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Capítulo 05 - Não Vale a pena

Megan, por outro lado, sempre tentou agradar o pai, apesar de ele deixar claro que não a suportava. Ele vivia chamando-a de "bebê mimado", o que a tornou tímida e insegura. É curioso como os sentimentos se desenvolvem, pensei. Apesar de tudo, era Megan quem mais sentia falta dele. Já os meninos, especialmente Trevor, reagiram à morte de Derek com uma raiva que beirava o ódio, como se a morte fosse mais uma maneira dele os irritar.

Entrei na sala com a xícara nas mãos, coloquei-a sobre a mesa e me agachei na frente do meu filho.

— Você sente falta dele, Trevor? — perguntei suavemente.

— Não — ele respondeu, balançando a cabeça e desviando o olhar.

— Não tem problema nenhum falar sobre isso, querido. — Apoiei o queixo nas mãos, esperando pacientemente.

Ele levantou os olhos para mim e repetiu com firmeza:

— Não sinto falta dele, mamãe. Ele só fazia você sofrer, e eu não suportava isso.

A dor nos olhos dele me atingiu como uma faca. Ele enxugou uma lágrima antes de continuar:

— Estou feliz por termos nos mudado para cá. Agora ninguém vai zombar de nós por causa daquele pai que só queria se exibir nos rodeios. Vai ser melhor assim, mamãe.

Engoli em seco e o abracei.

— Não vai ser fácil, Trev — murmurei, tentando manter a voz firme. — Haverá momentos em que teremos pouco dinheiro.

— Eu sei. — Ele me olhou nos olhos, determinado. — Eu te amo, mamãe.

— Eu também te amo, querido.

O segurei mais um pouco antes de me afastar e encará-lo com uma expressão séria.

— O que Ryan pensa de tudo isso?

— Ele pensa como eu. Dá um pouco de medo mudar para um lugar novo, mas também é emocionante. É como começar um livro de aventuras: a gente nunca sabe o que vai acontecer. Lá na fazenda era sempre a mesma coisa.

Eu sorri diante daquela analogia.

— Acho que este livro vai ser mesmo interessante.

Mais tarde, quando o dia já se encaminhava para o fim, resolvi dar uma pausa na arrumação da casa. Deixei as crianças brincando no pátio e desci a rua até a casa de Liz Crawford. Ao entrar no jardim e fechar o portão, Eric apareceu pela porta lateral, acompanhado por outro homem.

Meu coração disparou ao reconhecê-lo: era o mesmo homem que tinha se irritado comigo por causa do pneu furado no dia anterior. Fiquei imóvel, escondida atrás das plantas, prendendo a respiração até eles desaparecerem. Só me mexi quando ouvi o carro de Eric se afastando.

Na cozinha, encontrei Liz fazendo pão.

— Como vai, Holly? — ela perguntou, com um sorriso acolhedor. — Há café fresco na garrafa térmica. Sirva-se enquanto me conta o que Ned lhe disse ontem.

— Nada de especial — respondi, tentando parecer casual. — Ele só queria que eu assinasse alguns papéis.

Claro, omiti a parte dos impostos.

Liz suspirou enquanto amassava a massa.

— Ned é um bom homem. Pode confiar nele.

— Ele me pareceu simpático. — Tomei um gole de café, tentando disfarçar minha ansiedade. — Quero vender meu caminhão. Será que Eric conhece alguém que possa se interessar?

Ela parou por um momento antes de responder:

— Vender seu caminhão? Por quê?

— Não consigo mantê-lo. — Forcei um sorriso. — Posso muito bem viver sem ele.

Liz me observou por um instante, mas não insistiu.

— Tenho certeza de que Eric pode ajudar. Vou falar com ele.

— Obrigada.

Depois de mais um gole de café, não consegui segurar a pergunta que estava martelando em minha mente:

— Eric estava saindo quando cheguei. Quem era o homem que estava com ele?

Liz riu, com um brilho travesso nos olhos.

— Ah, Grady O'Neil. Ele é dono da O'Neil Veículos, aquela oficina na frente da sua casa. O chalé na clareira do outro lado da ravina também é dele. É o homem mais sexy que eu já vi. Toda vez que ele sorri, minhas pernas ficam moles.

Não consegui evitar uma risada.

— É mesmo? E o que Eric acha disso?

— Ah, ele diz que vai arranjar uma garota para Grady só para mantê-lo longe da minha cozinha. — Liz continuou sorrindo enquanto espalhava farinha na mesa. — Eles são amigos de longa data. Grady faz serviços para a Construções Crawford em vários locais.

Embora eu parecesse relaxada, por dentro estava uma pilha de nervos. O homem estava por toda parte: na frente da minha casa, atrás da minha propriedade... Não demoraria para nos encontrarmos novamente, e isso não me agradava nem um pouco.

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