Ellora nunca foi do tipo de mulher que se ilude com promessas vazias duas vezes. De origem latina e sangue brasileiro, foi criada para ser livre e independente. Já o Príncipe Maximilian II — o quinto na linha de sucesso do trono inglês e segundo filho da rainha — cresceu sabendo que dever e destino sempre falariam mais alto que o coração. Ele foi moldado para ser o futuro rei, para colocar o nome da coroa acima de qualquer desejo pessoal. Mas então Ellora surge, desafiando cada regra que ele deveria seguir. O problema não é querer. O problema é que o mundo inteiro está olhando. A mídia transforma cada passo em um escândalo, os membros da realeza que desaprovam fazem questão de lembrar que ela nunca será digna, e os fantasmas do passado espreitam, prontos para virar cicatrizes mal curadas em novas feridas. Entre olhares de julgamento e situações desconfortáveis que testam os limites de ambos, Max e Ellora precisam decidir: o amor deles é forte o bastante para sobreviver quando tudo ao redor conspira para destruí-lo?
Leer más– Tudo bem, eu vou olhar aqui. – Estava ciente, o nome dela ia circular, principalmente o assunto central era o nome dele vinculado. – Aproveitar a onda e virar blogueira. Larga tudo e vive de patrocínio. — Olha, jeito você tem. Vou ser seu empresário. – Propôs Max, sabia que ela nunca largaria o trabalho para algo do tipo. Mas podia tratar o assunto, comece e brincando, não precisava ficar repetindo problemas. – Seria cômico. Seu irmão ia infartar com isso. – Ellora ria pensando na ideia. – Com certeza. Mas, por favor, dê uma olhada. Acho que vai te tranquilizar um pouco. – Continuou ele. – Hoje vai sair um post oficial também lá no perfil da coroa. A assessoria está cansada de responder todo jornal ou qualquer meio que queira um posicionamento. Como se tivesse algo errado. Eles são uns abutres. –– Você viu o que vão publicar? – Sussurrou Ellora — Sim. É tudo que já conversamos, de forma direta vão dizer que estão felize
Enquanto estava na cafeteira do hall do prédio onde trabalhava, Lola ainda pensava como a noite anterior tinha passado tão rápido que nem tinha percebido, era como se ela estivesse no piloto automático. Vivendo tudo como um dia normal, assim que o pedido ficava pronto, gentilmente agradeceu à atendente que apareceu alguns segundos a olhando nos olhos. Ou tentando ver atrás dos óculos escuros, e o rabo de cabelo na tentativa de passar despercebido. Sem dar chance da moça falar algo, apenas pegava a caixa e o copo de café para a viagem com o sorriso e seguia para o elevador. – Vai ser um longo dia. – Ela nem se atreveu a abrir qualquer rede social, apenas a mensagem de Max avisando que tinha pousado e a mãe preocupada com ela. Mas não poderia adiar muito, tinha que aceitar a mudança e toda atenção. No fundo, ela torcia para eles estarem enganados e que quase ninguém fosse reparar nela ou no seu perfil, escondido entre tantos. No 12°, era hora de sair
De alguma forma, ela conseguia aliviar a recém-tensão dos acontecimentos que quase estragavam o dia ali reunido com aquelas pessoas maravilhosas e amigáveis que Max já tinha conhecido. Ellora não tinha conversado muito quando voltaram ao apartamento, ainda não tinha descoberto onde ela morava, o que era bom. Ele sabia o quanto era discreta, talvez dificultaria o trabalho deles em relação a descobrir tudo sobre a vida dela. Mas, o que deixava Max preocupado após terminar de arrumar a mala e ir tomar banho, era o silêncio. Assim que ela saia do banheiro só com a toalha enrolada no corpo, ele a chamava para a cama. Ao abraçar, ela ficava do mesmo tamanho, o que o fez sorrir por um momento. – Está arrependida? – Perguntou ele. Com aqueles olhos firmes e quase tão escuros que sumiram os tons verdes. Foi só então que ela entendeu que o silêncio dela não era bom para os dois. E a primeira vez que ficava assim perto dele. – Desculpa, d
— Que merda. Vou falar com a Ellora e a gente publica a foto. — Era o fim da conversa.Mal ouviu, os dois se despediram e Max estava sentado na cama olhando para ela. — Me desculpa. Sei que queria fazer no seu tempo. Lola respirou fundo, estava pensativa e só lembrava da escapada dos dois para o banheiro naquela noite e se isso também poderia vir público, ou como eles dançaram antes, imagens como aquelas não ótimas para sair em qualquer site. Ainda mais como as primeiras deles. — Achei que não era permitido fotos. Lembra? – Ela se juntava na cama com ele, enquanto vasculhava a galeria em busca de uma foto dos dois. Mas, sem muito olhar no rosto de Max, não queria que visse o quanto estava temerosa e cheia de receio.— Pelo jeito, foi só para festa, que garantiram. Tinha tanta gente entrando e saindo do salão no jantar que ninguém ia perceber uma câmera escondida. — E claro que era bem mais iluminado que o lugar da festa. Ela mesmo revirava a galeria de fotos, procurando algo in
