Nas profundezas da floresta proibida, um segredo há muito enterrado desperta. A jovem de cabelos brancos e capa vermelha sempre soube que sua existência era um erro, um mistério guardado pela avó e protegido pelo Caçador. Mas quando o sangue da lua derrama sua luz sobre a terra, ela descobre que seu destino já foi traçado. Uma antiga profecia a condena: "Se não caçar o lobo, será caçada por ele." Os lobos a sentem. Seu cheiro deveria estar oculto, mas a névoa sussurra seu nome. O Alfa Supremo, uma fera de olhos dourados e presas marcadas pelo tempo, a persegue com um propósito claro. Ela é sua noiva. Sua ruína. Sua salvação. Forjada pelo Caçador para ser uma assassina e prometida ao Alfa para ser sua rainha, ela é a peça final de um jogo mortal. O véu vermelho que a cobre não pode protegê-la para sempre. Ela deve lutar. Correr. Escolher. Mas o que acontece quando a caça deseja o caçador tanto quanto ele a deseja? Quando o desejo e a fúria se entrelaçam, não há saída, apenas a queda. Um deles deve sucumbir. Mas quem será a presa no fim?
Ler maisAlthea permanecia acordada, sentada na beira da janela de seu novo aposento, observando a lua. Seus dedos traçavam distraidamente a marca da profecia em seu pulso, uma cicatriz que parecia pulsar com vida própria sob o toque suave da luz lunar.— Não consegue dormir? — A voz grave de Rhaeven preencheu o espaço.Althea balançou a cabeça, voltando seu olhar para a janela.— Como poderia? Sou uma humana em um ninho de lobos que sonham com minha morte.Rhaeven aproximou-se, mantendo uma distância respeitosa, mas próximo o suficiente para que seu calor a alcançasse.— Nem todos sonham com sua morte. — Seu olhar seguindo o dela para a lua. — Alguns sonham com possibilidades.Um sorriso
Kaira se aproximou novamente, seu cajado de madeira antiga batendo ritmicamente contra o chão de pedra.— A criança das visões... — Ela murmurou, mais para si mesma do que para os outros. — Uma ponte entre dois mundos.Bran folheou rapidamente um livro antigo que trazia consigo, seus dedos enrugados traçando linhas de texto amarelado.— Há uma parte da profecia que raramente mencionamos. — Ele disse, sua voz grave ecoando no salão silencioso. — 'Da união do impossível nascerá aquele que unirá os reinos divididos. Da destruição virá a criação'.Elara ofegou, sua mão apertando a marca em seu rosto. Murmúrios de ultraje percorreram a multidão, mas foram novamente silenciados pelo olhar severo de Rhaeven.— Continue. — Ele ordenou, sua voz mais suave do que pretendia.— Mas agora... — Althea hesitou, algo vulnerável passando por seus olhos. — Agora não tenho mais certeza. As visões que compartilhei com Rhaeven... elas sugerem um destino diferente.Foi a vez de Elara se manifestar, aproximando-se com a graça fluida que caracterizava a vidente.— Que visões são essas? — Ela perguntou, sua curiosidade claramente despertada.Rhaeven sentiu-se tenso. Estava prestes a interromper, a proteger aquele segredo íntimo que haviam Capítulo 12 - O Desejo de Vingança
Rhaeven observava a alcateia se reunir no Grande Salão, seu rosto uma máscara impassível que ocultava a tempestade interior. Sentado em seu trono de madeira antiga entalhada com símbolos lobos, ele parecia a própria imagem da autoridade.Mas por dentro, estava despedaçado.A noite com Althea havia mudado algo fundamental nele. Não era apenas desejo — embora isso estivesse presente, ardendo sob sua pele como uma febre — mas algo mais profundo, mais perturbador. Uma conexão que desafiava tudo que ele acreditava sobre seu destino como Alfa, sobre a profecia, sobre a mulher de cabelos brancos que deveria trazer destruição.— Os Anciãos estão prontos, meu senhor. — A voz de Thorn, seu Beta e conselheiro mais pr&oac
