Nenhum dos dois percebeu que, mais uma vez, estavam de mãos dadas. Ellora se lembrava de tê-la segurado quando falava sobre o pai, mas não sabia ao certo quando largara. Seus dedos entrelaçados acariciavam a pele um do outro, e, com o corpo mais perto de Max, não eram só as mãos em contato. Ao olhar para as unhas pintadas e arredondadas, Ellora notou o quanto suas mãos eram pequenas perto das dele. A tatuagem discreta no indicador de sua mão direita se destacava. — Uma verdadeira família de brasileiros, então? – Max perguntou. Ellora sorriu orgulhosa, concordando. — Agora entendi tudo. Isso faz sentido. Toda essa energia, esse jeito… Você é linda, tem algo bem diferente em você… – Ele não sabia como expressar aquilo sem parecer piegas ou um pouco conquistador, mas o sentimento estava ali, claro. Eles se encararam por um momento, tentando entender a linha de raciocínio um do outro. — Desculpe, isso foi totalmente sem sentido, né? – Max se atrapalhou, ficando um pouco sem graça.
A noite estava quente, e ela não parecia sentir frio, embora um leve arrepio surgisse com o toque a mais que Max explorava. A ideia de falar sobre paixão se tornava ainda mais interessante, especialmente sob o ponto de vista dela.— Por que a casa da sua mãe é como estar no Brasil? – Max levantou finalmente o olhar e encontrou o dela, que o seguia, observando seus dedos deslizando pela sua pele até o ombro.— Minha mãe é uma mulher de personalidade, Maximilian. – Ela propositadamente o chamava pelo nome, enfatizando que não o esqueceria tão cedo, o que o fez sorrir. Ele gostava de como o som do seu nome soava na boca dela. — E mesmo morando aqui há mais de 30 anos, ela fez questão de nos criar como se estivéssemos no Brasil. Então, nossos costumes em casa são bem diferentes dos de qualquer família americana que você conheça. – No final, ela prendeu os lábios entre os dentes, os dois já perdidos no tempo e naquela conversa.Mais próximos e atentos, Max estava prestes a levantar o queix
Max fez questão de acompanhá-la até a parte externa da loja, na calçada. Sua mão repousava na cintura dela, como se quisesse trazê-la ainda mais para perto, e, sem resistir, ela se aproximou, em silêncio, enquanto digitava o endereço no aplicativo.— Tomara que eu tenha sorte agora e consiga um motorista. – Ela pensou alto, tentando quebrar o silêncio.Normalmente, ele teria sido mais ousado e talvez a beijado minutos antes, já que aqueles lábios pareciam implorar por isso. Mas, naquele momento, ele não sabia quando a veria de novo, e, por isso, entregou seu telefone desbloqueado a ela. Ela, por sua vez, se aconchegava ainda mais contra o corpo dele, buscando calor.— Eu sei que o fuso horário não vai ajudar, mas adoraria continuar essa conversa. Talvez outro encontro… se você quiser. – Com cuidado, ele prendeu uma mecha solta de cabelo dela atrás da orelha. Ela sorriu em resposta.— Claro, por que não? – Ela não pensou duas vezes, salvou o número e entregou de volta o telefone, dei
Era só os dois no banco de trás. Max a puxava para mais perto, com o braço envolvendo sua cintura como se pedisse permissão para continuar, com mais privacidade e tempo de sobra. Ele já percebia ela procurando os lábios dele de novo.Antes de recomeçar, a única coisa que Max pensava era que precisava contar a verdade a ela.— Lola, preciso te falar uma coisa. – O olhar dela era tentador, assim como a mão delicada e quente que deslizava na nuca até alcançar o cabelo curto dele, puxando-o para mais perto. Estava difícil pensar ou mudar o assunto.— É importante? Porque eu não quero conversar agora, quero fazer isso. – Ela não se conteve, mordendo o lábio inferior. Depois daqueles beijos, não poderia deixar de aproveitar e provocar até o ver pressionar o corpo dela.— É sim. – Mesmo assim, ela não parava. Pressionava os lábios dele novamente, sussurrando para ele continuar. Levou a mão até a nuca dele, segurando-o enquanto olhava aqueles olhos intensos.O assunto sobre ele ou sobre quem
