Ele foi forçado a fugir para não morrer. Daryk viu sua família ser dizimada antes de ser jogado em um mundo hostil. Mas o destino sempre tinha seus planos, mesmo com seu lobo aprisionado, ele encontra aquela que foi marcada para ser sua. Daryk se apaixonou por ela antes mesmo de sentir a magia da ligação, ele se encantou por aqueles olhos e seus sorrisos, se encantou pela bondade daquele coração, mas o destino mostrou sua face cruel e ele se viu diante da maior dor que poderia ter. Selene é uma mulher forte, ela sempre procurou agradecer pelas coisas boas que a vida lhe proporcionou, sua origem desconhecida não a fez amargar e ela se orgulhava disso, sempre amou aqueles que a acolheram depois de ser abandonada. Mas existia um mistério que não podia ser ignorado, ela tinha sonhos, intuições e sabia que o destino era implacável, seja nas coisas boas ou ruins, ninguém foge dele. Nunca. Quando Selene encontra um homem ferido, ela sente que há algo e mesmo sem entender claramente, obedece sua intuição como sempre fez, mas aos poucos, vê seus sentimentos aflorarem por aquele com um passado tão desconhecido quanto o dela. Porém, mais uma vez, o destino lhe mostra que não pode ser ignorado. Ela é obrigada a fazer uma escolha entre dois caminhos repletos de espinhos. Sim, o destino nem sempre é justo.
Ler mais4 anos depois…Selene— Tem certeza que é o lugar certo? — Daryk perguntou enquanto olhávamos a placa no início daquela estrada de terra.— Sim, é esse mesmo. — Li mais uma vez o endereço escrito no pequeno papel. — Que bom que não foi em vão, é muito complicado chegar aqui. Suspirei ao voltar a postura no banco do motorista. Nós alugamos um carro depois que chegamos na cidade mais próxima, mas antes disso, tivemos que pegar um voo longo, Daryk quase desistiu, achei que ele voltaria me levando a força, porém, não havia jeito, não dava para abrir um portal diretamente para um lugar que sequer sabia onde era. Então, primeiro visitei minha família adotiva. Foram dias felizes, principalmente por terem conhecido meu filho, no entanto, não revelei toda a verdade sobre mim e onde eu vivo.Olhei Mychael atrás na cadeirinha, não estava mais dormindo, mas permanecia calmo, ele não costumava ser tão tranquilo, era uma criança ativa e dava trabalho às vezes, mas depois que passamos pelo portal
Meses depois…SeleneRespirei rapidamente tentando recuperar o fôlego ao ouvir o choro alto. Olhei para ele nas mãos de Maya e sorri, ela o colocou em cima do meu peito nu que ainda subia e descia forte devido ao grande esforço. Era tão pequeno e frágil, o toquei com cuidado, minhas mãos estavam trêmulas, Daryk, ao meu lado, o olhava com o lobo na superfície, seus olhos estavam vermelhos. Ele encostou sua testa na minha e acariciou nosso bebê.— Você está bem? — Sua pergunta foi suave e amorosa, mas apenas acenei e respirei profundamente. Maya cortou o cordão umbilical e ele choramingou por ter sido tirado da posição confortável, mas assim que ela terminou, Daryk o pegou, ele chorou um pouco, mas depois de ouvir e sentir o rosnado suave, se acalmou. Ele sempre rosnava desse jeito durante minha gestação, dizia que estava conversando com o filhote, era como se firmasse sua presença, para que ele o reconhecesse.Mychael nem tinha sido limpo e ainda assim, daryk o levou para a grande po
Daryk— Pode dormir mais se quiser.— Não posso, tenho coisas para fazer, aliás, perdi a hora já — murmurou ao se esfregar em meu peito. — Deixe para depois. — Não posso faltar às aulas de Lyra e hoje eu tenho que ajudar Eyra em algumas coisas, não sei como ela não veio saber do meu atraso.— Eu peço a outro ir em seu lugar e Lyra pode esperar.— Não seja assim, Daryk. Tenho que ser responsável, ando muito preguiçosa.— Está com fome? — Mudei o foco da conversa. Sua teimosia era insistente quando ela queria e eu só conseguia pensar no nosso filhote, essa também era uma das razões para a sua moleza.— Não muito, só sinto sono, parece que dormi por dias e ainda não é o bastante, meus olhos estão cansados.— Só os olhos?— Sim — respondeu vagarosamente. — Tem certeza que não sente mais nada?— Tenho.— Acho que você deveria prestar mais atenção em seu corpo, fêmea. — Selene se afastou o suficiente para me olhar e não consegui esconder o grande sorriso.Ela franziu o cenho desconfiada
DarykAquilo era um problema e ao mesmo tempo, não.Suspirei. Tinha que encontrar uma solução mais imediata, não tínhamos fartura ainda.Uma parte da plantação de grãos estava arruinada, essa era uma área próxima que usávamos para plantar, era um espaço entre algumas árvores, apenas o suficiente. Os animais estavam voltando para seus locais de origem, a maioria estava procriando ou com filhotes, mas ainda existia um grande desequilíbrio e pouca oferta de alimento, por isso eles mexeram aqui.— Por enquanto, podemos apenas mudar as rotas das rondas. Não é bom usar magia, os animais podem ficar feridos. — Zarek apresentou uma solução simples, o problema era aumentar o número de lobos ativos na floresta. Todos estavam muito ocupados e não éramos tantos. — E as bruxas estão intensificando os cuidados com as plantas que os alimentam. — Eu vou contribuir com as rondas, vamos apenas ajustar os locais como você disse. Aumentar os lobos pode também afugentar eles.— E sua fêmea? Vai deixá-la
