Capítulo 05 - O primeiro encontro

Ragnar, Erik, Sigurd e Rolf partiram em direção ao Reino da Terra. 

O Reino do Norte ficou sob os cuidados de Arne, braço direito de Ragnar e seu amigo leal. A viagem seria rápida, destinada apenas a conhecer a princesa.

Ragnar vestiu seus trajes típicos de bárbaro: calças de couro robusto, envoltas em peles de animais. Seus cabelos longos estavam trançados, combinando com a barba espessa. O tórax e a parte superior dos braços eram adornados com tatuagens tribais, enquanto fitas de couro seguravam lâminas expostas em seus pulsos e antebraços. As duas espadas que o acompanhavam estavam presas às suas costas. 

A viagem a cavalo levaria dois dias, mas decidido em não parar para descansar, eles reduziram o tempo pela metade.

No Reino da Terra, Astrid já estava preparada para seu futuro marido. Ela usava um vestido perolado, delicado e justo, que acentuava suas curvas e o contorno de seus seios. Seus longos cabelos negros estavam soltos, caindo até a cintura. Apesar de sentir-se vulnerável, quase nua, sabia que era assim que deveria ser apresentada ao rei, precisava agradar.

Nervosa, a princesa refletia sobre o que a aguardava. Já ouvira histórias sobre a crueldade dos bárbaros do Norte e como suas mulheres eram tratadas. Apesar da vontade de chorar, sabia que precisava ser forte, por seu pai, por sua memória, por seu primo e pelo seu povo, era um sacrifício que precisava ser feito.

Suspirou ao perceber que tudo o que havia sonhado na infância, agora parecia distante e inalcançável. Ao seu lado, estavam Sigrid e Leif. Os generais observavam  tudo também próximos.

Então, ouviu o som de cavalos se aproximando.

Seu coração gelou. O momento finalmente havia chegado.

Desviou o olhar para a entrada do castelo e avistou cinco homens se aproximando. Reconheceu Rolf e logo atrás dele, viu uma figura imponente. Pela maneira como ele a olhava, não havia dúvida:

Ele era Ragnar, o rei do Norte.

Suas vestes, a forma como montava o belo cavalo negro e o olhar intenso a intimidaram e intrigaram ao mesmo tempo. Quando seus olhares se cruzaram, um frio percorreu seu corpo. Os olhos azuis de Ragnar a prenderam de uma maneira inexplicável.

Desmontando do cavalo, Ragnar se aproximou e Astrid sentiu uma onda de tensão misturada com desconforto. Não conseguia discernir se era medo ou um sentimento avassalador. Ele ficou diante dela, observando-a com intensidade. Quando Astrid decidiu se curvar em respeito, Ragnar segurou seu queixo e elevou sua cabeça, forçando seus olhos a encontrarem os dele. Então, posicionou-se atrás dela e a cheirou. Astrid estremeceu e Ragnar notou a reação de seu corpo, os mamilos dela se intumeceram. O rei sorriu ao perceber a excitação dela antes de se afastar, montou em seu cavalo e se retirou sem dizer uma única palavra.

Ninguém entendeu a situação até que Leif se pronunciou:

— O que aconteceu, Rolf?

— Ele ficou satisfeito. — disse o moreno com um sorriso nos lábios. — Preparem Astrid, amanhã ela irá se casar. 

— Mas ele não disse nada! — protestou Brynhildr.

— Ele é o tipo de homem que não fala. Se não tivesse gostado da princesa, teríamos percebido de imediato. — afirmou Rolf, olhando para os presentes.

— Conversei com ele sobre os termos do acordo e ele aceitou. No início, ele quis entender por que a princesa estava em perigo, preferi não entrar em detalhes sobre o verdadeiro motivo. Amanhã será o casamento e a princesa irá para o Norte.

— O casamento não será aqui? — indagou Leif.

Rolf voltou-se para o rei e disse:

— Majestade, lembre-se: Astrid não será mais a princesa do Reino do Vento,  ela se tornará a rainha do Norte e  como tal, deve satisfações ao seu povo.

Leif suspirou fundo, sentindo a dor pela prima, mas como rei, sabia que precisava pensar no bem-estar de todo o reino, o que incluía milhares de crianças e mulheres. Era uma decisão difícil, mas Astrid já havia aceitado seu destino.

— Notaram quem está ao lado do bárbaro? Um Freysson! — anunciou Hakon.

— Será que ele é portador do poder oculto? Por isso o exército bárbaro é imbatível? — perguntou Brynhildr.

— O fato de um Freysson ser aliado do rei não quer dizer muito. Já vi esse bárbaro lutar, ele se transforma no campo de batalha. Seus inimigos não são páreos para ele. — completou Magnus.

— Será? — indagou Hakon.

— Não diga asneiras, Hakon. A profecia fala sobre um homem de sangue nobre, não sobre um bárbaro qualquer. — retrucou Brynhildr.

Sigrid e Astrid apenas observavam a conversa, até que a amiga pronunciou:

— Irei com Astrid, Lorde Gormsson

— Iremos, senhorita Sigrid. — completou Rolf. — Eu também estarei lá. Farei questão de ficar próximo a vocês, a pedido de Ragnar. Ele enviará um pequeno exército para ficar à espreita, caso precisem. Não se preocupem, eles sabem se camuflar e permanecer discretos. Estarão prontos para agir caso o reino seja invadido. Se isso acontecer, Ragnar virá com seus melhores homens. Leif, assuma a coroa e junto com o conselho, proteja o Reino da Terra. — finalizou Rolf.

Astrid ouviu tudo, ainda tentando compreender as sensações despertadas em seu corpo diante daquele homem. Quando seus olhares se cruzaram, seu coração disparou e uma excitação inesperada a invadiu, deixando-a confusa: Como pude sentir isso tudo apenas com um olhar? Era vergonhoso. Como poderia experimentar tais sentimentos se nunca tivera intimidade com um homem?

A princesa deixou o local acompanhada por Sigrid. Dentro de seus aposentos, a amiga perguntou:

Astrid, como você está se sentindo?

— Não sei, Sigrid... Estou com medo. Nunca estive com um homem... não sei o que fazer... você já...?

Astrid... não é algo que se aprende, apenas deixe acontecer. Na primeira vez pode doer um pouco, mas depois fica mais fácil e, dependendo de quem for, pode até ser prazeroso.

— Mas Sigrid... ele parece tão... bruto. Não sei se será gentil. — indagou Astrid, assustada.

— Amiga... — Sigrid sentiu tristeza pela princesa. — Não pense nessas coisas agora. Vamos viver um dia de cada vez. Estarei ao seu lado sempre.

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