Ellora o observava em silêncio, impressionada como ele se destacava de todos os homens que já havia conhecido, especialmente em um ambiente como aquele. Inteligente, educado e sempre mantendo os limites nas conversas, Max surpreendia ao fazer comentários sutis sobre as pessoas ao redor, arrancando dela mais de um sorriso genuíno. Quando tocava, ainda que por acidente, era sempre em um braço ou no joelho dela, e, por mais que fosse um gesto simples, parecia ser o suficiente para ela sentir uma conexão mais forte.
Max também estava intrigado com a proximidade dela, principalmente a suavidade de sua pele que parecia tentadora, mesmo sob a luz baixa. Sua mente vagava, imaginando deslizar os dedos sobre ela, sem pressa, por longos minutos, só para ver como ela reagiria.
O sotaque dele a fascinava, mas o que a deixava ainda mais cativada era como ele sorria, especialmente quando ambos começavam a complementar as falas um do outro com uma sintonia natural. Cada risada dele era um convite a mais para se aproximar, e o canto dos seus olhos se fechava timidamente quando um comentário sincero pegava ela de surpresa. Ali, parecia que uma conexão genuína estava se formando entre eles.
Quando Patrícia desceu as escadas, a empolgação dela logo ficou evidente, e, ao avistá-la. A amiga estava bêbada, se aproximou rapidamente, jogando o braço sobre o ombro de Ellora na tentativa de convencê-la a ir embora.
— Lolo, Lolo. Estou indo embora, quer vir? O Mauro está com um motorista, — Patrícia disse, ainda com aquele tom doce que usava quando estava embriagada, tentando evitar qualquer briga.
Ellora demorou alguns segundos para perceber que a amiga só então reparara na presença de Max.
— Não, eu vou ficar mais um pouco, por aqui, — respondeu Ellora, apontando para Max com um sorriso discreto. Era uma boa companhia, e ela estava aliviada por ter alguém interessante ao seu lado.
— Olá! – Max cumprimentou Patrícia, notando de imediato que as duas poderiam ser irmãs, com a mesma energia vibrante.
Ele já havia observado a mulher ao longo da noite, dançando e rindo até o momento em que o homem irritante entrou em cena, trazendo uma tensão evidente.
Patrícia, ao perceber Max, o avaliou com um olhar de interesse, um sorriso malicioso se formando ao saber que a amiga estava acompanhada de um homem como aquele.
Ela logo fez questão de apontar para ele com sarcasmo:
— Só não leva ele para nossa casa, não quero encontrar esse traste lá também.
Max não demonstrou qualquer irritação, e Ellora, com o olhar firme, se afastou um pouco de Patrícia para evitar um conflito.
Ela não conseguia entender como a amiga sempre se deixava influenciar por Mauro, apesar de todas às vezes em que ele a magoava.
Quando o casal se foi, Max voltou a olhar para morena a sua frente, com um olhar mais suave, como se entendesse a frustração dela. Ele se inclinou um pouco, como se quisesse saber mais.
— Deixa eu adivinhar, – ele disse, pegando uma garrafa de água e tomando um gole, notando como o ambiente parecia cada vez mais abafado. Ele empurrou outra garrafa para ela. — esse é o namorado problemático da sua amiga? Acho que é assim que vocês falam por aqui.
Ellora sorriu levemente, surpresa pela percepção de Max.
— Sim, ele é péssimo, – ela concordou, finalmente desabafando. — Só machuca a Patrícia, j**a com os sentimentos dela e, sempre que quer, some. Ela o aceita de volta na primeira oportunidade.
Max, observando sua reação, parecia genuinamente interessado. Ellora abria a garrafa recém-chegada ainda gelada e agradeceu o gesto. Tinha que respirar fundo, só pensando em como iria embora sem parecer grosseira, queria apenas a tranquilidade do próprio quarto. Não era a melhor companhia no momento.
— Bom, eu ia oferecer uma bebida, mas acho que já encerramos à noite? – Comentou, com um tom amigável, sentindo que a conversa era mais importante do que a bebida em si.
Ela olhou para ele discretamente, notando o anel de sinete no dedo mindinho dele. A presença dele e aquele detalhe não passavam despercebidos, o que indicava que, provavelmente, ele era alguém muito mais importante do que aparentava. Isso só tornava tudo mais intrigante para ela.
