Isadora cresceu isolada, marcada por uma identidade que a separava de todos ao seu redor. Como uma criança órfã, ela e sua loba mística, Freiren — uma rara loba branca — foram forçadas a viver longe do Clã Lunar, longe dos outros lobos. Desde muito jovem, Isadora foi ensinada a esconder sua verdadeira natureza, temendo que sua conexão com Freiren e sua linhagem especial a tornassem alvo da sociedade dos lobos. Agora, aos 18 anos, ela vive como empregada na mansão do líder do Clã Lunar, Rafael, o alfa que, após anos de dor silenciosa, se revela ser seu companheiro predestinado — mas que a rejeita sem hesitar. Rafael está comprometido com Selene, uma loba com quem mantém um relacionamento há anos, e Isadora, sobrecarregada pela dor do vínculo, é forçada a observar o amor entre eles, enquanto ele a proíbe de buscar sua própria felicidade. Quando Rafael anuncia seu casamento com Selene, um evento grandioso que selará sua união, Isadora se vê à beira do abismo. É nesse momento que Freiren, sua loba, quebra o silêncio e sugere a única saída: fugir. A cerimônia será a distração perfeita, e Isadora finalmente encontrará a oportunidade de se libertar da prisão que é sua vida no Clã Lunar. Mas a fuga não será simples. Com o peso do vínculo e a presença constante do Clã, ela terá que lutar contra suas próprias inseguranças, os perigos da floresta e, talvez, contra si mesma. Em busca de liberdade, Isadora enfrentará o desconhecido, se perguntando até onde ela pode ir para se encontrar e se tornar dona de seu próprio destino.
Ler maisCaelum se afastou de mim a contragosto, seu olhar ainda carregado de fúria contida. Eu sabia que ele queria ficar ao meu lado, mas também compreendia que havia algo maior em jogo. Ele precisava proteger o clã. Enquanto ele saía do quarto, um de seus guerreiros já o esperava do lado de fora. Era Elias, seu Beta e braço direito, um dos poucos em quem Caelum confiava sem hesitação. — Quero um relatório detalhado de todos os postos de vigilância. Se encontrarmos qualquer sinal de como ele entrou, vamos reforçar a segurança. — Caelum ordenou, sua voz fria como aço. Elias assentiu, os olhos atentos. — Já aumentamos a patrulha nos portões principais, mas se ele entrou sem ser notado, pode haver um caminho que não conhecemos. Vamos vasculhar todo o perímetro. Caelum passou uma mão pelos cabelos, frustrado. — Ele não pode ter feito isso sozinho. Alguém do lado de dentro pode ter ajudado. O olhar de Elias endureceu. — Você acha que temos um traidor? Caelum não respondeu ime
A dor latejava na minha cabeça antes mesmo que eu abrisse os olhos. Meu corpo parecia pesado, como se tivesse sido arrancado de um sono profundo e forçado a despertar antes da hora. O cheiro familiar da madeira e do fogo crepitando na lareira me dizia que ainda estava no quarto. Mas algo estava errado. Meu instinto gritava isso antes mesmo que eu entendesse o porquê. Abri os olhos devagar, piscando contra a leve penumbra da noite. A primeira coisa que vi foi um vulto ao meu lado. Um homem sentado na beira da cama, me observando. Meu coração disparou. O medo se espalhou pelo meu peito como veneno. Me arrastei para trás no colchão, os dedos trêmulos se apertando nos lençóis. Minha mente ainda estava confusa, a dor cegando meus pensamentos racionais. Mas meu instinto gritava uma única palavra. Perigo. — Izzy? — A voz grave soou como um eco distante, mas foi o suficiente para congelar minha fuga. Eu conhecia aquela voz. Meu olhar focou no homem diante de mim, e uma onda
A floresta ao redor do Clã Eclipse era densa e silenciosa, envolta em uma névoa fina que se agarrava às árvores como se estivesse tentando esconder os segredos daquele território. Eu estava parado na sombra de um dos carvalhos mais antigos, os olhos fixos na fortaleza à frente. O lugar era bem protegido. Guerreiros armados patrulhavam as muralhas, atentos a qualquer movimento suspeito. O cheiro de magia pairava no ar, misturado ao cheiro de terra úmida e fogo de lenha que queimava dentro da aldeia. Mas toda fortaleza tem uma fraqueza. E eu encontraria a deles. Caelum, meu querido irmão, reinava sobre este lugar como se fosse inabalável. Como se tivesse nascido para isso. Mas eu sabia a verdade. Ele roubou o que deveria ser meu. Ele tomou para si a coroa que me pertencia por direito. Meus dedos se apertaram ao redor do punho da adaga em meu cinto. Dezoito anos haviam se passado desde a noite em que tentei matá-lo. Eu falhei naquela vez. Mas não falharia agora. Meus olh
O gosto doce dos lábios de Izzy me consumiu no instante em que a puxei para mais perto, aprofundando o beijo com um desejo crescente. Minha mão deslizou pela curva de sua cintura, os dedos traçando círculos suaves sobre o tecido fino de seu vestido.Ela suspirou contra meus lábios, os dedos se agarrando aos músculos dos meus ombros nus, como se quisesse se prender a mim. Sorri contra o beijo, adorando a forma como ela reagia ao meu toque, como se seu corpo já me reconhecesse como seu.Afastando-me apenas o suficiente para encontrar seus olhos, deslizei a mão até a fita que mantinha seu vestido atado ao corpo.— Você confia em mim? — minha voz saiu baixa, rouca.Izzy assentiu, o olhar fixo no meu.— Sempre.Puxei a fita devagar, observando cada detalhe de sua reação — a respiração acelerada, a pele corando levemente, a forma como seu peito subia e descia sob o tecido solto.O vestido deslizou por seus ombros, revelando a pele macia por baixo. Passei os dedos por ali, sentindo sua textu
