Camila narrando :Enquanto o carro seguia pela estrada, eu tentava manter a respiração firme. A mão do Guilherme ainda entrelaçada na minha me dava uma sensação de segurança que, sinceramente, eu nem sabia que precisava tanto naquele momento.Olhei pela janela, as árvores passando rápido, o céu limpo, e mesmo com o coração acelerado… eu me sentia em paz. Era estranho. Era como se, no fundo, eu já soubesse que hoje alguma ferida ia fechar. Ou pelo menos, ia começar a cicatrizar.— Você tá bem mesmo? — ele perguntou de novo, com a voz calma.Virei o rosto e sorri de leve.— Tô. De verdade. — dei uma pausa, olhando pra estrada. — É esquisito… tô nervosa, claro. Mas ao mesmo tempo, eu sinto que preciso disso. Preciso saber. Pra entender quem eu sou. Pra fechar um ciclo.Ele assentiu, apertando minha mão de novo.— E você não vai passar por isso sozinha. Eu tô aqui. Sempre.O silêncio voltou pro carro, mas não era um silêncio pesado. Era aquele silêncio que fala mais do que qualquer palavr
Guilherme narrando :Quando o exame terminou e saímos da clínica, eu percebi o quanto a Camila tava se segurando. Ela podia até parecer firme por fora, mas eu conheço cada gesto, cada silêncio, cada suspiro dela. E ali, enquanto caminhava ao meu lado sem dizer uma palavra, dava pra sentir que ela tava se protegendo.A gente mal tinha chegado no estacionamento quando o seu Jorge resolveu se aproximar. Não me surpreendi, ele é daquele tipo que gosta de controlar o tempo das coisas, mesmo quando não tem mais esse direito.— Camila… você pode me ouvir por um minuto? — ele soltou, com aquele tom meio contido, quase arrependido.Eu fiquei só observando, pronto pra intervir se ela precisasse. Mas como sempre, ela me surpreendeu. Parou, respirou fundo e respondeu com a maturidade que só ela tem:— Prefiro esperar o resultado. A gente já passou por muita coisa, e agora não é hora pra mais confusão.E foi isso. Simples, direto, do jeito que precisava ser. O velho ainda tentou insistir, dizer qu
Guilherme narrando :A manhã passou voando. Eu fiquei a maior parte do tempo em silêncio, tentando me concentrar nos relatórios da semana, mas a verdade é que minha cabeça tava a quilômetros dali. Camila, como sempre, foi impecável. Não me pressionou, não insistiu, apenas fez o que eu pedi com toda paciência do mundo.— Amor, consegui marcar com o detetive às dez. O nome dele é Jonas, escritório fica na Rua Visconde, sala 302. — ela disse, olhando pra mim por cima do monitor.Levantei da cadeira e fui até ela. Beijei seus lábios com calma, passando a mão em sua nuca.— Obrigado, meu amor. Volto antes do almoço. Qualquer coisa me chama, tá?Ela assentiu, mas antes que eu saísse, segurou minha mão por um segundo.— Se cuida. — disse baixinho, me olhando com aquele jeito que só ela tem.Saí da empresa com o coração mais firme, mas a mente em alerta. Desci pro estacionamento, entrei no carro e liguei o motor. O barulho do motor preenchendo o silêncio me deu aquela sensação de que eu tava
Camila narrando :Quando o Guilherme entrou na sala, foi impossível não sorrir. Ele tinha aquele olhar firme de quem tava com coisa pesada na cabeça, mas mesmo assim… me olhava como se eu fosse o alívio dele. E, no fundo, eu sabia que era.Ele encostou na minha mesa, me olhou por uns segundos e estendeu a mão com aquele jeitinho que eu não resistia.— Tá quase dando o horário do almoço… vamos sair só nós dois? — ele disse, com aquele tom meio calmo, meio urgente, que só ele sabe usar. — Lugar tranquilo. Só eu e você.Meu coração amoleceu na hora. Depois de tudo que a gente passou, e ainda tava passando, um tempo só nosso parecia perfeito.Me levantei, ajeitei a saia e segurei a mão dele com um sorriso de canto.— Com esse convite, quem sou eu pra negar, né?Ele riu, me puxou pra perto e deu um beijo na minha testa. Aquilo era o suficiente pra me fazer esquecer do mundo por alguns minutos.Descemos juntos, de mãos dadas, e só de sair daquele prédio já deu pra sentir o ar diferente. Gui
