Ele foi forçado a fugir para não morrer. Daryk viu sua família ser dizimada antes de ser jogado em um mundo hostil. Mas o destino sempre tinha seus planos, mesmo com seu lobo aprisionado, ele encontra aquela que foi marcada para ser sua. Daryk se apaixonou por ela antes mesmo de sentir a magia da ligação, ele se encantou por aqueles olhos e seus sorrisos, se encantou pela bondade daquele coração, mas o destino mostrou sua face cruel e ele se viu diante da maior dor que poderia ter. Selene é uma mulher forte, ela sempre procurou agradecer pelas coisas boas que a vida lhe proporcionou, sua origem desconhecida não a fez amargar e ela se orgulhava disso, sempre amou aqueles que a acolheram depois de ser abandonada. Mas existia um mistério que não podia ser ignorado, ela tinha sonhos, intuições e sabia que o destino era implacável, seja nas coisas boas ou ruins, ninguém foge dele. Nunca. Quando Selene encontra um homem ferido, ela sente que há algo e mesmo sem entender claramente, obedece sua intuição como sempre fez, mas aos poucos, vê seus sentimentos aflorarem por aquele com um passado tão desconhecido quanto o dela. Porém, mais uma vez, o destino lhe mostra que não pode ser ignorado. Ela é obrigada a fazer uma escolha entre dois caminhos repletos de espinhos. Sim, o destino nem sempre é justo.
Ler maisDarykNo início da madrugada estava mais frio, ainda assim, dentro desse pequeno quarto era quente, por isso abri a janela para deixar entrar o ar mais fresco. Selene dormia profundamente, ela estava cansada e não a forçaria mais que suportasse, mas estava ansioso para tê-la novamente.Selene sentia nossa ligação, eu não tinha mais dúvidas sobre isso, ela se entregou verdadeiramente, foi forte, exigente. O que aconteceu entre nós foi mais que um acasalamento, eu senti o suficiente para tirar qualquer dúvida.A deusa não ligava as almas de maneira errada, talvez eu não entendesse seu propósito agora, mas aos poucos a verdade seria revelada. Algumas coisas eu senti de maneira incomum, o lobo reagiu em um determinado momento, me deu a impressão de que ela o viu. E isso era impossível vindo de um humano.Respirei longamente e alisei mais uma vez aquela gravura na lateral do seu corpo, era pequena, mas o lobo de olhos vermelhos estava bem desenhado, era como se olhasse para mim. Um cheiro
SeleneLouca.Isso. Eu estava louca.Isso justificava toda a situação. Eu só podia estar louca de me deixar ser arrastada por ele para transar, em pleno sol do meio da tarde. Mas meus pensamentos racionais foram embora a partir do momento que ele começou a me beijar daquele jeito, quando suas mãos grandes me apertavam de forma tão gostosa quanto os beijos.Droga. Eu o queria, nem ao menos conseguia resistir e me fazer de difícil, simplesmente eu queria sanar esse desejo que foi louco e estranho desde o início. E ser prensada desse jeito era terrivelmente bom. Meu sangue pulsava, corria mais rápido.— O fedor daquele macho está na sua roupa. — Daryk disse quando deixou meus lábios e sem que eu visse direito, minha camisa foi arrancada, rasgada. Gemi em deleite quando enfiou as mãos em meus cabelos e puxou, expondo meu pescoço. Ele lambeu e sugou minha pele. Fechei os olhos ao sentir seus dentes rasparem por minha garganta, o aperto continuava firme em meus cabelos a ponto de não conse
DarykVê-la agora me deixou mais tranquilo, porém, profundamente irritado com aquele macho que a tocou. Eu quis quebrar sua mão para que não ousasse novamente, mas não podia infligir as leis absurdas desse lugar, eu também não queria assustá-la. Em meu mundo isso é um desrespeito, ninguém ousa tocar em fêmeas marcadas, principalmente de um alfa. Infelizmente, ela ainda não tem minha marca, eu deveria resolver isso o mais rápido possível, mesmo que não soubesse ainda se era possível, não importava.Eu estava ficando cada vez mais impaciente.Selene apreciou meu carinho e fiquei satisfeito. Na verdade, eu queria arrastá-la agora mesmo para onde pudesse tê-la inteiramente, mas ela, como uma humana, não devia sentir a mesma força para tomar e marcar como eu. Eu quero montá-la e fazê-la minha. Submetê-la. Adorá-la como uma fêmea deveria ser.Selene fechou os olhos, entregue, acariciei seus lábios antes de beijá-la. Seus lábios macios e bem desenhados eram perfeitos, doces e suaves. O gosto
SeleneAo retornar, estacionei na frente de casa, como previ, cheguei bem depois da hora do almoço. Estive o tempo todo inquieta, era uma saudade absurda. Puxei minha mochila e saí do carro, queria vê-lo e beijá-lo, mesmo que ainda estivesse impressionada com aquilo.Desconsiderando as coisas ruins e complicadas, beijar ele foi como flutuar e me senti em um lugar distante, mas que se parecia com um lar. Como eu deveria interpretar isso? Se fosse tão fácil de entender, eu teria muitas respostas.— Selene. — Virei em direção ao chamado. — Hey, está distraída? Te chamei duas vezes. — Ah, oi, Jhonny, desculpe, não tinha escutado.— Sem problemas, gata! — disse naquele sorriso travesso. Ele ajeitou o cabelo com leves cachos e loiros, seus olhos claros eram alegres, Jhonny é mais jovem que eu, seus pais o traziam quando criança e acabou por trabalhar aqui também.— Tem alguma folga hoje?— Acho que não, preciso estudar e trabalhar na estufa. — O cortei de maneira mais gentil possível, eu j
