Este Livro é um spin off da versão antiga de: "Um Lugar para Recomeçar" que está disponível em outra plataforma. Essa nova versão contém detalhes mais profundos entre Grady e Holly, e a luta de ser mãe solteira e criar 3 crianças pequenas diante das dificuldades diárias. Me siga nas redes sociais @autora_wilma.g.silva para ver os spoilers! Após ficar viúva de um marido alcoólatra e abusivo, Holly decidiu recomeçar sua vida com seus três filhos pequenos — Trevor, Megan e Ryan. Sem muitas opções, ela se muda para a antiga casa de sua avó, que estava abandonada há anos. Embora precisando de muitos reparos, aquela casa representava uma nova esperança e a chance de reconstruir suas vidas. No entanto, as dificuldades financeiras eram constantes, e o coração de Holly permanecia fechado para qualquer sentimento. Ela carregava o peso da dor e do medo, temendo sofrer novamente e passar por tudo o que viveu no passado. Até que Grady O’neill entrou em sua vida. Um homem gentil, forte e decidido, que despertou sentimentos que Holly julgava enterrados. Determinado a mostrar a ela que o amor é possível mesmo depois da dor, Grady tenta conquistar o coração dessa mulher indomável, provando que uma segunda chance para o amor pode ser a maior redenção de todas. Entre medos, esperanças e um recomeço, eles embarcam em uma jornada emocional que pode curar feridas antigas e transformar suas vidas para sempre. Espero que gostem. Ótima leitura!
Ler maisDepois do jantar, as crianças saíram para brincar no pátio, e eu as observei pela janela da cozinha enquanto terminava de lavar as panelas. Os meninos estavam completamente imersos em sua diversão, criando um elaborado sistema de canais para drenar as poças de água entre o pátio e o jardim da Sra. Potter. Eles usavam qualquer coisa como desculpa para entrar no canal mais fundo, e Ryan estava se divertindo ao ver até onde conseguia afundar antes que suas botas se enchessem de água. Eu sabia que, em pouco tempo, eles voltariam encharcados da cintura para baixo.Voltei a atenção para as panelas com a mente distante. Agora que o nervosismo inicial havia se dissipado, conseguia ver tudo com mais clareza. Grady não esperava que eu descobrisse o que ele fizera, então, é claro, ele não esperava um agradecimento. Mas agora que eu sabia, minha consciência não me deixava em paz. Eu precisava agradecer. Nunca mais teria tranquilidade comigo mesma se não fizesse isso.Terminei de arrumar a cozinha
Grady estava de volta à cidade há uma semana, e minha mente, que eu tanto lutei para manter em paz, havia se transformado em um turbilhão. Tudo o que o tempo e a distância tinham conseguido apagar foi esmagado em um instante quando o vi saindo da oficina. Aquele único vislumbre foi suficiente para trazer à tona todas as lembranças que eu enterrara com tanto esforço. Desde então, minhas noites eram longas e insones, preenchidas por uma enxurrada de memórias que derrubavam minhas frágeis defesas. A possibilidade de esbarrar com ele em qualquer lugar me deixava ansiosa, quase temerosa de sair de casa.Com o coração ainda pesado, atravessei a rua em direção ao banco. O dia estava nublado, refletindo meu estado de espírito. Quando entrei, havia poucos clientes nos guichês, o que foi um alívio. Me aproximei do balcão, depositei o pacote de compras no chão e desabotoei meu casaco, tentando aliviar o calor causado mais pela tensão do que pela temperatura.Logo uma atendente de cabelos grisalh
Quando Liz entrou, todo o ar gelado do lado de fora parecia ter vindo com ela.— Posso entrar? — perguntou, tirando o casaco com pressa.Olhei para ela, fingindo uma seriedade que estava longe de sentir.— Por que não poderia? A menos que esteja com alguma doença contagiosa...Liz revirou os olhos e se aproximou, colocando o casaco na cadeira mais próxima.— Bem, eu só não sabia se uma costureira famosa como você ainda queria se misturar aos plebeus.Soltei uma risada, balançando a cabeça.— Do que você está falando, Liz? Acordou de bom humor hoje?Ela apoiou as mãos na cintura, com um sorriso maroto.— Fui até a cidade buscar minha correspondência e, no caminho, me encontrei com a Sra. Brandon. Ela estava em êxtase, completamente fascinada pelas suas criações. Juro, Holly, ela falava de você como se fosse a próxima Christian Dior!— Não a leve tão a sério — respondi, sorrindo. — Ela é exagerada em tudo.— Posso dar uma olhada no vestido da noiva?Cruzei os braços, fitando-a com falsa
Eu sabia que a manhã seguinte não seria fácil, mas enfrentar o gerente do banco e admitir a situação em que Derek nos deixara parecia um pesadelo. Passei as horas antes do encontro com o estômago embrulhado, pensando em como contar a alguém, um estranho, que eu precisava de um empréstimo para cobrir as dívidas de meu marido. Quando finalmente entrei no banco, minhas pernas pareciam feitas de chumbo, e minha garganta estava seca como areia.Assim que me sentei na frente do gerente, tentei manter a compostura, mas sentia cada músculo do meu corpo tenso. Para minha surpresa, ele era muito mais simpático do que eu imaginava. Contei sobre as dívidas de Derek, sobre como só agora eu havia descoberto o tamanho do problema. Ele ouviu sem qualquer reação de julgamento, apenas assentindo com a cabeça, como se tivesse ouvido histórias como a minha mil vezes antes.— Vou precisar que preencha este formulário com seus bens e dívidas, Sra. Simpson — disse ele, passando-me os papéis.Minha mão tremi
