No campo de batalha os Lycans eram implacáveis, possuíam força e uma fúria incontrolável. O Alfa do clã das montanhas era um líder forte, porém teve sua amada destinada pela Lua assassinada por uma matilha de lobisomens. Ele caçou e matou a maioria, mas alguns escaparam. Então Aram regressou e se tornou a sombra do que um dia foi. Tempos depois, os anciãos ofereceram a ele uma oportunidade de retomar sua posição no Clã. Uma fêmea da matilha que ele perseguia, havia sido encontrada sozinha e desorientada na floresta. Um clã inimigo de lobisomens estava em poder dela e gostaria de entregá-la, em busca de uma trégua nos conflitos. Aram deveria desposá-la e temendo uma rebelião, ele aceitou. Dessa forma ele subjugaria a loba, provando a superioridade dos Lycans. Lucine era uma jovem que já havia vivido seu inferno particular, nascida em uma matilha de lobisomens desonestos e cruéis, sempre viveu como uma pária. Quando o Lycan matou quase todos, ela julgou que estava livre, mas ao contrário disso foi levada pelos sobreviventes e mantida como escrava a mercê de seus abusos. Quando finalmente conseguiu matá-los e fugir, lá estava ela sendo capturada, e sendo entregue para o maior inimigo de seu Clã. Em meio a uma disputa sangrenta entre Lycans e lobisomens, o destino ligaria duas almas em uma história de amor que poderia salvar suas vidas?
Ler maisAo contrário do que Lucine esperava, eles foram bem recebidos na casa de Ruthe. A mulher estava bem diferente do dia do casamento, com um sorriso amigável e hospitaleiro. A cabana deles parecia mais humilde do que a de Aram, mas era espaçosa. Na casa moravam Ruthe, seu marido e sua filha Rosina. A garota parecia ter uma idade semelhante à de Lucine, era uma morena de cabelos castanhos fartos e muito bonita.Antes do jantar eles conversaram um pouco na sala, discutindo sobre o trabalho na madeireira e assuntos da aldeia. Lucine não se sentiu muito à vontade para falar, e Ruthe, percebendo isso, tratou de incluí-la na conversa.— Já era hora de recebermos uma visita da Lucine, dada a nossa amizade de longa data com o Alfa.Mesmo estando sentada no pequeno sofá ao lado do Alfa, Lucine percebeu que o comentário havia sido dirigido a ela e que todos a encaravam aguardando uma resposta. Sem saber ao certo o que dizer ela respondeu o óbvio.— Bem, nós viemos no momento em que fomos convidado
Aram acordou com o braço melhor e eles foram cedo para a floresta. Lucine pôde testar livremente suas habilidades, visão, olfato, força e agilidade. Se saiu bem tanto na forma humana quanto na de loba. Eles levaram um lanche e comeram lá mesmo para aproveitar o tempo.— Você está se saindo bem, já consegue controlar a força. O que falta trabalhar é o emocional, saber se você consegue se controlar sob forte pressão, é isso que precisamos treinar. Também precisa aprender a rastrear, mas isso é algo mais complexo. Lucine, eu acho que precisaremos da ajuda de alguém e o Szafir é o único em quem eu confio para isso. Ele pode treinar você enquanto eu estiver na madeireira, quanto mais rápido você evoluir, mais seguro será.Ela mordeu o sanduíche e deu de ombros.— Tudo bem, se você acha que podemo
— Vamos para o galpão, tem mais espaço e meus equipamentos estão lá. — Que equipamentos?— Você vai ver!Se dirigiram até o galpão em que ela havia guardado a lenha. Lucine não havia notado alguns equipamentos que lembravam uma academia de artes marciais, porém tudo muito improvisado. Tinha até um saco de areia, daqueles que se usa para treinar boxe.— Por aqui não tem nenhuma academia, então temos que improvisar. Na casa dos anciãos têm uma maior, para os betas treinarem.— Hum, legal. Ela disse, tocando o saco de areia com a ponta dos dedos, como se buscasse verificar a sua textura.— Vamos começar. Tenta acertar ele com toda a sua força, para eu ter uma ideia de com o quê estamos lidando.— Eu acho melhor não, pode ser perigoso.— É um saco de areia, ele não vai se machucar.Aram insistiu.— Tudo bem, mas se afaste.Ele deu alguns passos para trás e ela se preparou para dar um soco igual via na televisão, o que não significava que Lucine tivesse a mínima noção do que estava prest
Lucine permaneceu sentada no sofá, envolta nas cobertas que momentos antes cobriam os dois. Mantinha a cabeça baixa enquanto ele se afastava em direção a lareira e encarava o fogo com expressão de quem estava com a mente em algum lugar distante e assustador.— Faz seis meses…seis meses que você está aqui. Como eu não percebi nada antes?Ela levantou o olhar ao respondê-lo.— Você não tinha como saber, eu fui desenvolvendo aos poucos as habilidades. Na noite em que os matei, me transformei mesmo não sendo lua cheia. Agora eu posso sentir uma energia enorme dentro de mim, mesmo na forma humana. Eu tenho uma visão de longo alcance, uma força muito além do normal e alguns outros bônus. Sem contar o meu faro, essa mistura de cheiros me deixa louca às vezes. Tudo foi aparecendo pouco a pouco depois daquele dia. Eu ainda tenho dificuldade em controlar, mas acho que estou indo bem.— Indo bem? É um milagre que você não tenha matado ninguém ou se matado.Disse Aram, visivelmente preocupado. Lu
