“Não há justiça no mundo, a menos que a façamos.”
Os cinco anos como Guardião dos Reinos chegaram ao fim para
Thorstein Freysson - rei do Reino do Fogo - e o cetro do poder, símbolo supremo da autoridade das cinco nações, estava prestes a ser transferido para o rei Vidar, contudo, uma fatalidade ameaçava essa transição.O Reino dos Ventos era próspero, com terras férteis para cultivo, técnicas de irrigação avançadas e um povo repleto de mentes brilhantes. Seu metal precioso era conhecido por forjar as melhores espadas do continente.
Vidar era um homem bondoso e respeitado, mas por trás de cada reino existia uma profecia que anunciava poderes ocultos, raramente despertados a cada geração. O Reino do Vento, em particular, era conhecido por seu Altseende, um poder ocular capaz de perceber a energia emanada dos corpos, tornando os oponentes vulneráveis em batalha. No entanto, esse poder permanecia dormente há gerações.
Antes da transferência do cetro do Reino do Fogo para o Reino do Vento, Vidar foi acometido por uma febre misteriosa e faleceu.
As cinco nações tremeram, como se estivessem diante de uma profecia que previa a unificação dos reinos sob um único líder. O temor se espalhava sobre quem seria o novo governante, se ele seria justo ou hostil, se ouviria as necessidades das nações.
Com o acordo de poder que mudava de mãos a cada cinco anos, a liderança também mudaria. Para evitar que o Grande Reino ficasse sem um representante, Gudrun Vargdottir - rei do Reino da Terra - e próximo sucessor como Guardião dos Reinos, recebeu o cetro e assumiu o comando das cinco nações. Isso ocorreu porque Vidar não tinha herdeiros diretos, seu sobrinho Leif havia renunciado ao trono para se tornar líder e general do exército e sua prima Astrid ainda não era casada.
Leif estava angustiado, pois sabia que algo sombrio estava por trás da morte de seu amado tio. Vidar havia confidenciado a ele que descobriu uma conspiração obscura relacionada ao Reino da Terra e seu líder, mas não houve tempo para convocar uma reunião antes da febre o acometer.
Com a morte repentina de seu tio, assumiu o trono temporariamente, somente até sua prima se casar. Quando isso acontecesse, seu esposo assumiria a liderança do reino. Leif temia o pior, especialmente porque sabia que o herdeiro do Reino da Água, Einar Hjalmarsson, tinha intenções com Astrid. O jovem príncipe era cruel e sádico e sempre a desejou ardentemente.
Diante disso, o jovem rei convocou uma reunião com seus generais para traçar o futuro do Reino e encontrar uma maneira de proteger sua prima das garras do herdeiro da Água.
— Meus generais e amigos... Todos aqui sabem o que realmente aconteceu ao nosso rei, mas não temos como provar. O Reino da Terra assumirá o cetro das cinco nações e ficaremos vulneráveis a Gudrun. Sabemos que o rei deseja explorar nossas terras em busca de nosso precioso metal, pois conhece o poder de nossas espadas e almeja fazê-las suas. Venho pedir sua ajuda e orientação — disse Leif, curvando-se respeitosamente diante de seus amigos e súditos.
— Lorde Leif... Não temos soldados suficientes para proteger nossas mulheres, crianças do reino e impedir uma invasão do Reino da Terra. — respondeu um dos generais.
— Eu sei, general, não podemos deixar nosso povo exposto. Estamos cientes dos planos do Reino da Terra, mas não sei como agir.
— O poder das cinco nações nas mãos de Gudrun nos deixa à mercê dele. Teremos que acatar o que ele determinar. O que mais me preocupa é a princesa. — disse Hakon.
— Não podemos ficar de braços cruzados esperando que Gudrun invada e tome nosso reino. Não é possível que não haja nenhuma solução! — exclamou Brynhildr.
Enquanto a discussão fervia à mesa, uma figura permanecia em silêncio, apenas refletindo. Foi então que decidiu se pronunciar:
— Eu sei de uma saída! — declarou Magnus.
— Então fale logo. — esbravejou Leif.
— Não sei se vocês vão concordar, mas é a única alternativa que temos. Já ouviram falar dos bárbaros do Norte? — perguntou Magnus.
