Ivy sempre teve sua vida sob controle, mas depois de uma grande decepção, uma noite de impulsividade mudou tudo. O verdadeiro choque vem dias depois, quando ela descobre estar grávida… de alguém cujo rosto ela mal consegue lembrar. Determinada a seguir em frente, Ivy consegue uma vaga na renomada empresa Müller & Co, mas o destino tem planos diferentes para eles. E o que era para ser um relacionamento profissional entre o chefe e sua secretária, acaba saindo do controle, ficando cada vez mais difícil de esconder seus verdadeiros sentimentos. Quanto tempo vai demorar para os segredos irem a tona?
Ler maisChristian Müller –Os lençóis tinham cheiro de perfume e loucura. Me deixei cair como se o veneno já estivesse fazendo efeito.Como se o meu corpo tivesse rendido.Mas eu estava ali.Cada célula minha estava em estado de alerta. Fingindo estar inconsciente, mas vendo, ouvindo, sentindo tudo.Maria não disse nada de imediato. O silêncio dela foi o mais perturbador.Ouvi o farfalhar do tecido. Seus passos descalços no carpete.E então senti.Seus dedos tocaram meu peito, vagarosamente, com a ponta das unhas traçando linhas invisíveis por dentro da minha camisa. O botão foi desfeito com calma. Depois o segundo. O terceiro...Ela abriu minha camisa como quem desembrulha um presente roubado.— Sempre assim... tão bonito. Tão forte. Meu. — Murmurou ela.Eu sentia o toque dela como uma faca sem corte. Ela acariciava meu peito com lentidão, como se quisesse memorizar cada linha da minha pele. Como se minha pele fosse dela.E então veio o beijo.Seus lábios tocaram os meus.Secos. Frios. Vãos.
Christian Müller -Chegamos em casa ainda com o gosto amargo da última ligação.O silêncio da sala me abraçou como um aviso.Nathan dormia no sofá com um dos brinquedos ainda nas mãos e Laura estava sentada na poltrona, com os olhos fixos em mim como se pudesse ler minha alma de longe.Fui até ela em silêncio.Inclinei o rosto e depositei um beijo demorado em sua testa, sentindo o calor da pele dela contra os meus lábios. Fiz menção de me afastar, mas ela segurou minha mão.— Aonde você vai? — A voz dela veio baixa, quase em um sussurro, mas cheia de tudo o que ela não estava dizendo.Voltei, olhei nos olhos dela e mais uma vez deixei um beijo em sua testa.— Preciso que confie em mim. Eu voltarei para você.Ela assentiu devagar, mas seus olhos diziam o contrário.Havia tristeza, medo, e algo que me cortou por dentro: a angústia de quem já perdeu demais.Eu a soltei com cuidado, e mesmo sem palavras, sabia que ela estava implorando pra que eu não fosse. Mas eu tinha que ir. Por ela. P
Acompanhei Linda saindo do café respirando fundo, como se estivesse tentando absorver o ar de um novo começo. Quando passou pela porta, vi algo mudar em seu rosto — um susto contido, um breve espanto que se dissolveu num sorriso. Virei o rosto e entendi o motivo.Christian estava ali.Encostado em um dos pilares de madeira da varanda, braços cruzados, aquele meio sorriso no rosto que sempre parecia saber mais do que dizia.O olhar dele estava em mim. Sempre em mim.Por um segundo, tudo parou.O barulho da rua, a chuva leve no chão, o som das xícaras sendo lavadas dentro do café. Só havia aquele instante entre nós dois.Ele riu. Um riso baixo, familiar.Aquele tipo de riso que sempre me fazia lembrar que eu ainda era eu, mesmo depois de tudo.Senti meu coração se aquecer.Ele abriu os braços e fui até ele, sem pensar. O mundo podia estar desabando, mas ali, naquele abraço, tudo parecia suportável.Encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos, sentindo a batida do coração dele —
Laura Stevens –O céu estava cinza, pesado. Uma névoa fina cobria o cemitério como se até a natureza se curvasse ao luto. Eu permaneci imóvel, os olhos fixos no sepulcro recém-fechado.Não havia muito o que dizer. Nem lágrimas sobraram — talvez por já terem caído todas, talvez por ele, de alguma forma, ter me deixado em paz.Eu estava de pé, sozinha por um instante, quando vi uma figura se aproximar.Linda.Seus passos eram lentos, mas firmes. O vestido preto simples, o cabelo preso com cuidado.Na mão, ela carregava uma rosa vermelha.Ela parou diante da lápide, se ajoelhou, e por um momento, apenas fechou os olhos.Um gesto silencioso, mas carregado de tudo o que nunca foi dito.Depois disso, ela se levantou e veio até mim, mas dessa vez sua feição não carregava o caos e sim serenidade.— Podemos conversar? — sua voz saiu baixa, quase hesitante.Olhei para Christian, que segurava Nathan no colo. Ele me lançou um olhar calmo e terno, assentindo com a cabeça. Deu um beijo leve na minh
