Ragnar, Erik, Sigurd e Rolf partiram em direção ao Reino da Terra.
O Reino do Norte ficou sob os cuidados de Arne, braço direito de Ragnar e seu amigo leal. A viagem seria rápida, destinada apenas a conhecer a princesa.
Ragnar vestiu seus trajes típicos de bárbaro: calças de couro robusto, envoltas em peles de animais. Seus cabelos longos estavam trançados, combinando com a barba espessa. O tórax e a parte superior dos braços eram adornados com tatuagens tribais, enquanto fitas de couro seguravam lâminas expostas em seus pulsos e antebraços. As duas espadas que o acompanhavam estavam presas às suas costas.
A viagem a cavalo levaria dois dias, mas decidido em não parar para descansar, eles reduziram o tempo pela metade.
No Reino da Terra, Astrid já estava preparada para seu futuro marido. Ela usava um vestido perolado, delicado e justo, que acentuava suas curvas e o contorno de seus seios. Seus longos cabelos negros estavam soltos, caindo até a cintura. Apesar de sentir-se vulnerável, quase nua, sabia que era assim que deveria ser apresentada ao rei, precisava agradar.
Nervosa, a princesa refletia sobre o que a aguardava. Já ouvira histórias sobre a crueldade dos bárbaros do Norte e como suas mulheres eram tratadas. Apesar da vontade de chorar, sabia que precisava ser forte, por seu pai, por sua memória, por seu primo e pelo seu povo, era um sacrifício que precisava ser feito.
Suspirou ao perceber que tudo o que havia sonhado na infância, agora parecia distante e inalcançável. Ao seu lado, estavam Sigrid e Leif. Os generais observavam tudo também próximos.
Então, ouviu o som de cavalos se aproximando.
Seu coração gelou. O momento finalmente havia chegado.
Desviou o olhar para a entrada do castelo e avistou cinco homens se aproximando. Reconheceu Rolf e logo atrás dele, viu uma figura imponente. Pela maneira como ele a olhava, não havia dúvida:
Ele era Ragnar, o rei do Norte.
Suas vestes, a forma como montava o belo cavalo negro e o olhar intenso a intimidaram e intrigaram ao mesmo tempo. Quando seus olhares se cruzaram, um frio percorreu seu corpo. Os olhos azuis de Ragnar a prenderam de uma maneira inexplicável.
Desmontando do cavalo, Ragnar se aproximou e Astrid sentiu uma onda de tensão misturada com desconforto. Não conseguia discernir se era medo ou um sentimento avassalador. Ele ficou diante dela, observando-a com intensidade. Quando Astrid decidiu se curvar em respeito, Ragnar segurou seu queixo e elevou sua cabeça, forçando seus olhos a encontrarem os dele. Então, posicionou-se atrás dela e a cheirou. Astrid estremeceu e Ragnar notou a reação de seu corpo, os mamilos dela se intumeceram. O rei sorriu ao perceber a excitação dela antes de se afastar, montou em seu cavalo e se retirou sem dizer uma única palavra.
Ninguém entendeu a situação até que Leif se pronunciou:
— O que aconteceu, Rolf?
— Ele ficou satisfeito. — disse o moreno com um sorriso nos lábios. — Preparem Astrid, amanhã ela irá se casar.
— Mas ele não disse nada! — protestou Brynhildr.
— Ele é o tipo de homem que não fala. Se não tivesse gostado da princesa, teríamos percebido de imediato. — afirmou Rolf, olhando para os presentes.
— Conversei com ele sobre os termos do acordo e ele aceitou. No início, ele quis entender por que a princesa estava em perigo, preferi não entrar em detalhes sobre o verdadeiro motivo. Amanhã será o casamento e a princesa irá para o Norte.
— O casamento não será aqui? — indagou Leif.
Rolf voltou-se para o rei e disse:
— Majestade, lembre-se: Astrid não será mais a princesa do Reino do Vento, ela se tornará a rainha do Norte e como tal, deve satisfações ao seu povo.
Leif suspirou fundo, sentindo a dor pela prima, mas como rei, sabia que precisava pensar no bem-estar de todo o reino, o que incluía milhares de crianças e mulheres. Era uma decisão difícil, mas Astrid já havia aceitado seu destino.
— Notaram quem está ao lado do bárbaro? Um Freysson! — anunciou Hakon.
— Será que ele é portador do poder oculto? Por isso o exército bárbaro é imbatível? — perguntou Brynhildr.
— O fato de um Freysson ser aliado do rei não quer dizer muito. Já vi esse bárbaro lutar, ele se transforma no campo de batalha. Seus inimigos não são páreos para ele. — completou Magnus.
— Será? — indagou Hakon.
— Não diga asneiras, Hakon. A profecia fala sobre um homem de sangue nobre, não sobre um bárbaro qualquer. — retrucou Brynhildr.
Sigrid e Astrid apenas observavam a conversa, até que a amiga pronunciou:
— Irei com Astrid, Lorde Gormsson.