— Bárbaros do Norte? — questionou Leif, intrigado.
— Sim. Eles têm um exército de mais de 300.000 homens, todos especialistas na arte de matar.
— Os bárbaros vivem além das muralhas! Aliar-nos a eles seria uma heresia, poderíamos ser expulsos das cinco nações! — protestou Brynhildr.
— E você acha que o rei bárbaro aceitará nos ajudar de bom grado? — indagou Hakon.
— Não de bom grado. Mas sei de algo que pode convencê-lo a nos ajudar. — respondeu Magnus.
— E o fato de estarem além das muralhas não os preocupa? — insistiu Hakon.
— Diga logo o que você tem em mente! Não vê que o tempo está se esgotando? — exclamou Brynhildr.
— Vamos oferecer um casamento! — anunciou Magnus.
— Casamento??? — Todos gritaram em uníssono.
— Sim, um casamento. — confirmou Magnus, enquanto tomava um gole de vinho.
— E quem seria a afortunada? — perguntou Leif, curioso.
Magnus respirou fundo antes de responder:
— A princesa Astrid!
— Você enlouqueceu, Magnus? — gritou Leif. — Nunca! Não farei isso com minha prima, ela não merece carregar esse fardo.
— Sei que parece cruel, senhor, mas não temos outra saída. O rei dos bárbaros é conhecido por ser justo, apesar de sua origem, os reinos que se aliaram a ele prosperaram. — argumentou Magnus.
— E como lidaremos com as cinco nações? Alinhar-se a povos fora das muralhas é proibido. — alertou Hakon.
— Pensei sobre isso também. — continuou Magnus, tomando outro gole de seu vinho.
— Então exponha seus pensamentos rapidamente, Lorde Magnus, em vez de ficar dando apenas pequenas sugestões. Isso é sério demais! — disparou Brynhildr.
Magnus sorriu de lado e começou:
— Vamos dizer que a doença levou a princesa, que ela faleceu. Com sua morte, Leif se tornará o rei interino. Então, entregamos Astrid secretamente em casamento ao rei bárbaro. Caso ocorra uma guerra, o rei dos selvagens e seu exército intervirão. Acredito que, ao saber da morte da princesa, os outros reinos nos deixarão em paz por um tempo.
— Mas eles desejam nosso metal, Magnus. A ausência da princesa em nossas terras nos tornaria mais vulneráveis — retrucou Brynhildr, confuso.
— Aí é que você se engana, meu amigo. Eles estão atrás do nosso poder oculto.
— O Altseende? — perguntou Leif, surpreso.
Magnus assentiu com a cabeça.
Hakon, pensativo, decidiu se manifestar:
— Magnus está certo. — Todos se voltaram para ele. — Não são todos os herdeiros que carregam o poder. O poder geralmente salta gerações. Por exemplo, o rei Vidar não o herdou, portanto, pode despertar em Astrid ou em seu futuro filho... e isso a tornaria uma criança poderosa.
— Ganharíamos tempo para fortalecer nosso exército e negociar alianças com nossos vizinhos. Além disso, poderíamos levantar provas contra o Reino da Terra. Sabemos que o rei Vidar descobriu algo sombrio sobre Gudrun, mas não conseguimos provas. Astrid nos daria essa margem de manobra.
— E como você pode ter tanta certeza de que ele aceitará esse acordo e que gostará da Astrid? — perguntou Leif.
— Bem... estive em uma reunião próximo ao Norte antes da guerra e ouvi rumores de que o rei bárbaro deseja encontrar uma esposa. Quanto ao gosto dele por Astrid... Leif, por favor! A princesa é a personificação da beleza e pureza. Sei que pode parecer cruel, entregá-la a um selvagem, mas é a única saída para salvar o reino e seu povo. Converse com ela e veja o que ela pensa. — concluiu Magnus.
Leif suspirou fundo, não queria ter que fazer isso, mas parecia a melhor escolha.
