Exilada após não aceitar um casamento arranjado, Rosely se vê obrigada a morar no interior da Irlanda, cuidando da fazenda do irmão falecido. Nesse cenário, ela nunca teria imaginado que iria se apaixonar, ainda mais por alguém que, inicialmente, detestava: um alfa solitário envolto em mistérios, mas que sempre aparece para ajudá-la com os ataques de criaturas sobrenaturais que a rodeiam.
Ler maisE novamente, estavam a bordo de um barco, navegando rumo a terras que Rosely desconhecia. Quando ancoraram, foi impactada pelo pensamento de que aquele era o lugar mais estranho em que já haviam estado. A vegetação era diferente de tudo o que já haviam visto, o clima era quente e mesmo estando no litoral podiam sentir a secura do deserto próximo.Não havia cais, mostrando que o contato com o resto do mundo era um tanto escasso, e assim, um bote foi lançado à água. Dali, estariam à própria sorte.– Estaremos de volta em dois dias, por volta das 5h00, não se atrasem. – disse o capitão em seu tom rude. Em seguida, voltou seus olhos à Rosely. – Não se envolvam em problemas.Ela o encar
Depois de vasculhar todo o templo, resolveram retornar para o bangalô. Enquanto caminhavam pela estrada de terra, sob uma leve chuva, Rosely quase podia ouvir as engrenagens do cérebro do caçador funcionando freneticamente.– Sei que tem algo em mente, então desembucha – disse, quebrando o silêncio.– Desembucha? – ele repetiu, com humor.– Culpa sua, contaminou meu vocabulário – ela respondeu num resmungo, e continuou olhando-o séria. – Afinal, o que aconteceu com a estátua?O rosto dele ficou sombrio.– Existem tipos diferentes de possessão maligna – começou a explicar, sentando-se ao lado dela. &n
Depois de vasculhar todo o templo, resolveram retornar para o bangalô. Enquanto caminhavam pela estrada de terra, sob uma leve chuva, Rosely quase podia ouvir as engrenagens do cérebro do caçador funcionando freneticamente.– Sei que tem algo em mente, então desembucha – disse, quebrando o silêncio.– Desembucha? – ele repetiu, com humor.– Culpa sua, contaminou meu vocabulário – ela respondeu num resmungo, e continuou olhando-o séria. – Afinal, o que aconteceu com a estátua?O rosto dele ficou sombrio.– Existem tipos diferentes de possessão maligna – começou a explicar, sentando-se ao lado dela. – Pode ser um espírito que se agarra a uma pessoa ou objeto por não poder seguir em frente, ou um espírito de vingança, feito por bruxaria.Rosely sentiu seus pelos se arrepiando, já podendo imaginar o rumo daquela conversa.– Imagino que seja o segundo caso, então o que devemos fazer? – indagou.– Ah, essa é a parte chata – resmungou o caçador. – Descobrir quem fez o feitiço, procurar por m
Ela não queria pensar na cena de Eslen tirando as presas da criatura, seu estômago se revirava somente em imaginar. Contudo, para a sua sorte, nem teve muito tempo para pensar nisso pois ainda tinham dias de viagem pela frente, rumo ao novo destino. Ao chegar àquelas terras novas, se esqueceu completamente de seus pensamentos. Tudo era completamente diferente do que estava acostumada. Pessoas vendiam suas comidas nas ruas, coloridas e com cheiros picantes, crianças dançavam ao som de tambores em frente às suas casas, e chuvas em monções deixavam o clima num misto de umidade e calor. De repente, em meio à caminhada, foram interceptados por um garoto que não devia ter mais de doze anos, mas que possuía um olhar surpreendentemente seguro. – São ingleses? – ele perguntou, se aproximando. – Sou guia e posso mostrar os pontos turísticos.Ambos encararam-se, confusos. Se perguntavam como aquele garoto de grandes olhos negros amendoados não só falava sua língua, como havia reconhecido suas
