Guilherme é um jovem brilhante e dedicado aos estudos, mas vive atormentado pela discriminação racial que enfrenta diariamente. Seu mundo vira de cabeça para baixo quando se apaixona por Camila, uma moça de família rica. O romance dos dois, apesar de intenso, precisa ser mantido em segredo devido ao preconceito da família dela, que não aceita a relação por causa da cor de Guilherme. Quando a verdade vem à tona, a família de Camila faz de tudo para separá-los, fazendo com que ele acredite que ela não o valoriza o suficiente. Desiludido, ele vai embora sem saber que Camila estava grávida. Anos se passam, e a vida de Camila muda drasticamente. Sua família, antes rica e poderosa, faliu, e ela segue sua vida, agora trabalhando como copeira em uma empresa, enquanto carrega o peso do passado e a saudade de Guilherme. O destino, porém, tem planos inesperados. O novo dono da empresa chega, e para surpresa de Camila, é ninguém menos que Guilherme. Ele não a reconhece imediatamente, e ela esconde a verdade, temendo que tudo se repita. Agora, o reencontro coloca ambos diante de um passado doloroso e de uma verdade que pode mudar suas vidas para sempre.
Ler maisCamila narrando: Acordei com um beijo suave, lento, daqueles que a gente sente primeiro no sonho antes de abrir os olhos.Demorei um segundinho pra entender onde eu tava. Ainda envolta no cheiro bom dos lençóis limpos, da pele do Guilherme, do perfume dele misturado com o nosso. Abri os olhos devagar e dei de cara com ele ali, sorrindo de canto, com aquele olhar que já me desmontava logo cedo.— Bom dia, minha rainha… — ele murmurou, com a voz rouca de sono e desejo.Sorri, sentindo o coração aquecer na hora.— Bom dia, meu amor…Era a nossa cama. A nossa casa. Nossa primeira manhã ali, juntos, sem pressa, sem correria, sem o peso do mundo nas costas. Só eu e ele.O sol entrava pelas cortinas, deixando o quarto com aquela luz dourada suave, que fazia tudo parecer ainda mais bonito. O edredom meio bagunçado, o travesseiro dele colado no meu, o corpo dele ainda quente, colado no meu…— Hoje é domingo… — falei baixinho, fechando os olhos de novo e me aninhando no peito dele.— E a gente
Guilherme narrando :O jeito que a Camila se encaixava em mim era coisa de outro mundo. O corpo dela era quente, macio, envolvente… e ali, naquela banheira, enquanto a água subia e descia junto com os movimentos dela, eu sentia como se o tempo tivesse parado.Ela sentou devagar, e quando me sentiu por inteiro, soltou um gemido baixinho que fez meu coração acelerar. Segurei firme na cintura dela, só pra ter certeza de que aquilo era real.— Porra, Camila… — murmurei contra a pele molhada do pescoço dela, fechando os olhos por um segundo. — Você me deixa fora de mim.Ela começou a rebolar, devagar, provocante, como se soubesse exatamente o que tava fazendo comigo. E ela sabia. Camila tinha esse poder… de me desmontar e me reconstruir no mesmo instante.A água morna, o cheiro suave de lavanda no ar, os gemidos baixos dela perto do meu ouvido… tudo contribuía pra deixar o clima mais quente do que qualquer coisa que eu já vivi.Passei as mãos pelas costas dela, descendo até a curva da bund
Camila narrando :Depois que a gente comeu a pizza, o clima na casa era só leveza. Gabi tava rindo com o Guilherme no quarto, assistindo desenho e comendo como se fosse a melhor noite da vida dela, e talvez fosse mesmo. Eu e Dona Maria ficamos um pouco na sala, comendo devagar, falando da arrumação que ainda faltava, mas o cansaço já começava a bater no corpo.Quando tudo se acalmou, me despedi da Dona Maria e fui pro nosso quarto.Assim que abri a porta, me peguei admirando o espaço. Era enorme. A cama, imensa e macia, já tava com a colcha que eu tinha escolhido com tanto carinho. As luzes suaves, o cheiro de casa nova ainda no ar… tudo parecia um sonho.Segui pro banheiro e, quando entrei, quase suspirei alto.O banheiro era simplesmente perfeito. Espaçoso, com mármore claro nas paredes, luzes embutidas no teto, um espelho enorme e, no canto, a cereja do bolo: uma banheira linda, branca, convidativa.Me aproximei e comecei a enchê-la, ajustando a água morna do jeito que eu gostava.
