Capítulo 7

Mais uma vez, Ellora concordava com o que Max falava. Parecia que ela já começava a entender o suficiente para seguir a conversa, mas não queria parecer mal-educada. Então, decidiu ficar um pouco mais, tentando prolongar o diálogo.

Precisava apenas mudar de assunto.

A primeira coisa que queria saber era que tipo de aventura Max teria vivido, caso tivesse ficado com seus amigos em vez de vir até ela.

— No mínimo, minha bela Lola estaria com a gravata na cabeça e tentando escapar de alguma moça muito bêbada. – Max refletia, tentando parecer sério, mas com um sorriso contido, difícil de esconder.

— Como se você não gostasse… Eu vi as loiras mais cedo. – Ellora não fazia questão de esconder o que pensava.

— Se eu te dissesse que não sou esse tipo de homem, você se surpreenderia? – Max a olhava, os dois compartilhando um segundo de silêncio carregado de tensão. Era uma tensão boa, uma mistura de curiosidade e o desejo de descobrir mais um do outro.

Mas antes que continuassem, algo no camarote atrás deles chamou a atenção. O show principal estava acontecendo. Eles quase perderam o fôlego de tanto rir ao ver John tentando dançar na mesa central. Todos na casa estavam observando aquele espetáculo.

Por alguns segundos, os dois ficaram em silêncio, se olhando nos olhos. Não se importavam com a pausa; de algum jeito, era estranho se sentir tão confortável. Eles não se conheciam, e uma conversa curta não deveria ter esse impacto. Era o que Ellora tentava se convencer, pensando racionalmente para se proteger de um envolvimento que ela não sabia como lidar.

— Acho que vou para casa. Já está tarde. Não me leve a mal, tudo bem? – Ellora se mexia, deixando claro que ia se levantar e deixando a garrafa vazia sobre a mesa.

— Tem mesmo que ir? – Max queria mais tempo com ela, só mais alguns minutos, talvez tentando conseguir o número dela.

Lola confirmou com um leve aceno de cabeça, antes de se levantar. Ela sabia que precisava buscar suas coisas na chapelaria e pagar a conta. Não ousaria pedir o número dele, afinal, ele morava do outro lado do oceano, e ela tinha plena consciência de que não iria dar em nada. Embora ele fosse solteiro, como dissera, aquela sensação de dúvida era algo novo para ela.

A conversa chegou naturalmente ao fim. Já era hora.

— Vou te acompanhar, posso? – Max se levantava imediatamente, estendendo a mão para ajudá-la a descer do banquinho.

Ela aceitou, sentindo o toque quente e suave da mão dele. Percebia a grande diferença de altura entre eles. Mesmo com saltos, ela ainda precisava levantar o queixo para olhá-lo nos olhos. Ele tinha 1,88 m de altura, o que fazia Max parecer uma verdadeira montanha perto dela.

Ele se sentia um pouco perdido, sem saber como continuar a conversa. Não sabia se deveria arriscar algo mais ou apenas seguir com a companhia agradável que estavam compartilhando. No entanto, ele a acompanhava até a porta. No caminho, ele não podia deixar de notar suas costas nuas devido ao vestido, uma visão que o encantava.

Os cabelos dela, longos e escuros, eram uma obra de arte.  Adoraria olhar mais de perto aquelas formas delicadas e a cintura fina contrastando com o quadril cheio de curvas.Naquele instante, ele ficou sem palavras, apenas a observando caminhar. O movimento de quadril dela era natural, quase como um rebolado, e era de tirar o fôlego.

Max deixou que ela pagasse a conta, como havia combinado. Ele seguiu o mesmo caminho, respeitando a autonomia dela. Já tinha entendido que ela era uma mulher única e independente, e não queria fazer nada que a incomodasse. Era evidente que ela tinha algo diferente das outras mulheres que ele havia conhecido.

Enquanto saíam, Max ainda não sabia se ela havia notado a presença dele durante toda a noite. Ela não o reconheceu, ao contrário das outras mulheres que se jogaram aos seus pés assim que o viram. Isso só confirmava que ele estava lidando com alguém genuíno, sem expectativas de algo fácil.

Do lado de fora, com o som abafado pela porta, Ellora focava no celular, tentando chamar um motorista. Todas as tentativas falhavam, e ela começava a se irritar com a demora. Já passava das 2h da manhã, e ela se perguntava por que não foi embora mais cedo. De novo, ela sentia a presença de Max ao seu lado, sem que ele tivesse desistido dela.

Com a iluminação melhor, ela conseguia ver Max com mais clareza. Ele era bonito, charmoso e seu charme parecia natural. Não parecia se esforçar para ser atraente. Ele era alto, com cabelos claros que variavam entre castanho e loiro, dependendo da luz. Os olhos dele eram um mistério, ela não conseguia decidir sua real cor, mas sabia serem intensos e profundos. Quando sorria, os cantos dos olhos se fechavam, e isso só tornava tudo mais cativante.

Ellora não podia evitar, olhava para ele e só conseguia pensar em como seriam aqueles lábios. Seriam tão macios e quentes quanto pareciam?

Max, por sua vez, apenas dava espaço a ela. Não era do tipo que pressionava ou ficava cercando. Ele sabia que poderia ser mais direto, mas preferia a paciência. O que mais desejava agora era beijá-la, algo que desejara desde o momento em que se sentaram juntos no bar. Mas agora não importava. Ele tomava a iniciativa de novo, sem pressa, apenas esperando o momento certo.

— Não consigo chamar nenhum motorista, e quando aparece, a espera é de mais de 15 minutos. Eles mesmos cancelam. – Ellora se mostrava incomodada com a demora. Ela ainda tentava entender o real interesse de Max, ele ainda era um mistério para ela.

Max, tranquilo, aguardava o momento certo para se aproximar mais. Ele era paciente, ainda que quisesse beijá-la desde o começo. Ele decidiu e fez a proposta.

— Eu espero com você, até conseguir. Ou posso te dar uma carona, se estiver com pressa.

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