– Tudo bem, eu vou olhar aqui. – Estava ciente, o nome dela ia circular, principalmente o assunto central era o nome dele vinculado. – Aproveitar a onda e virar blogueira. Larga tudo e vive de patrocínio.
— Olha, jeito você tem. Vou ser seu empresário. – Propôs Max, sabia que ela nunca largaria o trabalho para algo do tipo. Mas podia tratar o assunto, comece e brincando, não precisava ficar repetindo problemas.– Seria cômico. Seu irmão ia infartar com isso. – Ellora ria pensando na ideia.– Com certeza. Mas, por favor, dê uma olhada. Acho que vai te tranquilizar um pouco. – Continuou ele. – Hoje vai sair um post oficial também lá no perfil da coroa. A assessoria está cansada de responder todo jornal ou qualquer meio que queira um posicionamento. Como se tivesse algo errado. Eles são uns abutres. –– Você viu o que vão publicar? – Sussurrou Ellora— Sim. É tudo que já conversamos, de forma direta vão dizer que estão felizeHavia outras matérias, muitas e muitas. E tantas tentativas de descobrir o tempo que estavam juntos, que cansava Ellora, ela desistia de acompanhar tudo. Era insano. Ellora Munõz: Como vocês aguentam isso? Eles reviraram tudo que é mais particular da vida das pessoas. Enquanto escrevia, Max sabia qual era o limite que podia acompanhar. O feed atualizava antes dela fechar o aplicativo de vez e a foto que tinha ali não foi nenhum estranho que tirou sem eles perceberem. Era ontem, reconhecia o lugar na casa da mãe, estava sentada no colo de Max, rindo de algo que ele dissera perto do irmão mais velho e de Patrícia. E a outra da pequena sobrinha Flora no colo de Max enquanto Lola limpava as lágrimas dela após ter caído após correr no jardim. Alguém da casa tirou. Enquanto tentava descobrir quem poderia ter postado aquilo, só observava os comentários. “Isso foi ontem. Segundo, que tão falando no Reddit, ele já conheceu a família dela. Acabou o sonho meninx” Escreveu alguém. Meu
Ellora odiava ser a irmã briguenta e chata, nunca pegou no pé dele como Marco e Bianca faziam com ela. Sempre tentou ser uma irmã flexível. Mas às vezes Liam abusava, por ser o mais novo todo mundo tolerava o temperamento e impulsividade da idade, dessa vez seria ela que daria um acorda pra vida no mais novo. Quando chegava na frente da escola notava que estava bem mais calmo que o horário comum. Não tinha mudado nada desde quando estudou ali. Esperava para ver se tinha alguém lá ainda e pelo horário o treino já deveria ter terminado. Depois de 10 minutos o irmão saiu acompanhado de outros meninos do time e a bolsa enorme pendurada no ombro. Devagar ia até ele de carro, só tinha um garoto acompanhando, conhecia aquele era o Júlio. Vivia na casa da mãe jogando videogame com o irmão. E era parte do time também, o conhecia a um bom tempo. – Liam! Entra, vou te dar uma carona. – A cara de espanto do irmão já sabia que estava encrencado. Sem falar nada jogava a mochila no banco de t
É só uma festa, você merece. Se arrume, fique lindíssima, use aquele vestido azul que tanto ama. Beba alguns drinks, dance e ria com suas amigas. Era o que Ellora dizia para si enquanto terminava o banho. Apesar de estar exausta mentalmente depois da longa semana de projetos e testes-piloto de implantações que assumira nos últimos meses, esforçava-se para se animar e não desistir de última hora. Entre tantas responsabilidades, ainda era a única pessoa que deveria executar, mas almejava aquela promoção tão prometida pelo diretor. Então, tinha que encarar o desafio até o fim.Mesmo que sua vontade fosse vestir um pijama confortável e acompanhar a noite com uma panela de brigadeiro, ela iria sair. Havia prometido às amigas que se divertiria, não reclamaria e nem pensaria em trabalho. O melhor salto já estava separado, dançaria todas as músicas que quisesse e até paqueraria um cara bonito que chamasse sua atenção. Apenas por diversão, nada sério. Só por aquela noite, não precisava pensar
Era notável a intenção da amiga ao ajustar o vestido preto e brilhante, tentando destacar ainda mais o decote. Como se as quase duas horas que passou se arrumando não tivessem sido suficientes. Lola sempre agradecia por cada uma ter seu próprio espaço e quarto, pois, nesse ponto, eram muito diferentes. Ela era racional, via tudo preto no branco, sem floreios ou ilusões. Sempre dizia a si mesma que, se não houvesse um bom motivo, não valia a pena continuar. Já tinha aprendido essa lição na última vez em que se deixou levar apenas pelo coração e pela emoção. Patrícia, por outro lado, era pura adrenalina, loucamente apaixonada pela vida, pelos riscos e por tudo o que pudesse proporcionar diversão. Enquanto a observava se arrumar, Ellora já sabia: lá pelas 1h da manhã, a amiga estaria bêbada e aos pés dele, mesmo que o visse com outras mulheres. Era sempre a mesma história. E ela nem tentaria intervir. Já estava cansada de discutir horas e horas com Patrícia, que ignorava todos os avis
