Desesperada para ajudar na dívida de sua tia, Lucy Morgan se candidata para ser babá dos três filhos de um viúvo e amargurado CEO, Dimitri James Apesar de parecer um emprego fácil, o emprego, ofertado pela tia das três crianças, terá como objetivo espionar o modo como cuida de seus filhos e se aproximar dele, para que a sua irmã possa roubar a guarda das crianças, assim como suas ações, e consiga assumir a empresa da família no lugar do seu irmão. Lucy, inocentemente, aceita a proposta pensando que espionar e cuidar das crianças seria para o bem delas, além do dinheiro que conseguiria receber para salvar a floricultura de sua tia que está atolada em dívidas, mas mal sabe ela que se aproximar e lidar com Dimitri James será a maior pedra no seu caminho. Dimitri James é um homem amargurado, fechado e que só pensa no trabalho desde que perdeu sua mulher em um acidente de carro há muitos anos. Apesar de ser um péssimo e ausente pai, ele é um ótimo empresário e comanda a atual empresa da família após a morte de seu pai, apesar de sua irmã não aceitar que ele ocupe o cargo de CEO.
Ler maisCom o coração acelerado, eu me levantei, tentando manter a compostura, e segui-a até uma das pequenas salas ao lado. Isabela não disse uma palavra até que estivéssemos sozinhas, com a porta cuidadosamente fechada atrás de nós. O silêncio entre nós era denso, e, finalmente, ela falou.“Você deve estar se perguntando o que está acontecendo aqui, Marie,” disse ela, com a voz calma, mas carregada de um peso que não consegui identificar de imediato. “Mas a verdade é que Dimitri, apesar de todo o dinheiro, o poder, e a fachada de homem sério e distante que ele tenta criar, está falido. E você, minha cara, tem um papel muito importante a desempenhar nesse jogo.”Aquelas palavras caíram sobre mim como uma tempestade inesperada. Eu sabia que Dimitri não era perfeito, mas a ideia de que ele estivesse em uma situação financeira precária e que eu pudesse ter algo a ver com isso era uma ideia que eu ainda não conseguia processar completamente.Isabela se aproximou, seu olhar agora afiado, e ela co
Aquelas palavras me atingiram com força, mais do que eu esperava. Ele estava certo, eu não conseguia. Havia algo em Dimitri que me desafiava, algo em sua dor e em sua resistência que me fazia querer quebrar as barreiras que ele erguia ao nosso redor.“Eu não estou aqui para me afastar,” disse eu, sem hesitar. “E você não vai me afastar também.”Ele não respondeu imediatamente, mas pude ver a luta interna em seus olhos. Por um momento, parecia que ele iria falar, que iria abrir tudo, se entregar. Mas, então, ele respirou fundo, a expressão endurecendo novamente.“Você não sabe no que está se metendo, Marie,” ele disse, a voz agora mais grave, mais fria. “E eu não vou permitir que você se machuque por algo que nem você entende.”Eu olhei para ele, o coração batendo forte no peito. Eu queria ser forte, queria desafiá-lo, mas sabia que, de algum modo, ele estava certo. Ainda assim, não poderia me afastar. Algo me prendia a ele, algo que eu não podia ignorar.“Eu entendo mais do que você p
Depois do café, decidi que precisava de ar fresco. As crianças estavam ocupadas, e eu sabia que Dimitri provavelmente ainda estava trancado em seu escritório ou, quem sabe, dormindo após a noite anterior. Caminhei até os jardins, onde a luz do sol tocava a grama úmida, trazendo um contraste reconfortante ao peso que eu sentia por dentro.Enquanto eu observava o balanço balançar suavemente ao vento, ouvi passos atrás de mim. Quando me virei, vi Mia se aproximando. Ela tinha os braços cruzados e o semblante sério.“Você brigou com ele, não foi?” perguntou diretamente, sem rodeios.Eu arqueei as sobrancelhas. “Com quem?”“Meu pai,” ela respondeu, sem desviar o olhar.A maturidade em sua voz era desconcertante. Eu suspirei, percebendo que não adiantaria tentar negar. “Não foi uma briga. Ele só... não estava num bom momento.”Mia estreitou os olhos, como se estivesse tentando enxergar além das minhas palavras. “Ele nunca está. Mas você é diferente das outras pessoas que passaram por aqui.