— Iremos, senhorita Sigrid. — completou Rolf. — Eu também estarei lá. Farei questão de ficar próximo a vocês, a pedido de Ragnar. Ele enviará um pequeno exército para ficar à espreita, caso precisem. Não se preocupem, eles sabem se camuflar e permanecer discretos. Estarão prontos para agir caso o reino seja invadido. Se isso acontecer, Ragnar virá com seus melhores homens. Leif, assuma a coroa e junto com o conselho, proteja o Reino da Terra. — finalizou Rolf.
Astrid ouviu tudo, ainda tentando compreender as sensações despertadas em seu corpo diante daquele homem. Quando seus olhares se cruzaram, seu coração disparou e uma excitação inesperada a invadiu, deixando-a confusa: Como pude sentir isso tudo apenas com um olhar? Era vergonhoso. Como poderia experimentar tais sentimentos se nunca tivera intimidade com um homem?
A princesa deixou o local acompanhada por Sigrid. Dentro de seus aposentos, a amiga perguntou:
— Astrid, como você está se sentindo?
— Não sei, Sigrid... Estou com medo. Nunca estive com um homem... não sei o que fazer... você já...?
— Astrid... não é algo que se aprende, apenas deixe acontecer. Na primeira vez pode doer um pouco, mas depois fica mais fácil e, dependendo de quem for, pode até ser prazeroso.
— Mas Sigrid... ele parece tão... bruto. Não sei se será gentil. — indagou Astrid, assustada.
— Amiga... — Sigrid sentiu tristeza pela princesa. — Não pense nessas coisas agora. Vamos viver um dia de cada vez. Estarei ao seu lado sempre.
No Reino da Terra— Com a morte do rei Vidar e o fato dele não ter escolhido um pretendente para a princesa Astrid, seu primo assumiu o trono temporariamente. Foi isso que aconteceu, Tyr? — perguntou Gudrun, olhando para seu general.— Sim, majestade. Existem rumores que Einar Hjalmarsson, herdeiro do Reino das Águas, tem interesse em se casar com a princesa Astrid.— Se esse casamento acontecer, o cetro passaria para as mãos de Eldrid, seu pai, até que Einar assuma o reino?— Majestade, isso pode ser solicitado por Eldrid, uma vez que envolve a princesa, mas a decisão é do conselho. — confirmou Tyr.— E se a mesma febre que atingiu o rei levar a princesa? — perguntou Gudrun, com um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.— Nesse caso, o cetro seria seu como programado, majestade. O senhor assumiria a posição de Guardião dos Reinos. — respondeu Tyr.O rei sorriu amplamente.— Tyr, por favor, chame meu conselheiro, Senhor Verner. Tenho um pequeno serviço para ele.No Reino dos Vent
“Uma rainha que não confia em ninguém é tão tola quanto uma rainha que confia em todo mundo.”Mais tarde, Astrid estava sendo preparada por Sigrid. Após um banho relaxante com pétalas de rosas, se banhava com óleos afrodisíacos, sentindo suas propriedades aquecendo sua pele. Estava nervosa, nunca havia estado sozinha em intimidade com um homem antes. Algo sobre Ragnar a deixava inquieta. O cheiro dele, a intensidade de seus olhos, o calor que emanava de seu corpo a faziam estremecer.Ela sabia que precisava conversar com Sigrid sobre a sua primeira noite, mesmo que a vergonha a fizesse hesitar. Era um assunto que não poderia deixar de lado, pois sua vida estava prestes a mudar de maneira irrevogável. Com um olhar determinado, ela respirou fundo e se preparou para abrir seu coração para a amiga.— Sigrid… a sua primeira vez… foi com alguém que você amava? — a morena encarou os olhos verdes da amiga que parou de pentear os cabelos de Astrid e sorriu para ela respondendo: — Foi com o an
“Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o resto do mundo nunca se esquecerá. Use isso como uma armadura, assim isso nunca poderá ser usado para feri-lo."Inga saiu dos aposentos da princesa e se dirigiu ao quarto do rei, que estava desfrutando de um banho relaxante. A atmosfera era densa e o vapor envolvia o ambiente, criando uma aura de intimidade. Com uma determinação audaciosa, ela entrou no banheiro e começou a despir-se, deixando suas roupas caírem ao chão. Ragnar a olhou de cima a baixo, sua expressão tornando-se séria enquanto observava a mulher diante de si.— Inga… — ele disse, com a voz carregada de irritação. — Estarei me casando daqui a algumas horas. O que você quer aqui?— Calma, meu senhor. Quero apenas deixá-lo relaxado. — respondeu Inga, aproximando-se dele, deslizando suas mãos pelo corpo musculoso de Ragnar, que já começava a responder ao toque feminino, mas rapidamente segurou seu braço com firmeza, impedindo que ela continuasse, encarou os olhos azuis
