Prólogo“O homem que profere a sentença, deve brandir a espada. Se você fosse tirar a vida de um homem, deveria olhar em seus olhos e ouvir suas palavras finais, mas se não suportar fazer isso, talvez o homem não mereça morrer.”O derramamento de sangue permeia há séculos no território de Wester. Para pôr fim a esse conflito incessante, os líderes das cinco grandes nações decidiram formar uma aliança. Uma imponente muralha foi erguida, separando os reinos dos que não possuíam clã, conhecidos apenas como bárbaros. Para consolidar essa união, acordou-se uma aliança matrimonial entre os nobres e seus herdeiros, vedando qualquer vínculo entre os sangues puros e os bárbaros que habitavam além das muralhas. Aquele que ousasse se envolver com esses últimos, seria considerado traidor e expulso de seu reino.Os cinco reinos eram: Reino do Fogo, sob a liderança de Thorstein Freysson, Reino do Vento, governado por Vidar Jotunsson, Reino da Água, liderado por Eldrid Hjalmarsson, Reino da Ter
“Não há justiça no mundo, a menos que a façamos.”Os cinco anos como Guardião dos Reinos chegaram ao fim para Thorstein Freysson - rei do Reino do Fogo - e o cetro do poder, símbolo supremo da autoridade das cinco nações, estava prestes a ser transferido para o rei Vidar, contudo, uma fatalidade ameaçava essa transição.O Reino dos Ventos era próspero, com terras férteis para cultivo, técnicas de irrigação avançadas e um povo repleto de mentes brilhantes. Seu metal precioso era conhecido por forjar as melhores espadas do continente.Vidar era um homem bondoso e respeitado, mas por trás de cada reino existia uma profecia que anunciava poderes ocultos, raramente despertados a cada geração. O Reino do Vento, em particular, era conhecido por seu Altseende, um poder ocular capaz de perceber a energia emanada dos corpos, tornando os oponentes vulneráveis em batalha. No entanto, esse poder permanecia dormente há gerações.Antes da transferência do cetro do Reino do Fogo para o Reino do Vento
Enquanto isso, Astrid estava em seus aposentos com sua amiga e companheira Sigrid. — Sigrid, meu pai morreu e agora o reino está a mercê de ser invadido pelo Gudrun, o rei do Reino da Terra. O pior é sentir que ele tem planos para mim, sei que é aliado ao Reino da Água e o príncipe Einar sempre desejou unir nossos reinos. Uma vez, papai me falou sobre um poder proibido, raro, que surgiria caso nos uníssemos, por isso sempre evitou contato com aquele reino. Ele temia por isso mais do que tudo. — Ele sabia que o príncipe Einar nunca lhe faria feliz. Seu pai sempre quis que se casasse por amor. — Mas agora estou sozinha. — falou Astrid preocupada. — Não, Astrid. Seu primo Leif a protegerá, não permitirá a aproximação daquele crápula. No mesmo momento, Leif entra no quarto. Os olhos azuis encaram a prima com pesar, fazendo Astrid sentir todo corpo estremecer.. — Astrid …. Preciso falar com você. — Estou aqui, Leif. — disse a princesa caminhando até o primo. Leif olhou para Sig
O sol despontava no horizonte quando Rolf chegou ao Reino do Norte. Ele era o representante do Reino do Vento e o filho de Magnus Gormsson. Dotado de uma mente brilhante e portador de poder oculto do restante de seu clã, um segredo guardado a sete chaves, esse permitia-lhe manipular os movimentos de seus oponentes, transformando-os em meros fantoches. Rolf sempre preferiu evitar o campo de batalha, concentrando-se em estratégias e planos, assim, seu poder permanecia oculto.Ao se aproximar da imponente muralha que cercava o castelo, ele notou a rusticidade, mas também a habilidade evidente na construção, uma obra digna de respeito, mesmo sendo feita por selvagens. Muitos dos povos das cinco nações acreditavam que os selvagens viviam em harmonia com a natureza, como animais, mas isso era uma simplificação injusta. Entre eles haviam renegados das cinco nações que trouxeram conhecimentos médicos, táticos e náuticos, aprimorando a cultura do reino. Montado no seu cavalo branco, se aproxi
