Enquanto desbloqueava, a amiga dava pequenos pulinhos de felicidades só para provocar a outra. Como se estivesse vivendo uma fantasia adolescente, e ia procurar algo mais interessante para comer na geladeira. Max Fox: “ Britânico, por favor. Procure por prince.maxillian.uk, acho que dará certo. Está me investigando? PS: Ainda tenho mais 1h de voo pela frente, cansado de dormir. Sua companhia aqui faria as horas passarem mais rápido. Raj não é nada divertido”. Ellora olhava a mensagem confusa, com o que lia, será que tinha se enganado sobre ele? Ele não seria tão prepotente e seguro de si para usar um user como se fosse da realeza em uma rede social? Depois da conversa que tiveram, principalmente sobre trabalho que era com algo relacionado à coroa, ela entendeu que seria um pouco mais sério e realista. Não em tom de deboche. Na sua frente, Patrícia não parava de pedir para ver mais fotos do rapaz enquanto ela mesma tentava absorver a informação. Ellora Muñoz: “ Oh
Depois de se acalmar, as duas se olharam por um momento tentando entender o que deveria fazer ou qual seria o próximo passo. — Tem que ser um cara muito fora do normal para prender e ganhar sua atenção assim. A noite inteira te vi afastando os caras que chegavam até você, como sempre. Não estava interessada. — Patrícia tinha a mania de encher a boca e não parar de falar. Como sempre, se empolgava demais. E começava a ressaltar ponto a ponto a atitude que Lola teve. – Mas foi só esse britânico sorrir e te olhar que passou a madrugada com ele. Eu te conheço bem, e deve ter ficado muito atraída para aceitar e passar tanto tempo juntos. Ainda que só conversando. Ou ele é ótimo de papo. Ela mesmo se apoiava na bancada à sua frente. O celular ainda estava desbloqueado e esperando uma resposta. — O que faço agora? — Que tal responder à mensagem dele? O tranquilize. Diga que está tudo bem, que entende o lado dele. E que eu aprovei. — Patrícia devolveu o celular à amiga. — E
— Você pirou, não é? Onde se viu eu ir para Inglaterra? Assim, do nada, só porque fiquei excitada com um cara. — Lola a olhava ainda sem acreditar que a amiga poderia sugerir ou acreditar que ela toparia uma ideia dessa. — Tudo é sexo causal para você. – Ela se levantava do sofá em que estava, precisava se ocupar com outra coisa e voltava a atenção para o sanduíche que a amiga preparou. — Como se nunca tivesse feito isso antes. — Ela resmungava, quase bufando de frustração. E receber outro olhar fulminante de Lola de volta. — Quê? Você disse que ele parecia um cara legal. Qual o problema nisso? – Para Patrícia, não parecia nada fora do comum e não conseguia entender a reação da amiga. — Claro, claro. Um cara legal. Daniel, era um cara legal. Mauro, era um cara legal. Todos no começo podem ser Patrícia. Ficava na cozinha olhando para ela, ainda incrédula pela sugestão. Era pura revolta no momento. Ainda não acreditava que Patrícia poderia ser tão ingênua. — Não foi i
Entre tantos assuntos, uma notícia sobre o noivado de alguns anos atrás de Max, aquela de verdade chamou atenção dela. Era extenso e a própria ex noiva; que era lindíssima ,, afirmava que o fim veio por conta das diferenças sobre o futuro e o que ambos desejavam como casal. Por um acaso o término foi quase na mesma época que ela terminou o com o próprio noivo, depois de mais 3 anos juntos, foi o relacionamento mais longo que teve. E o mais problemático. Qual era a chance de o destino ter trago os dois até ali? Só podia pensar naquela possibilidade, tudo parecia inimaginável de se duvidar que poderia acontecer. Depois de algumas horas, Ellora já não olhava mais o celular e ficava entretida com tudo que tinha que fazer ao longo do dia. Ocupar a cabeça e não deixar que aquele homem tomasse sua cabeça por completo. Patrícia mais uma vez se enfiou no quarto depois de ajudar na organização do apartamento para conversar com o “namorado”, não queria a irritar de novo, com assunto