Quando ambos perceberam, estavam ambos sentados no chão, a ausência era semelhante para Max. E que, dizendo que foi nessa época que ele e o James se afastaram por completo. Parecia que o irmão estava tentando substituir o cargo do pai, o que gerou diversos conflitos entre os dois. Mas, no fundo, ele sentia falta da época em que eram parceiros e tinham boas conversas, e como ficou feliz ao saber do primeiro sobrinho. Só que a alegria não durou muito, James fez questão de que ele devia seguir os mesmos passos e, por pressão e na tentativa de apaziguar as tensões, pediu a então namorada em casamento. Mesmo sabendo que não era o que ele queria, e então, pois fim. Foi onde tudo desmoronou, o único assunto que conseguiam falar era a mãe e a irmã, os dois cuidavam de ambas. Mas o resto era tudo teatral, principalmente perto da avó. Nossos irmãos sabem ser babacas quando querem. — Max dizia sorrindo enquanto a apertava contra si. Nisso, os dois concordavam. Os dois ainda terminavam de ver
O irmão sempre queria fazer o churrasco igual ao pai, a maior briga dele era comparar o argentino com o americano. Ele não gostava nada doce ou das coberturas e temperos demais, como ele mesmo dizia, não sentia o gosto da carne. Parecia até o Max falando com tanta destreza quando o assunto era gim ou tipos de cervejas, e quando os dois entraram no assunto pareciam amigos há anos. Mesmo com a diferença de idade e cultura, aqueles dois pareciam se comunicar tão bem, o que fez Ellora sorrir, observando enquanto se sentava ao lado do príncipe que parecia estar em casa. – Tá tudo bem? – Disse ele com a boca bem colada no rosto dela. – Sim. E com você? – Aquele jeito preocupado e atencioso sempre a amolecia e se inclinava na direção dele com os braços em volta do pescoço para o abraçar. – Também, muito bem, na verdade. – Sempre tirava a mecha de cabelo do rosto dela. Nem percebia quando fazia, era tão natural assim como o beijo na test
E antes pudessem sair da cozinha e dar oi para o resto do pessoal. Patrícia aparecia, vindo do corredor que dava em direção aos quartos, como sempre, falando alto e pulando na amiga. – Lola, Lola. Até que enfim. – A outra morena apertava como sempre. Tinha uma semana que não se viam. - Jesus amado, Patrícia. Eu vou cair. – Ela se apoiava na bancada onde a mãe só observava a bagunça com aquele olhar que a garota não tinha jeito. – Achei que ia ter que buscar você em casa. – – Não exagere. Agora me solta, doida. – Assim que tinha um espaço, dava um beijo na amiga e apresentava para Max. – Até que enfim, pessoalmente, vossa alteza. – Para surpresa de todos, ela apertava a mão dele, sem o abraçar, o que era bem comum dela e ficou feliz que a amiga a ouviu. – Verdade, finalmente aconteceu esse encontro. – Os dois já tinham se conhecido por telefone e as chamadas que Patrícia sempre aparecia de intrometida.
Ellora fez questão de deixar claro para Raj que em casa ela dirigia e o mandou para o banco de trás, na garagem do prédio dela. Foi a cena mais engraçada que Max viu, ela toda séria apontando o lugar para Raj que era praticamente duas vezes maior e mesmo assim o assessor tentava manter a seriedade. – Chegamos. Espero que esteja pronto para ver um monte de criança correndo. Cachorro latindo, papagaio falando. Bem vindos a família brasileira. – Brincou Lola enquanto descia do carro estacionado na rua, a poucos metros da casa da mãe. Além de Raj eles estavam acompanhados de mais dois seguranças que ficaram um pouco mais afastados. Nem comentou com a mãe sobre eles, para não vê-la discutindo que não queria ninguém fora da casa isolado. Não tinha muito que fazer, eram as regras e precisavam de mais que uma pessoa dando apoio e protegendo o príncipe.– Ainda acho que devíamos ter trazido algo como presente para sua mãe. Além das flores. – Max
– Vou te contar a verdade, Max, ela é muito teimosa. Quando te conheceu, ela veio correndo para minha casa no dia seguinte, sem rumo. Foi a cena mais inacreditável que vi. – Martha entregava logo de cara. Agora, eles só esperavam tudo ficar pronto. – Falou e falou que não ia dar certo, que estava exagerando e interpretado tudo errado. Max olhava para ela, todo surpreso, via que a Lola estava sem graça. – Acho que ela já estava apaixonada, e nem sabia. – Entregava a filha. – Mãe! – Chamava a atenção dela. – É mesmo? Ela parece tão segura e decidida. – O sorriso de Max era largo, só observando a namorada ficar vermelha. – Que nada, meu filho. É só fachada, por dentro é só uma garotinha. Eu falo para ela, que parece aquele desenho. Bambi, curiosa, corajosa e, no fundo, é uma medrosa também. – Martha tentava segurar o riso, sabia o quanto a filha ficava toda sem graça quando falava dela assim. Max não conseguiu conter a risada e a comparação da mãe. Ela e Ellora se abaixavam a