Enquanto isso, Astrid estava em seus aposentos com sua amiga e companheira Sigrid. — Sigrid, meu pai morreu e agora o reino está a mercê de ser invadido pelo Gudrun, o rei do Reino da Terra. O pior é sentir que ele tem planos para mim, sei que é aliado ao Reino da Água e o príncipe Einar sempre desejou unir nossos reinos. Uma vez, papai me falou sobre um poder proibido, raro, que surgiria caso nos uníssemos, por isso sempre evitou contato com aquele reino. Ele temia por isso mais do que tudo. — Ele sabia que o príncipe Einar nunca lhe faria feliz. Seu pai sempre quis que se casasse por amor. — Mas agora estou sozinha. — falou Astrid preocupada. — Não, Astrid. Seu primo Leif a protegerá, não permitirá a aproximação daquele crápula. No mesmo momento, Leif entra no quarto. Os olhos azuis encaram a prima com pesar, fazendo Astrid sentir todo corpo estremecer.. — Astrid …. Preciso falar com você. — Estou aqui, Leif. — disse a princesa caminhando até o primo. Leif olhou para Sig
O sol despontava no horizonte quando Rolf chegou ao Reino do Norte. Ele era o representante do Reino do Vento e o filho de Magnus Gormsson. Dotado de uma mente brilhante e portador de poder oculto do restante de seu clã, um segredo guardado a sete chaves, esse permitia-lhe manipular os movimentos de seus oponentes, transformando-os em meros fantoches. Rolf sempre preferiu evitar o campo de batalha, concentrando-se em estratégias e planos, assim, seu poder permanecia oculto.Ao se aproximar da imponente muralha que cercava o castelo, ele notou a rusticidade, mas também a habilidade evidente na construção, uma obra digna de respeito, mesmo sendo feita por selvagens. Muitos dos povos das cinco nações acreditavam que os selvagens viviam em harmonia com a natureza, como animais, mas isso era uma simplificação injusta. Entre eles haviam renegados das cinco nações que trouxeram conhecimentos médicos, táticos e náuticos, aprimorando a cultura do reino. Montado no seu cavalo branco, se aproxi
Ragnar, Erik, Sigurd e Rolf partiram em direção ao Reino da Terra. O Reino do Norte ficou sob os cuidados de Arne, braço direito de Ragnar e seu amigo leal. A viagem seria rápida, destinada apenas a conhecer a princesa.Ragnar vestiu seus trajes típicos de bárbaro: calças de couro robusto, envoltas em peles de animais. Seus cabelos longos estavam trançados, combinando com a barba espessa. O tórax e a parte superior dos braços eram adornados com tatuagens tribais, enquanto fitas de couro seguravam lâminas expostas em seus pulsos e antebraços. As duas espadas que o acompanhavam estavam presas às suas costas. A viagem a cavalo levaria dois dias, mas decidido em não parar para descansar, eles reduziram o tempo pela metade.No Reino da Terra, Astrid já estava preparada para seu futuro marido. Ela usava um vestido perolado, delicado e justo, que acentuava suas curvas e o contorno de seus seios. Seus longos cabelos negros estavam soltos, caindo até a cintura. Apesar de sentir-se vulnerável
No Reino da Terra— Com a morte do rei Vidar e o fato dele não ter escolhido um pretendente para a princesa Astrid, seu primo assumiu o trono temporariamente. Foi isso que aconteceu, Tyr? — perguntou Gudrun, olhando para seu general.— Sim, majestade. Existem rumores que Einar Hjalmarsson, herdeiro do Reino das Águas, tem interesse em se casar com a princesa Astrid.— Se esse casamento acontecer, o cetro passaria para as mãos de Eldrid, seu pai, até que Einar assuma o reino?— Majestade, isso pode ser solicitado por Eldrid, uma vez que envolve a princesa, mas a decisão é do conselho. — confirmou Tyr.— E se a mesma febre que atingiu o rei levar a princesa? — perguntou Gudrun, com um sorriso malicioso surgindo em seus lábios.— Nesse caso, o cetro seria seu como programado, majestade. O senhor assumiria a posição de Guardião dos Reinos. — respondeu Tyr.O rei sorriu amplamente.— Tyr, por favor, chame meu conselheiro, Senhor Verner. Tenho um pequeno serviço para ele.No Reino dos Vent