“A verdadeira coragem não está em saber quando tirar uma vida e sim em quando poupar uma.”Siv, a anciã que conduzia a cerimônia, ergueu a voz com um tom solene que reverberou pelo grande salão, preenchendo o ambiente com uma aura de reverência. — A partir de hoje, uma aliança eterna está sendo feita entre este homem e esta mulher. Que sejam uma só alma e um só corpo. Que os desejos de ambos sejam os mesmos e que o amor esteja presente todos os dias até que a morte os separe.A cada palavra, a tensão aumentava e os convidados se inclinavam para frente, absorvendo a intensidade e a importância do momento. Siv continuou, com sua voz firme e clara:— Que o homem a respeite, ouça-a e que a mulher seja sua companheira, abençoando-o com herdeiros. Assim como a palavra de um rei jamais voltará atrás, em decorrência e em concordância disto, Ragnar Meishu, primeiro de seu nome, rei do norte, líder dos bárbaros, aceita Astrid Jotunsson, princesa do Reino dos Ventos, como esposa e rainha de su
“ Cada ferida é uma lição, e cada lição nos torna melhores.”Ao chegarem ao quarto, Ragnar a segurou por trás, suas mãos firmes em sua cintura e sem demora, começou a beijá-la. Os lábios se encontraram com uma paixão que quase o consumia. Com um movimento ágil, baixou as alças do vestido fino de Astrid, revelando sua pele suave. Ele desatou os laços que prendiam o tecido, expondo suas costas nuas. O calor do desejo se intensificava e Ragnar começou a beijar e mordiscar seu pescoço lentamente, enquanto seus lábios deslizavam por suas costas agora expostas.Astrid fechou os olhos, tentando processar a avalanche de emoções que a invadia. Ragnar abaixou a parte de cima de seu vestido, expondo seu tronco nu. Ela, tomada pelo nervosismo, tentou cobrir os seios expostos com as mãos. No entanto, ele, em um gesto mais brutal do que pretendia, afastou seus braços, revelando sua beleza total diante dele, o deixando maravilhado. Sem esperar mais, agarrou ambos os seios com firmeza e mordiscou o
“Nunca esqueça quem você é, o resto do mundo não vai esquecer. Vista isso como armadura, nunca poderá ser usado para o machucar.”O dia amanheceu, os primeiros raios de sol infiltrando-se pelas janelas, iluminavam o ambiente com uma luz suave. Astrid, exausta após horas de choro, despertou no chão do quarto, seu corpo dolorido e sua mente ainda confusa. Ao abrir os olhos, a realidade a atingiu como uma onda. Ela olhou para a cama e percebeu que Ragnar não havia dormido lá. Seu coração apertou ao recordar os eventos da noite anterior, a dor e a humilhação voltando com força.Lentamente, sentindo os músculos ainda pesados, dirigiu-se ao banheiro para fazer suas higienes matinais. A água fria no rosto parecia revigorá-la, mas não conseguia afastar a tristeza que a envolvia. Após se arrumar, vestiu um vestido lilás simples, que contrastava com a opulência do que poderia ter usado em sua noite de núpcias. A cor suave era um lembrete de sua inocência e ao olhar-se no espelho, desejou que a
Depois do tumulto da manhã, Ragnar partiu com seu exército em direção às terras vizinhas, deixando Astrid com um vazio doloroso no coração. Já fazia quinze dias que ele estava ausente e a angústia dela crescia a cada dia. Os rumores pelos corredores não eram promissores. Havia sussurros sobre um líder cruel da aldeia vizinha, que supostamente estava abusando de mulheres e crianças. A inquietude se instalou em seu peito, uma preocupação que, embora soubesse que não deveria sentir, se apegava a ela. Ela estava sentada à mesa do castelo e tentava absorver as conversas ao seu redor, mas sua mente estava longe, perdida em preocupações. Não tinha notícias de Ragnar ou de seu exército e a ansiedade a consumia. Com um gesto decidido, Astrid se levantou da mesa e dirigiu-se à parte externa do castelo, a noite já havia chegado e a lua estava alta no céu, lançando um brilho prateado sobre o mundo ao seu redor. Enquanto observava o céu estrelado, o som de cascos de cavalos a fez virar-se rapid
— Basta, Inga! — o rei selvagem rugiu, batendo com força sobre a mesa. O som ecoou pelo salão, fazendo todos se virarem para ele com expressões de surpresa e medo. Ragnar encarou Sigrid e disse com sua voz carregada de autoridade: — Leve a refeição dela para os aposentos, Sigrid. — Virou-se novamente para Inga, sentindo o corpo estremecer de raiva e disse: —Quanto à você, veja como fala da sua Drottning, ela é a sua rainha, se não entender isso, mando cortar sua língua fora!As palavras de Ragnar ressoaram no ar, cada sílaba carregada de um peso que todos podiam sentir. Irritado, ele se levantou da mesa e saiu apressadamente em direção aos seus aposentos, deixando um rastro de tensão atrás de si. Thyra e Ylva trocaram olhares cúmplices, e sorriam satisfeitas, enquanto Inga, furiosa, se levantou da mesa e saiu, a raiva transparecia em cada passo que dava.Sigrid, satisfeita com que tinha acontecido, sorriu para Erik e se levantou, decidida a levar comida para sua rainha. Rolf, obs