**Capítulo 1: O Peso de Uma Decisão**A floricultura da minha tia Helen era mais do que um simples negócio. Para nós, era um refúgio, um pedaço do mundo onde sempre podíamos encontrar alguma coisa bonita, algo que não fosse afetado pelos problemas do dia a dia. Desde que me lembro, as flores sempre foram a constante na minha vida. Elas falavam de uma simplicidade que o resto do mundo não entendia, uma verdade silenciosa que se espalhava nas cores e nos aromas.Eu cresci entre rosas, margaridas e lírios. Quando era pequena, me fascinava o modo como a floricultura parecia ser um lugar onde o tempo não passava. Eu costumava me perder nas prateleiras, sentindo o cheiro doce das flores frescas, tocando suas pétalas delicadas e observando como elas se abriam lentamente, uma a uma, como se o mundo lá fora não existisse. Era meu lugar de paz, onde nada podia me alcançar, nem mesmo as tempestades da vida.Mas, conforme o tempo foi passando, a floricultura de minha tia Helen passou a representa
**Capítulo 2: Entre o Dever e a Moral**A casa estava silenciosa, exceto pelo leve farfalhar das folhas na janela, agitando-se com a brisa da noite. Eu sentia o peso do silêncio em minha mente, como se o ar estivesse mais denso do que o normal. O papel estava ainda em minhas mãos, e mesmo que eu tentasse me concentrar em algo diferente, meus olhos voltavam àquelas palavras: *câncer*. A realidade se instalava em mim como uma verdade dolorosa, algo que eu não conseguia mais ignorar. O que minha tia estava enfrentando, o que ela havia escondido de todos nós, era uma batalha que ela lutava sozinha, sem pedir ajuda, sem dividir sua dor.Eu me levantei da cama, com a mente turbilhonando, e caminhei até a janela. O que eu sabia sobre minha tia era que ela sempre fora uma mulher orgulhosa. Ela nunca pediu nada a ninguém, sempre acreditando que a solução para os problemas estava em suas próprias mãos. Mas agora, olhando aqueles papéis e vendo o quão desesperada ela parecia estar, ficou claro p
**Capítulo 4: A Chegada**O silêncio da manhã parecia me engolir enquanto eu dirigia até a mansão de Dimitri James. Cada quilômetro que passava me fazia sentir como se estivesse me afastando da realidade. O que eu estava prestes a fazer não era apenas sobre um emprego ou sobre salvar a floricultura de minha tia. Eu estava prestes a entrar em um mundo totalmente diferente, um mundo onde eu não sabia quem seria eu mesma, um mundo onde minhas escolhas, mesmo as mais simples, poderiam me arrastar para algo maior do que eu imaginava.A mansão de Dimitri James surgiu diante de mim de forma imponente, com sua fachada clássica e imensa, como um castelo escondido no meio de uma vasta propriedade. Ao longe, as janelas escuras e os portões fechados transmitiam uma sensação de isolamento, de mistério. O caminho até a entrada parecia longo demais, o terreno bem cuidado dando uma impressão de que, por trás de toda aquela perfeição, algo não estava certo. Eu não conseguia explicar, mas havia algo de
Ele se virou, caminhando à frente sem me dar tempo para recuperar o fôlego ou processar o que havia acabado de acontecer. Suas costas largas e postura ereta me lembravam a de um general em comando, alguém que sabia exatamente o que fazer, mesmo em meio ao caos. Dimitri James parecia ser o tipo de homem que não fazia concessões. Seus passos ecoavam no chão de mármore enquanto ele me guiava por corredores ainda mais imponentes. Eu o segui, hesitante. Parte de mim queria fugir daquele lugar, daquela intensidade quase sufocante. A outra parte, entretanto, estava curiosa, intrigada pelo mistério que parecia cercá-lo. Era como se cada detalhe, desde as sombras que se alongavam nas paredes até o silêncio absoluto da casa, estivesse carregado de significado, como peças de um quebra-cabeça que eu não sabia se queria ou poderia montar. “Espero que saiba no que está se metendo,” ele disse abruptamente, sem olhar para trás. Sua voz era tão fria quanto antes, mas havia algo de quase sarcástico