“Uma rainha que não confia em ninguém é tão tola quanto uma rainha que confia em todo mundo.”Mais tarde, Astrid estava sendo preparada por Sigrid. Após um banho relaxante com pétalas de rosas, se banhava com óleos afrodisíacos, sentindo suas propriedades aquecendo sua pele. Estava nervosa, nunca havia estado sozinha em intimidade com um homem antes. Algo sobre Ragnar a deixava inquieta. O cheiro dele, a intensidade de seus olhos, o calor que emanava de seu corpo a faziam estremecer.Ela sabia que precisava conversar com Sigrid sobre a sua primeira noite, mesmo que a vergonha a fizesse hesitar. Era um assunto que não poderia deixar de lado, pois sua vida estava prestes a mudar de maneira irrevogável. Com um olhar determinado, ela respirou fundo e se preparou para abrir seu coração para a amiga.— Sigrid… a sua primeira vez… foi com alguém que você amava? — a morena encarou os olhos verdes da amiga que parou de pentear os cabelos de Astrid e sorriu para ela respondendo: — Foi com o an
“Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o resto do mundo nunca se esquecerá. Use isso como uma armadura, assim isso nunca poderá ser usado para feri-lo."Inga saiu dos aposentos da princesa e se dirigiu ao quarto do rei, que estava desfrutando de um banho relaxante. A atmosfera era densa e o vapor envolvia o ambiente, criando uma aura de intimidade. Com uma determinação audaciosa, ela entrou no banheiro e começou a despir-se, deixando suas roupas caírem ao chão. Ragnar a olhou de cima a baixo, sua expressão tornando-se séria enquanto observava a mulher diante de si.— Inga… — ele disse, com a voz carregada de irritação. — Estarei me casando daqui a algumas horas. O que você quer aqui?— Calma, meu senhor. Quero apenas deixá-lo relaxado. — respondeu Inga, aproximando-se dele, deslizando suas mãos pelo corpo musculoso de Ragnar, que já começava a responder ao toque feminino, mas rapidamente segurou seu braço com firmeza, impedindo que ela continuasse, encarou os olhos azuis
“A verdadeira coragem não está em saber quando tirar uma vida e sim em quando poupar uma.”Siv, a anciã que conduzia a cerimônia, ergueu a voz com um tom solene que reverberou pelo grande salão, preenchendo o ambiente com uma aura de reverência. — A partir de hoje, uma aliança eterna está sendo feita entre este homem e esta mulher. Que sejam uma só alma e um só corpo. Que os desejos de ambos sejam os mesmos e que o amor esteja presente todos os dias até que a morte os separe.A cada palavra, a tensão aumentava e os convidados se inclinavam para frente, absorvendo a intensidade e a importância do momento. Siv continuou, com sua voz firme e clara:— Que o homem a respeite, ouça-a e que a mulher seja sua companheira, abençoando-o com herdeiros. Assim como a palavra de um rei jamais voltará atrás, em decorrência e em concordância disto, Ragnar Meishu, primeiro de seu nome, rei do norte, líder dos bárbaros, aceita Astrid Jotunsson, princesa do Reino dos Ventos, como esposa e rainha de su
“ Cada ferida é uma lição, e cada lição nos torna melhores.”Ao chegarem ao quarto, Ragnar a segurou por trás, suas mãos firmes em sua cintura e sem demora, começou a beijá-la. Os lábios se encontraram com uma paixão que quase o consumia. Com um movimento ágil, baixou as alças do vestido fino de Astrid, revelando sua pele suave. Ele desatou os laços que prendiam o tecido, expondo suas costas nuas. O calor do desejo se intensificava e Ragnar começou a beijar e mordiscar seu pescoço lentamente, enquanto seus lábios deslizavam por suas costas agora expostas.Astrid fechou os olhos, tentando processar a avalanche de emoções que a invadia. Ragnar abaixou a parte de cima de seu vestido, expondo seu tronco nu. Ela, tomada pelo nervosismo, tentou cobrir os seios expostos com as mãos. No entanto, ele, em um gesto mais brutal do que pretendia, afastou seus braços, revelando sua beleza total diante dele, o deixando maravilhado. Sem esperar mais, agarrou ambos os seios com firmeza e mordiscou o