Amor por Acidente - A Stripper e o Bilionário

Amor por Acidente - A Stripper e o Bilionário PT

Romance
Kayla Sango  Atualizado agora
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79Capítulos
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Resumo
Índice

— Eu quero o divórcio, Ayla. Essas palavras caíram como uma bomba logo após eu acordar de um coma e descobrir que havia perdido meus filhos naquele acidente de carro. Perder. Eu estava perdendo muito ultimamente: meus filhos, meu marido, meu emprego, minha melhor amiga… tudo o que me restava era o fundo do poço. Ou o Inferno, como se chamava a boate de striptease onde me vi forçada a trabalhar. Talvez a única maneira de parar de perder fosse… acabar com tudo. — Não! Não faça isso! Por favor, desça daí. Voltei-me para o dono daquela voz imponente, que me chamava de volta à vida. Mas era tarde demais. Eu já estava caindo. — Eu... eu estou morta? — Por enquanto, sim. Mas nem tudo está perdido. Pode ter uma segunda chance. — O que você quer de mim? — Você terá sua família de volta, mas primeiro, você deve salvar a família dele. — Quem é ele? — Esse homem, Nicolas, está prestes a entrar na sua vida. Ele será tanto a chave para sua redenção quanto o maior desafio que você já enfrentou. Está pronta para voltar? — Sim. O tempo se dobrou sobre si mesmo, como uma fita antiga sendo rebobinada em velocidade máxima. E, de repente, eu estava novamente no topo daquele prédio, nos braços do homem cujo caminho se entrelaçava com o meu. Mas... agora que eu tinha uma nova chance de refazer tudo, por onde eu começaria? Eu seguiria o caminho do amor... ou da vingança?

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Capítulo 1
~AYLA~A escuridão ainda pairava sobre mim quando meus sentidos começaram a despertar, como se eu emergisse lentamente de um oceano profundo. Algo frio e metálico pressionava meus dedos, e uma leve dor pulsava em meu braço esquerdo. Meu corpo estava pesado, rígido, como se estivesse acorrentado a uma realidade que eu não reconhecia. O som de um monitor cardíaco preenchia o silêncio, cada bip uma âncora, forçando-me a enfrentar o que quer que estivesse além da névoa.Luz branca. Brilhante demais. Tentei abrir os olhos, mas a claridade me atingiu como uma lâmina, me obrigando a fechá-los novamente. As vozes ao meu redor eram abafadas, distantes, como se viessem debaixo d'água.Minhas mãos formigavam levemente, e o frio do lençol contra minha pele fazia tudo parecer ainda mais estranho, mais real. Passos apressados ecoavam ao redor, mesclando-se ao som baixo de vozes. Cada detalhe do ambiente parecia gritar para mim que algo terrível havia acontecido, mas minha mente ainda estava presa n
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Capítulo 2
~AYLA~Os dias que se seguiram ao meu despertar no hospital foram envoltos em uma neblina pesada e dolorosa. A maior parte do tempo, eu estava sob efeito de sedativos, não pelas dores físicas – essas eu poderia suportar – mas pela dor insuportável que preenchia cada centímetro do meu ser. A dor da perda dos meus filhos era um buraco negro, devorando tudo o que eu era. A única maneira de silenciá-la, mesmo que por algumas horas, era através dos remédios. E assim, os dias passavam, mas a dor não diminuía. Cada vez que eu despertava do torpor dos medicamentos, o vazio em meu peito parecia ainda maior.Perguntava por Miguel o tempo todo. As enfermeiras desviavam os olhos, o desconforto evidente em suas expressões. Às vezes, trocavam olhares entre si antes de me responder, outras vezes apenas balançavam a cabeça, como se eu fosse frágil demais para ouvir qualquer verdade. Elas nunca diziam muito, mudando de assunto rapidamente, mas o silêncio delas dizia mais do que qualquer palavra.— Mig
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Capítulo 3
