Capítulo 6

Ellora o observava em silêncio, impressionada como ele se destacava de todos os homens que já havia conhecido, especialmente em um ambiente como aquele. Inteligente, educado e sempre mantendo os limites nas conversas, Max surpreendia ao fazer comentários sutis sobre as pessoas ao redor, arrancando dela mais de um sorriso genuíno. Quando tocava, ainda que por acidente, era sempre em um braço ou no joelho dela, e, por mais que fosse um gesto simples, parecia ser o suficiente para ela sentir uma conexão mais forte.

Max também estava intrigado com a proximidade dela, principalmente a suavidade de sua pele que parecia tentadora, mesmo sob a luz baixa. Sua mente vagava, imaginando deslizar os dedos sobre ela, sem pressa, por longos minutos, só para ver como ela reagiria.

O sotaque dele a fascinava, mas o que a deixava ainda mais cativada era como ele sorria, especialmente quando ambos começavam a complementar as falas um do outro com uma sintonia natural. Cada risada dele era um convite a mais para se aproximar, e o canto dos seus olhos se fechava timidamente quando um comentário sincero pegava ela de surpresa. Ali, parecia que uma conexão genuína estava se formando entre eles.

Quando Patrícia desceu as escadas, a empolgação dela logo ficou evidente, e, ao avistá-la. A amiga estava bêbada, se aproximou rapidamente, jogando o braço sobre o ombro de Ellora na tentativa de convencê-la a ir embora.

— Lolo, Lolo. Estou indo embora, quer vir? O Mauro está com um motorista, — Patrícia disse, ainda com aquele tom doce que usava quando estava embriagada, tentando evitar qualquer briga.

Ellora demorou alguns segundos para perceber que a amiga só então reparara na presença de Max.

— Não, eu vou ficar mais um pouco, por aqui, — respondeu Ellora, apontando para Max com um sorriso discreto. Era uma boa companhia, e ela estava aliviada por ter alguém interessante ao seu lado.

— Olá! – Max cumprimentou Patrícia, notando de imediato que as duas poderiam ser irmãs, com a mesma energia vibrante.

Ele já havia observado a mulher ao longo da noite, dançando e rindo até o momento em que o homem irritante entrou em cena, trazendo uma tensão evidente.

Patrícia, ao perceber Max, o avaliou com um olhar de interesse, um sorriso malicioso se formando ao saber que a amiga estava acompanhada de um homem como aquele.

Ela logo fez questão de apontar para ele com sarcasmo:

 — Só não leva ele para nossa casa, não quero encontrar esse traste lá também.

Max não demonstrou qualquer irritação, e Ellora, com o olhar firme, se afastou um pouco de Patrícia para evitar um conflito.

Ela não conseguia entender como a amiga sempre se deixava influenciar por Mauro, apesar de todas às vezes em que ele a magoava.

Quando o casal se foi, Max voltou a olhar para morena a sua frente, com um olhar mais suave, como se entendesse a frustração dela. Ele se inclinou um pouco, como se quisesse saber mais.

— Deixa eu adivinhar, – ele disse, pegando uma garrafa de água e tomando um gole, notando como o ambiente parecia cada vez mais abafado. Ele empurrou outra garrafa para ela. — esse é o namorado problemático da sua amiga? Acho que é assim que vocês falam por aqui.

Ellora sorriu levemente, surpresa pela percepção de Max.

— Sim, ele é péssimo, – ela concordou, finalmente desabafando. — Só machuca a Patrícia, j**a com os sentimentos dela e, sempre que quer, some. Ela o aceita de volta na primeira oportunidade.

Max, observando sua reação, parecia genuinamente interessado.  Ellora abria a garrafa recém-chegada ainda gelada e agradeceu o gesto. Tinha que respirar fundo, só pensando em como iria embora sem parecer grosseira, queria apenas a tranquilidade do próprio quarto. Não era a melhor companhia no momento.

— Bom, eu ia oferecer uma bebida, mas acho que já encerramos à noite? – Comentou, com um tom amigável, sentindo que a conversa era mais importante do que a bebida em si.

Ela olhou para ele discretamente, notando o anel de sinete no dedo mindinho dele. A presença dele e aquele detalhe não passavam despercebidos, o que indicava que, provavelmente, ele era alguém muito mais importante do que aparentava. Isso só tornava tudo mais intrigante para ela.

— Vou ficar com minha água, — afirmou, tentando manter o foco na conversa, sem querer se deixar levar por qualquer impulso. — Mas obrigada, mesmo assim.

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App