Levou um bom tempo para me controlar, embora ainda estivesse trêmula. Deixei os recibos sobre a televisão e saí à procura de Trevor. Não havia sinal dele no pátio, e uma sensação de apreensão me tomou por inteiro. Corri até a ravina, esperando encontrá-lo sentado sob alguma árvore, mas o lugar estava completamente deserto. A preocupação aumentava a cada passo. Voltei para casa, mas não entrei.Quando contornei o pátio, parei de repente. O alívio me imobilizou.As três crianças estavam sentadas nos degraus da varanda, silenciosas, com a tensão estampada nos rostinhos pequenos. Ryan levantou a cabeça assim que me viu.— Vamos ter de voltar? — perguntou, com a voz trêmula.Forçando um sorriso tranquilizador, me sentei junto a eles e segurei as mãos de Ryan.— Não, querido. Não há motivo para vocês se preocuparem, está bem? Não é nada que eu não possa resolver.— Papai fez uma coisa ruim, não foi? — Trevor indagou, o corpo inteiro tremendo de choque.— Sim. — Segurei seu queixo e fiz com
Eu estava atordoada. Meus dedos tremiam enquanto passava os olhos sobre os papéis que Stan havia me entregado. O primeiro documento era uma Xerox de um recibo de cartão de crédito. Quase quinhentos dólares. Uma loja de artigos de rodeio em Billings, Montana. Um par de botas de couro e duas calças jeans. Era a assinatura de Derek ali. Não havia como negar.Minha visão ficou turva por um instante, mas eu precisava olhar o próximo papel. Outro recibo. Dessa vez, oitenta e oito dólares, gastos em um quarto de hotel. A data era uma semana antes de sua morte. Meu coração apertou, mas não havia tempo para lamentos. Mais recibos, alguns de valores pequenos, outros de somas maiores. Mas o que mais me chocou foi a quantidade.Fechei os olhos, tentando vencer a tontura que ameaçava me dominar. Quando os abri, fixei meu olhar em Stan e, com uma voz que nem parecia minha, perguntei:— Quanto?— Mais de cinco mil dólares.O chão pareceu desaparecer sob meus pés. Minhas mãos tremiam enquanto apertav
O vento frio de outono arrancava as últimas folhas ressecadas das árvores lá fora. Eu observava tudo pela janela, sentindo o vidro gelado na testa, como se aquilo pudesse me ancorar. O céu cinzento parecia uma extensão do meu humor. Era primeiro de novembro, e fazia duas semanas que Grady havia partido.Duas semanas de dias longos e noites ainda mais desoladoras.A cada toque do telefone ou batida na porta, meu coração pulava, torcendo para que fosse ele. Mas não era. Sempre não era. Repeti esse ritual muitas vezes, sempre me agarrando a uma esperança vazia. Em um momento de desespero, na noite anterior, cheguei a ligar para ele. A voz gravada na secretária eletrônica foi a única resposta que recebi. Desliguei antes mesmo de terminar a mensagem.Era inútil. Ele havia dito tudo o que tinha para dizer e, claramente, não pretendia voltar.Suspirei e olhei para o relógio de pêndulo na parede. Tinha duas horas até que as crianças voltassem da escola. Precisava usar bem esse tempo.Dias atr
Grady me encarava com intensidade, e eu sentia as palavras dele perfurarem uma barreira que eu nem sabia que existia.— Isso não é verdade — murmurei, tentando soar firme, mas minha voz vacilou.— É sim, Holly. — Ele deu um passo à frente, hesitando antes de continuar, mas não me poupou. — Você já teve alguém na sua vida em quem realmente confiasse? Uma amiga íntima? Alguém com quem pudesse dividir tudo, sem reservas?Minha garganta apertou. A resposta estava clara na minha mente, mas eu não tinha forças para dizê-la em voz alta. Cruzei os braços, tentando conter um tremor que não era de frio. Não confiei em ninguém assim. Não me permiti.Grady soltou um suspiro pesado, como se carregasse o peso de minha resposta não dita.— Holly, eu sei que falei muitas besteiras, que agi como um idiota algumas vezes. Mas sempre acreditei que poderíamos resolver isso. Que, de alguma forma, conseguiríamos.Olhei para o chão, porque encarar aqueles olhos azuis cheios de frustração e mágoa era demais.
Eu o encarei com uma sensação de raiva e frustração. Que diferença pode fazer uma explicação? — perguntei, tentando manter a calma, mas minha voz saiu mais ríspida do que eu pretendia.Ele me olhou diretamente, a mandíbula tensa.— Talvez eu não queira deixar você com ideias erradas.Eu ri, mas sem humor algum, sentindo o sarcasmo escorrer pelas palavras que saíram da minha boca.— Não tenho ideias erradas, Grady. Não estou procurando por refeições grátis, se é o que você acha. Só estou tentando levar a minha vida da melhor maneira que posso. — As palavras saíram como uma explosão, cheias de tudo que eu vinha acumulando há tempos. — Não estou à procura de um pai relutante para os meus filhos, nem de alguém que me salve cada vez que cair de cara no chão!— Era esse tipo de ideia errada que eu queria evitar. — A firmeza na voz dele só alimentou minha raiva.Senti o calor subindo pelas minhas bochechas enquanto eu me levantava, já incapaz de ficar sentada ali.— É mesmo, Grady? — questio