Aram foi tomar banho maldizendo até o mais longínquo de seus antepassados. Definitivamente ele não passava de um grande pedaço de merda. Enquanto a água quente escorria pelo seu corpo, ainda estava chocado por tê-la visto nua. A verdade é que ela já não parecia uma criança, mas sim uma mulher, uma fêmea por quem seria muito fácil um macho sentir desejo.Como ele podia estar pensando assim, o que Yasmina diria se o visse agora? Graças à Deusa Lua que seu psicológico ainda estava bastante abalado e ele não expressou de forma física o quanto ficou impactado. Se tivesse ficado de pau duro ele certamente teria dado um soco que terminaria com a funcionalidade daquela coisa, se é que ainda restava alguma.Talvez fosse o tempo de convivência tranquila, e até uma certa parceria, que tivesse embaralhando suas ideias. O melhor era seguir seu p
Lucine resolveu aproveitar que Aram estava na madeireira para usar o chuveiro do quarto com tranquilidade e tomar um longo e relaxante banho. Desde que ela passou a viver na cabana, não perdia uma oportunidade de tomar um banho quente. Como de costume, ela colocou uma música em um volume bem alto na televisão e se dirigiu ao banheiro, deixando as portas abertas para escutar a "Playlist" que havia selecionado.A tarde não poderia ter começado melhor, ponderou Aram irritado. Havia sofrido um acidente com a serra e acabou cortando o braço. Ele foi atendido por um médico, levou alguns pontos no antebraço e foi informado que não poderia trabalhar por alguns dias. Sem ter outra alternativa, voltou para casa.Quando chegou na cabana estranhou ao constatar que na tv estava tocando uma música em um volume muito alto e Lucine não estava em parte alguma, certamente ela deveria estar fazendo alguma tarefa l&a
Em uma tarde em que ele não estava trabalhando, eles foram até uma pequena cidade que ficava próxima à aldeia, para comprar mantimentos. O lugar ficava a apenas 20 minutos de carro da aldeia, e possuíam um armazém bem abastecido e algumas lojas pequenas de roupas.Os dois foram primeiro ao armazém, passaram por um corredor de doces e ele percebeu que ela ficou olhando para uns chocolates que estavam na prateleira, porém não disse coisa alguma. Ele então, pegou alguns e colocou no carrinho de compras.— Você não precisa de nenhum produto específico, sei lá shampoo, desodorante?Ele perguntou, quando percebeu que ela não escolheria nada para si.— Estou bem com o que você tem em casa!Aram parou de empurrar o carrinho e a encarou.— Lucine, o shampoo do meu banheiro deve estar vencido a alguns meses! E você realmente planej
O tempo passou de forma amena, com o Alfa reconquistando o respeito do povo. Trabalhava igual aos demais na indústria de madeira, e nos dias livres ajudava no reparo das casas que necessitavam algumas reformas. Lucine não desistiu de aprender a preparar uma refeição decente, e com comida de verdade, que não era para cachorros, não foi tão difícil. Nos dias em que não ia para a madeireira, Aram ajudava bastante, com a casa e com as refeições.Lucine começou a gravar o rosto das pessoas, pois os via quase diariamente quando ia levar o almoço para o marido na fábrica. Com o passar dos dias, começou a receber alguns acenos de cabeça e até um até logo ou outro. O fato de ela ir todos os dias, pelo visto, estava fazendo as pessoas acreditarem que ela cuidava bem do marido.O fato do Alfa sempre a receber com um modesto, mas sincero sorriso, e demonstrar b
Quando todos já iam se dirigindo ao galpão de suprimentos, Lucine ainda esperava Aram, que conversava com alguns homens mais velhos. O fato daquele beta ter vindo falar com ela, diminuiu um pouco o desconforto de se sentir odiada por todos ali presentes. Não que ligasse para a opinião de quem quer que fosse, mas sentir olhares afiados em sua direção não era agradável.Szafir também havia dado um bom conselho, que ela precisava trazer sempre na mente. Ele disse que Aram era um bom Alfa, mas que sua paciência não era conhecida por ser infinita. Que ela teria mais a ganhar se não o ficasse testando em embates e, de preferência, não oferecesse mais comida de cachorro para ele. Ela sorriu ao lembrar de sua fala descontraída. Ele havia dado o conselho e se retirado, deixando-a pensativa, instantes depois ela percebeu que o Alfa estava vindo até onde ela o esperava. Tinha uma