Era madrugada e Lucine descansava nos braços de Aram. — Olha, eu detesto ter que concordar, mas talvez você tivesse razão quando dizia que eu era velho. Eu não sei Luna, se eu aguento várias noites seguidas como essa.Lucine sorriu e depositou um beijo no peito dele.— Você não está velho, mas talvez a gravidez tenha me deixado um pouco fora de controle. Eu não sei o que acontece, mas de repente eu preciso muito de você. E uma vez só não parece o suficiente. É quase como se estivesse no Cio, mas sem toda aquela dor horrível.— Lucine, três vezes, uma depois da outra não parecem suficientes para você. Mas eu não estou reclamando de forma alguma, da minha parte pretendo dar o meu melhor sempre. Contanto que você não me prenda em um cômodo com a intenção de me usar unicamente como objeto sexual, estaremos bem.— Oh, eu prometo que vou com todas as minhas forças, tentar não fazer isso, até esse bebê nascer.Ela disse, soando falsa de propósito. Aram não pode resistir em beijá-la, enquan
O sol começava a se pôr quando Aram chegou na casa de Lucine, após sair da oficina. Ela havia tirado o dia de folga, mas o que seria um momento de descanso se tornou um tormento. Quando ele entrou em casa, Lucine estava andando de um lado para o outro da pequena sala.Lucine olhou para Aram, seus olhos refletindo preocupação.- Aram, essas ameaças estão ficando mais sérias a cada dia. Precisamos fazer algo antes que seja tarde demais.Aram concordou, franzindo a testa.-O que foi, aconteceu alguma coisa? Em todas as vezes que nos falamos você disse que estava tudo bem.-Eu não queria te preocupar, mas recebi algumas mensagens ao longo do dia. O pior, ele deu a entender que sabe onde fica a aldeia das montanhas, e que eles também estão na sua lista. Esse psicopata sabe exatamente quem somos Aram.-Lucine, porque não me disse nada? Não podemos subestimar esse vampiro. Se ele realmente souber onde está a aldeia dos lycans, todos estão em perigo.Lucine suspirou, preocupada.-Precisamos e
Na manhã seguinte, quando eles chegaram à aldeia, Szafir veio recebê-los. Aram havia mandado uma mensagem avisando que estava chegando, a fim de que o Alfa alertasse os anciões e acalmasse os ânimos com o retorno de Aram e da alfa suprema.Obviamente eles encontraram muitos olhares curiosos e de julgamento quando desceram do carro. Szafir pareceu não se importar em absoluto, e deu um longo e caloroso abraço em cada um deles. Rosina estava ao lado dele, Lucine pensou que ela era a mesma pessoa, mas ao mesmo tempo parecia diferente.A amiga lhe deu uma abraço sincero, mas sem muita emoção. Ela tinha uma cicatriz no rosto, resultante do ferimento que havia sofrido no ataque. E o semblante era fechado.Os olhares direcionados a eles pelos demais não eram em nada amistosos, mas Lucine não se deixou intimidar. Havia muito mais em jogo, havia um perigo iminente, que todos precisariam enfrentar juntos.Szafir pareceu finalmente se dar conta do ventre avolumado dela, e sorriu com surpresa.— V
O grupo de betas que Szafir havia selecionado se aventurou pela noite escura, determinado a descobrir mais sobre os vampiros cuja existência recém havia sido revelada a eles.Liderados por Rurik, um lycan astuto e experiente, eles seguiram os passos de seu contato, um velho lobisomem chamado Kael, que possuía conexões valiosas com outros clãs.— Não sei o que o Alfa acha que poderíamos descobrir, esses vampiros devem apagar muito bem seus rastros. Será como procurar uma agulha em um palheiro.Um dos betas desabafou durante o caminho.Rurik esboçou um meio sorriso com comentário do companheiro, antes de responder.— Quando Szafir me falou sobre a missão eu me voluntariei. Esse meu contato pode saber de alguma coisa útil para nós, assim não ficaremos totalmente no escuro.Outro dos seus companheiros também falou— Essa história toda me dá calafrios. Eu sempre achei que conhecia bem o mundo em que vivíamos, mas parece que eu estava enganado.— Você não é o único Tamar, eu acho que está t
