Enquanto isso, no Reino dos Ventos…
Astrid estava em seus aposentos, a mente atormentada pelas lembranças e pressões recentes. Sigrid, sua fiel amiga e confidente, tentava consolá-la.
— Sigrid, meu pai morreu, e agora estamos vulneráveis. Gudrun, o rei do Reino da Terra, já deve estar tramando algo. Ele é aliado de Einar, do Reino da Água, e todos sabem que Einar sempre quis unir nossos reinos… Não por amor, mas pelo poder. Meu pai sempre me alertou sobre isso. Ele temia mais do que qualquer coisa a profecia que desperta poderes proibidos quando nossos sangues se unem.
— Seu pai sabia que Einar jamais a faria feliz, Astrid. Ele sempre quis que você se casasse por amor, nunca por política.
— Amor? Sigrid, não posso mais sonhar com isso. Estou sozinha agora… — respondeu Astrid, com tristeza.
Sigrid segurou sua mão.
— Você não está sozinha. Leif nunca permitirá que algo aconteça a você.
Nesse momento, Leif entrou no quarto. Seus olhos azuis estavam pesados, revelando o peso das decisões que carregava.
— Astrid… precisamos conversar.
A princesa se aproximou.
— O que houve, Leif?
O jovem rei olhou para Sigrid, hesitou por um instante, mas continuou:
— O conselho se reuniu e… só encontramos uma solução para proteger o reino. Mas ela exige sacrifício… o seu sacrifício.
Astrid franziu o cenho, alarmada.
— Do que está falando, Leif?
— Um casamento, Astrid. Com o rei dos bárbaros, no Norte.
Astrid ficou pálida.
— C-casamento? Com… um bárbaro?
Leif assentiu, a voz carregada de culpa.
— Ele não tem uma rainha e está buscando uma esposa de nobreza para consolidar seu poder. O rei dos bárbaros comanda um exército de 300.000 homens, todos letais em combate. Magnus diz que, apesar de ser um selvagem, ele honra os pactos e protege seus aliados. É a única forma de garantir a segurança do nosso povo, das nossas crianças, e de você, Astrid.
Leif fez uma pausa, o olhar sincero, quase implorando.
— Eu sei que é cruel. Assumi o trono para protegê-la, mas sinto que falhei. Agora só vejo essa saída.
Astrid ficou em silêncio por um longo momento, o peso das palavras do primo esmagando-a. Ela respirou fundo e finalmente respondeu:
— Se for para salvar o meu povo, eu aceito. Um sacrifício é o mínimo que posso fazer como princesa.
Leif sorriu tristemente e tocou o ombro da prima.
— Seu pai ficaria orgulhoso de você. Magnus cuidará de tudo. Faremos parecer que você sucumbiu à febre de seu pai. Para todos, você estará morta… Até o dia em que precisarmos de sua ajuda e de seu marido.
Sigrid segurou Astrid em um abraço apertado, enquanto a jovem princesa lutava para conter as lágrimas.
No Reino do Norte…
Ragnar, o temido rei dos bárbaros, estava no quarto, onde repousava ao lado de Inga, uma das mulheres que frequentemente compartilhavam sua cama.
— Por que não me faz sua rainha, Ragnar? — perguntou Inga, esperançosa.
O loiro riu, um som seco e desdenhoso.
— Inga, sempre fui claro. Transar é uma coisa. Casamento, outra.
— Mas eu seria uma boa rainha!
Ragnar se levantou, seus olhos azuis brilhando com irritação.
— Já chega! Saia agora.
Inga saiu relutante, deixando Ragnar sozinho com seus pensamentos. Ele era um homem marcado por cicatrizes invisíveis. Crescera sem família, criado por uma anciã, e construíra sua reputação na base da força e do medo. Agora, como rei, precisava lidar com pressões que nunca desejou.
Erik Freysson, seu conselheiro e amigo mais próximo, aproximou-se.
— Ragnar, você precisa de uma rainha. Um rei respeitável não pode viver como você vive.
— Por que não? Sou casado com minha espada, Erik. Não preciso de uma mulher para governar! — retrucou Ragnar, erguendo sua taça enquanto seus homens comemoravam.
— Ouvi dizer que o Reino dos Ventos está à beira do colapso. O rei Vidar morreu, e o sobrinho, Leif, assumiu temporariamente. Gudrun receberá o cetro e já deve estar planejando atacar.
Ragnar bufou, entediado.
— Deixe que eles se destruam. Não me importa.
Erik sorriu.
