A família Calderón construiu um império de poder e influência, mas por trás de sua fachada imbatível, esconde-se um mundo de segredos, traições e escolhas difíceis. Cada membro da família carrega suas próprias lutas internas, movidos por lealdade, ambição e, por vezes, pelo desejo de proteger aqueles que amam. Entre negócios obscuros e alianças arriscadas, os Calderón enfrentam desafios que testam não só seu controle sobre o império, mas também seus corações. O amor, muitas vezes proibido, se mistura com o ódio e a vingança, criando um jogo perigoso onde, por mais que tentem, ninguém sai ileso. Em um mundo onde a confiança é um luxo e a lealdade é sempre colocada à prova, os membros da família Calderón precisam decidir até onde iriam para proteger os que amam e, acima de tudo, se são capazes de manter sua humanidade em meio ao caos. São homens fortes, mas que desejam o prêmio maior. Amor!
Ler maisParte 131...AlejandroCorri apressado e soltei ela com as mãos tremendo. Sofia agarrou meu pescoço e eu senti a alma do Santiago rasgar de raiva ao ver o estado dela. Os olhos dele estavam vermelhos. Ele se ajoelhou e a puxou para o colo.— Está tudo bem agora, pequena... - ele sussurrou. — Ninguém mais vai te tocar. Me desculpa... Eu sabia que tinha algo de errado.— Atrás! - Matteo gritou.O último capanga tentou fugir. Corri atrás, saltei por cima da escada quebrada e o derrubei com um chute no peito. Ele caiu no chão gemendo e se embolando com as mãos no peito.— Fala, filho da puta. - cuspi — Quem mais está com vocês? Quem mandou você mexer com a nossa família?— Eu... Eu não queria... Foi o Maurício Rivas... - ele chorava — Ele pagou... Mas não foi só ele... Eu tinha que obedecer...— Vai falar agora ou eu mesmo vou desenhar um mapa no seu corpo com essa lâmina. - arrastei a faca pela bochecha dele, bem devagar.— Eu falo! Eu falo, porra! - gritou. — Tem mais gente envolvida...
Parte 130...SantiagoO motor do carro ainda rugia quando disquei o número do Alejandro. Ele atendeu rápido, a voz tensa:— Eu já estou ciente da merda toda. Onde você está?— Indo resolver, eu não posso ficar de mãos paradas. Tenho que correr contra o tempo.— Eu sei, mas não faça nada sozinho, Santiago.— Diz que você achou a Sofia. Aí eu fico calmo - falei soltando o ar.— Em breve vamos fazer isso - ele falou sem demora — Calma! Eu não vou deixar Sofia para trás. Ela agora está com você. É da família.— Ainda não casamos, mas desde que a trouxe eu já sabia que uma hora ou outra ia acabar assim... Mas já sei quem tá por trás disso. Um homem chamado Maurício Rivas. - disse o nome com raiva — Era braço direito do Diego. Ele sumiu por anos, e agora voltou pra acertar as contas. E não está sozinho. Tem infiltrado entre os meus. Talvez entre os seus também.Silêncio do outro lado. Então Alejandro respondeu, firme:— Acha que é só você o alvo?— Não. Ele está indo atrás das nossas mulher
Parte 129...Santiago— Onde diabos ela está?Eu entrei como um furacão, empurrando a porta da sala. Ramiro estava deitado o sofá, com muito sangue pelo chão. Três dos capangas estavam com ele, ao lado do médico ajoelhado em sua frente, fazendo a limpeza do ferimento. Gabriel entrou apressado atrás de mim.— Ramiro! - ele parou ao lado do sofá e olhou pra mim — Que porra aconteceu aqui, Santiago?— É o que eu vou descobrir - me inclinei sobre ele — Ramiro... O que houve, onde está Sofia? - questionei com irritação.Ramiro conseguiu falar, mas não estava bem pra soltar a língua de vez e estou agoniado.— Mas quem diabos pode ter sido? - Gabriel perguntou — Ramiro vai sair dessa?— Vai sim... - o médico respondeu — A perda de sangue faz parecer pior do que é de verdade, mas até agora não achei nenhum ponto que seja fatal.— Menos mal - ele passa a mão pelo cabelo — Mas que porra é essa, Santiago?— E eu que sei? - saí do apartamento e ele me seguiu — Essa merda começou depois que Alejan
Parte 128...Santiago— Mas tem que ser agora? - perguntei aborrecido a Ricardo por telefone — Eu já tinha compromisso com Sofia.— E isso não pode ficar para depois?— É urgente o que você precisa, Ricardo?— É sim. Preciso que vá falar com o informante sobre a entrega que estava acertada com os Vandrini - ele solta o ar como cansado — Ele deixou escapar que estava junto com Diego e o irmão, quando tentaram prejudicar Alejandro.— E por que você mesmo não vai?— Porque estou na estrada. Tenho que resolver minha questão com a Clara e o pai dela, antes que meu irmão cisme de arrancar minha cabeça. Alejandro parece que recebeu um santo casamenteiro e quer todos nós amarrados.— Bem, ele tem razão de cobrar isso de você. - dei risada — Se deixar você solto, vai fazer oitenta anos apenas de curtição e sem levar nenhuma mulher à sério.— Até parece. Você não fica muito longe de mim, Santiago.— Fico sim. Eu nunca me envolvi com nenhuma mulher que eu não pagasse por seu tempo. Já você tem m
