" Alya Torres, a herdeira de uma família rica, sempre teve tudo que o dinheiro pode comprar. " Héctor Martínez nunca deveria ter olhado para ela. Mas uma vez que o fez, não havia mais volta. Sendo apenas um simples peão, ele se perdeu em um amor que queimava por dentro, selvagem e errado. Não era apenas paixão... era algo mais escuro, mais profundo. Ela era tudo o que ele não podia ter, e isso só fez sua obsessão crescer. Amar? Talvez. Possuir? Certamente. Mas quando a fortuna de sua família desmorona e ela é pressionada a se casar para salvar o futuro da sua família, até onde ela estará disposta a ir para ter tudo de volta? E ele, aceitará ser apenas uma peça no jogo dela?
Ler mais— Eu fiz de tudo por ela. De tudo mesmo. Desde o começo, ela sempre soube da minha situação. Nunca escondi nada. Eu nunca tive nada-nem família, nem um passado decente pra contar. Mas trabalhei, calejei as mãos, para tentar construir algo. Queria poder dar pra ela o que ela merece, a vida que ela está acostumada. — Eu dei uma pausa, o nó na garganta apertando mais do que eu podia disfarçar. Respirei fundo, mas a amargura continuou a subir, pesada. Até que, do nada, um cantor começou a cantar. A primeira nota me fez erguer a cabeça, e pelo canto do olho percebi que a moça do bar também se virou, como se, sem querer, a música tivesse prendido a atenção dela tanto quanto a minha. O cantor estava sentado, segurando um violão, dedilhando as cordas com uma calma, enquanto cantava ao microfone. Aquela melodia era daquelas que carregam um peso, que faz qualquer um que já sofreu olhar pro nada e reviver o passado. (•••) Porque eu te amo e quero esquecer O processo final foi forte e d
— E aí? estressadinha! — ela fez um bico e um com olhar sério. — já se apaixonou por alguém que nem se deu o trabalho de te levar a sério? — perguntei, tentando manter a voz firme, mas ela saiu um pouco mais cortante do que eu esperava. Quase como se eu estivesse prestes a ceder mais uma vez. Como é foda ser um homem apaixonado... e bêbado, então? Pior ainda. O desespero de sentir tudo aflorado, sem controle algum, só me fazia querer mais distância de mim mesmo. Tudo graças a ela. O gosto dela começava doce, mas no final termina amargo como fel Ela nem piscou, apenas cruzou os braços e me lançou um olhar cheio de desdém. — Sabe o que eu acho? — Ela soltou uma risada amarga, a voz carregada de desprezo. — A garota que você tanto idealizou te viu como apenas uma distração. Porque, sério, olha pra você. Afundado nesse copo, chorando sozinho. Você realmente acha que alguém assim merece mais do que pena? O estômago deu um nó, mas não recuei. Era a verdade, e eu não queria fingir que
Até que, de repente, senti uns toques leves na minha cabeça. Não era algo forte, mas suficiente para me tirar do transe. Num susto, levantei os olhos, ainda turvos, tentando focar no que estava à minha frente, a visão embaçada. Até que, de repente, senti toques leves na minha cabeça. Não eram fortes. Num susto, ergui os olhos, ainda lutando contra a visão turva que o álcool insistia em embaçar.E então, ela estava ali.Uma morena de pele parda, cabelos encaracolados, que parecia ter saído de um sonho — ou talvez de um pesadelo, dependendo da perspectiva. Os olhos claros dela eram tão penetrantes que me arrancaram do torpor no mesmo instante. Ela não sorria. Não dizia nada. Mas estava ali, como se sempre soubesse exatamente onde me encontrar.O olhar dela me atravessou. E, naquele momento, era como se ela visse tudo: a sujeira, a bagunça, os pedaços que eu nem sabia que ainda estavam ali.Deu para sentir que ela não estava ali para consolar ou trazer algo leve. Não. Havia algo na pre
— E olha só, é de morango, o seu preferido! — comentei, animada, enquanto pegava a velinha do número 12 e a colocava bem no centro do bolo. Ele continuava com aquele sorriso bobo, quase que incrédulo. Puxei o isqueiro da mochila, acendi a velinha, e ele ficou segurando o bolo enquanto eu começava a bater palmas, cantando "Parabéns pra Você" com uma empolgação que fez ele rir, meio sem graça, mas feliz. Ele olhava para o bolo pequeno, mas eu sabia que pra ele aquilo era enorme. Quando terminei de cantar, dei um leve empurrão no ombro dele. — Agora faz um pedido, vai! — falei, toda ansiosa, observando enquanto ele fechava os olhos e ficava em silêncio por uns segundos. Ele abriu os olhos devagar, com aquele olhar sério, mas doce, e soprava a velinha. A chama se apagou, e eu bati palmas de novo, rindo. — E aí? O que você pediu? — perguntei, inclinando a cabeça com curiosidade. Hector deu um sorriso meio tímido e desviou o olhar por um segundo antes de voltar a me encarar. — Pedi