Os primeiros raios de sol infiltravam-se pelas frestas das cortinas pesadas quando Althea despertou. Por um momento, permaneceu imóvel, tentando discernir se a noite anterior havia sido apenas mais um sonho profético ou realidade. O calor que ainda sentia na pele e o aroma de pinho e terra que impregnava os lençóis responderam sua pergunta silenciosa.Virando-se lentamente, encontrou o lado da cama vazio. Rhaeven havia partido, mas sua presença persistia no quarto como uma sombra palpável. Althea tocou seus próprios lábios, ainda sensíveis dos beijos trocados, e um arrepio percorreu seu corpo ao recordar a intensidade do encontro."O que eu fiz?" murmurou para si mesma, sentando-se na cama e abraçando os joelhos contra o peito.Havia se entregado
O conforto de sua presença era inegável. O ritmo constante de sua respiração, o calor de seu corpo, a segurança paradoxal que ele proporcionava... tudo conspirava para derrubar suas defesas.— Por que? — Ela perguntou finalmente, sua voz quase sumindo na escuridão. — Por que você se importa com o que eu vi?Rhaeven ficou em silêncio por tanto tempo que ela pensou que ele não responderia. Quando finalmente falou, sua voz estava carregada de uma emoção que ela não conseguia nomear.— Porque também a vi. A criança. Não apenas na visão que compartilhamos, mas em meus próprios sonhos. — Ele hesitou, como se as próximas palavras fossem difíceis de pronunciar. — E ele me chamava de pai.Althea sentiu seu coração falhar uma batida.—
"Mamãe!" gritava o pequeno, enquanto as sombras se fechavam ao seu redor. "Mamãe, onde você está?"Althea tentava alcançá-lo. Seus braços se estendiam, seus pés corriam, mas a distância apenas aumentava. Quanto mais se esforçava, mais longe a criança parecia.E então, surgiu a figura.Um homem enorme, de ombros largos e cabelos negros como a noite sem estrelas. Suas mãos fortes ergueram o menino do chão, salvando-o das sombras que quase a devoravam.Rhaeven.Qu
Althea encarava os olhos dourados que a mantinham prisioneira não apenas fisicamente, mas de uma forma que não conseguia explicar. Algo primitivo e antigo pulsava entre eles, uma conexão que desafiava a lógica e o ódio que deveriam sentir.— Prefiro morrer do que pertencer a você — ela repetiu, sua voz carregada de determinação.Rhaeven se afastou. Ele circulou a cama como um predador avaliando sua presa, seus olhos nunca abandonando os dela.— A morte seria um fim muito simples para a mulher que trouxe a ruína para mim.Althea se sentou na cama, ajeitando suas vestes rasgadas pela batalha e observando cada passo dele. Ela sentiu a ausência do bracelete em seu pulso como um membro fantasma. Sem sua proteção, estava verdadeiramente vulnerável.— Eu não te obriguei a matar sua própria loba — ela retrucou. — Você fez sua escolha.O rosto de Rhaeven endureceu, músculos se contraindo sob sua pele bronzeada. A menção de Nia abriu uma ferida crua demais.— Não ouse falar dela! — Sua voz trov
O impacto foi brutal, como um trovão quebrando o silêncio de uma noite de tempestade.O corpo de Althea afundou no colchão macio quando Rhaeven a lançou sobre a imensa cama de peles no centro de seus aposentos.O quarto do Alfa era espaçoso e imponente, com paredes de pedra escura adornadas por armas ancestrais e tapeçarias que contavam histórias de conquistas sangrentas. Tochas presas em suportes de ferro fundido lançavam sombras dançantes pelos cantos.Seu coração batia selvagem como um pássaro aprisionado contra as grades de sua caixa torácica, cada fibra de seu ser pulsando com o instinto primordial de lutar, de resistir.Antes que pudesse se mover, o Alfa estava sob