Depois de mais dois drinks, tudo estava um pouco fora de controle. Como esperado, Lola já tinha perdido uma das amigas de vista na pista de dança. Andrea sempre era a mais ávida em encontrar um par para a noite. Não demorou muito para Lola avistá-la alguns degraus acima, agarrada a um homem alto, de pele escura e completamente careca. O tipo dela. De onde estava, e pelo jeito como se agarravam, era difícil diferenciar quem era quem — pareciam uma coisa só.Lola, por outro lado, não estava interessada nessas aventuras momentâneas. Desviou o olhar, deixando as amigas à vontade para se divertir enquanto se mantinha o mais sóbrio possível. Só queria voltar à mesa após se livrar dos caras inconvenientes que cruzavam seu caminho. Aquele não era o tipo de lugar que frequentava para conhecer alguém.— Menos uma. Quem é a próxima? — apontou para as duas amigas à sua frente, que já tinham pedido outra rodada e viravam mais duas doses com entusiasmo.Seria uma longa noite.Entre idas e vindas at
Era naquele momento que ela esquecia do mundo, ouvindo suas músicas preferidas e dançando livre, sem se importar com quem estava ao redor. Ainda mais quando se juntava à amiga, que compartilhava o mesmo sentimento, e as duas moviam-se em perfeita sincronia, como se fossem uma só. O calor abafado do ambiente as envolvia, e os rostos desconhecidos ao redor se transformavam em borrões. A cada batida da música, sentia o corpo vibrar, como se fosse parte da melodia. A pele queimava e, quanto mais tempo passava ali, mais ela se entregava àquela sensação única de liberdade. Mas quando se virou para abraçar a amiga, ainda empolgada, já desistiu.Naquele instante, apenas as costas de Patrícia e o rosto familiar que não queria ver – Mauro. Ele estava ali, mais uma vez, a abraçando e beijando como se nada tivesse acontecido. No fundo, ela sabia que era apenas questão de tempo até que os dois se encontrassem de novo e começassem a mesma história. Até que demorou para acontecer.Ellora franziu o c
— Grego? – A pergunta dele parecia genuína, fazendo Lola rir enquanto o olhava.Como sempre, alguém perguntaria de onde vinha aquele nome. E, obviamente, ela não parecia uma pessoa de ascendência grega.— Hebraico ou celta, até hoje não sei. – Ela abriu um sorriso, fazendo eco de sua resposta.O que realmente chamava mais a atenção eram os olhos dele, que alternavam entre verdes e castanhos. Com a pouca luz, era difícil identificar, mas a gentileza no olhar quando ele sorria para ela era clara. Os cantos dos olhos se apertavam um pouco ao sorrir, e ele se inclinava para ouvir melhor, respondendo-lhe com suavidade, antes de retornar à pergunta anterior.— Mas, de qualquer forma, mesmo que soubesse dançar, não danço com desconhecidos. Não assim. Valeu pela intenção. – A atenção de Lola se voltava para a garrafa recém-aberta e gelada. Estava quente demais, e a presença dele parecia intensificar o calor. Ele não desistia e, mais uma vez, chamava sua atenção.— Uma pena, adoraria umas auli
Ellora o observava em silêncio, impressionada como ele se destacava de todos os homens que já havia conhecido, especialmente em um ambiente como aquele. Inteligente, educado e sempre mantendo os limites nas conversas, Max surpreendia ao fazer comentários sutis sobre as pessoas ao redor, arrancando dela mais de um sorriso genuíno. Quando tocava, ainda que por acidente, era sempre em um braço ou no joelho dela, e, por mais que fosse um gesto simples, parecia ser o suficiente para ela sentir uma conexão mais forte.Max também estava intrigado com a proximidade dela, principalmente a suavidade de sua pele que parecia tentadora, mesmo sob a luz baixa. Sua mente vagava, imaginando deslizar os dedos sobre ela, sem pressa, por longos minutos, só para ver como ela reagiria.O sotaque dele a fascinava, mas o que a deixava ainda mais cativada era como ele sorria, especialmente quando ambos começavam a complementar as falas um do outro com uma sintonia natural. Cada risada dele era um convite a m