O ambiente do tribunal estava tenso, com um silêncio que parecia gritar. Meu coração estava acelerado enquanto caminhávamos até nossos assentos, com Grady ao meu lado e o nosso advogado liderando o caminho.Sheron já estava lá, sentada de forma confiante, com aquele olhar de superioridade que me deixava inquieta. Seu advogado, um homem impecavelmente vestido e claramente experiente, mantinha uma postura firme, parecendo pronto para atacar.Quando nossos olhares se cruzaram, senti o desprezo evidente nos olhos dela, mas não deixei transparecer nenhuma fraqueza. Pelo menos, tentei.Grady colocou a mão nas minhas costas, num gesto de apoio. Sussurrou baixo:— Estamos juntos nisso, Holly. Não se esqueça disso.Assenti, apertando minha bolsa com força.O juiz entrou na sala, e todos se levantaram. Ele era um homem mais velho, com uma expressão neutra e firme. Quando nos sentamos novamente, o julgamento começou.O advogado de Sheron foi o primeiro a falar. Ele se levantou com confiança e co
Ao chegar em casa, tirei os sapatos na entrada e senti o alívio imediato ao tocar o chão frio com os pés descalços. Grady se sentou no sofá da sala, passando a mão na nuca, visivelmente cansado.— Vou preparar um café. Quer uma xícara? — perguntei, enquanto caminhava em direção à cozinha, tentando parecer mais tranquila do que realmente estava.— Quero sim. — A voz dele era firme, mas eu percebia o cansaço misturado à preocupação em seu tom.Acendi o fogão e coloquei a chaleira para esquentar. Enquanto esperava a água ferver, meus pensamentos vagavam. A imagem de Sheron no tribunal, com aquele ar de superioridade, não saía da minha cabeça. Me apoiei no balcão, sentindo o peso da situação.Grady apareceu na cozinha, encostando-se à porta.— Você está bem?Olhei para ele por cima do ombro e forcei um sorriso.— Não sei... Fico pensando se estamos fazendo o certo. Levar as crianças ao tribunal... será que é mesmo a melhor decisão?Ele se aproximou, cruzando os braços enquanto se encostav
O som da porta se abrindo foi o primeiro sinal de que as crianças estavam de volta. Não precisei olhar para saber que era Megan, a pequena sempre foi a mais rápida. Ela correu para mim, com aquele sorriso que só ela tinha, e, ao me ver, se jogou nos meus braços.— Mamãe! — Ela gritou, me abraçando forte.Eu sorri, aliviada ao sentir o calor do abraço dela, a sensação de normalidade retornando, mesmo que tudo ao nosso redor estivesse desmoronando.Enquanto isso, os meninos correram para Grady. Ele, sempre tão gentil com eles, os abraçou com a mesma intensidade que me abraçou. Eu podia ver o quanto ele os amava, e a forma como eles o viam como uma figura paterna. Aquela cena me trouxe um conforto imenso.Mas o peso da situação ainda estava ali. Eu respirei fundo, me afastando um pouco dos abraços calorosos das crianças, e falei, tentando manter a firmeza que sabia que precisaria:— Crianças, precisamos conversar... Na sala. — Minha voz era suave, mas firme.Grady, sempre ao meu lado, pe
Grady, então, tomou a palavra, e sua voz firme e tranquila preencheu a sala.— Quando vocês estiverem com o juiz, não precisam mentir. Quero que falem a verdade, tudo o que sabem, tudo o que vivenciaram — disse ele, olhando para as crianças, que estavam tão quietas e atentas. — Isso inclui o tempo que passaram com o Derick e tudo o que aconteceu depois. O juiz precisa saber exatamente o que ocorreu, porque é isso que vai ajudar a resolver tudo da melhor forma.As crianças, embora tão novas, pareciam entender a seriedade do momento. Seus olhares estavam fixos em Grady, como se estivessem absorvendo cada palavra, e por um breve instante, eles pareciam mais velhos do que realmente eram. Eles assentiram, um de cada vez, como se estivessem assumindo uma responsabilidade imensa.Eu não pude evitar que uma lágrima escorresse pelo meu rosto. Não era só por toda a tensão que estávamos enfrentando, mas também por ver o quanto meus filhos estavam crescendo e assumindo um papel tão importante nes