~AYLA~As palavras de Miguel ecoavam na minha mente como um trovão interminável: "Eu quero o divórcio, Ayla." Era como se tudo ao meu redor estivesse desmoronando. Passei os últimos dias no hospital esperando por algum sinal de consolo, algo que me dissesse que ainda havia uma chance, que eu não estava completamente sozinha. Mas ele entrou, trouxe uma mala com minhas roupas e destruiu o que restava de qualquer esperança.Helena veio me buscar no hospital no fim da tarde, e nunca me senti tão grata por tê-la ao meu lado, tê-la como amiga.— Ayla? Está pronta? — Helena perguntou da porta, segurando a alça da bolsa com uma postura tensa.Balancei a cabeça em silêncio, pegando minhas coisas. Não havia o que dizer. Caminhei até ela com o corpo pesado, como se cada passo fosse um esforço monumental. Queria acreditar que sua presença seria um conforto, mas até isso parecia distante demais.— Não é fácil, eu sei — ela comentou enquanto me acompanhava pelo corredor do hospital. — Mas sair daqu
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Capítulo 4
O lugar onde Caterina trabalhava era o tipo de ambiente que eu nunca imaginara pisar em toda a minha vida. Uma boate de stripper. O som ensurdecedor da música vibrava nas paredes de luzes piscantes, e o cheiro de bebida misturado a perfume barato criava uma atmosfera pesada, mas, de alguma forma, atraente. Havia algo naquele caos organizado que mexia comigo, algo que anestesiava os sentidos de uma forma que nenhum remédio fora capaz de fazer.— Bem-vinda ao Inferno! — Teri brincou, abrindo os braços como se fosse a anfitriã de um grande evento. — Literalmente. Esse é o nome da casa.— Inferno? — perguntei, hesitante. — Não tinham algo mais... convidativo?— Convidativo é para amadores, querida. — Ela piscou, rindo. — Aqui, a gente não esconde o que é. As pessoas gostam de saber exatamente no que estão se metendo. Além do mais... quer algo mais convidativo do que... nós?Teri parecia não se levar a sério. Ela transitava pelo ambiente com a facilidade de quem já fazia parte dele há muit
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Capítulo 5
~AYLA – TRÊS ANOS DEPOIS ~Eu estava sentada em frente ao espelho, observando meu reflexo como fazia quase todas as noites. O que vi de volta era uma mulher bonita, não havia como negar. Meu rosto, delicadamente maquiado, destacava os olhos castanhos profundos, sempre carregando um traço de melancolia, algo que os anos não conseguiram apagar. O batom vermelho escuro contrastava com minha pele pálida, e o cabelo negros, que uma vez fora macio e natural, agora caía em ondas perfeitamente arrumadas, brilhantes sob as luzes do camarim. Meu corpo estava escultural, a rotina diária de dança e os exercícios intermináveis haviam me moldado de uma maneira que muitos consideravam desejável. Mas enquanto me olhava, eu só conseguia ver o vazio atrás da beleza.Hoje fazia exatamente três anos desde o acidente. Três anos desde que minha vida desabou e eu caí num poço de dor e desespero do qual nunca consegui sair. Era difícil acreditar que já havia passado tanto tempo, mas o peso da perda e da culp
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Capítulo 6
— Ayla tá bom... — murmurei, quase como um sussurro, enquanto tentava cobrir meu corpo exposto com as mãos, sem saber onde me esconder. Sentia-me vulnerável, como se fosse uma adolescente acuada.O nome Nyx, que Teri escolheu para mim logo que comecei a trabalhar, agora parecia um lembrete amargo de como eu havia tentado ser alguém diferente. Nyx, a deusa da noite, envolta em escuridão, como a própria noite que me consumia. Eu era uma sombra da mulher que um dia fui, escondida atrás de um nome que sugeria poder, mas que, na verdade, refletia minha própria fragilidade.Miguel deu um passo à frente, e automaticamente meu corpo recuou, minhas costas pressionando-se contra a parede fria do camarim. Seus olhos percorriam meu corpo sem qualquer resquício de respeito, e o sorriso arrogante que ele exibia me fazia querer desaparecer.— Nunca imaginei que você chegaria a esse ponto — disse ele, a voz impregnada de desprezo. — Passar por essa humilhação... Eu sempre achei que você tivesse mais
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Capítulo 7
