Guilherme é um jovem brilhante e dedicado aos estudos, mas vive atormentado pela discriminação racial que enfrenta diariamente. Seu mundo vira de cabeça para baixo quando se apaixona por Camila, uma moça de família rica. O romance dos dois, apesar de intenso, precisa ser mantido em segredo devido ao preconceito da família dela, que não aceita a relação por causa da cor de Guilherme. Quando a verdade vem à tona, a família de Camila faz de tudo para separá-los, fazendo com que ele acredite que ela não o valoriza o suficiente. Desiludido, ele vai embora sem saber que Camila estava grávida. Anos se passam, e a vida de Camila muda drasticamente. Sua família, antes rica e poderosa, faliu, e ela segue sua vida, agora trabalhando como copeira em uma empresa, enquanto carrega o peso do passado e a saudade de Guilherme. O destino, porém, tem planos inesperados. O novo dono da empresa chega, e para surpresa de Camila, é ninguém menos que Guilherme. Ele não a reconhece imediatamente, e ela esconde a verdade, temendo que tudo se repita. Agora, o reencontro coloca ambos diante de um passado doloroso e de uma verdade que pode mudar suas vidas para sempre.
Ler maisCapítulo 20Camila narrando :Eu sentia o coração disparado enquanto ele me beijava, meu corpo todo tremendo, mas ao mesmo tempo, um calor gostoso tomava conta de mim. Não era só a vontade, era a confiança, era o sentimento de que eu queria isso, de que queria ele.Guilherme estava me tocando com tanta delicadeza, mas ao mesmo tempo com uma intensidade que me fazia sentir mais viva do que nunca. O jeito que ele me olhava, a forma como ele me tocava… tudo era novo, mas ao mesmo tempo, parecia certo.Eu não queria mais esperar, não queria mais adiar. Quando ele desceu os beijos até meu pescoço e depois por meu corpo, eu sentia os arrepios e a sensação de que a qualquer momento eu poderia me perder completamente. Ele me fazia sentir uma coisa que nunca tinha experimentado antes.— Você tem certeza? — ele perguntou, a voz rouca, meio ansiosa.Eu olhei nos olhos dele, sentindo meu corpo tremer, e respondi com um sorriso tímido.— Claro que sim… só quero você.Eu sentia o coração batendo fo
Capítulo 19Guilherme narrando :Paramos o beijo pela falta de ar e ela deitou na cama. Deitei ao lado dela, sentindo a respiração dela ainda meio acelerada. Camila me olhava com um sorrisinho no canto da boca, aquele olhar de quem sabe o efeito que tem sobre mim. Eu ri baixo e passei a mão no rosto dela, afastando uma mecha de cabelo.— Se eu soubesse que o tour terminava assim, tinha vindo antes — brinquei.Ela riu, encostando a testa na minha.— Pois é, bobeou, perdeu tempo.Ficamos um tempo assim, sem falar nada, só curtindo a companhia um do outro. A casa tava em silêncio, só dava pra ouvir o som das ondas de longe. Era estranho pensar que a gente tinha esse lugar só pra gente o fim de semana inteiro.— Você tá confortável? — ela perguntou baixinho, passando a ponta dos dedos no meu braço.— Tô — respondi, sincero. — Melhor impossível.Ela sorriu de novo e fechou os olhos por um segundo. Eu aproveitei pra observar. Era engraçado como parecia que a gente vinha de mundos tão difere
Capítulo 18Camila narrando :Eu tava na sala, andando de um lado pro outro, nervosa. Já era pra ele ter chegado. Será que deu ruim? Será que ele conseguiu pegar a moto certinho? Meu coração tava acelerado, mas tentei me acalmar.Fui até a janela e, no mesmo instante, ouvi o barulho de uma moto parando lá fora. Meu peito apertou de ansiedade. Corri até a porta e espiei pelo vidro. Era ele.Abri o portão rápido, tentando disfarçar meu sorriso, mas era impossível. Ele tava lá, parado, com aquela mochila nas costas e o olhar meio perdido, como se não acreditasse no tamanho da casa.— Você chegou! — falei animada, puxando ele pra dentro antes que algum vizinho fofoqueiro resolvesse olhar demais.— Cheguei — ele respondeu, dando um sorrisinho de canto. — Essa casa é sua mesmo?Ri, fechando o portão atrás dele.— É... Meu pai comprou faz um tempo, mas quase não vem. Então, hoje, ela é só nossa.Ele me olhou de um jeito diferente, meio tímido, meio encantado. E eu senti na hora que aquele fi
Capítulo 17Guilherme narrando :A tarde no café foi corrida. Muita gente entrando e saindo, pedindo café, bolo, pão de queijo… e eu ali no caixa, conferindo troco, anotando pedido, resolvendo problema. Desde que me promoveram, o trampo ficou mais puxado, mas pelo menos o dinheiro melhorou um pouco.O tempo foi passando rápido, e quanto mais perto do fim do expediente, mais eu ficava ansioso. Camila me chamou pra passar o fim de semana com ela na casa de praia, e eu nem acreditei quando ela falou. Um tempo só nós dois, sem ninguém pra atrapalhar. Era óbvio que eu ia dar um jeito de ir.Quando deu meu horário, passei o avental pro outro funcionário e saí quase correndo. Ainda tinha que pegar o ônibus pra casa e depois ver como ia fazer pra chegar lá amanha. No ponto de ônibus, sentei no banco e fiquei esperando, sentindo aquela ansiedade misturada com empolgação. O ônibus chegou e eu entrei, olhando pela janela enquanto a cidade passava rápido.Cheguei em casa e, como sempre, minha mã
