Sophie Rodrigues aos vinte e três anos tem sua vida ao avesso. Com a trágica morte de sua irmã e cunhado, coube a ela criar seus sobrinhos gêmeos. Porém, jamais concordaria em entregar a guarda para aquele conde gélido e sem coração mesmo sendo tio paterno das crianças. Também não lhe aprazia a proposta de casamento oferecida pelo mesmo e extremamente rico Albert Høgh Larsen. Mas como medir forças para proteger Eliza e Nicolas? Levada a contragosto para o castelo dinamarquês da odiosa família Larsen, Sophie viria a perceber que por trás da farsa mascarada do homem com quem casara em uma situação de desespero havia alguém marcado pela dor, amoroso, gentil e verdadeiramente apaixonado que poderia ser de várias formas um marido sob medida para ela? Ou esse relacionamento não passaria de uma mentira sofisticada?
Leer más— Meu lorde! — Chamou Dagfinn impaciente ao entrar nos aposentos de Albert — Meu lorde, desperte! — Abriu as janelas. — O que foi? — Perguntou sonolento ainda deitado. — Acorde Larsen! — Puxou as cobertas — Temos um problema, um grande problema! — Mas que velho chato — Murmurou sentando-se. Dagfinn o acertou na cabeça com a revista " Dá Corte" — Aí! doeu. — Pare de ser mole e leia isso. Na capa havia uma foto dele sorrindo para Sophie e uma foto das crianças de costas, Nicolas no colo dele. A manchete lhe chamou atenção: "CONDE LARSEN ASSUME PUBLICAMENTE UMA NOVA CONDESSA" O honorável e cobiçado conde Albert Høgh Larsen foi flagrado nesta quarta-feira (28) em um passeio familiar no parque de diversões Tivoli Friheden com sua suposta mulher e duas crianças. Uma fonte anônima afirma serem filhos dele, que até então escondeu sua família... — Mas que baboseira é essa? — Perguntou ao sair da cama, sem camisa — Quem escreveu isso? — Meu lorde, olhe o nome em negrito no fim do arti
Já era noite quando retornaram para casa. Albert sorria enquanto a água do chuveiro descia sobre o seu corpo lembrando das imagens preciosas daquele dia, quanto mais tempo passava com aquelas crianças mais os queria para si. Quando lancharam, Nicolas disse algo que o tocou no peito. ALGUMAS HORAS ATRÁS... — Papai me chamava assim. — Falou o menino — Assim como? — Perguntou Sophie. — Campeão, gosto quando me chama assim tio Albert é como se... — O menino se calou receoso. — Como se, o que? — Insistiu Albert. O menino olhou para a tia com certa preocupação, desviou o olhar os dizer: — Como se meu pai estivesse falando comigo... Eu sinto...sinto...sinto muita falta dele. — Nicolas começou a chorar e Eliza o acompanhou abraçando a tia, que parecia estar desolada e muita aflita, os olhos inundados de lágrimas. Albert segurou a mão de Nicolas, eram tão pequeninas nas mãos dele. — O meu pai também — O menino olhou para ele contendo os soluços, Albert prosseguiu —
Sophie Rodrigues teve de sentar-se para não entrar em pânico ao ver a quantidade de contas que precisaria pagar, Aos vinte e três anos nunca pensou que seria mãe. Às vezes até perguntava-se como deveria ser a sensação de gerar e criar um filho. Ela só não imaginava que era tão caro! E precisava admitir: Ser mãe solo é todo dia um grande desafio, principalmente quando as crianças são gêmeas. Ainda que fosse difícil e mesmo tendo de trancar a faculdade de arquitetura, ela não se frustrou ou se arrependeu. Seus sobrinhos precisavam dela e certamente os criaria com todo amor e dedicação como sabia que sua querida irmã Sabrina o faria. Não pode evitar as lágrimas ao recordar-se da tragédia ocorrida seis meses atrás. Acidente infeliz que levou consigo a vida de sua amada irmã e Vicente, seu cunhado. Sabrina foi muito mais do que irmã, melhor amiga para todas as horas e fazia bem o papel de mãe. No qual ambas perderam para o câncer, Sophi
Albert Larsen estava em seu escritório particular numa reunião com seu assistente pessoal Dagfinn. Um homem de 54 anos, cuidava dele desde antes do seu nascimento, alguém em quem confiava com olhos vendados. — Mas o senhor precisará da assinatura dela, já que é guardiã legal das crianças.— Como poderei convencer essa mulher, Diga-me Dagfinn?A porta se abriu num rompante brusco. — Explique isso Albert! — Berrou Sophie ao entrar jogando nele o que identificou sendo um passaporte. — Abra! — Ordenou.Mas o que? Ele ficou com raiva de si mesmo por um momento, então ela havia descoberto por seu próprio descuido. Estava resolvendo os trâmites da nacionalidade dupla das crianças.— Você mentiu para mim! Sabe Albert, você é mesmo um mentiroso desprezível.— A culpa não é minha se você possui conhecimentos limitados ou a incapacidade de checar as informações antes de tomar decisões. — Ah, claro que a culpa é toda minha por amar demais as minhas crianças e pensar que ao menos você fosse um