Rosely, a cada dia, sentia-se mais consumida pela curiosidade, mas o caçador insistia em se manter misterioso. Então, acabou deixando as coisas como estavam. E no fim, foram juntos para o norte, sendo assolados pelo vento gélido assim que trocaram do trem para uma charrete que os levaria para a pequena vila indicada por Carolle. – Nossa! Estamos em pleno inverno? – Rosely indagou, abraçando o próprio corpo, quase batendo o queixo.– Não foi falta de aviso – Eslen resmungou, satisfeito em estar certo.Ela ouviu isso, mas estava muito mais interessada nos olhares que recebiam das pessoas que os rodeavam à distância, cochichando. Era óbvio que não estavam gostando da chegada de forasteiros.– Mais pessoas que não gostam de forasteiros? – Rosely perguntou num sussurro, olhando ao redor. – Ou será que algo está acontecendo?– Algo sempre está acontecendo – resmungou o caçador, acendendo um cigarro.Ela o encarou por alguns segundos, mas foi obrigada a concordar, afinal, não havia vida mai
Mesmo dentro das paredes do castelo, era possível ouvir a música e os festejos que se agitavam do lado de fora. Rosely sentiu seu corpo sendo puxado em direção à enorme varanda, fitou o príncipe de soslaio, xingando-o mentalmente, mesmo que por fora fingisse um sorriso, e viu a multidão que os encarava.– Querido povo – anunciou Elandis, segurando os ombros dela, como se quisesse mantê-la perto de si. – Esta é a salvadora da sua princesa, e será minha futura esposa.E seguido de suas palavras soou uma grande salva de palmas, o povo feliz com aquela união absurda, o que fez a inglesa chegar à conclusão de que estava em terras de loucos. Ainda assim, forçou um sorriso e fez questão de pisar no pé do príncipe antes de retornar ao salão, onde os nobres do reino os aguardavam.Imediatamente foi bombardeada pelos ol
Rosely piscou algumas vezes, encarando os vastos jardins que se estendiam à sua frente, nem conseguia acreditar em como havia simplesmente ido parar no castelo. Ouviu uma voz ao seu lado, e depois de alguns segundos, virou-se, notando que era o príncipe. – Vejo que está encantada com o jardim – ele disse com um grande sorriso, seus olhos percorrendo o corpo dela. – Fico feliz que tenha gostado.– Bem… é lindo, de fato – ela murmurou, um tanto lentamente.Enquanto caminhavam juntos, tentou retribuir o sorriso dele, mas só conseguia pensar em ser resgatada dali o mais rápido possível. Nem sequer estava prestando atenção direito ao que ele dizia, sobre seus antepassados, que haviam construído aquele palácio. Mas, ficou totalmente alerta quando ele quase a prensou contra o m
Depois de uma curta viagem de barco desembarcaram no porto, onde receberam as cartas vindas da fazenda. Eram notícias comuns, como a contabilidade e coisas desse tipo, porém, o que realmente chamou sua atenção, foi uma carta enviada por sua mãe. A abriu, prendendo a respiração e leu sobre seu descontentamento por preferir o castigo ao invés do casamento, mas o que fez seu estômago embrulhar, na verdade, foi saber que aquele homem queria vê-la.“Isso jamais irá acontecer”, ela pensou consigo mesma, amassando a carta.– O que está fazendo aí, resmungando sozinha? – Eslen perguntou, surgindo de repente por suas costas, assustando-a.– N-nada! – ela gaguejou num murmúrio, tentando esc
Foram dois dias de festejo e toda a vila se juntou para ajudar, ovinos inteiros eram assados em fogueiras na praça e comidas deliciosas eram compartilhadas entre os moradores. Comeram, beberam e se divertiram em meio à música e danças ao som de tambores.Na manhã seguinte, abastecidos, retornaram para a loja de especiarias onde o homem parecia particularmente satisfeito em vê-los – a verdade era que aquela era sua vila natal –, e no fim, perceberam que não era tão ganancioso quanto havia deixado transparecer no primeiro encontro.– Então, para onde vamos agora? – Rosely indagou fitando a pequena recompensa.– Ainda faltam quatro ingredientes – Eslen explicou, olhando ao redor.