Enquanto estava na cafeteira do hall do prédio onde trabalhava, Lola ainda pensava como a noite anterior tinha passado tão rápido que nem tinha percebido, era como se ela estivesse no piloto automático.
Vivendo tudo como um dia normal, assim que o pedido ficava pronto, gentilmente agradeceu à atendente que apareceu alguns segundos a olhando nos olhos. Ou tentando ver atrás dos óculos escuros, e o rabo de cabelo na tentativa de passar despercebido. Sem dar chance da moça falar algo, apenas pegava a caixa e o copo de café para a viagem com o sorriso e seguia para o elevador.– Vai ser um longo dia. – Ela nem se atreveu a abrir qualquer rede social, apenas a mensagem de Max avisando que tinha pousado e a mãe preocupada com ela. Mas não poderia adiar muito, tinha que aceitar a mudança e toda atenção. No fundo, ela torcia para eles estarem enganados e que quase ninguém fosse reparar nela ou no seu perfil, escondido entre tantos.No 12°, era hora de sair– Tudo bem, eu vou olhar aqui. – Estava ciente, o nome dela ia circular, principalmente o assunto central era o nome dele vinculado. – Aproveitar a onda e virar blogueira. Larga tudo e vive de patrocínio. — Olha, jeito você tem. Vou ser seu empresário. – Propôs Max, sabia que ela nunca largaria o trabalho para algo do tipo. Mas podia tratar o assunto, comece e brincando, não precisava ficar repetindo problemas. – Seria cômico. Seu irmão ia infartar com isso. – Ellora ria pensando na ideia. – Com certeza. Mas, por favor, dê uma olhada. Acho que vai te tranquilizar um pouco. – Continuou ele. – Hoje vai sair um post oficial também lá no perfil da coroa. A assessoria está cansada de responder todo jornal ou qualquer meio que queira um posicionamento. Como se tivesse algo errado. Eles são uns abutres. –– Você viu o que vão publicar? – Sussurrou Ellora — Sim. É tudo que já conversamos, de forma direta vão dizer que estão felize
Havia outras matérias, muitas e muitas. E tantas tentativas de descobrir o tempo que estavam juntos, que cansava Ellora, ela desistia de acompanhar tudo. Era insano. Ellora Munõz: Como vocês aguentam isso? Eles reviraram tudo que é mais particular da vida das pessoas. Enquanto escrevia, Max sabia qual era o limite que podia acompanhar. O feed atualizava antes dela fechar o aplicativo de vez e a foto que tinha ali não foi nenhum estranho que tirou sem eles perceberem. Era ontem, reconhecia o lugar na casa da mãe, estava sentada no colo de Max, rindo de algo que ele dissera perto do irmão mais velho e de Patrícia. E a outra da pequena sobrinha Flora no colo de Max enquanto Lola limpava as lágrimas dela após ter caído após correr no jardim. Alguém da casa tirou. Enquanto tentava descobrir quem poderia ter postado aquilo, só observava os comentários. “Isso foi ontem. Segundo, que tão falando no Reddit, ele já conheceu a família dela. Acabou o sonho meninx” Escreveu alguém. Meu
Ellora odiava ser a irmã briguenta e chata, nunca pegou no pé dele como Marco e Bianca faziam com ela. Sempre tentou ser uma irmã flexível. Mas às vezes Liam abusava, por ser o mais novo todo mundo tolerava o temperamento e impulsividade da idade, dessa vez seria ela que daria um acorda pra vida no mais novo. Quando chegava na frente da escola notava que estava bem mais calmo que o horário comum. Não tinha mudado nada desde quando estudou ali. Esperava para ver se tinha alguém lá ainda e pelo horário o treino já deveria ter terminado. Depois de 10 minutos o irmão saiu acompanhado de outros meninos do time e a bolsa enorme pendurada no ombro. Devagar ia até ele de carro, só tinha um garoto acompanhando, conhecia aquele era o Júlio. Vivia na casa da mãe jogando videogame com o irmão. E era parte do time também, o conhecia a um bom tempo. – Liam! Entra, vou te dar uma carona. – A cara de espanto do irmão já sabia que estava encrencado. Sem falar nada jogava a mochila no banco de trá
