" Alya Torres, a herdeira de uma família rica, sempre teve tudo que o dinheiro pode comprar. " Héctor Martínez nunca deveria ter olhado para ela. Mas uma vez que o fez, não havia mais volta. Sendo apenas um simples peão, ele se perdeu em um amor que queimava por dentro, selvagem e errado. Não era apenas paixão... era algo mais escuro, mais profundo. Ela era tudo o que ele não podia ter, e isso só fez sua obsessão crescer. Amar? Talvez. Possuir? Certamente. Mas quando a fortuna de sua família desmorona e ela é pressionada a se casar para salvar o futuro da sua família, até onde ela estará disposta a ir para ter tudo de volta? E ele, aceitará ser apenas uma peça no jogo dela?
Ler mais— Por favor, não — eu tentei gritar de novo, mas a voz não saiu. Era apenas um sussurro rouco, perdido no silêncio da sala.Ele não respondeu. Apenas sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos….Acordei Gritando.Minha respiração veio em soluços irregulares, e o suor escorria pelo meu rosto, gelado como se o próprio pesadelo tivesse grudado na minha pele. O quarto estava incompleta escuridão, mas o cheiro ainda estava ali. Sangue. Muito sangue. Eu estava sangrando. Escorria por entre minhas pernas, quente, denso.Meus pulmões pareciam queimar enquanto eu tentava puxar o ar, mas só conseguia sentir aquele gosto metálico na garganta, o desespero se agarrou a mim como garras invisíveis, apertando, sufocando, arrancando qualquer resquício de racionalidade.— Eu não tive culpa! — Minha própria voz soou cortante, rachada, como se estivesse saindo de um lugar muito mais profundo do que minha garganta. — Foi ela... foi ela! Ela me obrigou! Eu não quis! Eu nunca quis!Minhas mãos tremiam.
Então levantei as mãos para o alto e gritei nunca me senti tão feliz na minha vida. A moto fez uma curva ainda mais fechada, aqui no face agarrei mais sua cintura e eu quase perdi o fôlego. O vento cortava minha pele, e meu coração batia fora de compasso, mas o sorriso dele, eu senti ele sem nem precisar olhar, como se ele soubesse exatamente o que estava fazendo comigo. E então veio a última manobra. Ele virou a moto ao contrário. Quando ele finalmente desacelerou, trazendo a moto de volta ao chão, meu coração batia tão forte que doía. Ele olhou para mim. E viu. — Gostou, não foi? — A voz dele veio afiada. Eu engoli em seco, mas não deixei que ele percebesse. Não respondi — Tsc… Garotas como você… loirinha, riquinha… são as piores. A provocação bateu forte, mas não como um tapa. Como um soco no ego. Meus olhos se estreitaram. — Ah, é? — Minha voz saiu firme, cortante, mesmo que por dentro algo queimasse. — Acha que me conhece? — Falei entre os dentes, o desafio e
— Espera... — minha voz saiu hesitante, mas ele já tinha virado de costas, ajustando as luvas com a mesma calma irritante de antes. — Eu não sei se...— Se soltar, você morre. — Ele me cortou sem paciência, a voz grave, seca, sem espaço para discussão. — E eu não freio por ninguém.Eu dei um passo para trás, sentindo o estômago revirar só de olhar para aquela moto. Acelerar por aí em um círculo de metal, desafiando a gravidade?Tudo bem, eu só queria olhar. Só queria sentir a adrenalina no ar, ver de perto esse mundo insano que nunca foi meu. Mas subir nessa moto?Quer dizer… às vezes eu tomo umas decisões questionáveis, daquelas que fariam qualquer um se perguntar se eu tenho um parafuso a menos. Mas perder completamente o juízo? Isso ainda não aconteceu.Eu acho.— Eu não vou subir nisso. — Cruzei os braços, firme, ignorando o frio que subiu pela minha espinha.Ele soltou um suspiro pesado, como se estivesse perdendo a paciência. Como se eu fosse um incômodo.— Você veio pra cá porq
— Então, Ayla…de Skin lendária — Ele fez uma pausa dramática, olhando para a plateia, e um coro de assobios ecoou. Eu revirei os olhos. — Parece coisa rara por aqui, hein? — Ele riu, me analisando de cima a baixo com aquele olhar de quem adorava um espetáculo. — Diz aí, sorteada, além de ser linda, o que mais temos de interessante?O microfone se aproximou de mim de novo. Meu estômago revirou. Não tinha paciência para esse tipo de jogo.— Ahm… eu respiro? — soltei, e a plateia explodiu em risadas.O locutor sorriu, levantando as mãos em rendição.— E ainda tem personalidade… O sorriso dele aumentou. — Alguém aqui já se apaixonou?O barulho da multidão era ensurdecedor, mas, no meio disso, escutei um cara gritar:— EU!Minha cabeça virou na direção do som, e vi um cara pulando, balançando os braços como se estivesse tentando me chamar atenção a qualquer custo. Revirei os olhos.O locutor riu, aproveitando a deixa.— Olha aí, já temos um candidato! E então, Ayla, ele faz o seu tipo?A
