O sol já estava alto quando Ragnar, Erik, Sigurd e Rolf deixaram os portões do Reino do Norte para trás, cavalgando em direção ao Reino da Terra. Sob a liderança de Ragnar, os bárbaros tinham pressa: a jornada, que deveria durar dois dias, seria encurtada pela determinação do rei em não parar para descansar.
O Reino do Norte ficava agora sob os cuidados de Arne, braço direito de Ragnar e um homem de confiança. Enquanto isso, o grupo seguia em frente, sua presença carregada de uma força que parecia abalar o próprio ar ao redor. Ragnar, montado em seu cavalo negro, era a própria personificação do poder bruto. Vestia calças de couro espessas e peles que simbolizavam sua natureza indomável. Seu peito tatuado com símbolos tribais permanecia à mostra, e suas longas tranças, junto com a barba imponente, conferiam-lhe um ar de realeza selvagem. Presas às costas, suas duas espadas eram um lembrete silencioso de que ele nunca se afastava do campo de batalha.
No Reino da Terra, a princesa Astrid aguardava ansiosa. Preparada para seu encontro com o rei do Norte, ela trajava um vestido perolado que acentuava suas curvas com delicadeza. Seus longos cabelos negros caíam em cascata pela cintura, e embora sua aparência fosse de uma deusa, ela se sentia exposta, vulnerável. Astrid sabia que sua beleza era uma arma, mas também um fardo.
Apesar do orgulho, o medo se infiltrava em seus pensamentos. Já ouvira histórias sobre a brutalidade dos bárbaros, de como tratavam suas mulheres como propriedade. Mesmo assim, Astrid havia aceitado seu destino. Era um sacrifício necessário para salvar seu povo e honrar a memória de seu pai.
Quando o som dos cavalos anunciou a chegada dos homens do Norte, Astrid sentiu o coração acelerar. Seus olhos se fixaram no grupo que se aproximava. Rolf era uma figura familiar, mas foi o homem que cavalgava logo atrás dele que chamou sua atenção. A figura imponente só poderia ser Ragnar.
Os olhos de Ragnar cruzaram com os dela, e o mundo pareceu parar. Seus olhos azuis a perfuraram com uma intensidade quase sobrenatural, e Astrid sentiu um calafrio que a deixou paralisada. Não sabia explicar a mistura de medo e fascínio que a tomou.
Ragnar desmontou do cavalo e caminhou em direção a ela com passos firmes. Sua presença era avassaladora. Astrid tentou se curvar em respeito, mas ele segurou seu queixo com firmeza, forçando-a a encará-lo. O silêncio entre eles era palpável, carregado de tensão. Ragnar inclinou-se ligeiramente, inalando seu perfume, e um sorriso satisfeito surgiu em seus lábios ao perceber a resposta involuntária de seu corpo. Sem dizer uma palavra, ele se afastou, montou em seu cavalo novamente e partiu.
— O que acabou de acontecer? — perguntou Leif, confuso com o comportamento do rei bárbaro.
— Ele aprovou — respondeu Rolf com um sorriso enigmático. — Amanhã, Astrid será a rainha do Norte.
— Mas ele nem disse nada! — exclamou Brynhildr, ainda perplexa.
— Ragnar não precisa dizer nada. Se estivesse insatisfeito, todos nós saberíamos — afirmou Rolf, encerrando a discussão.
Astrid, por sua vez, estava mergulhada em um turbilhão de pensamentos. O olhar e o toque de Ragnar haviam despertado nela sensações que nunca havia experimentado antes. Dentro de seus aposentos, acompanhada por sua amiga Sigrid, a princesa finalmente deu voz ao que sentia.
— Sigrid, tenho medo. Nunca estive com um homem antes… Não sei o que fazer.
Sigrid segurou as mãos da amiga, tentando confortá-la.
— Não se preocupe, Astrid. Isso não é algo que você precisa saber. Apenas deixe acontecer. Pode ser desconfortável no início, mas… se ele for gentil, pode até se tornar prazeroso.
— Mas ele não parece gentil, Sigrid. Ele é tão… bruto.
Sigrid suspirou, sentindo o peso do destino de Astrid.
— Vamos viver um dia de cada vez, minha amiga. Estarei ao seu lado em tudo o que precisar.
