A tensão dominou todo o restante do voo, só falaram o necessário na troca de aeronave por conta da escala. Ao desembarcarem no aeroporto de Copenhague tudo mudou, o lugar parecia uma obra de arte e estava bastante movimentado para uma madrugada, podia ser impressão mas parecia que as pessoas olhavam sem parar para eles e faziam comentários baixinhos especialmente as moças, Sophie deu de ombros. Ela não imaginou que tanta gente fosse para Dinamarca, Sophie só havia parado para pensar no país quando sua irmã decidiu que faria uma viagem sozinha para conhecer Vicente pessoalmente, já que os dois conversavam há cerca de 6 meses pelas redes sociais e ele pagou toda a viagem, Sophie não sabia desse fato, até a irmã contar a verdade quando já estava no país. Certamente teria sido contra essa decisão, afinal, já é perigoso namorar pela internet que dirá mais cruzar o mundo para conhecer alguém que pode muito não existir de fato ou pior ser um psicopata! Foi chocante para ela aceitar a loucura repentina de sua irmã, Sabrina sempre foi uma pessoa prudente e nunca se arriscava. Também foi a primeira vez que mentiu para Sophie que acreditava que a irmã viajou com suas economias, ficou irritada com ela no começo, mas, depois grata por Sasá ter conhecido Vicente. Por terem sido felizes apesar dos poucos anos juntos e terem tido filhos maravilhosos. Agora que estava na Dinamarca aproveitaria para visitar os lugares que Sabrina falava com bastante entusiasmo e tiraria fotos também. Os olhos dela estavam inundados de lágrimas, mas, optou por focar no presente em seus sobrinhos.
Eliza estava sonolenta, acordou logo após a discussão de Sophie com Albert no banheiro, Nicolas, porém, estava irritado, cansado e emburrado, cochilou poucos minutos, ele sempre teve dificuldades para dormir em trajetos de viagem. Albert falava com alguém em dinamarquês no celular, língua mais esquisita, ela não entendeu muita coisa mas sabia que a conversa era sobre algum tipo de reunião e carro, transporte, não tinha certeza. Vicente havia ensinado uma coisa ou outra para Sophie que sempre teve facilidade em aprender idiomas, mas ela era ignorante e analfabeta em dinamarquês devia ter estudado mais.... de repente lhe ocorreu que ele não havia devolvido os passaportes quando embarcaram com a desculpa de aguardar o desembarque em Copenhague. — E a propósito você ainda não devolveu nossos passaportes. — Ela segurou rapidamente o braço dele a fim de o fazer parar de caminhar. — Só um momento. — Disse para ela e prosseguia a falar no celular, ela entendeu a palavra investimento, ele já estava na terceira ligação seguida. Devia ser algo importante, não que ela se importasse. — Eu quero meu passaporte, Albert! — Insistiu impaciente. — Já disse, assim que chegarmos em minha casa lhe darei o seu. — Respondeu rápido, e voltou a conversa andando pelo aeroporto. A irritação inundou Sophie outra vez, Ele não havia dito isso, ela sabia que não conseguiria os dos sobrinhos naquela noite, mas ao menos o dela já seria uma vitória. — Acontece que eu cansei de esperar, quero agora! — Ela o ouviu dizer algo em dinamarquês que podia muito bem ser um palavrão. Porém ignorou e ele tirou apenas um do bolso interno de seu paletó preto e entregou para ela bruscamente. — Pronto, feliz? — Perguntou carrancudo em seu habitual tom gélido e distante. — Mais do que há um segundo, sim. Estavam ao lado de fora do aeroporto esperando que alguém fosse buscá-los. — Ficaremos três dias aqui em Copenhague, preciso resolver umas questões da empresa e depois iremos para minha residência principal em Åarhus. — Falou pouco antes de um carro ou melhor uma limusine média! Aparecer para buscá-los. Exagerado..... Ah claro, ela havia esquecido a superioridade dos Larsen. — Bem-vindo de volta, meu lorde. — Saudou um senhor tão branco quanto papel, de olhos azuis claros. Lorde! Tão século XIX, pensou Sophie. O senhor, todavia, ficou intrigado ao vê-la, mais ainda ao notar as crianças. Havia uma incógnita gigantesca no rosto daquele homem e Sophie não sabia como interpretar aquilo. — É bom voltar Axel, esta é a senhorita... Rodrigues e estes são Eliza e Nicolas. — Albert aparentemente não pretendia dar nenhuma