Ellora odiava ser a irmã briguenta e chata, nunca pegou no pé dele como Marco e Bianca faziam com ela. Sempre tentou ser uma irmã flexível. Mas às vezes Liam abusava, por ser o mais novo todo mundo tolerava o temperamento e impulsividade da idade, dessa vez seria ela que daria um acorda pra vida no mais novo. Quando chegava na frente da escola notava que estava bem mais calmo que o horário comum. Não tinha mudado nada desde quando estudou ali. Esperava para ver se tinha alguém lá ainda e pelo horário o treino já deveria ter terminado. Depois de 10 minutos o irmão saiu acompanhado de outros meninos do time e a bolsa enorme pendurada no ombro. Devagar ia até ele de carro, só tinha um garoto acompanhando, conhecia aquele era o Júlio. Vivia na casa da mãe jogando videogame com o irmão. E era parte do time também, o conhecia a um bom tempo. – Liam! Entra, vou te dar uma carona. – A cara de espanto do irmão já sabia que estava encrencado. Sem falar nada jogava a mochila no banco de t
Na sexta à tarde, Lola se preparava para a reunião que teria com o diretor-chefe dela, ele é quase como um pai e foi o primeiro a defender e incentivar ela na empresa, confiava no potencial. Era a primeira desde a promoção recente. — Ellora? — E lá estava Charles na porta, como sempre aparecia do nada. — Já estava indo te encontrar, Charles. — Nossa reunião vai ser na sala grande. Mudou um pouco o tema, pessoal do RH e do jurídico que conversar, você sabe sobre o que é. Parece que eles conseguiram que a assessoria da coroa participe também. Querem falar de confidencialidade e tudo mais. — Tá brincando que eles querem falar da minha vida pessoal? — Até para ela foi surpresa. — Eu tentei ao máximo dizer que não tinha necessidade. Mas não adiantou. Em 30 minutos.— Eles querem o que com isso? Desde quando a minha vida pessoal é do interesse deles? — Foi a última coisa que disse ao chefe que saía. Na sala de reunião, havia mais gente que Charles mencionara. Ao que pareceu, a
— Não foi isso que quisemos dizer. Apenas queremos nos assegurar. Que a senhorita está principalmente ciente do cargo e deveres que tem com a companhia. – A tal Leila até gaguejava enquanto falava com Ellora e às vezes olhava para a tela e encontrava os olhos frios do grupo de britânicos. Eles ainda tentaram argumentar com pontos que eles já tinham discutido tantas vezes. Em outras situações e até mesmo no trabalho. Então vinham falar de ética e confidencialidades. A coroa fez questão de afirmar que cobria tudo que era necessário. Que ela já tinha assinado há meses. — Eu garanto a vocês o termo que eu assinei ao começar a me relacionar com Max. É duas vezes maior que o de ética e o próprio termo da empresa. — Então ela relembrava a todos. — Que não sei se vocês lembram. Mas assinei novamente há quase 3 meses, quando fui promovida de novo. Vamos rever uma parte aqui, que fala muito bem do que Andrew disse ser um dos receios da companhia — Ela mesma desbloqueava o computador no doc
Os próximos dias seriam uma maratona de viagem e reuniões, o que acabava deixando ela ainda mais esgotada. A única coisa que conseguia fazer quando chegava ao hotel era ligar para Max e conversar um pouco antes de dormir. E mais uma vez estava quase pegando no sono durante a ligação quando ouvia que ele queria que ela fosse para Londres neste fim de semana.— Essa semana não posso. Tenho visita na sexta com a maior filial, só na próxima semana mesmo, baby.— Eu sei, por isso que vem de voo particular. Embarca na sexta após o trabalho e chega aqui de manhã no sábado. — Insistiu Max.— Isso é loucura. Eu já vou daqui a uma semana praticamente. E você não te
Shan explicou que ali não era o instituto oficial, e nem parecia. Mas o clube de polo era muito antigo, fazia parte das propriedades da coroa e escolheram para realizar o evento. Tinha uma exposição montada contando a história do lugar e como ela se misturava à do pai de Max e toda a família, principalmente depois que o próprio foi acometido pelo câncer. Conseguia ver rapidamente algumas coisas enquanto passava pelo saguão discretamente e já notava os olhares curiosos de quem a via chegar acompanhada do assessor direto do príncipe.Na área externa, jamais movimentada, encontrava-se o exemplo perfeito da monarquia britânica e seus envolvidos, muitos chapéus e aqueles vestidos que só vira em revista quando tinha algum evento desses, até pares de luvas de toda rendada vira algu
Depois do passeio, ambas se despediram e Lola foi encontrar novamente Beatrice. Ao que parecia, o jogo deu uma pausa, mas Lola não encontrou Max ali perto. Pouco tempo depois de sentar e retomar a conversa, notava uma loira se juntando a elas, e pela cara das primas de Bea do lado oposto da mesa, não esperavam a presença dela ali.— Ellora essa é a Isabelli. Uma amiga da família. — Logo a reconheceu o nome, e olhando bem, a loira era familiar. A tal namorada não oficial de Max, ele já tinha contado sobre ela.— Prazer em conhecê-la. — Cumprimentou a loira, que lembrava até demais Max, os olhos claros e cabelo como tal, e visivelmente mais alta que Ellora. O pouco que sabia é que ela era o tipo de amiga que eles saíam e muitas vezes t
É só uma festa, você merece. Se arrume, fique lindíssima, use aquele vestido azul que tanto ama. Beba alguns drinks, dance e ria com suas amigas. Era o que Ellora dizia para si enquanto terminava o banho. Apesar de estar exausta mentalmente depois da longa semana de projetos e testes-piloto de implantações que assumira nos últimos meses, esforçava-se para se animar e não desistir de última hora. Entre tantas responsabilidades, ainda era a única pessoa que deveria executar, mas almejava aquela promoção tão prometida pelo diretor. Então, tinha que encarar o desafio até o fim.Mesmo que sua vontade fosse vestir um pijama confortável e acompanhar a noite com uma panela de brigadeiro, ela iria sair. Havia prometido às amigas que se divertiria, não reclamaria e nem pensaria em trabalho. O melhor salto já estava separado, dançaria todas as músicas que quisesse e até paqueraria um cara bonito que chamasse sua atenção. Apenas por diversão, nada sério. Só por aquela noite, não precisava pensar
Era notável a intenção da amiga ao ajustar o vestido preto e brilhante, tentando destacar ainda mais o decote. Como se as quase duas horas que passou se arrumando não tivessem sido suficientes. Lola sempre agradecia por cada uma ter seu próprio espaço e quarto, pois, nesse ponto, eram muito diferentes. Ela era racional, via tudo preto no branco, sem floreios ou ilusões. Sempre dizia a si mesma que, se não houvesse um bom motivo, não valia a pena continuar. Já tinha aprendido essa lição na última vez em que se deixou levar apenas pelo coração e pela emoção. Patrícia, por outro lado, era pura adrenalina, loucamente apaixonada pela vida, pelos riscos e por tudo o que pudesse proporcionar diversão. Enquanto a observava se arrumar, Ellora já sabia: lá pelas 1h da manhã, a amiga estaria bêbada e aos pés dele, mesmo que o visse com outras mulheres. Era sempre a mesma história. E ela nem tentaria intervir. Já estava cansada de discutir horas e horas com Patrícia, que ignorava todos os avis