Guilherme narrando:O dia foi puxado, mas cheio de significado.A mudança foi intensa desde cedo, caminhões descarregando, caixas pra todo lado, instruções, confusão e aquele caos organizado que só uma mudança de casa pode trazer. Mas diferente de outras vezes, dessa vez tinha algo diferente.Tinha amor envolvido.Ver a Camila com a Dona Maria na cozinha, rindo enquanto guardavam as coisas, me dava uma paz que eu não sabia que precisava. E a Gabi… meu Deus, a Gabi tava radiante. Quando ela entrou no quarto novo, com a decoração toda pensada pra ela, parecia que o mundo tinha parado por alguns segundos só pra registrar aquele sorriso.Ela pulava na cama, chamava a gente de rei e rainha… e eu ali, com os olhos marejando, fingindo que era só cansaço. Mas não era. Era gratidão.Passei o dia todo indo de um lado pro outro: ajeitei os eletrodomésticos com o pessoal da instalação, revisei os armários, testei a água, ajeitei as cortinas… Só parei quando o sol já tava se pondo.Mais pro fim da
Camila narrando :O dia da mudança chegou, e meu coração parecia que ia sair pela boca de tanta ansiedade. Acordei cedo, antes mesmo do despertador tocar, e quando olhei pela janela, o sol já iluminava o começo do nosso novo capítulo.Guilherme passou na nossa casa por volta das oito da manhã com o carro cheio e um sorriso enorme no rosto. Ele parecia uma criança prestes a ganhar um presente.— Bom dia, minha futura esposa. Pronta pra virar dona de mansão? — ele brincou, me dando um selinho e pegando uma caixa leve das minhas mãos.— Tô pronta pra tudo.Dona Maria tava animadíssima, mandando nos rapazes da transportadora como se fosse uma general de guerra. Ela já tinha tudo separado por cômodos, etiquetado, marcado e anotado.— Essa caixa vai pro quarto da Gabi. Essa aqui é da cozinha. E cuidado com essa, que tem vidro! — ela gritava, enquanto os caras subiam e desciam com as caixas.Gabi tava com os olhinhos brilhando. Ela ficou o tempo todo do meu lado durante a mudança, com seu br
Camila narrando :Vi o Guilherme atender o celular e, na mesma hora, percebi que tinha alguma coisa errada. O jeito que ele fechou o rosto, a postura mais rígida, o olhar distante… conheço ele o suficiente pra saber quando alguma coisa tá incomodando.Fiquei observando de longe, fingindo que tava concentrada nos meus e-mails, mas minha atenção tava toda nele. Quando ele desligou e jogou o celular na mesa com força contida, não aguentei. Levantei e fui até sua sala.— O que foi? — perguntei, me apoiando na mesa dele, preocupada.Ele me olhou por um segundo, como se estivesse tentando escolher as palavras, mas no fim soltou um suspiro.— O pai da Jamile. Resolveu me ligar pra dar um sermão.Revirei os olhos na hora. Claro.— E o que ele queria?— Saber por que eu larguei a filha dele grávida.Me afastei um pouco, cruzando os braços, já sentindo aquela irritação subir.— Eles ainda não entenderam que entre vocês dois não existe mais nada, né?Guilherme balançou a cabeça, cansado.— Não.
Guilherme narrando :Uma semana se passou, e minha vida parecia ter mudado completamente.Ter Camila ao meu lado no trabalho foi uma das melhores decisões que tomei. No começo, ela ficou meio perdida, insegura, mas a cada dia eu vejo como ela tá se adaptando rápido. Inteligente, esperta, observadora… Ela aprende tudo num piscar de olhos e, mais do que isso, tem uma postura firme quando precisa.Claro que ainda rola alguns olhares atravessados, comentários sussurrados pelos corredores. A empresa inteira já percebeu que ela não é só minha assistente, mas também minha mulher. E, sinceramente? Eu não tô nem aí.Ela me deixa orgulhoso, e eu faço questão de mostrar isso.Mas o que realmente tem me mudado por dentro é a sensação de ser pai.A cada dia que passa, eu me sinto mais conectado com minha filha. Ver o brilho nos olhos da Camila quando a gente fala sobre o futuro, sobre a casa nova, sobre criar nossa filha juntos… isso me dá um tipo de paz que eu nunca senti antes.Eu não vejo a hor
Camila narrando :Continuação :Guilherme não esperou mais nada. Com um movimento firme, segurou minhas coxas e me ergueu no colo, me fazendo soltar um suspiro surpreso. Minhas pernas se enroscaram automaticamente ao redor da cintura dele, e eu senti seu corpo quente e rígido pressionando contra o meu de um jeito que me fez arfar.Ele caminhou comigo até um sofá grande que ficava ali no jardim, protegido por uma pérgola e cercado por cortinas leves que balançavam com a brisa. A luz suave das luminárias deixava o ambiente ainda mais intimista, e naquele momento, parecia que o mundo inteiro tinha desaparecido.Guilherme se sentou no sofá, me mantendo no colo dele, segurando minha cintura com força. O olhar dele tava intenso, queimando, cheio de desejo e posse.— Você não faz ideia do quanto me deixa louco… — Ele murmurou, deslizando as mãos devagar pelas minhas costas, traçando um caminho de fogo por onde tocava.Me inclinei mais contra ele, minhas mãos deslizando pelo peito dele, senti
Camila narrando :Depois que o corretor saiu, ficamos ali, só nós dois, explorando cada canto da casa. O silêncio era confortável, mas eu sabia que precisava falar algo antes que a gente tomasse qualquer decisão definitiva.Parei no meio da sala, respirando fundo, e olhei para o Guilherme.— Amor, precisamos conversar.Ele se virou pra mim, sorrindo de leve.— Fala, minha vida.Mordi o lábio, sentindo meu coração apertar.— Eu não fico longe da Dona Maria, não posso abandonar ela. Quando eu mais precisei, foi ela que me ajudou.Só de pensar nela, me deu um aperto no peito. Dona Maria foi tudo pra mim quando eu mais precisei, e agora que minha vida tava mudando, eu não podia simplesmente deixar ela pra trás.Guilherme segurou minhas mãos e apertou de leve, como se já soubesse que eu ia falar isso.— Eu sei disso, Camila. Por isso mesmo, essa casa tem sete quartos. Ela pode vir pra cá. Minha mãe também vai vir.Arregalei os olhos, surpresa.— Tem algum problema pra você? — Ele perguntou