explicação. Eliza abraçou as pernas dela já Nicolas apertou sua mão com força. O senhor a cumprimentou ainda curioso, e a mediu de alto a baixo. Claramente não tinha modos. Dentro do carro é certo que as crianças se animaram, principalmente Nicolas, o menino sempre foi fascinado por carros. Uma pena que estivessem tão cansados, não puderam aproveitar, não demorou nem dez minutos para ele e Eliza adormecerem. — Ela dorme bem. — Observou Albert quebrando o silêncio. — Eliza nunca teve dificuldades para dormir, é o tipo de criança que dorme até em pedras e não acorda, tem um sono pesado. — Isso é de família, eu costumava ser assim também. Às vezes preocupava as babás, ficavam desesperadas, lembro de um dia que madame Asta me acordou com um balde de água no rosto. — Madame quem? — Asta, era nossa governanta, minha e de Vicente.... agora está aposentada no conforto de um chalé na Itália, ela sempre cuidou de nós dois quando éramos crianças — Ele virou o rosto para a janela ao falar no irmão. Sophie não resistiu em olhar na direção dele e avistou um castelo de verdade, no estilo daqueles que aparecem nos filmes... ela nunca tinha visto um ao vivo e aquele era imenso. — Um castelo.... Que lindo! — A senhorita nunca viu castelos antes? — Perguntou como se fosse algo comum. — Só em filmes ou na minha mente com a descrição de alguns livros. — O que não falta na Dinamarca são castelos. — Fascinante, sou apaixonada por arquitetura medieval europeia. ... Albert estava certo de que a senhorita Rodrigues não notou que ao praticamente pular para olhar pela janela dele seus corpos ficaram colados. A mulher tinha um cheiro tão agradável que ele teve de se segurar para não beijar o pescoço dela. Não! Ele não quis fazer isso, quis? ela afastou-se para olhar pelo vidro traseiro do carro literalmente se colocando de joelhos no banco e Axel escolheu justo aquele momento para entrar na curva fazendo Sophie que estava sem o cinto de segurança escorregar e cair em cheio no colo dele. Larsen não conseguiu resistir à tentação de segura a fina cintura dela passando um braço ao redor. Ela parecia constrangida, talvez mortificada e de um modo infantil ele ficou mais do que satisfeito em ter a deliciosa... quer dizer a irritante senhorita Rodrigues desconfortável nos seus braços. — P... P... Perdão. — Balbuciou, voltando a posição habitual ao lado dele tentando colocar o cinto. — Não há problema, culpemos o castelo ou a Dinamarca que tem esse certo poder de distrair as pessoas. — Respondeu Albert tomando as rédeas do cinto dela e o prendendo com precisão. — De fato, parece ser um lugar muito bonito — Ela respondeu ainda constrangida olhando para o outro lado. — Romântico e muito apaixonante eu diria, temos muitos lugares interessantes. Sabia que aqui tem um parque chamado Tivoli Garden e ele foi uma das grandes inspirações para o parque da Disney? — Não sabia, nunca fui no parque da Disney. — É um lugar maravilhoso, um dia levo você e as crianças para conhecerem os dois parques, falando do tivoli tem mais de cem anos de existência. — E é seguro? — Perguntou com certa surpresa na voz voltando seus olhos para ele. — Totalmente, íamos muito lá quando crianças Vicente e eu. — Albert não pode deixar de sorrir ante a expressão compreensiva da sereia ao seu... quer dizer da senhorita Sophie ao seu lado, ela realmente tinha uma beleza completamente diferente das mulheres brancas de olhos claros e loiras na qual ele estava habituado, o problema era sua personalidade aborrecente e talvez também seu sobrenome ele precisava gravar na sua mente que ela é uma Rodrigues. O carro estacionou na frente da mansão Larsen. — Eu carrego Nicolas e você Eliza. — Não há necessidade. — Retrucou Sophie. — Não pretende carregar os dois ao mesmo tempo, pretende? — Já fiz isso muitas vezes. — Nicolas, porém, abriu os olhos num pulo. — Vem campeão eu levo você para o quarto. — Falou Albert e assim como antes o menino o rejeitou veemente. — Não! eu vou com tia Sophie. — O rosto do homem demonstrava pura frustração. Nicolas até que tentou andar, mas estava muito cansado e então Sophie que já tinha Eliza no colo, com muito esforço o carregou também. Albert não podia deixar de sentir fúria, imensa