Parte 127...AlejandroA porta do quarto estava entreaberta. O silêncio lá dentro me incomodou mais do que qualquer discussão que já tive. E eu já conheço bem essa mulher. Quando ela está em silêncio demais… Tem coisa errada. Empurrei a porta devagar, sem bater.— Camila?Ela estava sentada na beira da cama, de cabeça baixa, os ombros caídos e fungando. Merda. O que será agora?Empurrei a porta de vez, nem me importei em fechar. Me aproximei num pulo, o coração já batendo mais rápido do que quando entro armado num tiroteio.— Camila… - ajoelhei à frente dela — Que porra aconteceu? Foi minha mãe? Ela te disse alguma merda de novo? Me diz.Ela levantou o rosto. Os olhos vermelhos, mas o olhar… Não era de raiva. Era de algo mais profundo. Do tipo que quebra a gente por dentro.— Não foi a sua mãe, Alejandro - disse, a voz embargada. — Não é isso. Não tem nada a ver com ela.— Então me diz o que é, mulher. Você está me matando aqui. - levei as mãos ao rosto dela, sem conseguir disfarçar o
Parte 126...Gabriel— Como assim, Gabriel? Eu não entendi essa sua ideia.— O que tem de difícil para entender, Malena? - eu abri os braços — A gente pode aproveitar a oportunidade, só isso.— Mas isso é sem cabimento - ela deu uma risadinha e balançou a cabeça — Só porque seu irmão vai se casar de novo com Camila, apenas para preencher uma formalidade, não é aproveitar algo, tipo sei lá... Uma carona até o centro. - ela andou até a porta — Isso não é motivo pra nós dois formalizarmos um noivado, pelo amor de Deus... Que ideia! - ela foi indo em direção à porta do quarto.Cruzei os braços e deixei meu peso cair de leve na moldura da janela, observando a movimentação do jardim lá embaixo. Esperei alguns segundos, até ouvir o barulho dos pés descalços parando no tapete. Sabia que ela não ia sair. Malena era teimosa, mas não fugia de verdade.— Engraçado... - murmurei. — Você não disse que não quer ficar noiva. Disse que o motivo é idiota. É diferente.— Gabriel… - ela bufou, voltando a
Parte 125...CamilaO som da porta se fechando atrás de nós foi quase um alívio. Trajano esperou por nós e Alejandro ficou um instante com ele, mas eu segui para o quarto. Queria muito me livrar dos sapatos.Já entrei direto para o nosso quarto. Tirei a jaqueta devagar, sentindo uma leve tensão nos ombros, mas não era de inquietação. Estava mais para ansiedade depois da conversa que tivemos no restaurante.Alejandro veio logo depois e jogou as chaves em cima da mesinha com aquele jeito dele: seco, preciso, como se até os movimentos dissessem “não estou pra brincadeira”. Ele estava com muita coisa na cabeça, mas soube guardar isso para não estragar o nosso jantar.Estava cansada, mas não do tipo que o sono resolve. Era outra coisa. Uma inquietação que só ele sabia como acalmar — mesmo quando me deixava louca antes de me acalmar de vez. Era engraçado, mas Alejandro realmente conseguiu mudar minha ideia sobre ele e sobre nosso casamento.Ouvi seus passos entrando atrás de mim no closet.
Parte 124...AlejandroRicardo se virou, enfim. Arrogante, como sempre. Aquela maldita sobrancelha levantada, como se tudo fosse um jogo e ele estivesse ganhando. É meu irmão, mas é um cínico.— Aconteceu coisa demais nas últimas semanas, Alejandro. Eu não queria envolver a Clara nisso. Quis esperar. Entender. Não tive tempo de falar com ela da forma correta, foi só isso.— Não. Você quis adiar. Porque você é um covarde quando o assunto é sentir algo real. - cruzei os braços, firme. — Clara não é como as outras que você leva por aí e joga fora. E você sabe disso. Só não tem coragem de lidar com o que vem junto.- apontei o dedo pra ele — Tome atitude, Ricardo. Você vai viver a vida de amante em amante?— Eu gosto dela, porra! - ele rebateu, mais alto. — Mas eu não sou você. Eu não tenho essa vocação de marido de filme. E você acha mesmo que eu vou decidir me casar com alguém só porque isso é “bom pros negócios”?— Não é só pelos negócios, idiota. - meu tom baixou, mas ficou mais pesado
Parte 123...CamilaNossa, como era bom um descanso, nunca prestei atenção a esse tipo de coisa antes, mas agora é muito importante pra mim. A brisa que soprava naquela tarde carregava o cheiro do jardim, das flores recém-regadas, e de algo que eu começava a reconhecer: paz. Era estranho… Mas não incômodo. Um estranho bom. Um que se sentava ao lado, cruzava as pernas e esperava você se acostumar. Não pensei que ser casada desse tanto trabalho.Malena estava ao meu lado, os pés descalços apoiados no batente da varanda, com uma taça de vinho pela metade na mão. Usava um vestido leve, solto, que dançava com o vento. O cabelo… Bem, o cabelo estava diferente. Crescendo devagar, mas já com um contorno bonito ao redor do rosto. Ela parecia… Ela mesma agora. Ou, quem sabe, finalmente alguém que estava se descobrindo. Foi um período bem ruim pra ela, mas percebo que ter vindo morar aqui fez bem pra ela.E eu entendo. Se eu, que tenho uma boa relação com meu pai, já achei bom não ter que fica