Camila narrando :Assim que o carro parou, meu coração já tava batendo acelerado. Eu desci meio sem acreditar que ele realmente tinha feito aquilo. Guilherme deu a volta e veio até mim com aquele olhar que misturava desejo, cuidado e certeza.Ele foi até a recepção e, claro, pediu o melhor quarto. Discreto, reservado, com tudo que a gente merecia, e mais um pouco. Quando a porta do quarto abriu, eu parei por um instante, surpresa.O quarto era lindo.A decoração era elegante, nada exagerada. Luz baixa, lençóis brancos impecáveis, um espelho enorme na cabeceira da cama, e uma banheira de hidromassagem ali no canto, com pétalas e luz de LED em volta. Parecia até cenário de filme.— Meu Deus, Guilherme... — murmurei, olhando em volta. — Isso tudo foi de propósito, né?Ele só sorriu de canto e veio na minha direção, devagar, com aquela calma perigosa que só ele tem. Me puxou pela cintura e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, colou os lábios nos meus.O beijo foi intenso. Quente. A
Guilherme narrando:Eu tava virado num vulcão. Nunca pensei que uma mulher ia me deixar nesse estado. Mas a Camila… porra, a Camila me desmonta com um olhar. Quando eu vi ela ajoelhando na minha frente e chupando daquele jeito… eu perdi qualquer controle que tinha.Gozei na boca dela igual um moleque. E ela ainda me olhou com aquele sorrisinho safado, como se soubesse que tinha me vencido. Mas o jogo só começou ali.Ver ela se contorcendo na minha boca, gozando nos meus dedos, foi tipo… a confirmação que eu precisava. Essa mulher era minha. De corpo inteiro. E eu ia provar isso pra ela.Quando meti na bucetinha dala, e senti o quanto ela era apertada, quente, molhada… eu soube. Nunca mais ia conseguir comer outra mulher sem lembrar do jeito que ela geme, do jeito que ela me chama de “meu”, da forma que o corpo dela encaixa no meu como se tivesse sido feito sob medida. Eu nunca tinha esquecido disso.Eu tava dentro dela, estocando fundo, gemendo no ouvido, puxando os cabelos, marcando
Camila narrando:Um dia depois :Acordei com a luz do sol invadindo o quarto pelas frestas da cortina e um silêncio gostoso enchendo o espaço. Virei devagar, e lá estava ele… Guilherme, deitado ao meu lado, de costas, com aquele jeitinho de quem finalmente tava em paz.Sorri sozinha, abraçando o travesseiro, com o coração leve. Parecia que tudo que tinha acontecido era um sonho… mas meu corpo lembrava que tinha sido bem real. Ficamos a tarde toda naquele motel e só voltamos pra casa bem tarde, foi tudo tão maravilhoso.Do nada, o celular dele começou a tocar em cima da cômoda. O som meio abafado fez ele se mexer, levantar devagar, ainda sonolento. Vi quando ele pegou o celular e olhou o número, franzindo um pouco a testa. Depois saiu do quarto e foi pra sacada, só de calça de moletom, com o celular no ouvido.Eu fiquei ali, deitada, só ouvindo de longe, ainda com aquela preguiça boa de quem não queria que a manhã passasse.— Alô? — ele atendeu, com a voz rouca de quem tinha acabado de
Prólogo : Guilherme narrando : Eu sabia que aquele dia não seria como os outros. Desde o momento em que acordei, uma sensação estranha me acompanhava, como se algo estivesse prestes a acontecer. Algo ruim. O meu instinto gritava, mas eu ignorei. Estava ansioso para ver Camila, para sentir o seu cheiro, para tê-la nos meus braços mais uma vez. Era como um vício, uma obsessão que eu não conseguia controlar. A casa de praia da família dela era o nosso refúgio, o lugar onde podíamos nos esconder do mundo. Onde ela me dizia, entre suspiros e beijos, que nunca sentiu nada igual. E eu sempre acreditei nisso. Eu acreditei que ela era minha, assim como eu era dela. Cheguei lá com o coração disparado. A porta estava entreaberta, como se estivesse me esperando. Algo no silêncio do lugar me incomodou. O som das ondas parecia distante, abafado pela sensação sufocante que tomou conta de mim. Um arrepio percorreu minha espinha. — Camila? — chamei, a minha voz soando estranha até para mi