SeleneOlhei mais uma vez para a sala recém arrumada, finalmente tinha concluído a organização da casa. Alguns dias tinham se passado depois que cheguei aqui e agora que pude fazer algo. Não foi nada complexo, mas estava orgulhosa, as capas das almofadas fui eu quem fiz, ainda sentia falta de equipamentos, porém, mesmo trabalhando à mão, foi possível ter um bom resultado. As almofadas eram coloridas, eu não sabia, mas tinha a possibilidade de tingir os tecidos em diversas cores, tudo era tirado da natureza ou transformado através de magia.O jogo de cadeiras era bonito, mas não me via usando esse espaço, mesmo a casa sendo maior que a maioria, eu uso basicamente o quarto e cozinha, sendo que das vezes que entro na cozinha é apenas para comer, Daryk não me deixa fazer muita coisa.De qualquer forma, eu não acho ruim, minhas habilidades na cozinha são bem limitadas, eu sei o básico e poucas receitas, posso aprender, é claro, mas acho que gosto de ser mimada, então aproveito meu tempo l
SeleneIsso me fez questionar até onde Myranda sabia do meu futuro, me fez questionar se não foi através daquele sonho que ela quebrou a pedra, também me fez questionar a dimensão do seu poder.Ela planejou minuciosamente a minha vida, embora eu entendesse sua escolha perante aos desejos e caminhos da deusa, não deixava de pensar que ela poderia ter escolhido um destino diferente, talvez eu tivesse crescido aqui.— Obrigada — agradeci a Maya, dobrei o papel novamente e encaixei dentro do relicário. Esse tempo todo eu andava com a localização da minha mãe. — Vou pensar nisso com cuidado.— Está no seu direito. — Sua resposta fria não foi surpresa, mas penso que Maya tem sim muita vontade de rever a irmã. Bem, mas isso era conversa para outro momento.Respirei fundo novamente e ouvi os elogios empolgados, já era hora de sair. Quando saí, estava cheio de pontos brilhantes, eram seres pequenos, assim como vagalumes, eu já os tinha visto antes, mas não nessa intensidade. As cores diversas
SeleneSorri ao ouvir a conversa animada das mulheres, o espaço ficou pequeno para tantas, estávamos na casa que Eyra dividia com outras três mulheres, não eram parentes, apenas viviam juntas. Estávamos espalhadas pelo chão e nas poucas cadeiras.As flores espalhadas deixava o clima mais interessante, elas costuravam um vestido de tecido claro, a cor bege era suave, assim como os bordados quase nas mesmas cores. Elas estavam confiantes que me serviria, mesmo que eu nunca tivesse experimentado. Admirei suas habilidades, elas trabalhavam rápido com as mãos, os bordados e costuras eram feitos minuciosamente, mas habilmente. Pensando na minha vida daqui para frente, não iria ter as mesmas roupas, nem os mesmos calçados, nem mesmo energia elétrica.Mas eu não me sentia infeliz, ao contrário. Eu estava onde sempre gostei de ficar, em meio a natureza, com pessoas incríveis que trabalham em prol do coletivo, eu não poderia querer mais. Além disso, eu tinha alguém que me amava incondicionalme
Selene— Como se sente? — Lyra perguntou quando sentou ao meu lado.Daryk estava em pé com um grupo logo a frente, como sempre, atento. A refeição principal tinha acabado, agora estavam bebendo uma bebida fermentada de frutas e grãos, mas alguns apenas jogavam conversa fora.— Bem.— Nada de diferente?— Não, tenho algumas sensações, mas antes eu já tinha.— Em breve quero examiná-la, ainda não entendi direito o que aconteceu.— Eu também não. De repente acordei com Daryk me chamando, depois de tê-lo visto morrer.— Ele de fato morreu. Eu não estava lá, mas senti. Além disso, os que presenciaram também anunciaram a morte dele.— O que mais eles disseram, eu apenas apaguei, não sei, depois estava em um sonho e quando acordei e tudo já estava feito.— Não há muito o que dizer. Eu estava lá fora no meio daquele conflito interminável e de repente, as bestas começaram a cair, os seres que estavam sendo dominados ficaram atordoados. — Lyra apertou as mãos sobre a mesa. — Mas antes disso, al
SeleneA risada de Daryk vibrou em seu peito e olhei para fora, já era quase noite e podia ouvir o barulho das pessoas. Não estava com sono, cheguei a cochilar algumas vezes antes de ser acordada com beijos e toques para depois transarmos.Passar o dia assim era simplesmente maravilhoso, se pudesse, passaria semanas, confesso que gosto e desejo, é como se estivesse no cio, Daryk me deixa louca, ele me faz gozar como se não fosse nada, seja como seu pau, língua ou dedos. Eu não conseguia evitar a excitação, era impossível quando se tinha um homem como ele.— Seu cheiro está aumentando, fêmea. Ainda está insatisfeita? — Daryk me agarrou e no momento seguinte, estava em cima de mim. Gemi quando pressionou-se entre minhas coxas.— Eu só estava pensando em como tenho sorte por ter um homem como você. — Tenho que concordar.— Não seja convencido. — Quis revirar os olhos, mas ao invés disso, apenas sorri como boba.— Mas é a verdade, eu vivo para te satisfazer, fêmea, em todos os sentidos.