“Possuo um entendimento realista das minhas forças e fraquezas. A mente é a minha arma.”Ele se reprovou por ter sido visto, deveria se passar invisível, caso fosse um inimigo, estaria morto. Derrotado suspirou fundo e saiu por trás dos arbustos e Ragnar surgiucom um sorriso sem graça.— Como sabia? — Questionou se aproximando. — Não sei. Senti que era você. — Ele parou diante dela. — Não sei se fico ofendida ou se agradeço por essa sua superproteção.— Fique agradecida, nunca vou tirar proveito disso. — Disse, sério. — Que pena... — Murmurou. Eles se encararam. O desejo era tão palpável que Ragnar não resistiu ao impulso de puxá-la pela nuca e lhe dar um beijo. Era o primeiro beijo deles depois do casamento e Ragnar se regozijava por ser ele a despertar-lhe a paixão. Ela sentiu as pernas tremerem e apoiou as mãos no peito dele sentindo o calor do corpo dele sob seus dedos. O coração de ambos batia em uníssono e estavam ligados para sempre. O beijo era intenso, sofrego, voluptusoso
“Muitos que vivem merecem a morte e alguns que morrem merecem viver. Você pode dar-lhes a vida? Então não seja tão ávido para julgar e condenar alguém à morte, pois até os muitos sábios não conseguem ver os dois lados.”Astrid estava angustiada. Sentia Ragnar cada dia mais distante e isso a fazia sofrer. Depois do que aconteceu no lago, nunca mais se falaram. Era doloroso desejar tanto estar em seus braços, tê-lo tão perto e ao mesmo tempo tão longe. Precisava de ajuda, queria compreender seus sentimentos e o porquê dele se afastar. Acordou cedo, escolheu um vestido discreto e envolveu seu corpo com uma capa saindo do castelo sem ser vista. Aproximou-se devagar do local onde era a casa da selvagem e de forma tímida bateu na pequena porta. Sentiu o delicioso cheiro de comida e sorriu, o ambiente familiar trazia lembranças calorosas de seus pais e de sua infância. Sorriu ao se deparar com os olhos avermelhados de Alva ao abrir a porta. A menina sorriu largo e gritou para a mãe:— Mamã
“Se você for tirar a vida de um homem, olhe em seus olhos e ouça suas palavras finais, mas se você não suporta fazer isso, talvez o homem não mereça morrer.”Ragnar estava sentado em sua grande sala, reunido com seus conselheiros, o clima no ar era palpável. Ele sentia o peso das últimas notícias que chegaram, cada palavra ecoava em sua mente como um tambor distante, prenunciando uma tempestade que estava prestes a vir.— Quer dizer que profanaram o túmulo de Vidar? — perguntou o loiro com a voz firme, mas carregada de preocupação, além de tudo o que isso significava, ainda tratava-se do pai de sua rainha. De sua cadeira, com o olhar fixo em Rolf, aguardava uma resposta— Sim. — respondeu o lord, encarando o selvagem, preocupado com a gravidade da situação.Erik não pôde deixar de questionar:— O que eles buscavam?— Não é óbvio? O poder oculto — respondeu Rolf frustrado.— Como assim? Sabemos que o poder oculto de Vidar não fazia parte de sua geração. — falou Erik, lançando um olhar
“Parece-me que uma rainha que não confia em ninguém é tão tola quanto uma rainha que confia em todo mundo.”Astrid e Sigrid sentaram-se na grande sala. Ylva se encostou na mesa e olhou para Thyra que começou a falar:— Vocês devem estar se perguntando o que acabou de acontecer naquela sala, não é mesmo? — Astrid e Singrid nada falaram. — Bem, é de se admirar você nunca ter ouvido sobre a lenda de criação do mundo, sobre os poderes de Odin, Bjarte e seus descendentes. — Eu… — Diga, você conhece a história? — Apenas o que diz respeito ao meu clã. — Conte-nos o que você sabe. Astrid suspirou fundo e começou:— Sei que o meu clã possui o domínio do “Altseende”. Um poder oculto ocular, capaz de enxergar as fontes de poder do inimigo. Sei também que temos um parentesco com os elfos das Terras médias e que por isso, nos é conferido longevidade e beleza. — As mulheres ouviam com atenção.— Nunca entendi porque o “Skjult Magt” não surgiu no meu pai, ou no meu primo. Papai sempre acredito