Eu acordei com um susto monumental. Acordei mesmo. Minha própria respiração me sufocando, e foi então que ouvi o som estridente do meu celular tocando. Acorda, Ayla, acorda! pelo amor de Deus. Era o alarme me dizendo que eu estava ferrada. Eu rolei da cama – literalmente – e caí no chão com um estrondo que me fez gemer de dor. Olhei o relógio e senti o sangue gelar. "Droga, droga, droga! Já passou da hora!", resmunguei, ainda com a cabeça rodando. Foi só então que percebi que estava completamente pelada. E claro, espalhada pelo chão feito um animal. Levantei correndo, tropeçando nos lençóis que Rafael, o sereno e pacífico, ainda mantinha sobre o corpo na cama. Ele dormia como se o mundo fosse um lugar pacífico e justo. Me aproximei, furiosa. — Rafael! — bati no braço dele. Nada. Ele resmungou algo ininteligível e virou para o lado. — Rafael, acorda! — praticamente gritei, cutucando-o com um travesseiro. Ele abriu os olhos devagar, com aquele típico olhar confuso de quem está compl
Ela me observava, sem piscar. — Engraçado... sabe que pra mim, ele ainda é o mesmo de antes? — respondeu Maria, levantando uma sobrancelha. — Pode ter mudado de lugar, de roupa, até de jeito de falar, mas no fundo ele ainda é só o Rafa. — O mesmo garoto. — Dei uma risada curta, mas o peso da memória me atingiu em cheio. — Lembra, Hector? — MARIA — Quando a gente fugia pra jogar bola no campo? Você, eu, a Ayla, o Davi? — Suspirei, sentindo o calor da nostalgia. — São momentos que, sinceramente, nunca vou esquecer. Como passa rápido, né? Parece que foi ontem... e, ao mesmo tempo, parece uma vida inteira atrás. — Pois é... — Enquanto ele mudou de lugar, eu continuei no mesmo, Maria. E agora parece que... não tem mais espaço. Como se a distância tivesse arrancado uma parte do que a gente era. Ela apenas concordou compreensivamente, como quem entende. Afinal de contas, até a vida teve o prazer cruel de me tirar a única mulher que eu amei de verdade.APdo Damião…{AYLA TORRES} Rafa
Estou há um tempo mandando mensagens sem resposta... parecia até que ela tinha trocado de número ou que estava me evitando, como se... como se eu não existisse mais para ela. sei que a gente terminou, mas eu só queria saber como é que ela está lá? Na cidade grande depois daquela dia que ela fez questão de me humilhar uma sensação estranha apertou meu peito. Ela tinha realmente ido embora, sem se preocupar como que eu sentia, sem deixar uma palavra sequer. A dor tomou conta de mim, como se ela tivesse arrancado algo que eu nem sabia que estava ali. Passei noites e dias assim, perdido em pensamentos e sem nenhuma resposta. — Francisca, por acaso você sabe alguma coisa sobre a Ayla? Como tá indo lá na capital? — perguntei, tentando soar casual. Ela soltou uma risada baixa e seca, que fez cada pêlo no meu braço se arrepiar. — Ayla..? — repetiu, o tom carregado de algo que eu não consegui decifrar. — E o que te interessa, hein? — Me encarou sério. — E nada de "Ayla", é a senhorit
— Talvez ele esteja apenas preocupado com sua segurança — sugeriu, o que me fez sentir segura. — ele colocou o copo na bancada e se aproximou de mim, seus olhos fixos nos meus, o sorriso desaparecendo gradualmente para dar lugar a um olhar mais sério e intenso. — Você sabe o por quê? — ele acariciou meu rosto com a ponta dos dedos, a suavidade do toque enviando ondas de eletricidade pela minha pele, fazendo meu coração acelerar. Um riso suave escapou de meus lábios, enquanto negava com a cabeça. A tensão no ar era quase ensurdecedor, e um impulso incontrolável me fez me inclinar em sua direção. — Você se tornou uma mulher irresistível, Ayla — continuou, seus olhos brilhando com desejo — e seu pai quer mantê-la longe de homens terríveis como eu. — É mesmo? — a minha voz soou baixa, mas provocativa. Com uma ousadia que eu não sabia que possuía, coloquei a mão em volta do seu pescoço, puxando-o para perto, nossos narizes quase se tocando podia sentir o calor de sua pele, sua resp
— Eita, já beirando a aposentadoria e ainda tá querendo mostrar serviço? — debochou Rafa, rindo enquanto se contorcia para se soltar, tropeçando alguns passos para trás. Germain deu um sorriso de canto e apertou o mata-leão com mais força, seus braços firmes como uma corda de laço. — Garoto, eu já derrubei boi maior que você com uma mão só — retrucou, enquanto ele ficava vermelho, tentando puxar o ar. — Cuidado aí, coroa! — Rafael arfou, com uma risada forçada. — Não vai querer provocar o reumatismo. A cena era hilária. Eu não consegui segurar o riso, assistindo aqueles dois se engalfinhando feito idiotas. Era exatamente como dizem por aí sobre os homens: quando acham que estão sendo espertos, na verdade tão só bancando os idiotas. Assim que eles desapareceram pela porta, Angela se aproximou, segurando delicadamente minha mão. O toque era inesperado, e eu a olhei com surpresa, um calor subindo pelo meu rosto. Seus olhos, brilhantes e cheios de alegria, me deixaram sem palav