Lucine caminhou com cuidado pela aldeia adormecida, com passos leves, para não chamar a atenção para si. O luar iluminava o caminho entre as cabanas, mas ela se movia nas sombras, evitando os guardas lycans que patrulhavam o perímetro. Quando alcançou a borda da floresta, olhou para trás uma última vez. O perigo que ela iria enfrentar era imprevisível, mas sua determinação em salvar a todos era maior.A floresta estava quieta, exceto pelo sussurro das folhas ao vento. Lucine avançou lentamente, seus sentidos aguçados captando cada som, cada movimento ao seu redor. Se transformou e correu muito em sua forma de loba, visando afastar o perigo da aldeia.Quando já estava considerando que a distância era segura, ela parou e voltou a forma humana. De repente, um farfalhar de folhas à sua esquerda a fez parar. Seu coração disparou, mas ela manteve a calma. A voz que ecoou na escuridão fez seu sangue gelar.— Lucine…Uma voz profunda a chamou das sombras. — Finalmente poderemos nos apresentar
Todos a viram se aproximando da aldeia, e ela não fez questão de se esconder, afinal, teria que revelar tudo o que havia acontecido a todos. Os betas a encaravam, esperando respostas que não obtiveram, enquanto ela se dirigia diretamente ao conselho. Faltava pouco para amanhecer, certamente a notícia de que ela havia saído despercebida e agora voltava para a aldeia já havia se espalhado.Não demoraria muito para os anciões aparecerem para encontrá-la, mas quem chegou primeiro foi um Aram muito bravo.— Onde diabos você estava? No que pensava quando decidiu sair assim pela noite, com essa criatura nos espreitando? Perdeu o juízo Lucine?Lucine seguia em silêncio, sentada na cadeira que a ampara desde que chegou ali. Um cansaço enorme tomou conta de seu corpo, uma sensação de alívio e inquietação ao mesmo tempo. Se por um lado estavam aparentemente livres dos vampiros por algum tempo, a Quimera deixou claro que haviam diversos outros perigos que poderiam vir atrás deles, do seu clã, da
Ao final da reunião, Szafir os acompanhou até a cabana que estavam ocupando desde que haviam chegado ali.— Esse lugar já é apertado agora, imaginem quando chegar o bebê. Tem certeza de que não quer a sua casa de volta?— É claro que não, a cabana é pequena mas a porção de terreno não, planejo cercar e aumentar a casa. Vou aumentando peça por peça, até chegar em um tamanho adequado. Estaremos bem aqui Szafir, mas a promessa de respeito tem que prevalecer. Eu não vou aceitar que Lucine passe por nenhuma hostilidade.Aram foi muito claro com o amigo, que sorriu com seu comentário.— Que novidade, nem quando você dizia que a odiava permitia tal coisa, que dirá agora. Talvez leve um tempo, mas ninguém esqueceu tudo que Lucine já fez por esse clã. Eles amavam a sua Luna, tenho certeza que vão amar outra vez. Ainda mais agora que ela tem o apoio e a proteção do conselho.Lucine saiu da cabana e veio encontrá-los.— Está esquecendo do meu aliado vampiro, Alfa.— Desculpe, mas eu não tinha en
Ultimamente Aram detestava a visita do tio, na verdade, detestava qualquer visita que viesse interromper o seu bem-sucedido e satisfatório calvário de dor e autopiedade. Yasmina havia partido para a vida além da vida e ele merecia todo aquele sofrimento pois não a tinha protegido. A Deusa Lua o havia abençoado quando a colocou em seu destino e ele não fora digno daquela graça, às vezes, escolher permanecer vivo era muito mais difícil do que morrer.Agora ele teria que viver o resto de seus dias sob o peso de ter sido indiretamente responsável por sua morte e a dor de não ter mais a sua Luna destinada. Para viver seu suplício, ele só precisava ficar sozinho, o que era muito difícil, visto que ainda era o Alfa daquele clã, apesar de vir há meses negligenciando seus deveres. Ele não fazia questão de ouvir os muitos lamentos do tio, que vinha trazer notícias do conselho de anciãos. O homem disse a Aram que os mais velhos estavam a ponto de desistir dele e já estavam procurando uma saída p