Capítulo 04 - Provável aliança

O sol começava a pintar o céu com tons alaranjados quando Rolf cruzou os portões do Reino do Norte. Filho de Magnus Gormsson e representante do Reino do Vento, ele trazia consigo não apenas uma missão diplomática, mas também o peso de um segredo poderoso: a habilidade oculta de controlar os movimentos de seus oponentes, transformando-os em meros fantoches em suas mãos. Apesar de habilidoso no campo de batalha, Rolf preferia a estratégia à violência, mantendo seu dom nas sombras, onde ninguém poderia prever sua força.

À medida que se aproximava das muralhas imponentes do castelo, uma mistura de rusticidade e engenhosidade chamou sua atenção. Eram selvagens, sim, mas não meros bárbaros. Havia sabedoria em suas construções, um eco dos renegados das cinco nações que haviam se juntado a eles ao longo dos anos, trazendo conhecimentos que moldaram a cultura do Norte.

Montado em seu cavalo branco, Rolf avistou a guardiã da entrada: uma mulher impressionante, de beleza feroz e presença magnética. Ela se destacava, usando apenas uma pele que cobria os seios e uma saia de couro que realçava suas pernas torneadas. Seus olhos carregavam uma mistura de desafio e curiosidade.

— Bom dia, venho falar com o rei Ragnar — anunciou ele, desmontando do cavalo com uma reverência educada.

A mulher, que mais tarde ele descobriria ser chamada Thyra, lançou-lhe um sorriso provocador, percorrendo-o com um olhar que parecia despir sua alma.

— Você parece um daqueles almofadinhas da realeza… — disse ela, mordendo os lábios. — Mas, confesso, até que não é de se jogar fora.

Antes que Rolf pudesse responder, o som de cascos ecoou atrás dele. Um homem de cabelos escuros e expressão astuta surgiu montado em um cavalo negro.

— Vejo que já conheceu a nossa querida Thyra — disse Erik, um dos homens de confiança de Ragnar, com um sorriso divertido.

Rolf apenas assentiu, ainda tentando processar o impacto que a guardiã causara nele. Erik o guiou até o interior do castelo, mas não sem antes lançar uma provocação:

— Cuidado, homem do Sul. Thyra não é para os fracos. Poucos saem inteiros depois de cruzar o caminho dela.

O comentário arrancou uma gargalhada de Erik, enquanto Rolf, tentando manter a compostura, desviava os pensamentos que insistiam em voltar à selvagem.

Quando finalmente chegaram à sala do trono, Rolf foi recebido por uma figura que personificava o poder bruto: Ragnar, o Rei do Norte. Vestido apenas com uma calça de couro e uma pele de lobo sobre os ombros, ele emanava autoridade. Seus olhos azuis, frios como o gelo, perfuraram Rolf, que se adiantou com uma reverência.

— Fale, homem do Sul. O que o traz ao meu reino? — perguntou Ragnar com uma voz que reverberava pelo salão.

— Venho pedir seu auxílio e o de seus homens para proteger as terras do Sul contra o Reino da Terra. Em troca, oferecemos a mão da princesa Astrid. — disse Rolf, mantendo o tom firme.

Ragnar gargalhou, um som estrondoso que ecoou pelas paredes de pedra.

— Eu deveria entrar em uma guerra por causa de uma mulher? — zombou. — Não costumo me interessar por “negócios matrimoniais”.

— Talvez seja interessante saber que ela é cobiçada pelo príncipe Einar, do Reino das Águas — disse Rolf, cuidadosamente.

A menção do nome de Einar fez a expressão de Ragnar endurecer. Ele nunca suportara o herdeiro do Reino das Águas. Após alguns segundos de silêncio, Ragnar finalmente se pronunciou:

— Se ela for tão especial quanto dizem, talvez valha a pena considerar. Amanhã partiremos para conhecê-la. Por enquanto, aproveite a hospitalidade do meu reino. Escolha uma mulher para sua diversão, homem do Sul.

Rolf agradeceu, mas mal teve tempo de pensar em descanso. Ao chegar aos aposentos designados, encontrou uma visão inesperada: Thyra estava deitada em sua cama, completamente nua. Seus cabelos loiros caíam sobre os ombros, e seus olhos brilhavam com um desejo inegável.

— Achei que talvez quisesse começar a aproveitar sua estadia agora — disse ela, em um tom provocador.

Rolf, surpreso, mas fascinado, fechou a porta atrás de si e se aproximou lentamente. O sorriso de Thyra se alargou enquanto ela se levantava, revelando cada curva de seu corpo escultural.

Sem esperar mais, ela agarrou Rolf com uma intensidade selvagem, sussurrando em seu ouvido:

— Quero ver se os homens do Sul sabem mesmo o que fazer com uma mulher do Norte.

Rolf não hesitou. Com um olhar cheio de desejo e determinação, ele respondeu:

— Vou te mostrar que o Sul tem mais a oferecer do que você imagina.

E, naquela noite, o confronto entre o homem do Sul e a mulher selvagem foi tão explosivo quanto as batalhas que os esperavam.

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