Caleb Evans e Ayala Green são opostos que se atraem. Ele, marcado por um passado cheio cicatrizes que ainda o perseguem. Ela, a luz que ele nunca soube que precisava. Unidos por um amor que desafia a lógica, os dois enfrentam um inimigo inesperado: os segredos que Caleb tentou enterrar. Quando a mãe de Caleb ameaça e coloca Ayala na mira de um perigo iminente, os dois são empurrados para um jogo de mentiras, corridas ilegais e chantagens. Entre adrenalina e paixão, Caleb luta para proteger Ayala, enquanto ela descobre que também precisa ser a fortaleza que ele nunca teve. Em meio a escolhas impossíveis e um amor que queima intensamente, Caleb e Ayala precisam decidir até onde vão para salvar um ao outro — e a si mesmos.
Ler maisAyala Green Acordei nos braços de Caleb, sentindo seu corpo quente e confortável ao meu redor. A respiração dele estava lenta e ritmada, uma de suas mãos ainda pousada na minha cintura, como se mesmo dormindo ele quisesse me manter ali. Sorri contra seu peito antes de me mover com cuidado, tentando sair da cama sem acordá-lo. Pé por pé, fui deslizando para fora dos lençóis, sentindo a brisa fria da manhã arrepiar minha pele. Antes de sair, olhei para trás. Caleb ainda dormia, os cabelos bagunçados e a expressão tranquila. A imagem era quase perigosa, porque me fazia querer voltar para a cama e esquecer que o mundo lá fora existia. Mas eu precisava ir. Abri a porta devagar, tentando não fazer barulho… e dei de cara com Lucy. Ela me encarou com um sorriso malicioso, os braços cruzados e uma sobrancelha arqueada como se dissesse até que enfim, né?. — Nem precisa falar nada. — Levantei a mão antes que ela pudesse abrir a boca. Ela riu baixinho. — Ah, mas eu vou falar, sim. Eu sabi
Caleb Evans O motor do Fiat 500 de Ayla ronronava suavemente enquanto descíamos a estrada de terra de volta para casa. A luz do fim de tarde pintava tudo com tons quentes de laranja e dourado, e o vento entrava pela janela aberta, bagunçando os cabelos dela. Ela dirigia com uma expressão tranquila, uma das mãos no volante e a outra repousando despreocupadamente no câmbio. De vez em quando, ela cantarolava baixinho a música que tocava no rádio, e eu me pegava sorrindo sem perceber. Eu ainda sentia o peso daquele fim de semana. Como se algo tivesse se encaixado dentro de mim, algo que eu nem sabia que estava fora do lugar até encontrar Ayla ali, dormindo nos meus braços, sem pressa para ir embora. Mas agora a cidade nos esperava. A casa, os olhares curiosos dos amigos, as perguntas que viriam. Suspirei e apoiei o cotovelo na janela, observando a estrada passar. Ayla percebeu, claro. — O que foi? — Ela me olhou rapidamente antes de voltar a atenção para a estrada. Demorei um segu
Caleb Evans O sol da manhã aquecia a barraca, invadindo o espaço com uma luz dourada e suave. Meu braço estava jogado sobre Ayla, seu corpo encaixado no meu de um jeito tão perfeito que parecia que ela sempre deveria ter estado ali.Eu senti seu corpo se mexer, ela suspirou baixinho e se aninhou mais contra mim, os dedos traçando círculos preguiçosos em meu peito.— Bom dia — sua voz saiu rouca pelo sono.— Bom dia, Boneca — murmurei, beijando o topo da sua cabeça.Ficamos ali, apenas sentindo a presença um do outro, sem pressa para sair do lugar. O mundo lá fora podia esperar.Ela ergueu o rosto para me encarar, os olhos ainda sonolentos, mas brilhando com algo que me fazia sentir um calor diferente no peito.— Tá me olhando assim por quê? — perguntei, brincando com uma mecha do cabelo dela.— Porque eu ainda não acredito que finalmente estamos aqui — ela sorriu. — Que você finalmente parou de fugir.Soltei um suspiro, deslizando os dedos pela curva do seu rosto.— Eu não quero mais
Caleb Evans O riso dela ainda ecoava pela cachoeira quando, sem pensar, eu puxei Ayla pela cintura novamente. Mas dessa vez, eu não soltei.Ela arfou ao sentir meu corpo colado ao dela, os olhos brilhando com algo indefinível, e os lábios levemente entreabertos, convidativos. A água escorria por sua pele, pelos fios escuros do cabelo grudados na testa, descendo pelo pescoço e sumindo entre os contornos do seu corpo.— Caleb… — ela sussurrou, como se soubesse exatamente o que viria a seguir. Como se estivesse esperando.E eu já não queria lutar contra isso.Meus dedos apertaram sua cintura, deslizando devagar até suas costas nuas, sentindo sua pele quente contrastando com a água fria. Ela estremeceu sob o toque e eu não hesitei mais. Inclinei-me e tomei seus lábios nos meus.O beijo foi faminto desde o início. Não havia mais espaço para incertezas. Nossos corpos se encaixaram de imediato, como se soubéssemos exatamente onde cada parte deveria estar. Ela soltou um pequeno suspiro contr