Ele se inclinou para mais perto, seus olhos prendendo os meus como se quisesse garantir que eu entendesse cada palavra. "Nada neste lugar é o que parece, senhorita. Nem eu. Nem você." Eu estava começando a perceber que trabalhar para Dimitri James seria muito mais do que um emprego. E, por mais que o medo começasse a se infiltrar, havia algo em mim que não conseguia recuar. Aquele mistério, aquela tensão, tudo parecia me puxar cada vez mais fundo. Sem saber, eu já estava presa. E ele sabia disso. Dimitri manteve os olhos fixos em mim por mais alguns segundos, e o silêncio que se seguiu foi tão carregado que quase parecia palpável. Havia algo em sua expressão que me desarmava, como se ele estivesse observando não apenas o que eu fazia, mas quem eu era. Quando ele finalmente se afastou, voltando para a estante de livros, senti como se pudesse respirar novamente. "Por que você aceitou este trabalho?" ele perguntou de repente, sem olhar para mim. Suas palavras ecoaram pela biblioteca
A mansão de Dimitri James não era apenas grande; ela era imponente. Era o tipo de lugar que fazia você se sentir pequeno, não pela sua grandiosidade, mas pela sua frieza. Cada corredor, cada sala, tinha um propósito, mas não era acolhedor. Ao contrário, parecia uma prisão de luxo, onde a rigidez da estrutura refletia a personalidade do homem que a possuía. E, no meio disso tudo, estava eu — uma estranha, uma figura fora de lugar, sem saber se estava prestes a ser engolida pela própria situação ou se conseguiria se firmar ali. Eu já sabia o que ele esperava de mim. Ou melhor, sabia o que ele achava que esperava de mim. Dimitri James não fazia perguntas sem respostas, não se deixava enganar por ninguém e, ao que parecia, via o mundo apenas de uma perspectiva: a sua. Ele era o tipo de homem que acreditava que o controle sobre tudo ao seu redor não era apenas um privilégio, mas uma necessidade. Quando me contrataram, disseram-me que ele era um homem difícil, um verdadeiro mestre na arte
Ele estava tão perto agora que eu podia ver cada detalhe de seu rosto, a maneira como os músculos de sua mandíbula se contraíam levemente quando ele falava, a intensidade com que seus olhos fixavam os meus. Eu não sabia como reagir. Não sabia se devia resistir ou ceder. Ele me analisava de uma maneira tão profunda que eu comecei a sentir como se estivesse exposta, nua, apesar das minhas roupas. Algo dentro de mim tremia, não de medo, mas de algo mais visceral. Algo que eu não queria admitir, mas que se intensificava a cada segundo em que ele estava perto. “Você não está no controle de nada, senhorita,” ele disse, e suas palavras pareciam mais uma sentença do que uma observação. Havia uma firmeza na voz dele que me desarmava. “Eu te coloquei aqui, eu posso te tirar de qualquer momento. Não se esqueça disso.” Eu queria retrucar, queria lançar algo de volta, mas o que ele disse não era um simples aviso. Ele estava me desafiando, testando os limites da minha resistência. Minha respiraçã
“Você quer saber o que eu quero, senhorita?” Dimitri virou-se de repente, e sua expressão mudou. Não havia mais o mesmo desafio, havia algo mais profundo em seu olhar. “Eu não sou um homem que se entrega facilmente. E você, claramente, não está aqui para ser conquistada. Mas a questão é: você realmente entende o que está acontecendo entre nós?” Essas palavras me atingiram com mais força do que eu esperava. Eu podia sentir o peso delas, como se cada uma carregasse um significado maior, algo além do que eu estava disposta a aceitar. Mas, no fundo, eu sabia o que ele estava dizendo. Ele estava me desafiando de uma maneira que eu não sabia como lidar, mas ao mesmo tempo, havia algo em suas palavras que me atraía. Como se ele me estivesse pedindo para me arriscar, para ir além do que eu estava acostumada. Mas eu não sabia se estava pronta para isso. Eu respirei fundo, tentando manter minha postura, mas algo dentro de mim já estava cedendo. “Eu não sei o que você quer de mim, Dimitri,” e