Meu Destino é um Alfa
Meu Destino é um Alfa
Por: Srta. Arthemis
1 Confiança quebrada

As primeiras estrelas começavam a surgir no céu quando ele lhe estendeu o buquê de belas rosas brancas. 

– Oh, são lindas, Isaiah – Rosely disse com um sorriso enquanto as cheirava.

– Não tanto quanto você – respondeu o homem parecendo satisfeito.

Rosely viu o braço erguido em sua direção e o segurou, recostando o rosto em seu ombro enquanto a carruagem deslizava pela estrada de pedras, úmidas pelos costumeiros chuviscos de fim de tarde londrinos. Estavam noivos mesmo antes de conseguirem falar, e agora que o casamento se aproximava, haviam recebido permissão das famílias para se conhecer melhor.

Foi tirada de seus devaneios quando notou que estavam seguindo um caminho diferente do que conhecia, ergueu os olhos para questionar o noivo e recebeu um sorriso de canto.

– Desculpe-me, não fiz o convite devidamente – ele explicou, beijando a mão dela. – Trouxe um chefe parisiense que irá cozinhar especialmente para você esta noite.

Rosely piscou algumas vezes ao ouvir isso, sentindo um repentino incômodo, como um mau pressentimento, mas a essa altura, o mordomo já havia aberto os portões e acabou entrando na mansão, sem conseguir recusar-se.

Enquanto lavava as mãos no toalete, aquele pensamento não saia de sua cabeça, e ficou ainda mais desconfortável quando percebeu que estavam sozinhos.

– Pensei que seus pais jantariam conosco – ela murmurou, tentando não demonstrar seu nervosismo enquanto o observava por trás da luz de velas.

– Decidiram tomar um tempo para si mesmos – Isaiah respondeu calmamente. Voltou seus olhos ao mordomo que lhe servia vinho e acenou para que ele servisse também para a noiva.

“Não bebo vinho”, ela pensou em dizer, mas resolveu apenas fingir que tomaria para não aborrecê-lo, afinal, ele estava sendo deveras romântico naquela noite.

– E então, o faisão está do seu agrado? – Isaiah perguntou depois de algum tempo em silêncio.

– Sim – ela respondeu, tentando esboçar um sorriso.

Os talheres foram deixados ao lado dos pratos e o silêncio recaiu sobre eles novamente, sendo quebrado somente quando Isaiah ergueu-se e estendeu uma das mãos para que ela o seguisse, a outra ocupada com as taças de vinho. A guiou em direção à varanda, onde costumavam aproveitar o vento fresco das tardes de verão e passaram a fitar as estrelas.

– Você nem tocou no vinho – ele enfim, quebrou o silêncio enquanto lhe entregava a taça.

Rosely pensou por um tempo, fitando o vinho, respirou fundo e então, decidiu acabar com aquela situação incômoda. Deixou a taça de lado, e voltou seus olhos ao noivo. 

– Devo ir – murmurou apressada.

– Mas, já? – Isaiah empertigou-se e a segurou pelo braço. – Porque não passa a noite aqui?

– O que? – ela exclamou a pergunta, surpresa. – De modo algum!

Sacudiu o braço, tentando se afastar, mas o aperto somente piorou. Olhou ao redor, pedindo ajuda ao mordomo silenciosamente e uma lágrima escorreu por seu rosto quando ele apenas lhe deu as costas, fingindo que nada havia visto.

– Por que tudo isso? – Isaiah retrucou demonstrando, enfim, quem realmente era. – Em breve serei seu marido, ora.

– Quando o for! – Rosely respondeu, elevando a voz também.

Quase não acreditou quando abruptamente ele a esbofeteou, fazendo-a desequilibrar e cair no chão. Ergueu a cabeça, a surpresa misturada ao medo em seus olhos enquanto tocava o lugar dolorido.

– Rosely, minha querida – ele disse, agachando-se para ficar perto dela. Acariciou seu rosto e esboçou um sorriso satisfeito ao vê-la tão quieta. – Boa garota.

E como ela permanecia em silêncio, ele continuou:

– Agora – disse, pegando-a nos braços. – Por que não tomamos um tempo para nós?

Ela não conseguiu dizer nada, estava entorpecida demais. Nem mesmo quando ele a levou para o primeiro andar e a deitou sobre a cama. Foi somente quando ele começou a abrir seu vestido que, enfim, conseguiu ter alguma reação, tentando se proteger.

– Pare com isso, Isaiah – pediu num tom choroso. – Por favor.

– Quietinha – foi a resposta dele, inclinando-se para beijá-la.

Lágrimas escorreram pelo rosto de Rosely ao sentir-se como um objeto nas mãos daquele homem, tristeza que logo deu lugar à raiva. Mordeu o lábio dele com força, quase arrancando um pedaço e assim que teve a chance, o empurrou para o lado, pronta para fugir.

Contudo, quando estava prestes a abrir a porta, sentiu seus cabelos sendo agarrados e seu corpo jogado na parede, bem em cima de uma escultura de vidro, que se estilhaçou com o impacto.

Um gosto amargo inundou sua boca e tossiu uma grande quantidade de sangue que molhou seus longos fios castanhos, agora desarrumados. Tocou um ferimento na barriga e notou o grande pedaço de vidro perfurando tecido, sujando-o de sangu*, seu sangu*.

E então, todo seu corpo estremeceu ao escutar a voz dele.

– Olha o que me fez fazer, porr*! – Isaiah a xingou.

Vendo que ele parecia prestes a avançar sobre si novamente, e com a adrenalina correndo por suas veias, utilizou uma cadeira como auxílio para se erguer, apanhou um caco de vidro do chão e apontou em sua direção.

– Fique longe de mim – gritou, encarando-o com seus olhos injetados de sangue. – Ou juro por Deus, eu te mato!

Como já esperava, Isaiah apenas riu, ignorando as palavras da noiva e logo estava avançando sobre ela, agarrando seus cabelos, porém, urrou de dor quando sentiu seu corpo sendo atingido pelo objeto afiado. Afastou-se, encarando a grande mancha de sangu* que se espalhava por sua camisa e se distraiu por um tempo enquanto tentava estancar o sangrament*.

– Eu vou te matar, sua vagabund* ! – exclamou furioso, ao voltar-se à noiva.

Contudo, para a sua surpresa, não conseguiu encontrá-la em lugar nenhum. A essa altura, Rosely já estava retornando ao térreo, deixando um rastro de sangue por onde passava, arrepiando-se toda vez que ouvia a voz dele xingando-a, mas não parou, continuou firme até deixar a casa de campo.

Cortou caminho pela mata, galhos rasgando suas roupas enquanto seus pés eram esfolados pela areia áspera e lágrimas de alívio vieram aos seus olhos quando conseguiu ver os trilhos de trem. Ouviu passos às suas costas, olhou para trás, e viu um vulto que a fez estremecer.

Estava prestes a  correr quando suas pernas perderam as forças, e teria caído no chão se não tivesse sido segurada pelo homem que, à meia luz das lamparinas, conseguiu perceber que não era o noivo.  

Era alto, corpo e rosto másculos. Mas o que realmente chamou sua atenção, foram os olhos heterocromáticos, recobertos por espessos cílios escuros, da mesma cor de seus cabelos rebeldes. Ambos ali, naquela posição, a fez lembrar das cenas dos livros românticos onde o heroi salva a mocinha. 

Sensação que logo foi quebrada pela rispidez dele.

– Porr*, não tenho tempo para isso – resmungou, sua voz grossa, do tipo que causa arrepios.

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