Laura Stevens –Já era noite quando comecei a despertar.A escuridão suave do quarto me envolvia como um cobertor morno e o único som era o das respirações calmas — a minha, a dele, e… a de outra pessoa. Soltei um riso ao ouvir uma vozinha sussurrada, doce, que parecia estar em conversa com o silêncio.Abri os olhos devagar, ainda meio entre o sonho e a realidade, e vi Nathan. Sentadinho ao meu lado, com seu ursinho favorito nas mãos, ele olhava fixamente para a minha barriga, como se esperasse que ela respondesse de volta.— Quando você sair, vou te mostrar os meus brinquedos — ele dizia baixinho, com aquela voz pura, cheia de carinho. — A mamãe sempre fala que os pequenos não pode levar coisa na boca, senão engole… então, eu te trouxe esse ursinho. Ele é fofinho e você não vai conseguir colocar na sua boca.Meu coração se encheu de um calor estranho e bom.Um nó se formou na garganta, e eu me vi sorrindo sem nem perceber. Levei a mão até os cabelos dele e acariciei com ternura, aqu
Christian Müller – (+18)Ela sorriu para mim com aquele olhar que misturava desafio e rendição. E bastou isso.Um sorriso. Um segundo. Um olhar.Meu corpo respondeu como se ela fosse um ímã e eu, puro metal quente pronto prestes a derreter.— Vem... — Laura sussurrou e foi o suficiente.Me lancei sobre ela como um homem faminto, como alguém que ficou tempo demais longe da própria essência.Minhas mãos encontraram seu corpo como um vício antigo que voltou com mais força. A pele dela queimava sob meus dedos, e eu queria incendiar tudo — cada pedaço, cada suspiro, cada curva.Nossos lábios se chocaram com força, sem cerimônia.Era um beijo com sede, com raiva de quem passou tempo demais longe, com paixão que transbordava e explodia no peito. Ela gemeu contra minha boca e o som me deixou insano. Rasguei a blusa dela sem paciência, jogando o tecido em algum canto qualquer.Não importava mais nada. Só ela. Só nós dois.Ela se encaixou em mim com as pernas, puxando meu quadril com urgência
Laura Stevens –O fim de tarde trazia aquela brisa mansa que balança as folhas e acalma a alma. Eu estava sentada no gramado com Nathan, vendo-o brincar com as pedrinhas e falando comigo sobre o desenho que tinha assistido de manhã. Meu coração andava apertado demais, então esses momentos de calmaria com ele eram meu refúgio.Mas então eu vi.O portão se abriu e, no mesmo instante, ele apareceu. Christian. Vinha andando com dificuldade, o corpo levemente curvado, uma das mãos apoiando as costas, como se carregasse o mundo — ou as dores dele.Meu coração disparou.— Christian?! — me levantei de imediato, com a voz entre aflita e alerta.Nathan, sem perceber nada, deu um pulo animado ao ver o pai.— Papai! - O pequeno gritou e correu até ele, abraçando suas pernas.Christian tentou se abaixar, ainda curvado, com um sorriso cansado no rosto, mas era visível. Tinha algo errado.Caminhei até ele rapidamente, ignorando qualquer tentativa dele de parecer bem. Levantei a barra da camisa e ali
Christian Müller –O céu estava nublado quando descemos do carro. A fachada cinzenta da prisão parecia refletir o peso que eu carregava no peito.Ao meu lado, Mark mantinha a postura firme, atento. Três advogados nos acompanhavam, cada um segurando pastas recheadas de verdades que estavam a muito tempo escondidas.Hoje não era sobre revanche. Era sobre justiça. E acertos finais.Entramos sem cerimônia. O recepcionista arregalou os olhos ao me ver — sabia quem eu era. Todos sabiam. Não importava.Me aproximei do balcão.— Quero falar com Arthur Müller — anunciei com a voz baixa, mas cortante. — E quero uma sala privada. Com ele. Com o advogado dele. E com os meus.O policial hesitou por um segundo, trocou olhares com o delegado, mas logo concordou.Ninguém queria bater de frente comigo. Não agora. Não mais.Fomos conduzidos por corredores gelados até a sala de reuniões.A tensão era quase palpável. Cada passo ecoava como um prenúncio. Eu sentia o coração bater lento e pesado, como um t
Christian Müller –Henri estava amarrado à cadeira de ferro, o capuz já removido, e seus olhos vermelhos cravados em mim como um animal selvagem. Mas não era medo o que habitava naquele olhar. Era loucura. Ódio. Uma obsessão doentia que só crescia com o tempo.— Incrível como nossos caminhos estão sempre se cruzando, não é, Müller? — ele disse, com a voz arrastada, o sorriso distorcido de quem perdeu tudo e não tinha mais nada a perder. — Tudo por causa daquela vadiazinha da Ivy. Ela acabou com a minha carreira... destruiu tudo.Meu maxilar travou, e eu dei um passo à frente, pegando a barra de ferro da prateleira. O som dela arrastando no chão ecoou como um trovão no galpão escuro e úmido. Henri observava cada movimento meu com olhos arregalados, a tensão subindo como uma maré prestes a explodir.— Você deveria estar preso desde o dia em que tocou nela pela primeira vez — murmurei, a voz baixa, perigosa.Henri soltou uma risada insana, cuspindo no chão ao lado.— E você... você só en