Caleb Evans A semana passou como um caos. Eu não conseguia me concentrar em nada, minha cabeça era um emaranhado de pensamentos confusos, e a indiferença de Ayla me afetava mais do que eu estava pronto para admitir. Era como se algo dentro de mim estivesse prestes a explodir. Quando não estava dopado e trancado no meu quarto, estava vigiando Ayla feito um maldito homem das cavernas sempre que via algum cara se aproximando dela. Eu não podia continuar assim. Precisava tomar uma decisão para a minha vida. Precisava respirar, organizar minha mente, parar de me afogar em sentimentos que eu nem sabia nomear. Arrumei minha mochila de camping, decidido a passar o fim de semana no mato, longe de tudo. Água de cachoeira para limpar essas energias, céu aberto para me lembrar do que é liberdade. Eu tinha que me reconectar comigo mesmo antes de enlouquecer. Foi quando ouvi os passos dela atrás de mim. — Caleb… — Ela parou na porta do meu quarto, observando enquanto eu terminava de organiza
Ayala Green Eram mais de três horas da tarde, e Caleb ainda não tinha saído do quarto. Meu pai dizia que era normal, que provavelmente ele tinha dormido tarde, mas eu sabia que não era isso. Alguma coisa estava errada, e a inquietação no meu peito só crescia. Caminhei até a porta do quarto dele e bati com força, a preocupação transbordando. — Caleb Evans, abre essa porta agora! Sai desse quarto! — minha voz estava firme, mas minha preocupação transparecia. Houve um som abafado, algo caindo no chão, e então a porta se abriu. Ele apareceu com o rosto marcado de cansaço, o cabelo bagunçado e apenas de bermuda. Seus olhos pesavam, como se carregassem o peso do mundo. — Finalmente! Achei que você tivesse morrido aí dentro, pelo amor de Deus! — passei por ele, empurrando-o levemente, entrando no quarto e abrindo a janela. O cheiro de quarto fechado me incomodava. — Eu te fiz um lanche. Ele apenas me lançou um olhar vazio. — Não tô com fome. Suspirei, me virando para encará-lo. — O
Caleb Evans Estava terminando de organizar os documentos do caso com Álvaro quando meu celular começou a vibrar sobre a mesa. Olhei para a tela e vi o nome da Ayala piscando. Atendi no viva-voz, sem pensar muito. — Caaaaleb! — O jeito bêbado e manhoso dela quase me fez suspirar Álvaro parou de escrever, me olhando de lado com o cenho franzido. — O que foi, Ayala? — perguntei, tentando manter o tom casual, embora a preocupação já começasse a surgir. — Eu tô precisando de você… muito, muito mesmo. — Onde você tá? — Perguntei, me levantando imediatamente. A preocupação já estava ganhando espaço. — Na festa! Sabe… a iniciação das líderes de torcida… — A voz dela oscilava entre divertida e um pouco chorosa. — Vem me buscar, Caleb. Você é meu herói! Desliguei o viva-voz rápido, antes que Álvaro pegasse mais alguma coisa. — Tô indo, Ayala. Não sai daí, tá? Álvaro me lançou um olhar curioso. — Tá tudo bem? — Tá sim. Ela só quer que eu busque ela numa festa. — Respondi com a maior
Caleb Evans — Onde vai, saindo de fininho assim? — A voz de Álvaro me faz parar no meio do corredor.Viro lentamente, tentando mascarar minha surpresa. Ele está encostado no batente da porta do escritório, com a camisa parcialmente aberta e o olhar cansado, mas atento.— Vou dar uma volta com os caras de moto. — Respondo, casualmente, enfiando as mãos no bolso. — Achei que já estava dormindo.Ele ergue uma sobrancelha, desconfiado, mas mantém a expressão neutra.— Estou com um caso complicado para estudar. A noite vai ser longa.— Se ainda estiver acordado quando eu voltar, te ajudo. — Ofereço, tentando soar despreocupado enquanto desvio o olhar.— Vai se divertir e não se preocupe com isso. Só tome cuidado, viu? — O tom dele é firme, mas há um traço de preocupação que me atinge mais do que deveria.Faço um gesto de assentimento e me apresso em sair antes que ele faça mais perguntas. Não gosto de mentir para Álvaro, principalmente porque ele é a única pessoa que sempre me acolheu. A
Ayala Green O campo de futebol americano estava lotado. O som das conversas, risadas e o ritmo acelerado das vozes preenchiam o ar enquanto os outros candidatos aguardavam sua vez. Eu estava nervosa, mas o sentimento que tomava conta de mim era mais forte que o medo — era a emoção de estar prestes a provar que eu tinha o que era necessário para ser a líder de torcida, para ser notada, para finalmente conseguir algo que me fizesse sentir parte de algo grande. A brisa fresca da manhã fazia o meu cabelo balançar suavemente enquanto eu me preparava para o teste. Eu usava o uniforme oficial para as provas, uma camiseta justa de cor vibrante, shorts curtos e tênis confortáveis. O traje, projetado para ser tanto prático quanto provocante, fazia com que eu me sentisse confiante, como se estivesse pronta para brilhar. Mas, no fundo, meu coração ainda batia forte — não só pela competição, mas por saber que, naquele campo, Caleb estaria me observando. Respirei fundo e dei um passo à frente,