Nas fronteiras agitadas de Wester, o rei Gudrun Vargdottir pressente a ameaça de um guerreiro profetizado, capaz de destruir seu reino. Determinado a subjugar qualquer poder oculto que encontre, Gudrun mergulha em pactos sombrios na esperança de esmagar de vez essa profecia. Enquanto isso, Astrid Jotunsson, a princesa do Reino do Vento, é empurrada a um casamento forçado com Ragnar — o temível rei bárbaro do Norte, que mora além das muralhas. A união, concebida para salvar o povo da princesa de uma guerra iminente, desperta sentimentos conflitantes e inesperados, fazendo o dever real chocar-se com o desabrochar de um amor proibido. À medida que ferocidade e feitiçaria se entrelaçam num perigoso jogo de alianças e traições, Astrid e Ragnar se veem no centro de intrigas capazes de derrubar todos os reinos. O que começa como um acordo pragmático rapidamente se transforma em uma batalha de emoções, onde segredos antigos, poderes ocultos e alianças improváveis podem mudar o destino de todos. Em um cenário repleto de mistérios, batalhas épicas e paixões arrebatadoras, o frágil equilíbrio entre as cinco nações se sustenta por um fio. Conseguirá o amor improvável entre uma princesa e um bárbaro transcender ódios ancestrais e conter a profecia que ameaça mergulhar Wester no caos absoluto?
Ler maisNo Reino do Fogo…Ragnar despertou de um sono profundo, sua mente ainda estava nebulosa. Ao abrir os olhos, ele se deparou com um quarto grande e majestoso, suas paredes ornamentadas e o teto alto refletindo a luz suave que entrava pelas janelas. As memórias do que havia acontecido começaram a retornar lentamente e ele se sentou abruptamente na cama, percebendo que não estava sozinho. Seu melhor amigo e irmão, Erik, estava sentado em uma cadeira ao seu lado, observando-o com atenção.Os olhos de Erik transmitiam preocupação e Ragnar percebeu que algumas memórias ainda não haviam voltado para ele. A porta do quarto se abriu, por ela entraram Rolf e Sigurd. Nesse momento, Ræv liberou suas lembranças e Ragnar fechou os olhos, deixando um grunhido alto escapar de seus lábios. Ao abri-los novamente, sentiu seu poder oscilando, uma energia intensa pulsava dentro dele.— Odin… — Ragnar murmurou, sentindo a dor da realidade bater em seu peito. Ele virou-se para Sigurd, as lágrimas começando
Ragnar estava sentado em uma sala, mergulhado em profunda meditação. À sua frente, Ivar aguardava com uma expressão séria, enquanto Erik e Olaf observavam em silêncio, conscientes da gravidade do que estava prestes a acontecer. Ragnar estava em comunhão com Ræv, avaliando seu poder e se preparando para extrair o de Ivar. Erik permanecia próximo, ansioso, pois sabia que tão logo a extração fosse concluída, o poder deveria ser imediatamente transferido para seu olho direito.Concentrando-se intensamente, Ragnar começou a canalizar seu poder. Uma energia vibrante circulava ao redor do seu corpo, refletindo toda força que emanava dele. Não era apenas de seu poder que ele precisava, a energia da natureza também era essencial para a realização do feito. Pequenos raios de energia saíam de suas mãos e uma camada de fogo revestiu seu corpo, criando uma aura impressionante. Erik, Olaf e Ivar trocavam olhares de preocupação diante de tanto poder.Abrindo os olhos, Ragnar revelou um vermelho in
Nas terras do Reino da Terra…Ingrid caminhava decidida em direção à sala do trono, onde seu pai, o rei Gudrun, discutia com os generais de seu exército. A atmosfera estava carregada de tensão. A iluminação da sala era suave, mas sombria, refletindo a gravidade da conversa. O rei gesticulava com fervor, sua voz ecoava pelas paredes ornamentadas.— Não interessa, Roar! Eu já disse que precisarei me ausentar por três dias e vocês ficarão de olho no reino com Verner. Não podemos vacilar. Não confio no rei Ivar e muito menos no meu genro. Outra coisa: como vocês permitiram que o rei do Reino do Vento fugisse? Ele teve ajuda! Vejo que não posso confiar em meus homens, estou perdido!Os generais, visivelmente intimidados, se afastaram, deixando a sala em silêncio. Gudrun, em um gesto de raiva, arremessou sua taça de vinho contra a parede, fazendo o vidro se estilhaçar. — Imprestáveis! Não servem para nada! Incompetentes! Estou cercado de idiotas! — soltou um suspiro pesado e ao olhar para
A caminho das Terras no Norte…O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons avermelhados, enquanto Ágata se movia rapidamente, organizando o fogo e a comida para a noite que se aproximava. Leif, o rei, já havia vistoriado a pequena caverna onde iriam se abrigar. A atmosfera estava carregada, nuvens escuras se acumulavam no horizonte e um pressentimento de tempestade pairava no ar. — É melhor nos banharmos. — Ágata disse, virando-se para Leif com um olhar decidido. — A tempestade está chegando e será impossível sairmos da caverna quando a chuva começar. Leif olhou para Ágata e hesitou. — Juntos? — perguntou, com uma mistura de surpresa e timidez. A morena soltou uma risada, iluminando seu rosto delicado. — Por acaso, milorde, você nunca viu uma mulher nua? Não me diga que vossa majestade é virgem?Os olhos de Leif se arregalaram e ele gaguejou: — É claro que não! É só que, geralmente, as mulheres com quem convivo… elas não são tão... assim… — Assim como? — Ágata provocou com