Era tarde demais. Meu corpo já estava caindo no abismo. O vento frio chicoteava meu rosto, e tudo parecia acontecer em câmera lenta. As luzes da cidade, antes tão distantes, agora se aproximavam rapidamente, borradas por lágrimas e pela velocidade da queda. Por um breve segundo, pensei que o impacto não seria tão ruim. Pensei que seria rápido, indolor. Mas a realidade foi muito mais cruel.Tudo escureceu.Então, veio o silêncio. Um silêncio absoluto, ensurdecedor, que parecia me consumir por dentro. Não havia mais vento, nem frio, nem dor. Apenas um vazio imenso que se estendia ao meu redor. Eu estava flutuando, ou talvez apenas existindo em algum espaço que não tinha forma, nem cor, nem tempo.Abri os olhos – se é que estavam realmente abertos – e vi meu corpo lá embaixo. Estava caída no chão, imóvel, contorcida de uma forma antinatural. A cena parecia distante, como se eu a observasse através de um véu fino e trêmulo. Pessoas começavam a se reunir, gritos ecoavam ao longe, e luzes v
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Capítulo 8
~NICOLAS~Eu sabia que estava tarde, mas não conseguia deixar de continuar. O prédio estava vazio, com exceção dos poucos resquícios de funcionários que ainda estavam em seus escritórios. Eu estava sozinho, como sempre. O cansaço, no entanto, parecia me consumir mais a cada dia. Depois de três anos à frente do Grupo Sartori, a pressão não diminuía. Eu tinha cumprido minha promessa de reerguer a empresa após a morte do meu irmão gêmeo Enrico, mas o peso da responsabilidade me esmagava como se fosse o primeiro dia.A falência ainda era uma cicatriz visível, e o medo de um erro fatal nunca me deixava. Mas o trabalho, os números, as negociações, eram tudo o que me restava para me manter de pé.A noite se estendia à minha frente e eu me encontrava sozinho em minha sala, quase inconsciente do tempo que passava. Apenas a luz do monitor iluminava a escuridão ao meu redor. Mas, então, algo me tirou da rotina monótona. A silhueta de uma mulher atravessava o corredor vazio. Ela estava coberta po
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Capítulo 9
~AYLA~Meus olhos estavam fixos no homem abaixo de mim, e, por mais que eu quisesse me mover, ele segurava minha cintura com tanta força, puxando-me contra ele, que qualquer tentativa de escapar parecia impossível. Um arrepio percorreu meu corpo, mas eu não sabia dizer se era devido ao frio ou pela forma como nossos corpos se tocavam de maneira tão íntima e inesperada.Ele era alto, com ombros largos e braços fortes. Seu rosto era angular, de traços marcantes, com uma mandíbula firme e bem definida. Os olhos, de um azul profundo, transmitiam uma frieza impenetrável, mas eram intensos o suficiente para prender qualquer um que se atrevesse a encará-los por muito tempo. O cabelo escuro, encharcado pela chuva, e a barba cerrada davam a ele um ar de mistério e poder.De onde eu conhecia aquele homem? Era possível que fosse da boate? Eles eram sempre de lá, não eram?De repente, uma pontada aguda explodiu na minha cabeça, como se algo tivesse sido arrancado à força do meu cérebro. Eu gemi b
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Capítulo 10
Voltar para a boate parecia mais automático do que uma escolha consciente. A chuva já não era mais uma distração, apenas um incômodo que me lembrava que eu ainda estava viva. Quando atravessei a entrada dos bastidores, nem percebi que havia passado tanto tempo fora. Tudo parecia exatamente como eu tinha deixado. O barulho, as luzes, o cheiro de perfume barato. Nada mudava ali, nunca.Lorenzo estava esperando. Seu olhar fulminante me encontrou antes mesmo que eu pudesse dizer qualquer coisa. Ele cruzou os braços e deu alguns passos na minha direção, o som de seus sapatos ecoando pelo chão.— Nyx, você faz ideia do prejuízo que me causou hoje? — ele começou, a voz carregada de irritação. — Você saiu no começo da noite, faltou suas performances solo, e eu perdi dinheiro por causa disso! O que você acha que estamos fazendo aqui? Caridade?Eu tentei falar, mas ele me cortou antes que eu pudesse.— Não, porque aqui a única coisa que importa é o dinheiro! — Lorenzo continuou, gesticulando de
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