Yara é uma mãe solo que encontra no seu bebê, forças para continuar vivendo. Porém uma tempestade testa as suas convicções. Uma tragédia sem tamanho ocorre em sua casa. Para se manter com seu filhinho, encontra abrigo na amizade com sua vizinha. Mas esse relacionamento é assombrado por um sentimento intenso e secreto.
Ler mais— Nem acredito que já faz um ano desde que Thais te pediu em casamento! — Ariadne mencionou despretensiosamente enquanto segurava a bebê no colo.Yara sorriu enquanto se admirava no espelho. O vestido de noiva azul e fluído e com silhueta de sereia estava mais do que perfeito.— Foi um dia e tanto, a condenação do Leonardo e você ainda estava grávida — ela comentou.A prima respirou fundo e admirou a bebê.— Nem me fale, e agora Jordana está aqui nos meus braços e acho que até quero mais um — Ariadne brincou.Alguém bateu na porta.— Pode entrar! —
Após a televisão exibir a fala da juíza, Yara fechou os olhos e abraçou Daniel.— Acabou — ela cochichou para o filho.Thais, ao seu lado, sorriu. Era estranho que uma simples frase poderia significar o alívio para uma vida.— Estou livre — ela declarou, desta vez, em direção a namorada.— Sim, está livre para seguir o que quiser — confirmou Thais que ficou em pé e foi conversar com Ariadne do outro lado da sala.A confirmação da fala da autoridade do tribunal, congelou Martins e Ângelo, que ficaram em silêncio encarando a TV com os olhos esbugalhados. Ariadne sorriu triunfante enquanto acariciava
— Agora Leonardo será questionado pela promotoria e contará a sua versão dos fatos — informou a Juíza ao corpo de jurados. Thais apertou a mão de Yara com força. Sentadas lado a lado, como um apoio. A visão do réu com um largo sorriso ao caminhar até o banco para ser interrogado a fazia arrepiar por todo o corpo. — Yara — ela se aproximou do ouvido da namorada — eu tenho pesadelos com ele nos matando. O corpo de júri ficou imóvel, como se a simples presença do réu fosse capaz de paralisar a todos. — O réu fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado civil, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, e relatar o que houve,
Yara respirou fundo. Tocou as maçanetas da porta e a abriu. A sala de audiência estava quieta. Quando deu o primeiro passo com as muletas para entrar, todas as cabeças se viraram para a observar. Ela engoliu em seco. As palmas das mãos suavam e os braços fraquejaram. — Eu preciso fazer isso — murmurou como um incentivo para si mesma. Leonardo a acompanhava com um sorriso cínico nos lábios, enquanto Pedro escondia o rosto com as duas mãos. Ela se sentou no banco, ao lado da Juíza, largou as muletas no chão. Encarou o corpo de jurados, sem revelar nenhuma emoção. — A vítima fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado civil, sua
— A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado civil, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade? — questionou a juíza o encarando com o canto dos olhos. — Prometo — ele respondeu — meu nome é Guilherme Cinga, sou Terapeuta Ocupacional, atuo em sala de aula e recentemente em um ambulatório em saúde da criança, tenho vinte e seis anos, não sou parente e nem amigo dos réus. — Posso? — pediu o Advogado de defesa. — Sim — respondeu a juí
Ângelo se encolheu na cadeira das testemunhas, os jurados o encaravam com olhares incisivos e sem constrangimentos.— A testemunha fará, sob palavra de honra, a promessa de dizer a verdade do que souber e Ihe for perguntado, devendo declarar seu nome, sua idade, seu estado civil, sua profissão, lugar onde exerce sua atividade, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas relações com qualquer delas, e relatar o que souber, explicando sempre as razões de sua ciência ou as circunstâncias pelas quais possa avaliar-se de sua credibilidade? — questionou a juíza o encarando com o canto dos olhos.— Sim — ele respondeu fingindo uma voz mais grossa — meu nome é Ângelo Bonini, tenho trinta anos, sou rece
A sala de audiência estava abarrotada de pessoas que acompanhavam o caso, os membros do júri se posicionavam juntos em um pequeno recinto do lado direito.Leonardo vestia o uniforme bege da penitenciária, um macacão justo e com mangas curtas. Acompanhado do advogado de defesa e do Pedro, o cúmplice.As vítimas esperavam em uma sala separada com uma televisão que exibia em tempo real o que acontecia no julgamento.— Vamos dar início ao julgamento de Leonardo Inam Poscam e Pedro Inam Poscam, ambos acusados de tentativa de feminicídio, tentativa de homicídio, sequestro, agressão física e psicológica, porte de arma ilegal e dolo patrimonial — a juíza deu início a audiência — o caso ser&aa
— Você acha que eu vou conseguir? — Thais perguntou para o gato amarelo de estimação. Greg a ignorava, enquanto se lambia em cima da cama dela.Ela respirou fundo e se levantou da cama, apanhou as muletas e foi para frente do espelho.Não se reconheceu, o conjunto de terno e calça social não pareciam combinarcom o que gostava de se vestir. A camisa social por baixo do terninho, já exibia os primeiros sinais de suor debaixo dos braços.— Greg, eu nunca fui a um julgamento — ela continuou o desabafo com o felino — e ainda por cima, terei que depor, eu não sei como fazer isso.— Posso entrar? — Martins perguntou com educação.
As nuvens carregadas haviam trazido chuvas para a cidade, enquanto os pássaros se zangavam com o tempo fechado, a casa recém reformada de Yara resistiu ao temporal.— É um alívio a casa estar em pé — declarou Yara enquanto dava a mamadeira para o pequeno Daniel.Ariadne ao seu lado no sofá, digitava no celular com trocas de mensagens, concordou sem desviar os olhos da tela.Alguns segundos depois, ela ergueu a cabeça e pensou por instantes.— Queria comer alguma coisa doce — Ariadne compartilhou a ideia com Yara.— Poderíamos fazer brigadeiro — ela sugeriu.— Não queria fazer,