A Magia Da Lua - O Destino Da Fêmea Do Alfa
A Magia Da Lua - O Destino Da Fêmea Do Alfa
Por: Cristinna Ramos
Capítulo 1

Daryk

O cheiro fresco de sangue inundava minhas narinas e para onde eu olhasse, via apenas a morte. 

Os seres se enfrentavam em meio a escuridão da floresta. A lua banhava seus filhos através das pequenas frestas entre as árvores. Eu lutava pelos meus já em menor número. Estávamos morrendo.

Meu lar era consumido pelas chamas e, embora meu sangue fosse o alvo, quem estivesse pelo caminho perderia a vida. Em breve eu seria o alfa, meu pai estava próximo de me passar esse título, no entanto, o destino quis de outra forma. 

Nosso mundo estava morrendo, sendo sugado pouco a pouco. Nós dependíamos da magia, mas ela também servia como combustível para seres malígnos que almejam poder. Havia um bruxo, ele começou tudo isso, sua ambição por controle e vida eterna plantou a escuridão nos corações de muitos, a magia limpa foi se tornando negra e o solo infértil.

Mas não era só ele que se tornava estéril. Nossas fêmeas não geram mais filhotes, a última geração foi a minha e já tinha muito tempo. Isso não se limitava a apenas os lobos, mas a todos os seres desse mundo. Quando a magia desse mundo acabar, ele vai procurar outro e fará o mesmo, depois, repetirá mais uma vez em outro. 

Minha família liderava um grupo rebelde, nós lutamos por nosso mundo, mesmo que isso significasse perder muitos dos nossos, seria assim até restar o último. 

Olhando para aquele campo de batalha em meio às árvores que um dia foram majestosas, lamentei por aqueles que lutaram tão bravamente, talvez eu morresse ali, mas iria até o fim. Até meu último sopro de vida.

— Daryk, você precisa ir. — Arin olhou-me brevemente, não podíamos nos distrair, eram muitos. Arin estava quase sem forças.

Arin lutava com sua magia, o dom herdado da nossa mãe, eu lutava em forma de lobo, porém, nada do que fizéssemos agora seria suficiente para contornarmos aquela situação. Eles nos encurralaram.

Desviei a tempo do ataque de um lobo e minha mordida foi o suficiente para deixar um estrago na lateral de sua cabeça, porém, não tive tempo para olhar novamente para meu irmão, fui atacado por uma besta de pelagem cinza, a pancada foi forte o suficiente para jogar-me contra a árvore. A carne da minha pata traseira foi rasgada pelas longas garras da criatura que não era nem lobo e nem homem, era apenas uma besta irracional criada para matar. 

Fui agarrado e arremessado novamente, a força daquela besta ia além da minha. O impacto foi suficiente para que eu perdesse a forma lupina. O desespero atingiu Arin, ele usou quase toda sua energia para jogar os lobos e bestas longe. Assim que abaixou-se na minha frente, criou uma barreira ao redor de nós dois. Eu estava muito ferido e não tinha condições de lutar naquele momento, embora a cura fosse acelerada, não daria tempo. Eu não estava conseguindo me recuperar na velocidade certa devido a exaustão. 

— Daryk, olha pra mim! — Arin segurou em meu rosto. — Não vamos conseguir, estamos em menor número e minha barreira não vai aguentar por muito tempo. Você precisa ir. — Ajudou-me a levantar enquanto os lobos e bestas se jogavam contra a barreira tentando ultrapassá-la. — Eu jurei te proteger, jurei aos nossos pais, não posso quebrar essa promessa. 

— Não vou te deixar, não me peça isso — disse com dificuldades ao meu irmão mais velho. 

— Lembra do que nossa mãe disse? — Arin sorriu naquela ternura que também era herdado dela. — Ela disse que você seria nossa última esperança, que seu destino estava traçado e que teria um papel muito importante no futuro. 

— Arin. — Olhei brevemente para os seres que continuavam se jogando contra a barreira. — Vamos sair daqui juntos.

— Eu estou feliz por conseguir cumprir minha missão, irmão. Eu sempre soube que esse dia chegaria, então não fique triste. 

— Eu não aceito que seja assim, eu… 

— Eu te amo, me perdoe — Arin interrompeu-me e me abraçou.

Após isso, fez um rápido feitiço e bateu a palma contra o meu peito, o impacto me fez cambalear para trás, a dor era quase insuportável.

Ele aprisionou meu lobo.

Ainda atordoado, não tive tempo de recuperar-me, Arin fez o impensado, Algo que ele jamais poderia fazer ali naquele lugar. Um portal foi aberto e ele me jogou dentro dele. 

— Não!! — Gritei e levantei com dificuldades para, em seguida, correr para alcançar a passagem que estava se fechando.

Do outro lado, Arin sorriu. A barreira ao seu redor se desfez permitindo que chegassem até ele.

— Viva, Daryk…

Foi a última coisa que ouvi antes do portal fechar.

— Não!! — Meu grito ecoou pela mata, agora silenciosa.

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