A boca de Lola não era apenas bonita. Ela era provocante, sensual, quase suja, em um jeito que deixava Max sem fôlego. Quando ela o tocava, a pele dele ardia com o simples toque de seus dedos, deslizando lentamente pelas laterais do seu pescoço, descendo até o decote do vestido e explorando as curvas de seu corpo. Ele queria, precisava provar aquela pele bronzeada, beijá-la até não conseguir mais parar. A sensação de seu toque sobre ele fazia com que ele perdesse o controle, mas, ao mesmo tempo, a provocação de Lola o mantinha em suspense, aguardando o momento certo para ceder.Com os dedos, Max traçava cada curva do corpo de Lola, movendo-se lentamente pela sua cintura, depois pela coxa, até chegar à parte interna da saia do vestido. Cada movimento seu era uma promessa de algo mais. Ele queria ver até onde ela iria, como ela reagiria aos seus toques. Quando seus dedos finalmente alcançaram a calcinha dela, ele sentiu a umidade, a necessidade dela, e não pôde evitar um suspiro. Estava
A região de Vila La Jolla em que Ellora morava era a preferida dos jovens, perto do centro turístico, praia e muito movimento. A universidade de San Diego ficava a poucos minutos a pé dali, então era um lugar moderno e agitado o ano todo. O prédio era tradicional e nada inovador, a não ser pela portaria 24h e o jardim bem cuidado em um espaço comum, de torre única, como os demais prédios da região. A maioria das pessoas que morava ali, assim como ela, já tinha uma vida estabilizada, um público pouco mais maduro. Diferente daquele, moravam mais perto ainda da universidade ou no campus. Aquilo, sim, era loucura de verdade. Ela mesmo não conseguiu passar mais de um semestre, nos prédios que ficavam a poucos metros das salas. Era uma extensão das repúblicas e dos dormitórios, impossível de se ter paz quando necessário. Então junto a Patrícia aproveitaram alguns períodos livres das aulas e arrumaram empregos extras para ganhar um pouco mais, só para ter um lugar melhor e mais calmo, ap
Em vez de dormir no hotel como havia planejado, Max conseguiu antecipar para 2 horas mais cedo o voo, então só tomava um banho e estava pronto para voltar para Londres. As malas já estavam prontas desde o momento que saí do hotel para encontrar John e não havia muito com que se preocupar. Iria dormido boas horas de sono e se programava para o que teria que fazer quando chegasse, alguns compromissos para o fim da tarde e talvez mais uma sessão de questionamento do irmão sobre a viagem relâmpago a América. Raj, lhe servia uma xícara de chá recém-feito para despertar por completo. Mas o tempo todo não parava de pensar na mulher americana que havia conhecido, era fácil deixar ela voltar os pensamentos, ainda mais quando tinha que revisar todos os protocolos mais uma vez, o tédio o tomava. Já deviam estar perto de pousar quando acordava no jato particular. Principalmente quando se lembrava dela dançando no meio da pista, como o corpo se movia livremente e de uma forma sensual que o
Já era perto das 2 da tarde quando Ellora finalmente acordava, sem ressaca, graças a toda água que havia tomado na noite anterior e à pouca bebida. Enquanto levantava para escovar os dentes e se vestir com algo mais confortável, uma camiseta longa de Star Wars e o cabelo preso em um coque alto. Secretamente, poucos sabiam sobre vício e paixão pela ficção científica. Era como se esgueirar como uma, Jedi procurando seu arqui-inimigo e ela mesmo acabava rindo com o pensamento bobo. Tentava identificar se estava sozinha em casa, ou teria companhia indesejada assim que saísse do quarto. Mas tinha que admitir que a comparação era ótima. Só ouvia o barulho da TV vindo da sala, baixo e provavelmente alguém acordado e assistindo torcia para ser a amiga e desacompanhada. A primeira coisa que viu quando abri a porta, era a Patrícia apagada e enrolada em um canto do sofá, parecia dormir profundamente e provavelmente tentando curar a ressaca da noite anterior. Lola seguia para cozinhar e prep