para ser mais preciso ao vê-la carregando as duas crianças mesmo estando visivelmente exausta. Se manteria próximo caso ela ameaçasse cair. ... A mansão tinha uma fachada arquitetônica neoclássica fascinante por fora e por dentro não era decepcionante cada detalhe desde o Hall de entrada, teto, piso e paredes de um muito bom gosto. Pé direito alto ambientes em tons pastéis e aconchegantes apesar de ser pura ostentação, sentiu falta de flores apenas. Albert a direcionou até um elevador de vidro detalhado em folhas de ouro o que completava a ostentação. Ela até agradeceu a Deus pois não sabia se aguentaria subir alguma escada com os sobrinhos no colo. Em todo o percurso Albert estava praticamente colado a ela o que era tão desconfortável quanto ter caído no colo dele no carro ainda queria morrer por isso. Ambos nada falaram até chegar numa antessala que levaria a área dos quartos, tinha mais de cinco portas em cada lado do corredor. Albert entrou na segunda porta a direita. — Este quarto será o de Nicolas, o que fica ao lado desse de Eliza e o do outro lado do corredor de frente para este o seu. — De jeito nenhum! — Bradou. — Perdão? — Não vai me separar deles, Albert. — Se pretendesse fazê-lo não a teria trazido para minha casa. — Ela duvidava muito do porquê ele resolveu trazê-la, na verdade sabia exatamente a resposta. Uma artimanha maligna. — Tudo bem, mas eles dormirão juntos o fazem desde que estavam na barriga. — Falou ela ao colocar os gêmeos com todo o cuidado na cama. — É inaceitável eles dormiram no mesmo quarto. — Sophie revirou os olhos, tudo bem que o cara era um conde e morava numa mansão de três andares que muito se assemelhava a um shopping de luxo, mas, isso era ridículo. Francamente estavam no século 21 pelo amor de Deus! Já era esquisito a existência de um lorde fora das páginas dos livros de época que ela lia tão compulsivamente não suportaria um comportamento tão antiquado. — Escute Larsen, não será uma boa ideia nem mesmo eles dormirem longe de mim, piorou separados eu os conheço desde que eram bebês e você apenas há algumas horas. Sabe o que aconteceu no dia do nascimento deles? O olhar dele a fez prosseguir em seu argumento. — Os separaram e Nicolas começou a adoecer, Eliza também não estava cem por cento até que uma médica brilhante resolveu colocar ela junto dele e resultado em poucas horas eles ficaram bem. — Ele não discutiu mais. Quando Larsen a levou até o quarto que seria dela, Sophie não pode deixar de se sentir maravilhada, todavia não demonstrou. Era maior que a casa dela, numa decoração feminina a cama dossel exuberante com cortinas em tom de pêssego, cobertor em tom rosê era o que mais prendia a atenção dela. — Aquela porta levará você para um closet e banheiro, fique à vontade — Disse ele. Sophie não podia permitir que Albert percebesse sua animação. — Eu, por acaso deveria lhe agradecer? — Perguntou seca. — Não há o que agradecer senhorita Rodrigues. — Ele a olhava nos olhos de maneira intensa ficou com raiva de si mesma por desviar primeiro. — Está com fome? — Perguntou indiferente. — Na verdade não, jantamos no avião, estou mesmo cansada, só quero tomar um banho e dormir. — Mmm, entendo. Amanhã é provável que eu não esteja aqui quando acordar, trabalharei pela metade do dia, mas Axel o homem que nos trouxe também administra a propriedade com Janine sua esposa que é a cozinheira e cuida da limpeza. Eles estarão aqui para auxiliá-la pode pedir o que quiser e será atendida. Ela assentiu em concordância. — Boa noite, senhorita Rodrigues. — Falou ele fechando a porta atrás de si. Sophie nada respondeu. Ela enfim estava só no quarto e tanto as coisas dela quanto a das crianças estava lá também. Um sorriso se formou era o maior e mais belo quarto que tivera a sua disposição o sorriso aumentou ao ver a banheira de hidromassagem no banheiro! Tomou um banho demorado e relaxante. Vestiu um short de dormir vermelho e uma blusinha de alça que fazia par, optou por ficar sem sutiã ou calcinha. A casa devia ter aquecedor estava quentinha diferente do tempo gélido nas ruas. Assim que se deitou na cama, debaixo dos deliciosos e cheirosos cobertores... um...dois...três um berro desesperado em uníssono