Ragnar, Erik, Sigurd e Rolf partiram em direção ao Reino da Terra. O Reino do Norte ficou sob os cuidados de Arne, braço direito de Ragnar e seu amigo leal. A viagem seria rápida, destinada apenas a conhecer a princesa.Ragnar vestiu seus trajes típicos de bárbaro: calças de couro robusto, envoltas em peles de animais. Seus cabelos longos estavam trançados, combinando com a barba espessa. O tórax e a parte superior dos braços eram adornados com tatuagens tribais, enquanto fitas de couro seguravam lâminas expostas em seus pulsos e antebraços. As duas espadas que o acompanhavam estavam presas às suas costas. A viagem a cavalo levaria dois dias, mas decidido em não parar para descansar, eles reduziram o tempo pela metade.No Reino da Terra, Astrid já estava preparada para seu futuro marido. Ela usava um vestido perolado, delicado e justo, que acentuava suas curvas e o contorno de seus seios. Seus longos cabelos negros estavam soltos, caindo até a cintura. Apesar de sentir-se vulnerável
No Reino da Terra— Com a morte do rei Vidar e o fato dele não ter escolhido um pretendente para a princesa Astrid, seu primo assumiu o trono temporariamente. Foi isso que aconteceu, Tyr? — perguntou Gudrun, olhando para seu general.— Sim, majestade. Existem rumores que Einar Hjalmarsson, herdeiro do Reino das Águas, tem interesse em se casar com a princesa Astrid.— Se esse casamento acontecer, o cetro passaria para as mãos de Eldrid, seu pai, até que Einar assuma o reino?— Majestade, isso pode ser solicitado por Eldrid, uma vez que envolve a princesa, mas a decisão é do conselho. — confirmou Tyr.— E se a mesma febre que atingiu o rei levar a princesa? — perguntou Gudrun, com um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.— Nesse caso, o cetro seria seu como programado, majestade. O senhor assumiria a posição de Guardião dos Reinos. — respondeu Tyr.O rei sorriu amplamente.— Tyr, por favor, chame meu conselheiro, Senhor Verner. Tenho um pequeno serviço para ele.No Reino dos Vent
“Uma rainha que não confia em ninguém é tão tola quanto uma rainha que confia em todo mundo.”Mais tarde, Astrid estava sendo preparada por Sigrid. Após um banho relaxante com pétalas de rosas, se banhava com óleos afrodisíacos, sentindo suas propriedades aquecendo sua pele. Estava nervosa, nunca havia estado sozinha em intimidade com um homem antes. Algo sobre Ragnar a deixava inquieta. O cheiro dele, a intensidade de seus olhos, o calor que emanava de seu corpo a faziam estremecer.Ela sabia que precisava conversar com Sigrid sobre a sua primeira noite, mesmo que a vergonha a fizesse hesitar. Era um assunto que não poderia deixar de lado, pois sua vida estava prestes a mudar de maneira irrevogável. Com um olhar determinado, ela respirou fundo e se preparou para abrir seu coração para a amiga.— Sigrid… a sua primeira vez… foi com alguém que você amava? — a morena encarou os olhos verdes da amiga que parou de pentear os cabelos de Astrid e sorriu para ela respondendo: — Foi com o an
“Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o resto do mundo nunca se esquecerá. Use isso como uma armadura, assim isso nunca poderá ser usado para feri-lo."Inga saiu dos aposentos da princesa e se dirigiu ao quarto do rei, que estava desfrutando de um banho relaxante. A atmosfera era densa e o vapor envolvia o ambiente, criando uma aura de intimidade. Com uma determinação audaciosa, ela entrou no banheiro e começou a despir-se, deixando suas roupas caírem ao chão. Ragnar a olhou de cima a baixo, sua expressão tornando-se séria enquanto observava a mulher diante de si.— Inga… — ele disse, com a voz carregada de irritação. — Estarei me casando daqui a algumas horas. O que você quer aqui?— Calma, meu senhor. Quero apenas deixá-lo relaxado. — respondeu Inga, aproximando-se dele, deslizando suas mãos pelo corpo musculoso de Ragnar, que já começava a responder ao toque feminino, mas rapidamente segurou seu braço com firmeza, impedindo que ela continuasse, encarou os olhos azuis