No Reino do Fogo…Erik estava posicionado nos portões da cidade, ao lado de Olaf, ambos à espera da chegada de Ragnar. O céu estava tingido de laranja e vermelho, refletindo a intensidade do reino que habitavam. As chamas dos fogos de sinalização dançavam ao vento e o som distante de martelos batendo em metal ecoava, criando um ambiente vibrante e pulsante. Logo, a figura loira de Ragnar apareceu ao longe, montado em seu cavalo negro, acompanhado por Arne e Njall. A presença dele era imponente e Erik sentiu um frio na barriga com a expectativa do que estava por vir.Ragnar se aproximou, seu sorriso largo iluminando o rosto marcado pelas batalhas. Ele estendeu o braço em um cumprimento brutal, um aperto de punhos que simbolizava a amizade e a camaradagem entre eles.— Nunca pensei que fosse sentir tanto sua falta, Erik. — exclamou, com o tom de voz forte e cheio de vida.Erik sorriu de volta e respondeu divertido:— Admita que não vive sem mim. — A conexão entre eles era inegável, er
Quando chegou à cozinha, a cena era desesperadora.Astrid se debatia no chão. Thyra e Ylva tentavam conter as convulsões e Sigrid estava inerte, sem saber o que fazer. — O que houve? — gritou Sigurd. — Eu… eu não sei! Acho que o chá… o chá… o chá … Sigrid tentava falar alguma coisa. Rolf se aproximou de Astrid e pode sentir a vida de sua rainha se esvaindo entre seus dedos. Thyra tentava usar o seu poder para reverter o feitiço e Ylva tentava entrar na mente de Astrid e impedir a passagem. Foi quando um estrondo surgiu na cozinha e uma luz verde surgiu das mãos de Sigrid. Na sua testa surgiu uma marca, característica de um poder oculto, conhecido como Helbredende, o poder de regeneração mitótica, capaz de curar e desfazer feitiços. Todos estavam assustados. Rolf sorriu e por um momento se acalmou. — Afastem-se de nossa rainha! Ela se aproximou da amiga e levou suas mãos até seu corpo. Uma energia verde saiu de suas mãos e assolou o corpo de Astrid. Sigrid depositava todo o seu p
No Reino do Fogo… — Então Ivar, você acredita que Gudrun está estudando uma forma de extrair o seu poder? — perguntou Erik ao irmão o olhando atentamente. — Infelizmente sim. Antes de morrer, Vidar me procurou e descobriu que Gudrun estava envolvido com a magia das trevas. Ele acreditava que o rei tinha feito, em troca de poder, um pacto de sangue e alma com Jotun. Ele pediu a minha ajuda e a do Bjorn para desmascará-lo, mas acabou morrendo antes…— Disse Ivar bebericando o seu vinho. Olaf estava ao lado de seu rei e Erik que se encontrava em pé olhando a vista do reino virou-se para o seu irmão e perguntou: — E você acredita que me cedendo seu poder poderemos impedir que ele se torne poderoso? — perguntou Erik.— Acredito que já deva saber que Bjorn é o pai de seu bárbaro. — disse o rei encarando o irmão que ficou surpreso e perguntou: — Você já sabia disso? Mas como? Ivar sorriu e respondeu:— Quando nos conectamos ao portador do demônio, eu tive uma visão… compartilhada. Is
No reino da terra…Ingrid acabara de chegar no seu antigo reino. Depois de alguns anos, retornar às suas terras causava uma certa nostalgia. Sabia que o motivo de seu retorno era seu marido. Ela percebeu as mudanças de Bjorn há três luas, quando seu marido teve um descontrole em seus poderes. Ao compreender que a selvagem havia morrido, uma parte de Bjorn morreu naquele exato momento. Ingrid sabia que se o marido descobrisse que ela estava por trás da morte de sua amada, nunca a perdoaria. Escutar seu marido chorar embaixo daquela árvore, local criado para pensar nela, era extremamente doloroso. Nunca desejou isso. Quando seu pai contou que o homem que ela sempre amou, estava de caso com uma selvagem, teve ódio, raiva de seus sentimentos, de como foi boba por achar que Bjorn um dia olharia para ela. No fundo, sabia que isso ia acabar acontecendo. O loiro sempre teve espírito aventureiro e sempre quis ir além das muralhas. Nunca almejou ser rei, este era um dos tópicos que ela mais
Nas terras do Norte além da muralha… Ragnar encontrava-se pronto para partir. Algo dentro de si o deixava temeroso e ele não entendia o porquê. Nunca foi um homem de acreditar em pressentimentos, mas pela primeira vez, estava inseguro. Não queria deixar Astrid sozinha, sabia que ela ficaria protegida por Rolf, Sigurd e todos os outros selvagens, mesmo assim sentia como se apenas ele pudesse protegê-la. Suspirou fundo. Já tinha brigado até com Ræv, seu demônio dizia que eles precisavam partir, porque apenas ele era capaz de ensinar o rei do Reino do fogo a extrair o poder que deveria ser entregue a Erik. Mas Ræv também estava temeroso. Sentia que algo muito ruim estava prestes a acontecer, como se fosse um mal necessário. O sonho que o humano teve com sua mãe, foi um sinal… Lagherta deixou claro para Ræv que ele precisava afastar Ragnar da vila o quanto antes. Partiria, mas sem romper sua conexão com Vaskebjørn, sua rainha seria protegida mesmo de longe. Astrid estava ao lado de