Enquanto a noite caía sobre o Reino da Terra, Astrid sabia que o dia seguinte marcaria o início de uma nova vida. Ela não seria mais apenas a princesa de sua terra natal, mas a rainha de um povo que ela mal conhecia — e esposa de um homem que a intimidava e fascinava na mesma medida.
No Reino da Terra— Com a morte do rei Vidar e o fato dele não ter escolhido um pretendente para a princesa Astrid, seu primo assumiu o trono temporariamente. Foi isso que aconteceu, Tyr? — perguntou Gudrun, olhando para seu general.— Sim, majestade. Existem rumores que Einar Hjalmarsson, herdeiro do Reino das Águas, tem interesse em se casar com a princesa Astrid.— Se esse casamento acontecer, o cetro passaria para as mãos de Eldrid, seu pai, até que Einar assuma o reino?— Majestade, isso pode ser solicitado por Eldrid, uma vez que envolve a princesa, mas a decisão é do conselho. — confirmou Tyr.— E se a mesma febre que atingiu o rei levar a princesa? — perguntou Gudrun, com um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.— Nesse caso, o cetro seria seu como programado, majestade. O senhor assumiria a posição de Guardião dos Reinos. — respondeu Tyr.O rei sorriu amplamente.— Tyr, por favor, chame meu conselheiro, Senhor Verner. Tenho um pequeno serviço para ele.No Reino dos Vent
“Uma rainha que não confia em ninguém é tão tola quanto uma rainha que confia em todo mundo.”Mais tarde, Astrid estava sendo preparada por Sigrid. Após um banho relaxante com pétalas de rosas, se banhava com óleos afrodisíacos, sentindo suas propriedades aquecendo sua pele. Estava nervosa, nunca havia estado sozinha em intimidade com um homem antes. Algo sobre Ragnar a deixava inquieta. O cheiro dele, a intensidade de seus olhos, o calor que emanava de seu corpo a faziam estremecer.Ela sabia que precisava conversar com Sigrid sobre a sua primeira noite, mesmo que a vergonha a fizesse hesitar. Era um assunto que não poderia deixar de lado, pois sua vida estava prestes a mudar de maneira irrevogável. Com um olhar determinado, ela respirou fundo e se preparou para abrir seu coração para a amiga.— Sigrid… a sua primeira vez… foi com alguém que você amava? — a morena encarou os olhos verdes da amiga que parou de pentear os cabelos de Astrid e sorriu para ela respondendo: — Foi com o an
“Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o resto do mundo nunca se esquecerá. Use isso como uma armadura, assim isso nunca poderá ser usado para feri-lo."Inga saiu dos aposentos da princesa e se dirigiu ao quarto do rei, que estava desfrutando de um banho relaxante. A atmosfera era densa e o vapor envolvia o ambiente, criando uma aura de intimidade. Com uma determinação audaciosa, ela entrou no banheiro e começou a despir-se, deixando suas roupas caírem ao chão. Ragnar a olhou de cima a baixo, sua expressão tornando-se séria enquanto observava a mulher diante de si.— Inga… — ele disse, com a voz carregada de irritação. — Estarei me casando daqui a algumas horas. O que você quer aqui?— Calma, meu senhor. Quero apenas deixá-lo relaxado. — respondeu Inga, aproximando-se dele, deslizando suas mãos pelo corpo musculoso de Ragnar, que já começava a responder ao toque feminino, mas rapidamente segurou seu braço com firmeza, impedindo que ela continuasse, encarou os olhos azuis
“A verdadeira coragem não está em saber quando tirar uma vida e sim em quando poupar uma.”Siv, a anciã que conduzia a cerimônia, ergueu a voz com um tom solene que reverberou pelo grande salão, preenchendo o ambiente com uma aura de reverência. — A partir de hoje, uma aliança eterna está sendo feita entre este homem e esta mulher. Que sejam uma só alma e um só corpo. Que os desejos de ambos sejam os mesmos e que o amor esteja presente todos os dias até que a morte os separe.A cada palavra, a tensão aumentava e os convidados se inclinavam para frente, absorvendo a intensidade e a importância do momento. Siv continuou, com sua voz firme e clara:— Que o homem a respeite, ouça-a e que a mulher seja sua companheira, abençoando-o com herdeiros. Assim como a palavra de um rei jamais voltará atrás, em decorrência e em concordância disto, Ragnar Meishu, primeiro de seu nome, rei do norte, líder dos bárbaros, aceita Astrid Jotunsson, princesa do Reino dos Ventos, como esposa e rainha de su