— Dizem que a princesa Astrid é deslumbrante. Talvez ela possa interessá-lo…
Ragnar franziu o cenho, desconfiado.
— Está sugerindo que eu me case com ela?
— Considere. Ela é uma nobre, e unir-se a ela legitimaria ainda mais seu reinado.
Ragnar ficou em silêncio, ponderando.
— Amanhã, um enviado do Reino dos Ventos virá até você. Ouça a oferta deles, Ragnar. Talvez essa aliança seja mais valiosa do que pensa.
Enquanto Erik se retirava, Ragnar voltou a beber, os pensamentos confusos. Ele sempre evitara compromissos, mas sabia que o futuro poderia exigir sacrifícios — até mesmo dele.
O sol começava a pintar o céu com tons alaranjados quando Rolf cruzou os portões do Reino do Norte. Filho de Magnus Gormsson e representante do Reino do Vento, ele trazia consigo não apenas uma missão diplomática, mas também o peso de um segredo poderoso: a habilidade oculta de controlar os movimentos de seus oponentes, transformando-os em meros fantoches em suas mãos. Apesar de habilidoso no campo de batalha, Rolf preferia a estratégia à violência, mantendo seu dom nas sombras, onde ninguém poderia prever sua força.À medida que se aproximava das muralhas imponentes do castelo, uma mistura de rusticidade e engenhosidade chamou sua atenção. Eram selvagens, sim, mas não meros bárbaros. Havia sabedoria em suas construções, um eco dos renegados das cinco nações que haviam se juntado a eles ao longo dos anos, trazendo conhecimentos que moldaram a cultura do Norte.Montado em seu cavalo branco, Rolf avistou a guardiã da entrada: uma mulher impressionante, de beleza feroz e presença magnétic
O sol já estava alto quando Ragnar, Erik, Sigurd e Rolf deixaram os portões do Reino do Norte para trás, cavalgando em direção ao Reino da Terra. Sob a liderança de Ragnar, os bárbaros tinham pressa: a jornada, que deveria durar dois dias, seria encurtada pela determinação do rei em não parar para descansar.O Reino do Norte ficava agora sob os cuidados de Arne, braço direito de Ragnar e um homem de confiança. Enquanto isso, o grupo seguia em frente, sua presença carregada de uma força que parecia abalar o próprio ar ao redor. Ragnar, montado em seu cavalo negro, era a própria personificação do poder bruto. Vestia calças de couro espessas e peles que simbolizavam sua natureza indomável. Seu peito tatuado com símbolos tribais permanecia à mostra, e suas longas tranças, junto com a barba imponente, conferiam-lhe um ar de realeza selvagem. Presas às costas, suas duas espadas eram um lembrete silencioso de que ele nunca se afastava do campo de batalha.No Reino da Terra, a princesa Astrid
No Reino da Terra— Com a morte do rei Vidar e o fato dele não ter escolhido um pretendente para a princesa Astrid, seu primo assumiu o trono temporariamente. Foi isso que aconteceu, Tyr? — perguntou Gudrun, olhando para seu general.— Sim, majestade. Existem rumores que Einar Hjalmarsson, herdeiro do Reino das Águas, tem interesse em se casar com a princesa Astrid.— Se esse casamento acontecer, o cetro passaria para as mãos de Eldrid, seu pai, até que Einar assuma o reino?— Majestade, isso pode ser solicitado por Eldrid, uma vez que envolve a princesa, mas a decisão é do conselho. — confirmou Tyr.— E se a mesma febre que atingiu o rei levar a princesa? — perguntou Gudrun, com um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.— Nesse caso, o cetro seria seu como programado, majestade. O senhor assumiria a posição de Guardião dos Reinos. — respondeu Tyr.O rei sorriu amplamente.— Tyr, por favor, chame meu conselheiro, Senhor Verner. Tenho um pequeno serviço para ele.No Reino dos Vent
“Uma rainha que não confia em ninguém é tão tola quanto uma rainha que confia em todo mundo.”Mais tarde, Astrid estava sendo preparada por Sigrid. Após um banho relaxante com pétalas de rosas, se banhava com óleos afrodisíacos, sentindo suas propriedades aquecendo sua pele. Estava nervosa, nunca havia estado sozinha em intimidade com um homem antes. Algo sobre Ragnar a deixava inquieta. O cheiro dele, a intensidade de seus olhos, o calor que emanava de seu corpo a faziam estremecer.Ela sabia que precisava conversar com Sigrid sobre a sua primeira noite, mesmo que a vergonha a fizesse hesitar. Era um assunto que não poderia deixar de lado, pois sua vida estava prestes a mudar de maneira irrevogável. Com um olhar determinado, ela respirou fundo e se preparou para abrir seu coração para a amiga.— Sigrid… a sua primeira vez… foi com alguém que você amava? — a morena encarou os olhos verdes da amiga que parou de pentear os cabelos de Astrid e sorriu para ela respondendo: — Foi com o an
“Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o resto do mundo nunca se esquecerá. Use isso como uma armadura, assim isso nunca poderá ser usado para feri-lo."Inga saiu dos aposentos da princesa e se dirigiu ao quarto do rei, que estava desfrutando de um banho relaxante. A atmosfera era densa e o vapor envolvia o ambiente, criando uma aura de intimidade. Com uma determinação audaciosa, ela entrou no banheiro e começou a despir-se, deixando suas roupas caírem ao chão. Ragnar a olhou de cima a baixo, sua expressão tornando-se séria enquanto observava a mulher diante de si.— Inga… — ele disse, com a voz carregada de irritação. — Estarei me casando daqui a algumas horas. O que você quer aqui?— Calma, meu senhor. Quero apenas deixá-lo relaxado. — respondeu Inga, aproximando-se dele, deslizando suas mãos pelo corpo musculoso de Ragnar, que já começava a responder ao toque feminino, mas rapidamente segurou seu braço com firmeza, impedindo que ela continuasse, encarou os olhos azuis
“A verdadeira coragem não está em saber quando tirar uma vida e sim em quando poupar uma.”Siv, a anciã que conduzia a cerimônia, ergueu a voz com um tom solene que reverberou pelo grande salão, preenchendo o ambiente com uma aura de reverência. — A partir de hoje, uma aliança eterna está sendo feita entre este homem e esta mulher. Que sejam uma só alma e um só corpo. Que os desejos de ambos sejam os mesmos e que o amor esteja presente todos os dias até que a morte os separe.A cada palavra, a tensão aumentava e os convidados se inclinavam para frente, absorvendo a intensidade e a importância do momento. Siv continuou, com sua voz firme e clara:— Que o homem a respeite, ouça-a e que a mulher seja sua companheira, abençoando-o com herdeiros. Assim como a palavra de um rei jamais voltará atrás, em decorrência e em concordância disto, Ragnar Meishu, primeiro de seu nome, rei do norte, líder dos bárbaros, aceita Astrid Jotunsson, princesa do Reino dos Ventos, como esposa e rainha de su
“ Cada ferida é uma lição, e cada lição nos torna melhores.”Ao chegarem ao quarto, Ragnar a segurou por trás, suas mãos firmes em sua cintura e sem demora, começou a beijá-la. Os lábios se encontraram com uma paixão que quase o consumia. Com um movimento ágil, baixou as alças do vestido fino de Astrid, revelando sua pele suave. Ele desatou os laços que prendiam o tecido, expondo suas costas nuas. O calor do desejo se intensificava e Ragnar começou a beijar e mordiscar seu pescoço lentamente, enquanto seus lábios deslizavam por suas costas agora expostas.Astrid fechou os olhos, tentando processar a avalanche de emoções que a invadia. Ragnar abaixou a parte de cima de seu vestido, expondo seu tronco nu. Ela, tomada pelo nervosismo, tentou cobrir os seios expostos com as mãos. No entanto, ele, em um gesto mais brutal do que pretendia, afastou seus braços, revelando sua beleza total diante dele, o deixando maravilhado. Sem esperar mais, agarrou ambos os seios com firmeza e mordiscou o
“Nunca esqueça quem você é, o resto do mundo não vai esquecer. Vista isso como armadura, nunca poderá ser usado para o machucar.”O dia amanheceu, os primeiros raios de sol infiltrando-se pelas janelas, iluminavam o ambiente com uma luz suave. Astrid, exausta após horas de choro, despertou no chão do quarto, seu corpo dolorido e sua mente ainda confusa. Ao abrir os olhos, a realidade a atingiu como uma onda. Ela olhou para a cama e percebeu que Ragnar não havia dormido lá. Seu coração apertou ao recordar os eventos da noite anterior, a dor e a humilhação voltando com força.Lentamente, sentindo os músculos ainda pesados, dirigiu-se ao banheiro para fazer suas higienes matinais. A água fria no rosto parecia revigorá-la, mas não conseguia afastar a tristeza que a envolvia. Após se arrumar, vestiu um vestido lilás simples, que contrastava com a opulência do que poderia ter usado em sua noite de núpcias. A cor suave era um lembrete de sua inocência e ao olhar-se no espelho, desejou que a