Quando teremos paz?
Acompanhei Linda saindo do café respirando fundo, como se estivesse tentando absorver o ar de um novo começo. Quando passou pela porta, vi algo mudar em seu rosto — um susto contido, um breve espanto que se dissolveu num sorriso. Virei o rosto e entendi o motivo.

Christian estava ali.

Encostado em um dos pilares de madeira da varanda, braços cruzados, aquele meio sorriso no rosto que sempre parecia saber mais do que dizia.

O olhar dele estava em mim. Sempre em mim.

Por um segundo, tudo parou.

O barulho da rua, a chuva leve no chão, o som das xícaras sendo lavadas dentro do café. Só havia aquele instante entre nós dois.

Ele riu. Um riso baixo, familiar.

Aquele tipo de riso que sempre me fazia lembrar que eu ainda era eu, mesmo depois de tudo.

Senti meu coração se aquecer.

Ele abriu os braços e fui até ele, sem pensar. O mundo podia estar desabando, mas ali, naquele abraço, tudo parecia suportável.

Encostei minha cabeça em seu peito e fechei os olhos, sentindo a batida do coração dele —
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