ATUALIZAÇÃO DIÁRIA "Os olhos de Ivy se estreitaram, cheios de incredulidade e nojo. — Você quer me usar para... ter um filho? — É isso ou sua morte. — Lucian se inclinou, a voz afiada como uma faca. — Mas, se aceitar o acordo, depois que o nosso filho nascer, você terá minha palavra: poderá ir embora. Para onde quiser. Livre. Ivy ficou em silêncio, cada músculo de seu corpo tenso, processando as palavras dele. — E como posso acreditar em você? — ela disparou, com os olhos cheios de lágrimas." Ivy é uma escrava do Alfa Lucian desde que ele matou os seus pais há dois anos e a aprisionou junto com o seu irmão. No dia de sua execução, para a sua surpresa, o Alfa Lucian segura o machado que a mataria e revela que ela é sua companheira destinada. Seu destino estava ligado ao lobo que matou quase toda a sua família, mas Ivy prefere morrer do que se tornar sua Luna. Lucian não querendo ir contra os desígnios da deusa Selene, que pune aqueles que machucam seus companheiros destinados, oferece um acordo a Ivy; se ela aceitasse ser sua Luna, ele libertaria o seu irmão e após ela conceber um filho homem, estaria livre para deixar a alcateia. Ivy aceita, mas será que ela pode confiar na palavra de Lucian, o alfa cruel e impiedoso que matou seus pais friamente? Ou isso era uma oportunidade dela vingar seus pais? Mas como ela poderia ignorar o profundo desejo entre os dois e manter seu coração afastado?
Ler maisO silêncio na sala de reuniões era quase audível.Ivy olhou ao redor, sentindo os olhares de todos fixados nela. Sua postura ereta e confiante mascarava a tempestade de emoções que travava em seu interior.Então, ela se virou diretamente para Lucian.— Antes de responder à pergunta de Grace — começou Ivy, sua voz firme —, quero que você me diga uma coisa, Lucian. Você aceita as condições que impus? Transparência total. Sem segredos.Lucian manteve seu olhar fixo nela por alguns segundos que pareceram uma eternidade. Então, ele deu um passo em sua direção, parando bem próximo.— Eu aceito, Ivy. — Sua voz era grave, mas cheia de convicção. — Você terá sua transparência, mas lembre-se, essa confiança exige o mesmo em troca.Sem hesitar, Ivy ergueu o queixo e declarou, firme:— Então eu me casarei com você.O impacto de suas palavras reverberou na sala como uma onda. Um burburinho tomou conta dos presentes, enquanto olhares desconfiados, confusos e curiosos eram trocados entre os membros
A madrugada avançava lentamente, trazendo com ela um silêncio quase sobrenatural. Ivy permanecia deitada na cama, encarando o teto enquanto os pensamentos se empilhavam como peças de um quebra-cabeça impossível de resolver. Não havia como voltar atrás, não havia mais zona de conforto. Quando o primeiro raio de sol se insinuou pela janela, ela soube que era hora de agir. Ivy se levantou com determinação renovada. O tempo para hesitação havia acabado. Vestindo uma jaqueta simples e uma expressão de aço, ela atravessou a mansão em direção à sala de reunião, onde Lucian e outros membros da alcateia deveriam estar reunidos. Havia um murmúrio abafado que cessou abruptamente quando Ivy entrou, atraindo todos os olhares para si. Lucian estava sentado na cabeceira da mesa, olhando para um mapa marcado com linhas e anotações estratégicas.Seu olhar encontrou o dela, e algo na postura dele mudou. Talvez fosse surpresa por vê-la ali tão cedo, ou talvez fosse o impacto silencioso da deci
Ivy caminhava pelos corredores escuros da mansão, o eco de seus próprios passos parecendo amplificar o turbilhão de pensamentos em sua mente. O peso da conversa com Lucian ainda pairava sobre ela como uma tempestade que ameaçava desabar a qualquer momento. Cada palavra que ele dissera parecia reverberar, cada revelação aumentando o nó que se formava em sua garganta.Ela precisava de ar.Quando finalmente encontrou uma saída para os jardins externos, o frio da noite foi um alívio bem-vindo. Ivy respirou fundo, tentando acalmar as emoções que disputavam espaço em seu peito: raiva, tristeza, culpa e uma confusão crescente de sentimentos que ela não queria nomear. "Ele sacrificou tanto... e nunca disse nada. Por que esconder isso de mim? Ele acha que isso me protegeria?" Ivy murmurou para si mesma, segurando as mãos trêmulas.Por mais que estivesse irritada, ela também não conseguia ignorar o que ouvira. Lucian havia posto tudo em risco por ela. Aquilo a assombrava. — Perdeu o sono?