Dois dias se passaram e Albert simplesmente havia sumido. Não que Sophie estivesse preocupada ou quisesse vê-lo, apenas era estranho ele não retornar para a própria casa. Disseram que por conta do trabalho, mas, suspeitava de que ele estivesse passando a noite com mulheres e mulheres! O que a deixava irritada... Era exatamente a mesma desculpa usada por Henrique. Revirou os olhos ao lembrar do ex. No futuro seria ainda mais irresponsável em deixar as crianças sozinhas, homens são assim, uns desgraçados que só querem usar e iludir as mulheres para seu próprio prazer e vontade. Albert certamente era o pior deles! Aquele amargor que a consumia diariamente tomou posse de seu peito ao recordar de Henrique, ele agora estava no top 2 da sua lista de imprestáveis. Foram instruídos na mudança para a residência oficial de lorde Larsen, o motorista Desmond quem os levaria. Ele sequer fez questão de aparecer. Esses dias, porém, fizeram com que
Albert Larsen não conseguia recordar de algum dia estar tão ansioso ao voltar para casa. Ainda que seus sobrinhos não gostassem dele não podia conter o ânimo de os ver e levaria presentes, doces tradicionais dinamarqueses. Saiu o mais cedo possível do escritório o que surpreendeu toda sua equipe. Faltava dois dias para terminar de resolver os problemas ocorridos em sua ausência, provavelmente no dia seguinte sequer pudesse retornar para casa, um surto de alguma coisa pesou no peito dele. Sua surpresa ao chegar, ela estava vazia. Não havia sinal de Nicolas, Eliza ou Sophie. — Axel, onde estão todos? — Perguntou ao mordomo. — Meu Lorde! — Disse o homem surpreendido. — Veja bem, o... o... senhor chegou cedo. Olhe a hora três da tarde. — Albert apenas ergueu uma das sobrancelhas de forma condescendente. — Senhorita Sophie recusou-se de... como posso explicar? — Diga de uma vez. — Ordenou impaciente. — Ora, deixamos que dormissem à vontade como o senhor nos instruiu, já passava
Albert Høgh Larsen que mesmo exausto foi incapaz de deitar-se na cama ainda que o relógio marcasse 03:40h da madrugada ao escutar um berro seguindo por um choro estridente deixou de ler o relatório para reunião da manhã seguinte que aconteceria em exatas 5 horas e Cristo! Ele estava mesmo desgastado. Mas ainda assim correu em direção ao quarto de seus sobrinhos — Meus amores, o que houve? — Ouviu Sophie perguntar assim que chegou na porta do quarto, ele ficou irritado por ter sido ignorado pelos olhos daquela mulher repletos de desdém — Estava tudo escuro. — disse a menina, se sentiu culpado talvez devesse ter concordado em deixar que as crianças dormissem com a tia por mais que odiasse admitir. — Tem um monstro ali! — Apontou o menino para um armário de madeira rústica e absurdamente grande. — De baixo dessa cama gigante também. — Completou Eliza aos prantos. — Por Deus! Não há monstro algum — Começou Albert impaciente, por mais culpado que pudesse se sentir isso já er
A tensão dominou todo o restante do voo, só falaram o necessário na troca de aeronave por conta da escala. Ao desembarcarem no aeroporto de Copenhague tudo mudou, o lugar parecia uma obra de arte e estava bastante movimentado para uma madrugada, podia ser impressão mas parecia que as pessoas olhavam sem parar para eles e faziam comentários baixinhos especialmente as moças, Sophie deu de ombros. Ela não imaginou que tanta gente fosse para Dinamarca, Sophie só havia parado para pensar no país quando sua irmã decidiu que faria uma viagem sozinha para conhecer Vicente pessoalmente, já que os dois conversavam há cerca de 8 meses pelas redes sociais e ele pagou toda a viagem, Sophie não sabia desse fato, até a irmã contar a verdade quando já estava no país. Certamente teria sido contra essa decisão, afinal, já é perigoso namorar pela internet que dirá mais cruzar o mundo para conhecer alguém que pode muito não existir de fato ou pior ser um psicopata! Foi chocante para ela aceitar a loucura
Sophie não podia deixar de pensar que foi um milagre ter conseguido arrumar as bagagens em tão pouco tempo. Eliza e Nicolas, no entanto, não foram difíceis de convencer viajar, é certo que ela não explicou os verdadeiros termos. Quando Albert chegou com motorista particular e o carrão, as crianças pareciam intimidadas. Já Sophie não podia deixar de sentir raiva ao olhar o rosto do homem, ele provavelmente dormiu bem a julgar pelo ar de vencedor. — Fico contente que tenha feito a escolha sensata, senhorita Rodrigues. — Sussurrou no ouvido dela assim que chegaram ao aeroporto. Sophie quis morrer! Nunca se sentiu tão vulnerável, tola e impotente. Estava mesmo sendo dominada pelo pavor, não podia deixar que seus sobrinhos fossem deportados, não mesmo! Jamais deixaria de os proteger e nunca os entregaria para aquele homem. Ela, porém, tinha um plano.... Albert se cansaria mais cedo ou mais tarde e com toda certeza não haveria espaço nos coraçõezinhos deles, Sophie tinha o amor ao seu l