Diana simplesmente apontava para a área externa do fundo e as risadas graves que enchia o lugar. O espaço no fundo da casa era mais verde e bem iluminado, na beira da piscina, o irmão mais velho estava sentado com um amigo que parecia estar bebendo algumas cervejas, após o jantar e acenava para ela de longe, enquanto se sentava para voltar ao jantar. Marco já estava com quase 40 anos e se tornou o chefe da família depois que o pai deles voltou para a Argentina alguns anos após divórcio. Ele era cópia do pai, só menos rugas, cabelos brancos e bigode característico de Ernesto, o restante era igual. Mesmo assim, era mais alto, mas tinha os mesmos olhos escuros e sobrancelhas grossas. E ele estava acompanhado de alguém que ela já conhecia há séculos. Heitor! Tinha que ser. — O Heitor? Ele estava lá também? — Ellora perguntou, fingindo desinteresse total no assunto. — Eu nem vi ele, estava muito cheio
Há tempos que ela não tinha aquele olhar, sem jeito e perdido, até parecia que tinha 17 anos, outra vez era como se estivesse conhecendo o primeiro namorado. Cheia de dúvidas e incertezas. Martha sorria para a filha, tirando os cabelos escuros do rosto como fazia quando era pequena. Gostava do fato de confiar nela o suficiente para lhe contar tudo sem receio. Ou precisar fazer delongas. — Hoje em dia, querida, eu não sei. O mundo é tão diferente e vocês jovens são tão desapegados que não sabem aproveitar esses momentos de descobertas, amores intensos. Você então se fale. Mas sabe que sou a moda antiga, que acredita no amor-perfeito daqueles de cinema e livros românticos, até à primeira vista. – Ela então ajeitava os óculos de grau, prestando atenção na sua caçula. Ainda ficava em silêncio, olhando. — Esse rapaz é assim? Uma noite e não sai da sua cabeça? – Ela era sabia e não havia nada que pudesse esconder. — Sim. Passamos horas conversando. Nos conhecemos de verdade e
Ellora se virava na cama como se procurasse um lugar para se proteger, olhando o celular e as últimas mensagens que recebeu, já era bem tarde. Mas não seria motivo para não responder. A diferença de horário teria que ser o menor dos problemas. Foi o combinado.Então olhava para Martha que estava atenta, observando a filha pela primeira vez em anos, totalmente perdida em pensamentos. — Eu vou dar uma chance. Não sei se quero pensar no depois. Já quero fugir se eu pensar nisso. – E antes que pudesse responder, mostrava uma foto entre tantas que vira. Aquela era diferente daquelas que estavam nas redes sociais oficiais da realeza. Parecia mais natural e espontânea, mostrava o rosto de verdade com quem conversou por horas na última madrugada. Mas se perguntava porque ele havia escondido quem realmente era na primeira conversa. — Mãe, ele é muito mais bonito que nessas fotos. Educado, gentil e o cheiro dele quase não saiu do meu cabelo mesmo depois de ter lavado. – Ela sorria. — Tô
Ele conseguiu a fazer sorrir, não estava brava ou chateada. Só precisava entender e ele tinha seus motivos, era razoável. Imaginava quantas vezes pessoas apenas se aproximavam para ter seus 5 minutos de fama e o nome vinculado ao dele. – Pode deixar, vou depositar todas minhas fichas e técnicas nesse evento canônico. – Lá vinha o historiador dar as caras entre suas brincadeiras. – Um marco, talvez. – Mal sabiam o que poderia acontecer entre eles. A única coisa que restava era tentar depositar todas as energias e foco dela no novo projeto principal, e a nova versão precisava ser finalizada com máxima prioridade, e começar a criar os novos relatórios com a equipe para enfim defender o projeto e garantir que seria implementado em toda a rede. Mesmo com as relutâncias de alguns colegas, ela tinha apoio da diretoria para fazer aquela grande mudança acontecer. A ideia era automatizar completamente o atendimento, utilizando I.As para interpretar os resultados e até respostas vindas dire