Caelum sentiu o gosto doce dos lábios de Izzy enquanto a puxava para mais perto, aprofundando o beijo com um desejo crescente que parecia consumir todo o ar ao seu redor. Sua mão deslizou para a curva da cintura dela, os dedos traçando círculos suaves sobre o tecido fino do vestido, que parecia desvanecer-se sob seu toque. O cheiro do perfume dela, uma mistura de florais e algo mais profundo, envolveu-o, tornando o momento ainda mais íntimo. Ela suspirou contra seus lábios, os dedos se agarrando aos músculos de seus ombros nus, como se quisesse se prender a ele para sempre. Caelum sorriu contra o beijo, adorando a forma como ela respondia ao seu toque, como se seu corpo já o reconhecesse como seu desde sempre. A conexão entre eles era palpável, uma energia que parecia crescer a cada segundo. Afastando-se apenas o suficiente para olhar nos olhos dela, ele deslizou uma mão até a fita que mantinha o vestido atado ao corpo dela. O olhar de Izzy encontrou o dele, cheio de uma mistura de
--18 anos atrás-- O cheiro metálico de sangue enchia o ar. Eu era jovem, mas não ingênuo. Sabia que o poder despertava ambição. Sabia que, um dia, teria que lutar pelo meu direito de liderar. Mas nunca esperei que a traição viesse dele. — Você sempre foi o favorito — a voz de Lucian cortava o silêncio da câmara como uma lâmina fria. — Desde que nascemos, todos sabiam que você seria o rei. Mas e eu? O que me restaria? Eu me mantive firme, mesmo com a lâmina pressionada contra minha garganta. Podia sentir a pulsação no pescoço, o calor do sangue pronto para ser derramado se ele decidisse avançar. — Você é meu irmão — murmurei, tentando entender. — Sempre houve um lugar para você ao meu lado. Lucian riu, mas não havia humor em sua voz. — Ao seu lado? Você acha que alguém se importa com o irmão do rei? Eu sempre fui a sombra. Sempre fui a segunda escolha. Eu podia ver nos olhos dele: ele já havia tomado sua decisão. Minha mente girava, buscando uma saída. Ele era rápido,
O silêncio que se seguiu à revelação de Rafael foi avassalador. O ar ao redor parecia ter se tornado mais denso, como se cada palavra ainda reverberasse, carregada de peso. Meus olhos se encontraram com os de Caelum, e vi neles a mesma preocupação que tomava conta de mim. Miguel fechou os punhos ao lado do corpo, seu olhar alternando entre Rafael e eu, avaliando cada detalhe. — Explique-se — a voz de Caelum quebrou o silêncio, firme como uma lâmina cortante. Rafael respirou fundo antes de continuar. — O feiticeiro tem caçado os Lycans há anos. Ele não quer apenas nos destruir... Ele quer nos usar. O sangue dos Lycans é essencial para o ritual que ele deseja completar. Mas há algo em você, Isadora, que a torna diferente. Você não é uma Lycan qualquer. Meu peito apertou com a informação. Eu já sabia que era diferente, mas ouvir isso em voz alta, especialmente vindo de Rafael, trouxe um peso inesperado. Olhei para Miguel, que permanecia calado, absorvendo a informação. Os outros gu
O silêncio que seguiu a revelação de Rafael foi avassalador. O vento soprou entre as árvores retorcidas, carregando a tensão no ar como se fosse um mensageiro de algo sombrio que se aproximava.Caelum se manteve imóvel por alguns instantes, os olhos fixos em Rafael, avaliando cada nuance de sua expressão. Seu maxilar estava travado, e a postura rígida denunciava o esforço que fazia para controlar sua fúria. Miguel, por outro lado, cruzou os braços sobre o peito, os olhos escuros brilhando com cautela.— Explique-se melhor — a voz de Caelum cortou o silêncio, firme e autoritária. — Que ritual é esse? E por que Isadora?Rafael respirou fundo, ainda se recuperando, mas a urgência em seu olhar era inegável.— O feiticeiro que atacou esse clã está atrás dela há muito tempo. Ele tem procurado por descendentes de linhagens específicas para realizar um feitiço antigo… um ritual que o tornaria mais poderoso que qualquer outra criatura que já caminhou sobre a terra.Minhas mãos se fecharam ao r
A visão que se desenhou diante de nós ao cruzarmos a fronteira do clã atacado foi devastadora. O cheiro de fumaça e sangue pairava no ar, e o silêncio era quebrado apenas pelos gemidos dos feridos e pelo crepitar da madeira que ainda ardia em brasas. Meu estômago se revirou com a cena de corpos espalhados pelo chão – alguns ainda respiravam, outros já haviam sucumbido ao massacre. Caelum foi o primeiro a desmontar. Seus olhos varreram o campo de batalha com uma intensidade predatória, a mandíbula travada, o peito subindo e descendo pesadamente. — Miguel, coordene os guerreiros. Quero patrulhas nos limites da aldeia e buscas por sobreviventes. — Sua voz era fria, firme. — Isadora, cuide dos feridos. Assenti, sentindo meu coração acelerar. Freiren, dentro de mim, estava inquieta, seu instinto lupino percebendo o cheiro de magia impregnado no ar. Saltei da montaria e corri em direção ao centro da aldeia. Algumas casas estavam destruídas, suas estruturas enegrecidas pelo fogo, enquant