— Esse não é o momento para discutir ou debater. Vamos nos concentrar no que é essencial agora — Lucian disse simplesmente, sua voz soando firme, mas com um toque de hesitação. Ele não olhava diretamente para Ivy, talvez porque soubesse o que encontraria no olhar dela. — Lucian, está me dizendo que vai considerar isso? — Ivy questionou, sua voz carregada de incredulidade. — O que eu estou dizendo é que temos que avaliar todas as opções antes de tomar uma decisão final. — Ele virou-se novamente para os anciãos. — Mas se esta união for realmente necessária, eu preciso de respostas. Quem sugeriu isso primeiro? Quais os vínculos específicos entre Ivy e a alcateia rebelde? Ivy percebeu o que Lucian estava fazendo. Ele queria saber até que ponto os anciões sabiam sobre a ligação entre ela e os rebeldes. Principalmente, Lucian queria saber se eles estavam cientes sobre a identidade do verdadeiro líder daquela rebelião.Os anciãos trocaram olhares tensos antes de o líder responder: —
Ivy estava no corredor lateral, onde a luz suave das tochas lançava sombras trêmulas nas paredes de pedra. Ela havia conseguido se posicionar discretamente em um canto onde podia observar tudo. Lucian estava ao lado dos anciãos, a expressão fechada enquanto ouvia os murmúrios ao redor. A tensão no ambiente era notável. Todos sabiam que a situação com o exercito rebelde havia atingido um ponto crítico, e qualquer decisão tomada ali poderia definir os rumos de um possível conflito. A reunião pareceu ter chegado ao seu ápice quando Lucian se dirigiu ao estrado, sua postura imponente dominando o salão. Todos os murmúrios cessaram enquanto os anciãos e os membros da alcateia esperavam suas palavras.Ivy, ainda parada em um canto, sentia os olhares de alguns recaírem sobre ela, como se sua presença ali fosse um acontecimento tão significativo quanto a própria reunião.Ela cruzou os braços, tentando ignorar a sensação de estar fora de lugar. Sua mente ainda estava agitada pelas cartas m
As palavras de Lucian ressoavam na mente de Ivy enquanto ela o encarava, sem saber o que falar ou se deveria falar. "Ficar ao meu lado." Era ao mesmo tempo uma promessa e uma ordem, mas Ivy sabia que significava muito mais do que parecia à primeira vista.— Fique ao meu lado e protegerei você. — Lucian repete outra vez e em seguida, simplesmente se afasta e vai embora.Ivy continuou parada no mesmo lugar, suas mãos tremiam, e ela sentia o peso de sua própria impotência.Mesmo agora, seu irmão estava trancado em uma masmorra, e Lucian era a única coisa que impedia o caos absoluto. Mas em quem ela deveria confiar?Ivy respira fundo e também começa a andar em frente. Ela para quando chega a um dos salões da mansão, onde o crepitar das chamas na lareira tornava o ambiente menos frio. A luz laranja dançava pelas paredes de pedra, mas não fazia nada para acalmar o turbilhão de emoções dentro dela.Enquanto afundava em uma cadeira próxima, seu pensamento voltou a Ethan.O ódio no olhar do i
— Lucian, não! — gritou Ivy, tentando puxar o braço dele. — Por favor, pare!O silêncio na masmorra era preenchido apenas pelos grunhidos abafados de Ethan enquanto lutava inutilmente contra o aperto implacável de Lucian. Ivy sentiu o ar rarefeito, como se a tensão fosse uma entidade viva ao seu redor. — Solte-o, Lucian! — implorou, avançando alguns passos. — Você vai matá-lo! — Ele insultou você. Me diga por que eu deveria deixá-lo respirar? — Lucian rebateu, sem desviar o olhar de Ethan, que agora começava a perder força em suas lutas.— Ele é meu irmão! — Ivy implorou, sua voz tremendo com desespero.Por um momento que pareceu uma eternidade, Lucian permaneceu imóvel, sua mandíbula travada, o ódio emanando dele como calor. Mas Lucian não desviou o olhar de Ethan, seus olhos brilhando em um tom dourado ameaçador.Ele apertou ainda mais o pescoço do irmão, fazendo Ethan sufocar em desespero. — O que você disse a ela? — Lucian exigiu, sua voz reverberando pelas paredes de pedra. I
Ivy parou, congelada, ao encontrar os olhos intensos de Lucian. O frio do inicio da manhã parecia abraçá-la, mas o calor do olhar dele era quase sufocante. Ela não sabia como começar a explicar sua ausência sem revelar demais.— Eu... precisava de um pouco de ar. — A voz dela soou mais trêmula do que gostaria.Lucian permaneceu em silêncio, o rosto mascarando qualquer emoção óbvia, mas seus olhos a perfuravam. Ele deu um passo à frente, a sombra de seu corpo tornando-se maior sob o fraco brilho do amanhecer.— O ar estava melhor longe do meu quarto? — Ele arqueou uma sobrancelha, a ironia evidente.Ivy engoliu em seco, tentando ignorar o aperto crescente em seu peito.— Não é isso. Eu… só precisava pensar.— Pensar. — A palavra saiu de seus lábios como um veneno suave. Ele a rodeou lentamente, como um predador avaliando sua presa. — E encontrou o que estava procurando?Ela sentiu o sangue fugir do rosto. Será que ele sabia? Será que ele viu Alaric?— Sim — respondeu, apertando os pun
A janela de vidro parecia vibrar com o impacto de mais uma pedra arremessada, trazendo Ivy de volta ao presente. Com o coração ainda disparado pelos eventos recentes, ela se aproximou lentamente, afastando a cortina com cuidado. Quando olhou para baixo, viu uma figura que imediatamente reconheceu: Alaric.Um alívio avassalador tomou conta dela ao perceber que não era mais uma ameaça desconhecida. Mas, ao mesmo tempo, havia surpresa e culpa. Ela tinha se esquecido completamente da promessa entre os dois — de que ele ficaria por perto, caso ela precisasse de proteção. Ivy abriu a janela, mantendo a voz baixa para que ninguém mais ouvisse. — Você está louco? Vai embora, Alaric. É perigoso você estar aqui!Ele sorriu de maneira desafiadora, aquele sorriso que a irritava e, ao mesmo tempo, a fazia sentir-se protegida. — Confie em mim, Ivy — disse ele. Antes que pudesse respondê-lo, Alaric inclinou-se, transformando-se rapidamente. Suas feições humanas deram lugar às de uma criat