se fez ouvir. Correu para o quarto da frente e acendeu a luz. — Meus amores, o que houve? — Ela perguntou abraçando as crianças. Alguns segundos depôs Albert apareceu preocupado. — O que está acontecendo aqui? — Ela olhou na direção da porta ao ouvir aquela voz e o coração disparou ao ver a imagem esculpia de um deus grego ou no caso nórdico. O homem estava com um short na verdade aquele estilo de cueca que parece um short folgado de seda verde na metade das coxas e sem camisa. Eis um exemplo de imagem e semelhança do altíssimo.... Sophie sentiu o rosto queimar então o ignorou por completo.Albert Høgh Larsen mesmo exausto foi incapaz de deitar-se na cama ainda que o relógio marcasse 03:40h da madrugada ao escutar um berro seguindo por um choro estridente deixou de ler o relatório para reunião da manhã seguinte que aconteceria em exatas 5 horas e Cristo! Ele estava mesmo desgastado. Mas ainda assim correu em direção ao quarto de seus sobrinhos — Meus amores, o que houve? — Ouviu Sophie perguntar assim que chegou na porta do quarto, ele ficou irritado por ter sido ignorado pelos olhos daquela mulher repletos de desdém — Estava tudo escuro. — disse a menina, se sentiu culpado talvez devesse ter concordado em deixar que as crianças dormissem com a tia por mais que odiasse admitir. — Tem um monstro ali! — Apontou o menino para um armário de madeira rústica e absurdamente grande. — De baixo dessa cama gigante também. — Completou Eliza aos prantos. — Por Deus! Não há monstro algum — Começou Albert impaciente, por mais culpado que pudesse se sentir isso já era dem
Albert Larsen não conseguia recordar de algum dia estar tão ansioso ao voltar para casa. Ainda que seus sobrinhos não gostassem dele não podia conter o ânimo de os ver e levaria presentes, doces tradicionais dinamarqueses. Saiu o mais cedo possível do escritório o que surpreendeu toda sua equipe. Faltava dois dias para terminar de resolver os problemas ocorridos em sua ausência, provavelmente no dia seguinte sequer pudesse retornar para casa, um surto de alguma coisa pesou no peito dele. Sua surpresa ao chegar, ela estava vazia. Não havia sinal de Nicolas, Eliza ou Sophie. — Axel, onde estão todos? — Perguntou ao mordomo. — Meu Lorde! — Disse o homem surpreendido. — Veja bem, o... o... senhor chegou cedo. Olhe a hora três da tarde. — Albert apenas ergueu uma das sobrancelhas de forma condescendente. — Senhorita Sophie recusou-se de... como posso explicar? — Diga de uma vez. — Ordenou impaciente. — Ora, deixamos que dormissem à vontade como o senhor nos instruiu, já passava
Dois dias se passaram e Albert simplesmente havia sumido. Não que Sophie estivesse preocupada ou quisesse vê-lo, apenas era estranho ele não retornar para a própria casa. Disseram que por conta do trabalho, mas, suspeitava de que ele estivesse passando a noite com mulheres e mulheres! O que a deixava irritada... Era exatamente a mesma desculpa usada por Henrique. Revirou os olhos ao lembrar do ex. No futuro seria ainda mais irresponsável em deixar as crianças sozinhas, homens são assim, uns desgraçados que só querem usar e iludir as mulheres para seu próprio prazer e vontade. Albert certamente era o pior deles! Aquele amargor que a consumia diariamente tomou posse de seu peito ao recordar de Henrique, ele agora estava no top 2 da sua lista de imprestáveis. Foram instruídos na mudança para a residência oficial de lorde Larsen, o motorista Desmond quem os levaria. Ele sequer fez questão de aparecer. Esses dias, porém, fizeram com que
Albert Larsen estava em seu escritório particular numa reunião com seu assistente pessoal Dagfinn. Um homem de 54 anos, cuidava dele desde antes do seu nascimento, alguém em quem confiava com olhos vendados. — Mas o senhor precisará da assinatura dela, já que é guardiã legal das crianças.— Como poderei convencer essa mulher, Diga-me Dagfinn?A porta se abriu num rompante brusco. — Explique isso Albert! — Berrou Sophie ao entrar jogando nele o que identificou sendo um passaporte. — Abra! — Ordenou.Mas o que? Ele ficou com raiva de si mesmo por um momento, então ela havia descoberto por seu próprio descuido. Estava resolvendo os trâmites da nacionalidade dupla das crianças.— Você mentiu para mim! Sabe Albert, você é mesmo um mentiroso desprezível.— A culpa não é minha se você possui conhecimentos limitados ou a incapacidade de checar as informações antes de tomar decisões. — Ah, claro que a culpa é toda minha por amar demais as minhas crianças e pensar que ao menos você fosse um