— Vou ficar com minha água, — afirmou, tentando manter o foco na conversa, sem querer se deixar levar por qualquer impulso. — Mas obrigada, mesmo assim.
Mais uma vez, Ellora concordava com o que Max falava. Parecia que ela já começava a entender o suficiente para seguir a conversa, mas não queria parecer mal-educada. Então, decidiu ficar um pouco mais, tentando prolongar o diálogo.Precisava apenas mudar de assunto.A primeira coisa que queria saber era que tipo de aventura Max teria vivido, caso tivesse ficado com seus amigos em vez de vir até ela.— No mínimo, minha bela Lola estaria com a gravata na cabeça e tentando escapar de alguma moça muito bêbada. – Max refletia, tentando parecer sério, mas com um sorriso contido, difícil de esconder.— Como se você não gostasse… Eu vi as loiras mais cedo. – Ellora não fazia questão de esconder o que pensava.— Se eu te dissesse que não sou esse tipo de homem, você se surpreenderia? – Max a olhava, os dois compartilhando um segundo de silêncio carregado de tensão. Era uma tensão boa, uma mistura de curiosidade e o desejo de descobrir mais um do outro.
Ellora, embora mais baixa, conseguia atrair a atenção de todos ao seu redor. Mesmo de salto, ela ganhava alguns centímetros, mas sua postura impecável era o que realmente chamava a atenção. Naquela luz clara, Max conseguia perceber os detalhes mais sutis. O vestido curto, de um brilho suave, parecia chamar os olhares, e seus olhos escuros, em formato amendoado e com um leve puxado no canto, eram intensos. Seus lábios carnudos, pintados de vermelho vibrante, se destacavam ainda mais quando ela sorria. O rosto delicado, com um queixo fino e um olhar curioso e astuto, completava a imagem. Mesmo maquiada, Max conseguia perceber um conjunto de pintas na bochecha esquerda e perto do queixo. Pequenas e claras, elas davam um charme a mais, espalhando-se pela pele exposta pelo vestido. Ele estava, de alguma forma, enfeitiçado.Max, tentando manter a naturalidade, sugeriu:– Ou podemos sentar ali. – Aponto
— Me fala da sua família, tem irmãos? Mora com quem em Londres? – Ellora falava devagar, observando cada detalhe do rosto dele. Com um sorriso, Max conseguia prender totalmente a atenção dela, e os dois dividiam a última parte do chocolate. — Você deve ter feito faculdade, não fez?Poderia parecer uma conversa simples, mas o jeito como os dois se comportavam era diferente. O modo como se conectaram a deixava empolgada. Ainda estavam os dois de pé, encostados na grade que cercava a loja, como se precisassem ficar mais próximos um do outro, e, às vezes, até se tocavam enquanto conversavam.— Devo tratar o que está acontecendo aqui? Um primeiro encontro? – Max a olhava com curiosidade, e o cabelo escuro, que emoldurava seu rosto, parecia uma obra de arte.Antes de responder, Ellora fechava os olhos, pensando por um segundo. Nem ela sabia como chamar o que estava acontecendo entre eles. Mas, em falta de adjetivos melhores, concordou.— Acho que sim. Você me convidou, então… – Ela falava d
Nenhum dos dois percebeu que, mais uma vez, estavam de mãos dadas. Ellora se lembrava de tê-la segurado quando falava sobre o pai, mas não sabia ao certo quando largara. Seus dedos entrelaçados acariciavam a pele um do outro, e, com o corpo mais perto de Max, não eram só as mãos em contato. Ao olhar para as unhas pintadas e arredondadas, Ellora notou o quanto suas mãos eram pequenas perto das dele. A tatuagem discreta no indicador de sua mão direita se destacava. — Uma verdadeira família de brasileiros, então? – Max perguntou. Ellora sorriu orgulhosa, concordando. — Agora entendi tudo. Isso faz sentido. Toda essa energia, esse jeito… Você é linda, tem algo bem diferente em você… – Ele não sabia como expressar aquilo sem parecer piegas ou um pouco conquistador, mas o sentimento estava ali, claro. Eles se encararam por um momento, tentando entender a linha de raciocínio um do outro. — Desculpe, isso foi totalmente sem sentido, né? – Max se atrapalhou, ficando um pouco sem graça.