Talvez você seja exatamente o homem que precisa ser salvo,” respondi, antes de pensar. As palavras escaparam como uma confissão, e ele me encarou, surpreso, como se eu tivesse tocado em algo que ninguém mais ousara antes.Dimitri riu, mas era uma risada amarga, cheia de tristeza. Ele deu um passo para trás, criando distância entre nós, mas seus olhos não me deixaram. “Você é teimosa,” ele disse, quase como um elogio. “Mas não deveria gastar sua energia comigo.”“E você deveria parar de me afastar,” desafiei, cruzando os braços. “Eu não sou alguém que vai sair correndo só porque você acha que deve carregar tudo sozinho.”Ele não respondeu de imediato. Ficou ali, me olhando, como se estivesse tentando decidir se deveria me deixar entrar em seu mundo ou continuar me mantendo à distância. Por um instante, vi algo mudar em seu olhar – um lampejo de vulnerabilidade, de desejo, talvez até de arrependimento. Mas, antes que pudesse interpretar o que aquilo significava, ele se virou, pegando a
Quando passei pelo corredor que levava ao escritório dele, notei que a porta estava entreaberta, uma linha de luz amarelada escapando para o chão escuro. Hesitei. O escritório de Dimitri era um espaço proibido, um lugar que ele guardava para si, como se representasse um pedaço de seu mundo que ninguém mais podia tocar. Mas algo me puxou para frente, um impulso que eu não conseguia conter.Aproximei-me em silêncio, inclinando-me levemente para espiar. O cheiro forte de álcool veio antes da visão completa: Dimitri estava debruçado sobre a mesa, um copo de uísque quase vazio ao lado de uma garrafa pela metade. Sua camisa estava aberta no colarinho, as mangas arregaçadas, e ele parecia completamente alheio à minha presença. Sua mão segurava o copo com força, enquanto a outra repousava sobre um monte de papéis amassados e desorganizados.Pela primeira vez, ele não parecia o homem impenetrável e autoritário que eu conhecia. Havia algo quase vulnerável naquela cena. Entrei sem pensar, como s
Os dias na mansão de Dimitri seguiam como um ciclo de desafios sutis e emoções contidas. A relação entre mim e as crianças era um território em constante mudança, cheio de descobertas, mas também de tensões. Mia, Sophie e Noah eram tão diferentes entre si que lidar com cada um deles parecia exigir uma nova versão minha a cada momento.Mia, a mais velha, continuava a ser a mais difícil de decifrar. Havia uma maturidade precoce nela que me deixava inquieta. Não era apenas a maneira como ela falava ou se portava, mas o que ficava escondido atrás de seus olhos observadores. Quando ela falava, suas palavras eram medidas, como se estivesse sempre testando meus limites. Uma tarde, enquanto eu organizava alguns papéis na biblioteca, Mia entrou sem fazer barulho. Ela se sentou em uma das poltronas, com um livro nas mãos, mas eu sabia que ela não estava ali para ler. “Você gosta de estar aqui?” ela perguntou de repente, sem desviar os olhos das páginas. A pergunta era inesperada. Olhei pa
Naquela noite, eu não consegui dormir. Dimitri era como uma sombra que pairava sobre tudo. Suas palavras, seus gestos, até mesmo seu silêncio tinham o poder de me prender em um lugar onde as respostas nunca vinham. Eu sentia que estava me aproximando de algo, mas não sabia se queria realmente entender o que era. A madrugada avançava e, finalmente, decidi sair do quarto. A mansão, envolta na escuridão, parecia ainda mais imponente. Eu não tinha um destino específico, apenas a necessidade de me mover, de afastar a sensação sufocante que me consumia. Passei pelo longo corredor, desci as escadas e fui em direção ao salão principal. As luzes estavam apagadas, mas a lua, entrando pelas enormes janelas, iluminava o ambiente com um brilho pálido. Tudo parecia mais quieto, mais intenso. Quando cheguei perto da lareira apagada, percebi que não estava sozinha. Dimitri estava lá, sentado em uma poltrona, com um copo de uísque na mão. Ele não parecia surpreso com minha presença, mas também n
Ao atravessar o corredor escuro, percebi que meus pensamentos estavam presos em um redemoinho que girava em torno de Dimitri. Suas palavras ecoavam como um mantra impossível de ignorar. “Você entende o que está acontecendo entre nós?” Eu não entendia. Talvez nunca entendesse. Mas algo em mim se recusava a aceitar isso. Era como se, por trás de seus olhares enigmáticos e de suas frases ambíguas, houvesse uma verdade esperando para ser descoberta. Quando cheguei ao meu quarto, fechei a porta suavemente e me encostei nela, exalando um suspiro pesado. Meu coração ainda estava acelerado, e minha mente continuava inquieta. Tentei me concentrar em outras coisas – nas crianças, na rotina do dia seguinte, até mesmo na decoração opulenta da mansão – mas nada parecia capaz de afastar a presença esmagadora de Dimitri. Ele não estava mais ali, mas de algum modo continuava comigo, preenchendo cada canto do meu pensamento.Fui até a janela e puxei as cortinas, revelando a noite escura lá fora. A v
A mansão parecia mais viva durante o dia, mas, à noite, havia algo quase espectral na forma como as sombras se estendiam pelos corredores longos e frios. As crianças já haviam ido dormir, e eu me encontrava sozinha na sala de estar. O crepitar do fogo na lareira era o único som que preenchia o ambiente, mas isso não tornava o lugar menos intimidante. Era como se as paredes da mansão sussurrassem segredos que eu nunca entenderia completamente.Minha mente estava ocupada com as palavras de Dimitri. “Você realmente entende o que está acontecendo entre nós?” Não, eu não entendia. Mas uma parte de mim queria desesperadamente descobrir. Algo em Dimitri era como um imã – perigoso, mas irresistível. Sua presença era sufocante, mas, ao mesmo tempo, parecia trazer à tona uma versão de mim que eu ainda não conhecia. Era perturbador.Enquanto olhava para as chamas dançantes, ouvi passos ecoando pelo corredor. Meu corpo ficou tenso, o som era firme, decidido. Eu sabia quem era antes mesmo de ele a