Sophie Rodrigues teve de sentar-se para não entrar em pânico ao ver a quantidade de contas que precisaria pagar, Aos vinte e três anos nunca pensou que seria mãe. Às vezes até perguntava-se como deveria ser a sensação de gerar e criar um filho. Ela só não imaginava que era tão caro! E precisava admitir: Ser mãe solo é todo dia um grande desafio, principalmente quando as crianças são gêmeas. Ainda que fosse difícil e mesmo tendo de trancar a faculdade de arquitetura, ela não se frustrou ou se arrependeu. Seus sobrinhos precisavam dela e certamente os criaria com todo amor e dedicação como sabia que sua querida irmã Sabrina o faria. Não pode evitar as lágrimas ao recordar-se da tragédia ocorrida seis meses atrás. Acidente infeliz que levou consigo a vida de sua amada irmã e Vicente, seu cunhado. Sabrina foi muito mais do que irmã, melhor amiga para todas as horas e fazia bem o papel de mãe. No qual ambas perderam para o câncer, Sophi
Já era noite quando retornaram para casa. Albert sorria enquanto a água do chuveiro descia sobre o seu corpo lembrando das imagens preciosas daquele dia, quanto mais tempo passava com aquelas crianças mais os queria para si. Quando lancharam, Nicolas disse algo que o tocou no peito. ALGUMAS HORAS ATRÁS... — Papai me chamava assim. — Falou o menino — Assim como? — Perguntou Sophie. — Campeão, gosto quando me chama assim tio Albert é como se... — O menino se calou receoso. — Como se, o que? — Insistiu Albert. O menino olhou para a tia com certa preocupação, desviou o olhar os dizer: — Como se meu pai estivesse falando comigo... Eu sinto...sinto...sinto muita falta dele. — Nicolas começou a chorar e Eliza o acompanhou abraçando a tia, que parecia estar desolada e muita aflita, os olhos inundados de lágrimas. Albert segurou a mão de Nicolas, eram tão pequeninas nas mãos dele. — O meu pai também — O menino olhou para ele contendo os soluços, Albert prosseguiu —
— Meu lorde! — Chamou Dagfinn impaciente ao entrar nos aposentos de Albert — Meu lorde, desperte! — Abriu as janelas. — O que foi? — Perguntou sonolento ainda deitado. — Acorde Larsen! — Puxou as cobertas — Temos um problema, um grande problema! — Mas que velho chato — Murmurou sentando-se. Dagfinn o acertou na cabeça com a revista " Dá Corte" — Aí! doeu. — Pare de ser mole e leia isso. Na capa havia uma foto dele sorrindo para Sophie e uma foto das crianças de costas, Nicolas no colo dele. A manchete lhe chamou atenção: "CONDE LARSEN ASSUME PUBLICAMENTE UMA NOVA CONDESSA" O honorável e cobiçado conde Albert Høgh Larsen foi flagrado nesta quarta-feira (28) em um passeio familiar no parque de diversões Tivoli Friheden com sua suposta mulher e duas crianças. Uma fonte anônima afirma serem filhos dele, que até então escondeu sua família... — Mas que baboseira é essa? — Perguntou ao sair da cama, sem camisa — Quem escreveu isso? — Meu lorde, olhe o nome em negrito no fim d
Há seis meses a morte trágica e inesperada de sua irmã e cunhado foram os motivos da insônia de Sophie. Mal ela havia terminado o funeral quando descobriu de forma chocante a traição do homem que pensou ser o amor de sua vida. As horas se tornaram intermináveis e as semanas um abismo escuro insuportável. O único motivo que a mantinha viva eram seus sobrinhos. Coube a ela a função de criar e proteger duas criança... mesmo sem emprego fixo, desesperada e endividada. Ao tentar inutilmente se desfazer das coisas de Sabrina naquela manhã, achou uma caixa de madeira guardando o contato do irmão mais velho de Vicente e por cortesia Sophie resolveu comunicar a tragédia. Mas, de boas intenções, o inferno está cheio.... Era meia noite e quinze quando Sophie ouviu o celular tocar. Quem poderia ser? levantou-se cautelosamente da cama para não acordar os sobrinhos que insistiam em dormir com ela. Colocou a historinha "Advinha o quanto eu te amo de Sam McBratney" que leu há pouco na cômoda e foi