A noite estava quente, e ela não parecia sentir frio, embora um leve arrepio surgisse com o toque a mais que Max explorava. A ideia de falar sobre paixão se tornava ainda mais interessante, especialmente sob o ponto de vista dela.— Por que a casa da sua mãe é como estar no Brasil? – Max levantou finalmente o olhar e encontrou o dela, que o seguia, observando seus dedos deslizando pela sua pele até o ombro.— Minha mãe é uma mulher de personalidade, Maximilian. – Ela propositadamente o chamava pelo nome, enfatizando que não o esqueceria tão cedo, o que o fez sorrir. Ele gostava de como o som do seu nome soava na boca dela. — E mesmo morando aqui há mais de 30 anos, ela fez questão de nos criar como se estivéssemos no Brasil. Então, nossos costumes em casa são bem diferentes dos de qualquer família americana que você conheça. – No final, ela prendeu os lábios entre os dentes, os dois já perdidos no tempo e naquela conversa.Mais próximos e atentos, Max estava prestes a levantar o queix
Max fez questão de acompanhá-la até a parte externa da loja, na calçada. Sua mão repousava na cintura dela, como se quisesse trazê-la ainda mais para perto, e, sem resistir, ela se aproximou, em silêncio, enquanto digitava o endereço no aplicativo.— Tomara que eu tenha sorte agora e consiga um motorista. – Ela pensou alto, tentando quebrar o silêncio.Normalmente, ele teria sido mais ousado e talvez a beijado minutos antes, já que aqueles lábios pareciam implorar por isso. Mas, naquele momento, ele não sabia quando a veria de novo, e, por isso, entregou seu telefone desbloqueado a ela. Ela, por sua vez, se aconchegava ainda mais contra o corpo dele, buscando calor.— Eu sei que o fuso horário não vai ajudar, mas adoraria continuar essa conversa. Talvez outro encontro… se você quiser. – Com cuidado, ele prendeu uma mecha solta de cabelo dela atrás da orelha. Ela sorriu em resposta.— Claro, por que não? – Ela não pensou duas vezes, salvou o número e entregou de volta o telefone, dei
Era só os dois no banco de trás. Max a puxava para mais perto, com o braço envolvendo sua cintura como se pedisse permissão para continuar, com mais privacidade e tempo de sobra. Ele já percebia ela procurando os lábios dele de novo.Antes de recomeçar, a única coisa que Max pensava era que precisava contar a verdade a ela.— Lola, preciso te falar uma coisa. – O olhar dela era tentador, assim como a mão delicada e quente que deslizava na nuca até alcançar o cabelo curto dele, puxando-o para mais perto. Estava difícil pensar ou mudar o assunto.— É importante? Porque eu não quero conversar agora, quero fazer isso. – Ela não se conteve, mordendo o lábio inferior. Depois daqueles beijos, não poderia deixar de aproveitar e provocar até o ver pressionar o corpo dela.— É sim. – Mesmo assim, ela não parava. Pressionava os lábios dele novamente, sussurrando para ele continuar. Levou a mão até a nuca dele, segurando-o enquanto olhava aqueles olhos intensos.O assunto sobre ele ou sobre quem
A boca de Lola não era apenas bonita. Ela era provocante, sensual, quase suja, em um jeito que deixava Max sem fôlego. Quando ela o tocava, a pele dele ardia com o simples toque de seus dedos, deslizando lentamente pelas laterais do seu pescoço, descendo até o decote do vestido e explorando as curvas de seu corpo. Ele queria, precisava provar aquela pele bronzeada, beijá-la até não conseguir mais parar. A sensação de seu toque sobre ele fazia com que ele perdesse o controle, mas, ao mesmo tempo, a provocação de Lola o mantinha em suspense, aguardando o momento certo para ceder.Com os dedos, Max traçava cada curva do corpo de Lola, movendo-se lentamente pela sua cintura, depois pela coxa, até chegar à parte interna da saia do vestido. Cada movimento seu era uma promessa de algo mais. Ele queria ver até onde ela iria, como ela reagiria aos seus toques. Quando seus dedos finalmente alcançaram a calcinha dela, ele sentiu a umidade, a necessidade dela, e não pôde evitar um suspiro. Estava