“Nunca se esqueça de quem você é, porque o resto do mundo nunca se esquecerá. Use isso como uma armadura, assim nunca poderá ser usado para feri-lo."Após o tumultuado encontro no escritório e as revelações que abalaram a confiança entre eles, Ragnar encontrava-se em um estado de introspecção. Erik olhava fixamente para seu amigo, que dormia pesadamente, sabia que a expressão serena no seu rosto contrastava com a tempestade de emoções que fervilhava no interior do selvagem. Tinha a plena certeza de que quando acordasse, Ragnar ficaria furioso com a situação em que se encontravam. O rei detestava perder o controle, especialmente diante de um amigo tão próximo. A luta constante contra o demônio que habitava seu corpo o deixava vulnerável e Erik exausto. As cicatrizes que marcavam sua pele eram testemunhos de cada batalha interna que enfrentava.Erik estava perdido em pensamentos quando a porta do quarto se abriu e Astrid entrou. Os olhos escuros do selvagem a observavam com curiosidade
“A verdadeira coragem não está em saber quando tirar uma vida, mas, sim, em quando poupar uma.”Astrid entrou em seu quarto com um enorme sorriso nos lábios. Ele a beijou de uma forma única, maravilhosa, intensa! Como queria que ele a tivesse tomado em seus braços. Nem parecia aquele selvagem da sua noite de núpcias, parecia um lorde, um príncipe. Logo avistou uma cabeleira loira agitada, andando de um lado para outro que quando a viu entrar foi logo para próximo dela e perguntou aflita:— Astrid. Por Odin, onde estava? — Sigrid a abraçou forte. Seu corpo todo tremia, estava visivelmente apavorada. A rainha ignorou a pergunta da amiga, se desvinculou de seus braços e a olhou confusa, perguntando em seguida:— Sigrid, o que houve? — Algo aconteceu no Reino do Vento, alguma coisa na tumba de seu pai. Astrid arregalou os olhos e se sentou. Por uns segundos tentava processar o que ouviu, mas logo em seguida, Sigrid falou:— Ko, está a caminho daqui. O mensageiro do reino avisou que ele
"Eu prometi protegê-la e vou cumprir minha promessa."No Reino do VentoVaskebjørn se aproximou de Leif e falou:— Majestade, recebi um corvo vindo das terras além das muralhas, era do meu filho. Ele diz que o rei do Norte virá ao seu encontro, tem algo sério a conversar com o senhor — Provavelmente está preocupado com a princesa… Tomara que minha prima esteja protegida. Tem informações de Ko? Ele já chegou às terras do Norte? — Deverá chegar amanhã. Rolf está aguardando sua chegada para vir. Majestade, se me permite… pensei numa possibilidade… — Prossiga, meu amigo.— Pensei em contatar o rei do Reino do Fogo e o rei do Reino Relâmpago, para marcar uma audiência em segredo. — disse Vaskebjørn. — Veja bem, o rei Bjorn é casado com Ingrid, filha de Gudrun. Será que podemos confiar nele? — perguntou Leif. O conselheiro respirou fundo antes de responder:— Senhor… O rei Bjorn não confia na própria esposa e repudia o sogro porque anos atrás, ele interferiu muito em sua vida e decisõ
“És a lua da minha vida, isso é tudo o que sei e tudo o que preciso de saber. Se isto é um sonho matarei qualquer homem que me tente acordar.No Reino do Relâmpago— Majestade… — disse Frode a seu rei. — Fiquei sabendo que o general Leif assumiu o trono do Reino do Vento após o rei Vidar e a princesa Astrid morreram de uma febre misteriosa. Não é estranho isso acontecer justamente no ano que o cetro iria para o seu reino? — Meu caro amigo, sinto que dias sombrios estão próximos. Vidar era inimigo do meu sogro. Também era contra seus métodos, assim como eu e o Ivar. — Disse Bjorn. — Sinto que Gudrun está envolvido com poderes ocultos, mas não temos como provar. Então, só nos resta pedir a Odin que nos proteja e nos guarde. — Majestade… e seu poder? O senhor e a rainha não tiveram herdeiros…como ele se perpetuará? — perguntou Frode. — Às vezes, sinto que meu poder está tão ativo… — Bjorn suspirou fundo e colocou as mãos sobre o seu ventre onde encontrava-se sua marca. — Sinto como s