SeleneBeberiquei o chá quente um pouco distraída, me sentia atordoada.— Caiu da cama, menina? — Vó Laura entrou na cozinha.— Bom dia, vó. Eu só acordei muito cedo — Observei quando ela colocou a chaleira com água no fogo. — Parece preocupada. Aconteceu alguma coisa? — Olhou-me brevemente antes de abrir o armário e buscar o pote de café.— Eu não sei. — Pousei a xícara sobre a mesa.Vó Laura organizou as coisas para preparar um café na bancada ao lado do fogão. Como sempre, seus movimentos eram suaves. Seus cabelos curtos e brancos estavam bem penteados, a roupa toda azul cobria seus braços por completo, e as calças compridas eram folgadas. No pescoço, um lenço colorido estava cuidadosamente amarrado e, na boca, um batom vermelho que sempre achei que combinava com seus olhos azuis claros. Ela nunca deixou sua vaidade de lado. Mas eu a admirava por muitas questões.— Que resposta sem sentido — disse risonha ao sentar-se na minha frente.— É tão sem sentido quanto o que eu vi, mas nã
Selene“A curta camisola balançava devido ao vento sutil, o tecido branco um pouco transparente era revelador e não me protegia do frio. De pés descalços, sentia a terra úmida cheia de folhas secas, estava perto, meu coração acelerava cheio de ansiedade.A floresta estava escura, mas eu sabia exatamente por onde ir, meus passos eram seguros, eu seguia apenas guiada pelos meus instintos e a familiaridade desse lugar.Logo a floresta ficou para trás dando lugar a uma pequena clareira banhada pelos raios da lua, não demorou para meus olhos encontrarem o alvo. Um grande lobo negro na beira do penhasco.Estava de costas, sentado sobre as patas e contemplando a lua. O vento mais forte bagunçava meus cabelos e eu parei com uma certa distância, mas quando meu cheiro chegou até ele, o lobo olhou-me com seus olhos escarlate.Ele levantou e veio na minha direção. Imponente. Marcante. Era um predador, mas eu não sentia medo, apenas ansiedade. Ele rodeou-me quando me alcançou, passando o focinho p
DarykO suor escorria pelo meu corpo. Ofegante, sentei na cama buscando mais ar. O sonho era tão perturbador quanto a realidade, o dia que perdi minha família. Foi tão real que me faltava ar, meu peito doía terrivelmente. Era aterrorizante. Sufocante.Levantei-me apressado e saí da casa, a lua estava alta, o céu limpo de nuvens, em poucos passos alcancei a floresta, estava descalço e quase sem roupas. Corri rápido, meu coração apertava cada vez mais e cravei minhas unhas no peito tentando aliviar a dor, parecia que algo estava rasgando-me de dentro para fora.Fui me entrando cada vez mais na mata fechada, os galhos batiam em meu corpo, arranhando-me, eu não sabia para onde ir, apenas precisava correr o mais rápido possível, porém, a dor no meu peito não deixou-me ir mais longe. Caí de joelhos, soltando um grunhido de dor, gritei o mais alto que consegui, colocando para fora. Todo aquele meu sofrimento. Tudo o que estava entalado na garganta. Foi nesse momento que algo rompeu dentro
DarykDeitei sobre seu corpo, eu a queria como uma fera faminta, ela estava tão entregue quando eu, arranhando minhas costas por cima da camisa. Seu corpo macio era sincero, seu calor me deixava mais louco, empurrei-me sobre ela e seu gemido vibrou contra minha boca. Aquelas roupas estavam atrapalhando e deslizei para baixo da sua camisa, sua pele quente e macia me deixou mais faminto, mas ela segurou minha mão, no momento seguinte, percebi como estávamos.Puxei a respiração e apoiei minha testa em seu ombro. Seu peito subia e descia rápido. Nós ficamos assim por um longo momento, ela acariciou meus cabelos antes que eu me afastasse e a ajudasse a sentar novamente.— Acho que está na hora de voltarmos — ela disse depois de um suspiro, seu tom estava diferente. — Já vai escurecer.Seus olhos de repente estavam sombrios, sem aquele brilho alegre que sempre tinha. Fiquei confuso, ela me aceitou, mas agora…— Eu… — ela começou a dizer, mas fechou a boca novamente. — Tudo bem? — pergunte
DarykAntes da fêmea chegar até minha porta, eu a senti e ouvi seus passos calmos. Não esperava vê-la, a verdade é que estive a evitando desde aquele dia. E, para ser honesto, eu nunca pensei que fugiria de uma fêmea tão atraente quanto ela.Ela sorriu e agiu como se nada tivesse acontecido, confesso que isso me aborreceu um pouco, eu senti como se aquilo não tivesse tido importância nenhuma para ela. A julgar pelo meu povo, as fêmeas não costumam ser tão passivas e normalmente, elas não desistem tão fácil quando querem um macho. Mais uma vez estou comparando algo que não deve ser comparado. O problema ainda é essa confusão irritante que sinto. Essa indecisão e receio de algo que não conheço, mas acima disso, algo que não deve acontecer, mesmo que eu seja ridiculamente atraído para isso.Selene estava na frente guiando o caminho e pude contemplar suas curvas, mas o que me chamou atenção foi a sua nuca. Caíam alguns fios em seu pescoço, mesmo que seu cabelo estivesse preso, meu olhar