanto, esse tempo foi necessário para colocarmos nossas vidas no eixo, principa
Havia planejado aquela noite minuciosamente e apesar das borboletas que teimavam em dançar dentro de mim, por toda a parte, me fazendo tremer sem sentir frio, estava certa de que aquele dia, ou melhor, aquela noite mudaria mesmo a minha vida e se realmente seria para sempre, só iria descobrir nos próximos capítulos. — Fico feliz por ver que chegou o momento exato para recepcionar conosco nossos convidados, Eugênia. — Minha dama ajudou-me para que não atrasasse, meu pai. Contudo se não fosse ela me contar o porquê de tanta pressa, estaria até agora sem entender. — Perdoe sua mãe, acabei esquecendo de lhe falar sobre isso. Seu pai me fez o pedido e o transmitiu diretamente a Sophie, porém acabei não conversando com você também, os preparativos do baile me tomaram muito tempo, mesmo com a sua ajuda. — Apreciei muito lhe ajudar, minha mãe. Espero que isso aconteça com frequência de agora em diante, estarei sempre à disposição. — Vogo p
Vitória A temporada de verão se aproximava e a sugestão de minha mãe, Felícia, era de viajarmos para a propriedade de férias, aquela que ficava no alto de uma colina, com uma bela vista para o oceano e bem próxima de onde Malena e Henry viveram sua bela história de amor. Era sempre uma viagem que apesar de cansativa, pois a distância do castelo era grande, nos trazia muita paz com dias revigorantes. Faziam alguns anos que não viajávamos devido às gestações e ao nascimento dos pequenos, além da fase deles muito miúdos para aguentar a viagem. Agora eles já estavam maiores, Liriel completaria em breve seu primeiro ano de vida e com ajuda das babás seria possível fazermos esse passeio para descansarmos alguns dias por lá. — Tem certeza que eles aguentam a viagem, filha? — minha mãe queria muito que todos fossem, no entanto se preocupava com os netos. — Creio que sim, Dona Felícia. Com as damas e babás nos auxiliando, tudo dará certo! Essa sua ideia
Eugênia Mais uma festa se aproximava e sentia um imenso prazer em participar dos planejamentos com minha mãe. A Rainha Clélia era sempre impecável em todos os detalhes das festas que organizava. Meu pai delegava e confiava plenamente em seu bom gosto e em suas habilidades, e ele estava certo em confiar. A observava visando ser igual no futuro, para que quando chegasse a minha vez de comandar meu lar, tivesse a mesma desenvoltura que ela. — Tudo deve estar perfeito, Eugênia. Dessa vez você não irá apenas me observar, irá me ajudar em toda organização. Já passou da hora de você aprender tudo isso, logo essa missão será sua, aqui no castelo ou fora dele junto de seu futuro esposo. — Sim, minha mãe. Quero estar preparada para quando esse momento chegar! — na verdade havia me esquecido disso. Concentrei tanto minhas energias nos problemas familiares que acabei me esquecendo de meu pretendente, aquele que talvez fosse o meu futuro marido. Não era quem
Vitória Serena me aguardava naquele final de dia em sua sala, com uma infusão pronta, o que deixava seu ambiente de trabalho ainda mais aconchegante. Ela sabia que necessitava de sua ajuda e a procuraria, ela sempre sabia antes mesmo de que eu pudesse avisá-la. — Hum, o aroma que eu precisava sentir hoje e tenho certeza de que o sabor está igualmente divino! — ela recebeu-me com um afetuoso abraço. — Estava lhe aguardando, Vitória. Sei que o seu dia não foi satisfatório e que há muitas dúvidas rondando por aí em seus pensamentos. — nos sentamos e ela serviu-me uma xícara da infusão fumegante que acompanharia a nossa conversa. — Ah, minha amiga, você está certa mais uma vez! Meus pais retornaram de Neveri sem nenhuma novidade, não encontraram nada por lá, em nenhum documento que pudesse nos ajudar a entender o que aconteceu com o príncipe Christopher. — Lamento pois sei o quanto você quer descobrir o que houve com ele. Talvez a única re
Eugênia Mesmo após aquela conversa com meu irmão, meu coração ainda estava apertado. A única certeza que ele me deu, foi o fato de que havia realmente algo muito grave acontecendo em minha família e tudo me levava a crer que era meu dever descobrir e intervir. Mas, o que poderia causar tanto transtorno e abalar de forma tamanha, a ponto de deixar até mesmo meus pais, que nunca se rendiam a nada, desconcertados e sem ação? Passei a pensar que poderiam ser vários problemas e não apenas um, no entanto, precisava descobrir do que se tratava. Fui surpreendida, em uma manhã, com uma boa notícia. Minha mãe veio até meus aposentos me acordar, havia muito tempo que ela mesma não fazia isso, geralmente era acordada por minhas damas de companhia. Fiquei demasiadamente feliz com a surpresa. — O sol já nasceu e você ainda está na cama, Eugênia? — Ela parecia feliz e muito animada, o que me fez acordar bem. — Que novidade é essa, minha mãe? A senh
Vitória Enfim, uma resposta! Fui informada durante uma reunião do Conselho que meus pais haviam retornado de Neveri e me aguardavam na sala de chás. Encerrei a reunião, que já estava em sua fase final, e fui encontrá-los na esperança de que tivessem voltado com boas novidades. Estava com saudades dos dois também, acostumada a tê-los sempre por perto. — Bom retorno a vocês, meus pais. Como foi a viagem? Correu tudo bem? — minha mãe sorriu ao me ver entrar ansiosa e foi a primeira a me abraçar. — Saudações, minha querida. A viagem foi muito boa, apesar de Neveri estar perto retornamos um pouco cansados, porém fizemos questão de vir direto falar contigo antes de repousarmos. — Abracei meu pai também e percebi que ambos pareciam ainda mais ansiosos que eu para conversarmos. — Minha filha, infelizmente não temos boas notícias. Nossa viagem não foi satisfatória e voltamos da mesma forma em que viajamos, sem nenhuma novidade. — Meu pai estava decepcion
Eugênia Abordei meu irmão, após o desjejum daquela manhã fria de inverno. Ele não parecia muito feliz nos dias anteriores e quase não nos encontrávamos. Estava sempre muito ocupado, ou com meu pai, ou em suas aventuras com Serafim, que sempre quis participar, porém nunca pude. Além do fato de muitas vezes ele sumir por dias e voltar como se nada tivesse acontecido, sem que ninguém soubesse por onde andava. Decidi confrontá-lo na esperança de que pelo menos ele pudesse esclarecer minhas dúvidas, já que não conseguia tirar nenhuma informação de meus pais. — Christopher, meu querido irmão, por favor, conte-me o que está acontecendo com você e nossa família. Estou a ponto de enlouquecer com tantas dúvidas! — Não sei por que me tomas, Eugênia. Você deveria ter essa conversa com nossos pais e não comigo. Não posso lhe ajudar, apesar de querer muito, não posso! — Como assim não pode? Não entendo isso! Nossos pais ficam dizendo a mesm