No coração de uma das maiores corporações da cidade, onde ambição e traição caminham lado a lado, Ester vê sua vida mudar drasticamente ao receber uma promoção inesperada. O convite vem de Laura, a nova e enigmática gerente do setor de qualidade, cuja presença magnética esconde intenções que vão além do profissional. Mas aceitar essa oferta significa entrar num jogo de manipulações onde cada escolha pode ter consequências irreversíveis. Bruno, carismático e sedutor, não pretende perder espaço. Acostumado a sempre conseguir o que quer, ele percebe que sua influência sobre Ester está ameaçada e começa a revelar um lado mais sombrio. Enquanto isso, Julia, sempre atenta aos bastidores da empresa, percebe que há algo muito mais profundo acontecendo entre os três e que Ester está se tornando o centro de uma disputa perigosa. Mas ninguém dentro daquela empresa conhece melhor as verdadeiras regras do jogo do que Letícia, do RH. Por trás de sua postura neutra, ela sabe de segredos que poderiam destruir carreiras e já viu muitas pessoas serem engolidas por esse ambiente. E agora, ao revelar para Ester verdades ocultas sobre Laura e Bruno, ela à coloca diante da decisão mais difícil de sua vida: quem realmente merece sua confiança? Para piorar, a chegada de Ricardo, um recém-transferido com um passado ligado a Laura, ameaça desequilibrar ainda mais o tabuleiro. Entre alianças instáveis, traições e um desejo impossível de ignorar, Ester percebe que não há inocentes dentro daquela empres, apenas jogadores. Quando paixão e ambição se misturam, quem realmente sai vencedor? Um romance repleto de intrigas, manipulações e um triângulo amoroso intenso. Em um jogo onde ninguém diz toda a verdade, até onde Ester está disposta a ir para vencer?
Ler maisO pequeno estabelecimento no primeiro andar da empresa era um refúgio discreto para quem queria um café descente sem precisar sair do prédio.E foi ali que Ester e Bruno estavam sentados, cada um com uma xícara à sua frente, envoltos no leve murmúrio das poucas pessoas ao redor.Bruno olhou para ela com um sorriso de canto.- Sabe, de todas as pessoas daqui, você é a que menos parece precisar de um café para se manter acordada.Ester soltou uma risada fraca, sem muito humor.- E de todas as pessoas daqui, você é o último de quem eu esperaria um elogio sincero.Bruno ergueu as mãos em rendição.- Olha, eu sei que tem dificuldade em confiar em mim, mas… não sou tão mau assim.Ester girou a xícara entre os dedos, desviando o olhar.- O problema é que até mesmo nas coisas pequenas fica difícil confiar em você.Bruno arqueou uma sobrancelha, interessado.- E isso significa que confia em alguém mais do que em mim?Ester bufou, soltando um riso sem humor.- Pelo jeito, nem mesmo eu sei em qu
Novamente Julia estava no setor de RH com a mesma confiança de sempre, jogando os cabelos para o lado e deslizando os dedos sobre a mesa do gerente como se aquele lugar lhe pertencesse.- Espero que não esteja muito ocupado, amor.O gerente do RH, Francisco, ergueu os olhos da tela do computador, mas não sorriu, não pareceu minimamente interessado.Na verdade, ele parecia cauteloso.- O que te traz aqui, Júlia?Ela fingiu surpresa.- Preciso mesmo de um motivo para vir te ver?Rafael cruzou os braços e se recostou na cadeira.- Depende. Mas considerando que o RH está um caos desde ontem, acho difícil acreditar que só veio dar um "oi".Júlia continuou sorrindo, mas sentiu um pequeno incômodo crescer em sua nuca.Ele nunca havia sido tão direto com ela antes.- Sim, ouvi falar da confusão. Parece que tem muito trabalho pela frente.- Bastante. - Ele assentiu lentamente. - O que é estranho, porque muitas das mudanças no sistema não foram aprovadas por mim.Júlia manteve a expressão leve,
Ester entrou para a empresa com passos firmes, sentindo-se revigorada depois de seu dia de folga.A pausa havia sido necessária.Depois de tudo que acontecera, o jantar, a noite intensa com Laura, ela precisava de um momento para processar as coisas.Mas agora, de volta à rotina, estava pronta para lidar com Laura novamente.Ou pelo menos, achava que estava.Seguiu direto para sua mesa e começou a organizar seu dia, tudo parecendo normal.Até que ao ligar o computador viu a mensagem de Laura."Preciso que foquemos apenas no trabalho. Acho melhor mantermos as coisas profissionais a partir de agora."Ester franziu a testa ao reler as palavras, uma irritação crescente tomando conta dela.Aquilo não fazia sentido.Depois da forma como Laura a olhou, a tocou, a puxou para mais perto... simplesmente cortar tudo assim?Não.Isso não combinava com Laura.Algo estava errado.Decidida, levantou-se e foi até a sala da gerente.Parou em frente à porta por um instante antes de bater duas vezes.A
Bruno saiu do setor de qualidade com um meio sorriso no rosto.Laura poderia tentar manter a pose de sempre, mas ele tinha visto a fissura em sua máscara no momento em que mencionou Camila.Ele sabia que, naquele instante, tinha ganhado vantagem.E, se conhecia Laura, ela tomaria a decisão mais lógica.Se afastaria de Ester.Agora, ele só precisava garantir que outras peças do tabuleiro estivessem no lugar certo antes da inspeção.Caminhou pelo corredor até o setor de marketing, sentindo a leve tensão no ar. Todos sabiam que a visita do supervisor estava se aproximando, e os funcionários pareciam mais atentos do que o normal.Mas uma pessoa, como sempre, parecia não se importar com nada disso.Júlia estava sentada em sua mesa, mexendo no telefone com um tédio visível.Bruno não perdeu tempo.- Sala de reunião. Agora.Júlia ergueu os olhos, franzindo a testa.- Mal chegou e já quer mandar?Bruno nem respondeu. Apenas virou-se e seguiu em direção à sala de reuniões, certo de que ela o s