“ Cada ferida é uma lição, e cada lição nos torna melhores.”Ao chegarem ao quarto, Ragnar a segurou por trás, suas mãos firmes em sua cintura e sem demora, começou a beijá-la. Os lábios se encontraram com uma paixão que quase o consumia. Com um movimento ágil, baixou as alças do vestido fino de Astrid, revelando sua pele suave. Ele desatou os laços que prendiam o tecido, expondo suas costas nuas. O calor do desejo se intensificava e Ragnar começou a beijar e mordiscar seu pescoço lentamente, enquanto seus lábios deslizavam por suas costas agora expostas.Astrid fechou os olhos, tentando processar a avalanche de emoções que a invadia. Ragnar abaixou a parte de cima de seu vestido, expondo seu tronco nu. Ela, tomada pelo nervosismo, tentou cobrir os seios expostos com as mãos. No entanto, ele, em um gesto mais brutal do que pretendia, afastou seus braços, revelando sua beleza total diante dele, o deixando maravilhado. Sem esperar mais, agarrou ambos os seios com firmeza e mordiscou o
“Nunca esqueça quem você é, o resto do mundo não vai esquecer. Vista isso como armadura, nunca poderá ser usado para o machucar.”O dia amanheceu, os primeiros raios de sol infiltrando-se pelas janelas, iluminavam o ambiente com uma luz suave. Astrid, exausta após horas de choro, despertou no chão do quarto, seu corpo dolorido e sua mente ainda confusa. Ao abrir os olhos, a realidade a atingiu como uma onda. Ela olhou para a cama e percebeu que Ragnar não havia dormido lá. Seu coração apertou ao recordar os eventos da noite anterior, a dor e a humilhação voltando com força.Lentamente, sentindo os músculos ainda pesados, dirigiu-se ao banheiro para fazer suas higienes matinais. A água fria no rosto parecia revigorá-la, mas não conseguia afastar a tristeza que a envolvia. Após se arrumar, vestiu um vestido lilás simples, que contrastava com a opulência do que poderia ter usado em sua noite de núpcias. A cor suave era um lembrete de sua inocência e ao olhar-se no espelho, desejou que a
Depois do tumulto da manhã, Ragnar partiu com seu exército em direção às terras vizinhas, deixando Astrid com um vazio doloroso no coração. Já fazia quinze dias que ele estava ausente e a angústia dela crescia a cada dia. Os rumores pelos corredores não eram promissores. Havia sussurros sobre um líder cruel da aldeia vizinha, que supostamente estava abusando de mulheres e crianças. A inquietude se instalou em seu peito, uma preocupação que, embora soubesse que não deveria sentir, se apegava a ela. Ela estava sentada à mesa do castelo e tentava absorver as conversas ao seu redor, mas sua mente estava longe, perdida em preocupações. Não tinha notícias de Ragnar ou de seu exército e a ansiedade a consumia. Com um gesto decidido, Astrid se levantou da mesa e dirigiu-se à parte externa do castelo, a noite já havia chegado e a lua estava alta no céu, lançando um brilho prateado sobre o mundo ao seu redor. Enquanto observava o céu estrelado, o som de cascos de cavalos a fez virar-se rapid
— Basta, Inga! — o rei selvagem rugiu, batendo com força sobre a mesa. O som ecoou pelo salão, fazendo todos se virarem para ele com expressões de surpresa e medo. Ragnar encarou Sigrid e disse com sua voz carregada de autoridade: — Leve a refeição dela para os aposentos, Sigrid. — Virou-se novamente para Inga, sentindo o corpo estremecer de raiva e disse: —Quanto à você, veja como fala da sua Drottning, ela é a sua rainha, se não entender isso, mando cortar sua língua fora!As palavras de Ragnar ressoaram no ar, cada sílaba carregada de um peso que todos podiam sentir. Irritado, ele se levantou da mesa e saiu apressadamente em direção aos seus aposentos, deixando um rastro de tensão atrás de si. Thyra e Ylva trocaram olhares cúmplices, e sorriam satisfeitas, enquanto Inga, furiosa, se levantou da mesa e saiu, a raiva transparecia em cada passo que dava.Sigrid, satisfeita com que tinha acontecido, sorriu para Erik e se levantou, decidida a levar comida para sua rainha. Rolf, obs