Na sexta à tarde, Lola se preparava para a reunião que teria com o diretor-chefe dela, ele é quase como um pai e foi o primeiro a defender e incentivar ela na empresa, confiava no potencial. Era a primeira desde a promoção recente. — Ellora? — E lá estava Charles na porta, como sempre aparecia do nada. — Já estava indo te encontrar, Charles. — Nossa reunião vai ser na sala grande. Mudou um pouco o tema, pessoal do RH e do jurídico que conversar, você sabe sobre o que é. Parece que eles conseguiram que a assessoria da coroa participe também. Querem falar de confidencialidade e tudo mais. — Tá brincando que eles querem falar da minha vida pessoal? — Até para ela foi surpresa. — Eu tentei ao máximo dizer que não tinha necessidade. Mas não adiantou. Em 30 minutos.— Eles querem o que com isso? Desde quando a minha vida pessoal é do interesse deles? — Foi a última coisa que disse ao chefe que saía. Na sala de reunião, havia mais gente que Charles mencionara. Ao que pareceu, a
— Não foi isso que quisemos dizer. Apenas queremos nos assegurar. Que a senhorita está principalmente ciente do cargo e deveres que tem com a companhia. – A tal Leila até gaguejava enquanto falava com Ellora e às vezes olhava para a tela e encontrava os olhos frios do grupo de britânicos. Eles ainda tentaram argumentar com pontos que eles já tinham discutido tantas vezes. Em outras situações e até mesmo no trabalho. Então vinham falar de ética e confidencialidades. A coroa fez questão de afirmar que cobria tudo que era necessário. Que ela já tinha assinado há meses. — Eu garanto a vocês o termo que eu assinei ao começar a me relacionar com Max. É duas vezes maior que o de ética e o próprio termo da empresa. — Então ela relembrava a todos. — Que não sei se vocês lembram. Mas assinei novamente há quase 3 meses, quando fui promovida de novo. Vamos rever uma parte aqui, que fala muito bem do que Andrew disse ser um dos receios da companhia — Ela mesma desbloqueava o computador no docu
Os próximos dias seriam uma maratona de viagem e reuniões, o que acabava deixando ela ainda mais esgotada. A única coisa que conseguia fazer quando chegava ao hotel era ligar para Max e conversar um pouco antes de dormir. E mais uma vez estava quase pegando no sono durante a ligação quando ouvia que ele queria que ela fosse para Londres neste fim de semana.— Essa semana não posso. Tenho visita na sexta com a maior filial, só na próxima semana mesmo, baby.— Eu sei, por isso que vem de voo particular. Embarca na sexta após o trabalho e chega aqui de manhã no sábado. — Insistiu Max.— Isso é loucura. Eu já vou daqui a uma semana praticamente. E você não te
Shan explicou que ali não era o instituto oficial, e nem parecia. Mas o clube de polo era muito antigo, fazia parte das propriedades da coroa e escolheram para realizar o evento. Tinha uma exposição montada contando a história do lugar e como ela se misturava à do pai de Max e toda a família, principalmente depois que o próprio foi acometido pelo câncer. Conseguia ver rapidamente algumas coisas enquanto passava pelo saguão discretamente e já notava os olhares curiosos de quem a via chegar acompanhada do assessor direto do príncipe.Na área externa, jamais movimentada, encontrava-se o exemplo perfeito da monarquia britânica e seus envolvidos, muitos chapéus e aqueles vestidos que só vira em revista quando tinha algum evento desses, até pares de luvas de toda rendada vira algu
Depois do passeio, ambas se despediram e Lola foi encontrar novamente Beatrice. Ao que parecia, o jogo deu uma pausa, mas Lola não encontrou Max ali perto. Pouco tempo depois de sentar e retomar a conversa, notava uma loira se juntando a elas, e pela cara das primas de Bea do lado oposto da mesa, não esperavam a presença dela ali.— Ellora essa é a Isabelli. Uma amiga da família. — Logo a reconheceu o nome, e olhando bem, a loira era familiar. A tal namorada não oficial de Max, ele já tinha contado sobre ela.— Prazer em conhecê-la. — Cumprimentou a loira, que lembrava até demais Max, os olhos claros e cabelo como tal, e visivelmente mais alta que Ellora. O pouco que sabia é que ela era o tipo de amiga que eles saíam e muitas vezes t