Laura já sabia que Bruno voltaria.Ele não era do tipo que deixava as coisas passarem facilmente.Então, quando o viu se aproximando com aquele andar confiante demais e um sorriso contido, não se surpreendeu.Bruno parou em frente à sua mesa, apoiando uma das mãos no tampo de madeira, como se tivesse todo o tempo do mundo.- Precisamos conversar.Laura ergueu os olhos lentamente, sem pressa alguma.- Isso parece sério.- É.Ela cruzou os braços, avaliando-o.- Se veio tentar me distrair antes da inspeção, vai ter que se esforçar mais.Bruno riu baixo, balançando a cabeça.- Isso não tem nada a ver com a inspeção.Laura manteve o olhar firme.- Então?Ele respirou fundo antes de falar, o tom mais sério do que o habitual.- Você vai se afastar da Ester.O silêncio que se seguiu foi denso.Laura piscou lentamente, processando as palavras dele.Então, sem mudar a expressão, inclinou-se levemente para frente, apoiando os cotovelos sobre a mesa.- Perdão?Bruno sustentou o olhar dela.- Eu
Laura chegou à empresa como sempre: impecável, no controle, e sem dar espaço para que qualquer um ao redor imaginasse que a noite anterior havia sido diferente de todas as outras.Mesmo que seu corpo estivesse relaxado depois de ontem.Nenhuma pausa. Nenhuma distração.Mas quando passou pelo setor de marketing e encontrou Bruno encostado casualmente contra a mesa, um sorriso insolente nos lábios, soube que aquele dia seria mais interessante do que imaginava.Ele ergueu os olhos para ela, analisando-a por um segundo antes de falar.- Sempre chegando cedo. Energia renovada?Laura sorriu de canto, cruzando os braços.- Sempre.Bruno inclinou a cabeça ligeiramente, os olhos afiados, como se enxergasse algo além do que ela queria mostrar.- Que bom. Porque vai precisar dessa energia.Laura manteve a expressão impassível.- Você acha?- Tenho certeza.Ela deu um passo mais perto, sustentando o olhar dele sem piscar.- Sabe, Bruno, achei que estaria mais… frustrado hoje.Ele soltou um riso c
O ar fresco da noite deveria ter ajudado Ester a clarear a mente.Mas não ajudou.O vinho ainda corria quente por suas veias, e Laura ainda estava perto demais.Elas caminhavam lado a lado, sem pressa, sem necessidade de palavras. Mas a cada passo, Ester sentia a tensão entre elas crescer, se expandir, se tornar algo quase tangível.E então, sem aviso, parou.Laura notou o movimento e virou-se para encará-la, os olhos carregados de expectativa silenciosa.Ester sentiu o coração bater forte.Poderia simplesmente seguir em frente. Poderia ignorar tudo o que acontecera naquela noite, fingir que aquele jantar não foi nada além de um jantar.Mas estaria mentindo.Ela não queria ir embora.Não queria mais fugir.Antes que pudesse se convencer do contrário, deu um passo à frente, quebrando a distância entre elas.Laura nem se moveu. Apenas observou, permitindo que Ester se aproximasse, testando o limite que finalmente estava prestes a ser cruzado.Ester parou perto o suficiente para sentir o
O restaurante escolhido por Laura era o tipo de lugar que exalava exclusividade desde a entrada.As paredes em tons escuros eram adornadas com detalhes em dourado, criando um contraste sofisticado com a iluminação suave das luminárias suspensas. O ambiente era elegante sem ser pretensioso, com música instrumental tocando em um volume baixo, permitindo que as conversas fluíssem com naturalidade.O chão de madeira polida absorvia o som dos passos dos clientes, e as mesas, cobertas com toalhas impecavelmente alinhadas, estavam organizadas de maneira estratégica, o suficiente para garantir privacidade, mas sem parecer isoladas.No centro do salão, um bar requintado exibia garrafas importadas alinhadas em prateleiras de vidro iluminadas, refletindo um brilho sutil sobre os cristais perfeitamente polidos das taças. O aroma no ar era uma mistura sutil de especiarias, vinho envelhecido e o leve toque amadeirado dos móveis finos.Os garçons moviam-se com discrição, trajando uniformes impecávei
Apos a conversa com Leticia, Ester cruzou os corredores da empresa com passos rápidos, ignorando os olhares curiosos de alguns funcionários ao passar.Seu coração batia forte, mas não era nervosismo. Era de raiva.Ela não sabia o que a incomodava mais: o fato de Bruno ter tentado manipular a situação pelas costas ou a arrogância com que ele sempre acreditava que estava no direito de fazer o que bem entendesse.Respirou fundo quando chegou à porta da sala dele.Sem bater, girou a maçaneta e entrou.Bruno estava sentado atrás da mesa, analisando alguns papéis, mas ergueu os olhos assim que a viu.Seu olhar avaliativo percorreu seu rosto, e um meio sorriso surgiu nos lábios dele. - Ah, Ester - disse, recostando-se na cadeira. - A que devo a vizita?A calma dele só alimentou ainda mais sua irritação.Ela fechou a porta com mais força do que o necessário.- Não se faça de desentendido.Bruno arqueou uma sobrancelha, ainda com aquela maldita expressão despreocupada.- Não faço ideia do qu