Capítulo 16Camila narrando :Passei o resto da tarde agoniada, contando os minutos pra noite chegar logo e o outro dia amanhecer. A ansiedade tava me consumindo, e pra tentar me distrair, coloquei uma série coreana que eu tava acompanhando. E nossa, tava boa demais! Mas nem isso fazia minha mente parar de voltar pro Guilherme e pra tudo que ia acontecer amanhã.Quando percebi, já tinha escurecido lá fora. A luz do meu quarto tava fraquinha, e eu continuava jogada na cama, de pijama, abraçada no travesseiro, quando a dona Maria entrou sem nem bater.— Camila, minha filha, já tá de noite e você nem desceu pra comer nada… — Ela parou perto da cama e me olhou daquele jeito de mãe preocupada.Eu suspirei, largando o celular no colchão. — Eu não tô com muita fome, Maria.Ela franziu a testa e cruzou os braços. — Não vem com essa. Passou a tarde toda trancada aqui, vidrada nessa telinha… Nem parece aquela menina que eu conheço. Tá acontecendo alguma coisa?Tentei disfarçar, mas Maria semp
Capítulo 15Camila narrando :Já se passaram um mês e parece que o tempo tá passando rápido demais. Fui ficando cada vez mais enfiada em casa, tendo que aguentar meu pai e o peso de ter que fingir que tudo tá bem. Mas isso vai mudar assim que eu fizer dezoito anos. Vou exigir a herança que minha mãe deixou pra mim e vou sumir daqui, pra bem longe dele e do meu irmão.A verdade é que meu pai tá me obrigando a namorar o Albert. Ele vem aqui quase toda semana, fica pra jantar, me observa como se fosse uma peça de vitrine. Nunca aconteceu nada entre a gente, e eu já deixei claro que não gosto dele, que nunca vou gostar. Mas ele... ele insiste. Fica dizendo que é o melhor pras famílias, que ele gosta de mim, como se isso fosse algum tipo de justificativa.Eu só vou empurrando as coisas, fingindo que tô aceitando, mas a cada dia que passa, fico mais certa de que assim que puder, vou sumir. Eu não mereço essa vida. Eu não vou ser forçada a fazer nada que eu não queira. Então, vou esperar o t
Capítulo 14Guilherme narrando:Um mês depois :O tempo passou depressa. Num piscar de olhos, já tava nos últimos dias de aula, e parecia que tudo tinha mudado num curto espaço de tempo.No café, me esforcei tanto que a Patrícia acabou me promovendo. Agora, além de atender, eu também trabalhava no caixa, e isso significava que eu ganhava um pouco mais. Não era muita coisa, mas já ajudava em casa. Minha mãe ficou orgulhosa quando contei, e aquilo me deu um gás a mais pra continuar dando o meu melhor.Mas o que mais tinha mudado nesse mês… era o que eu sentia pela Camila.A cada dia que passava, eu tava mais apaixonado por ela. No começo, achei que fosse só aquela empolgação de algo novo, mas não… Era mais que isso. Todo dia, depois da aula, a gente ficava junto. Às vezes, era só uma conversa na pracinha perto da escola, outras, ela me levava pra conhecer lugares que eu nunca teria ido sozinho.E o jeito que ela me olhava… como se eu fosse alguém especial. Isso me pegava de um jeito que
Capítulo 13Guilherme narrando :Cheguei em casa e a luz da sala ainda tava acesa. Suspirei, já imaginando minha mãe sentada no sofá, esperando eu entrar pela porta.Girei a chave na fechadura devagar, mas foi inútil. Assim que abri a porta, lá estava ela, de braços cruzados e um olhar que misturava alívio e bronca.— Achei que você ia dormir no café — ela soltou, levantando da poltrona.Dei um sorrisinho sem graça, largando a mochila num canto.— O movimento foi puxado hoje. Mas foi bom, mãe. Gostei do trampo.Ela me olhou de cima a baixo, como sempre fazia, conferindo se eu tava bem.— Cansado?— Um pouco — admiti, me jogando no sofá. — Mas valeu a pena.Ela suspirou, indo até a cozinha. Em segundos, voltou com um prato de comida e colocou na mesinha de centro.— Come. Fiz arroz e feijão fresquinho.Meu estômago roncou só de sentir o cheiro. Peguei o garfo e comecei a comer, enquanto minha mãe se sentava ao meu lado.— E a escola? Tudo certo?Assenti de boca cheia.— Tudo sim.Ela e
Capítulo 12Camila narrando :Continuação :Nos sentamos à mesa, e eu fiz o possível para fingir que aquele jantar não era uma sentença. Meu pai estava animado, conversava com Albert sobre negócios, investimentos, tudo aquilo que eu nunca me importei de verdade. Meu irmão, como sempre, fazia seu papel de herdeiro exemplar, apoiando cada palavra do nosso pai, rindo das piadas sem graça e mostrando interesse em cada detalhe da conversa.— E então, Camila, como estão seus estudos? — Albert perguntou, me olhando com um sorriso calculado.Engoli seco e ajeitei o guardanapo no colo antes de responder.— Vão bem — disse simplesmente, sem vontade de prolongar o assunto.— Seu pai me disse que você está pensando em administração. Ótima escolha. Quem sabe um dia podemos trabalhar juntos? — Ele sorriu, como se aquela ideia fosse maravilhosa.Meu pai lançou um olhar de aprovação, claramente satisfeito com o rumo da conversa.— Isso seria excelente — ele disse. — Camila precisa de um homem como vo