O dia finalmente havia chegado. A ansiedade me consumia desde o momento em que acordei. Grady, sempre firme e tranquilo, segurava minha mão enquanto caminhávamos até o tribunal. As crianças estavam conosco, todas vestidas de forma impecável, e Tammy nos acompanhava, pronta para ajudar caso fosse necessário. Sua presença me dava um pouco mais de segurança, embora eu soubesse que o peso daquela audiência ainda estava sobre os meus ombros.Enquanto esperávamos na sala de recepção, o ambiente parecia sufocante. A cada vez que a porta do tribunal se abria e um nome era chamado, meu coração acelerava. Megan estava sentada no colo de Travor, enquanto Rayan mantinha um olhar atento, como se estivesse se preparando para qualquer coisa que viesse. Grady estava ao meu lado, apertando minha mão com força para me tranquilizar.Foi então que a porta se abriu novamente, e a figura imponente de Sheron surgiu no corredor. Ela estava acompanhada de seu advogado, impecavelmente vestido, e exalava confia
O silêncio na sala era esmagador. Eu podia ouvir meu próprio coração batendo como um tambor enquanto o juiz ajustava os óculos e organizava os papéis à sua frente. Ele olhou para mim e depois para Sheron, mantendo uma expressão neutra.— Senhora Sheron, senhora Simpson — começou o juiz, com a voz calma, mas firme. — Este caso não é apenas sobre finanças ou custódia, mas sobre o bem-estar de uma criança. Durante as últimas audiências e a conversa com as crianças, ficou claro que há um histórico complicado entre as partes. Gostaria de ouvir novamente de vocês dois antes de tomar minha decisão final.Olhei para Sheron, que ajeitou a postura como se estivesse pronta para um discurso.— Meritíssimo — ela começou, sua voz controlada, mas carregada de emoção forçada. — Não há dúvida de que amo minha neta. Meu único desejo é garantir que ela tenha estabilidade financeira e emocional, algo que acredito que a senhora Holly não possa proporcionar. Minha nora tem um histórico de decisões question
O livro "Uma Mãe Viúva e o Mecânico Sedutor" faz parte de algo maior: "Um Lugar para Recomeçar". Nele, contei a história de Holly, uma mulher forte, mãe de três crianças, tentando construir uma nova vida em um lugar completamente diferente. O medo de se abrir para um novo relacionamento acompanha sua jornada, mas ela prova que coragem e amor próprio podem superar qualquer obstáculo. Este livro foi inspirado na minha própria vida. Assim como Holly, sou mãe solo de duas crianças incríveis, de 8 e 7 anos. Só quem é mãe solteira sabe das dificuldades e desafios que enfrentamos todos os dias, mas também sabe da força e do amor imensurável que nos sustentam. Sempre que releio este livro, me emociono e choro, pois muitas das vivências de Holly refletem a minha realidade. O final dela é diferente do meu, mas ainda assim é um lembrete de que sonhos e esperanças podem nos levar longe. Talvez eu não viva um romance como o de Holly, mas se um dia chegar perto, já será um sonho realizado. Enq
A casa se erguia solitária no meio de um amplo terreno abandonado, onde o mato atingia mais de um metro de altura. A pintura branca, gasta pela contínua exposição ao tempo, estava descascando por toda a extensão das paredes, e a porta de tela, solta das dobradiças, estava caída na varanda. A madeira envelhecida dos batentes das janelas ainda revelava restos de tinta verde, e, de frente para a rua, um vidro quebrado brilhava como uma teia de aranha prateada sob o sol de fim de tarde. Apesar do mato, eu conseguia distinguir uma calçada de cimento em torno da residência, com plantas crescendo pelas rachaduras, revelando os vários meses de total negligência. Apenas as quatro grandes árvores alinhadas no fundo do terreno se salvavam da atmosfera de destruição e descaso que permeava todo o local.Apertei as mãos úmidas e respirei fundo antes de descer do caminhão, tentando disfarçar a profunda decepção que me invadiu. Por um breve instante, uma onda de pânico quase me dominou, mas consegui