— Relaxa, Ângela. É só uma cerveja — eu disse, dando um gole enquanto os motociclistas continuavam sua dança mortal lá em cima. A bebida era gelada e refrescante, e por um momento, tudo parecia perfeito.Mas então, algo mudou. O locutor anunciou a entrada de mais um piloto, e a multidão explodiu em gritos ainda mais altos. — E agora, o momento que todos estavam esperando! — Com vocês. O CACHORRO LOUCO! — A voz do cara ressoou no microfone e a multidão respondeu como um eco, uma onda de excitação percorrendo a todos.O cara no palco não parava, incitando ainda mais o caos. O som das motos e os gritos se misturavam como uma onda de energia, algo pesado no ar. Ao mesmo tempo que o chão estava tremendo, quase como se o mundo inteiro estivesse ali, se movendo com a gente.De repente, o som dos motores mudou. Um ronco mais profundo, mais selvagem, ecoou pelo estádio, fazendo o ar vibrar e a multidão silenciar por um instante. Todos os olhos se voltaram para a entrada, onde uma figura
O GLOBO DA MORTE.O ar ao meu redor pareceu ficar mais pesado, como se o próprio universo estivesse me alertando sobre aquilo.Eu já tinha ouvido falar sobre aquele evento, mas nunca imaginei que um dia estaria prestes a ver com meus próprios olhos. A ideia de estar ali, ao vivo, sentindo a adrenalina no ar, o risco, a loucura... era de deixar qualquer um sem fôlego. Aquelas coisas só faziam sentido se você estivesse ali, com o coração na garganta, percebendo que não tinha volta.E para minha surpresa, seria hoje.— Olha isso — eu disse, os olhos ainda grudados no cartaz, como se ele tivesse me hipnotizado. — Esse é o tipo de coisa que toda garota sonha em ver antes de morrer. Sempre quis sentir isso na pele, sabe? A adrenalina, o perigo, a loucura...Ela cruzou os braços, o olhar pesado de ceticismo. — É sério que você quer ver isso? — A voz dela veio firme. — Só pra assistir uns idiotas quase se matando pra entreter uma plateia? Isso não é adrenalina, Ayla, é insanidade. Pura e simp
Cruzei os braços, os olhos fixos em qualquer coisa que não fossem aquelas opções engorduradas. — Prefiro passar fome — respondi, sem conseguir disfarçar completamente o fato de que aquela situação toda era um pouco ridícula.Angela deu de ombros. — Tá, então fica aí, fazendo pose de durona. Mas quando você desmaiar de fraqueza, não espere que eu carregue você.Enquanto Angela e a vendedora trocavam palavras sobre a noite, a rua e a vida — como se tudo ali fosse uma maravilha — eu me mantive um passo atrás, ainda com os braços cruzados e o olhar cético.Ali, quieta.Meus olhos vagavam sem rumo, até que encontraram a lua. Aquela lua. A única coisa que eu ainda gostava naquele lugar. Ela estava lá, imponente, como sempre. Cheia, brilhosa, banhando tudo em um tom amarelado que parecia tirar o peso do mundo por um instante. Era estranho como algo tão distante podia me fazer sentir tão... conectada. Como se, naquele momento, só ela entendesse o que eu sentia. Eu respirei fundo, sentin
Ela franziu o cenho, os olhos tentando me decifrar. Eu sabia que ela estava tentando ler nas entrelinhas, mas eu não ia dar essa chance. Desviei o olhar, respirando fundo, como se o ar pudesse levar embora o peso que apertava meu peito. Mas não adiantava. Aquele nó só ficava mais apertado. — Tem certeza disso? — A voz dela cortou o silêncio, carregada de dúvida e um tom de preocupação que eu não queria reconhecer. — Seu pai nem confiou em mim pra cuidar de você, e agora você quer se jogar no meio desse povoado? Eu senti as palavras dela ecoando na minha mente….— Eu não preciso que ninguém cuide de mim — respondi, a voz mais firme do que eu esperava. Ela abriu a boca pra responder, mas eu já estava virando as costas e abri a porta do carro, ignorando ela.— Se meu pai quisesse me controlar, ele estaria aqui, em vez de ficar mandando ordens de longe. — soltei, a voz. — E, se liga, ninguém morre por dar uma volta. Ou você acha que eu sou tão frágil assim?
— Eu não deveria deixar vocês irem sozinha — disse meu pai, enquanto seus olhos corriam pelo meu rosto. Antes o papai havia explicado que não poderia me levar para a fazenda, porque surgiu um assunto na última hora e era "extremamente importante". E ele tinha que resolver querendo ou não. — Prometi que ia cuidar de você, Ayla. Promessas? Ele falava como se essas palavras fossem inquebráveis. Fala sério. Quem ainda acredita nessa porcaria em pleno século 21? São só desculpas esfarrapadas para ver se alguém morde. Eu não mordo. Não mais. Hipocrisia, não? — pensei, mas me limitei a manter o rosto neutro. Meu pai sempre foi assim: O que ele falava nunca combinava com o que fazia de verdade mesmo. E, para ser sincera, eu não queria voltar. Nem fodendo! Eu saí daquele lugar praticamente fugida, largando tudo — Só a ideia de pisar de novo naquele interior de quinta categoria fazia minha pele formigar de irritação, como se o próprio ar desse lugar quisesse me engoli